Corruption

Por Mikky

Capítulo 1 - O Olhar em meio a Escuridão.

Um dia apenas como os outros. Ao menos é o que Sakura achava ao trancar a porta do quarto da pensão. Pegou seu material e foi à faculdade. Pouco obteve nas observações pela manhã. Hisomu não havia ido à aula, fato extremamente raro, mas repetitivo nas duas últimas semanas.

Voltou para a pensão, e depois de almoçar, terminou seu relatório semanal de observações. Agora só faltava encriptar (para ela, algo extremamente simples) e enviar a Tsunade. Terminou em tempo de pegar o ônibus das 17 horas para ir para a cidade vizinha e assumir seu posto de garçonete do Cassino Lamnia, na cidade homônima.

O trabalho no cassino era de vital importância para a sobrevivência de sua missão, principalmente pelo fato que era lá que Hisomu passava a maior parte de seu tempo. Ao contrário dela, o garoto trabalhava mais do que as seis horas que Sakura havia conseguido como garçonete, e infelizmente nesse meio tempo nada mais além de jogatina e cantadas baratas eram as coisas que futuramente faziam parte de seu relatório.

Volta e meia Sakura era surpreendida por um cliente do cassino um pouco mais ousado, que resolvia verificar o que de tão especial tinha a garçonete de cabelos rosados. Felizmente, por mais que o cassino fosse cheio de gente da pior estirpe, os seguranças trabalhavam muitíssimo bem e retiravam vários engraçadinhos das dependências aos trancos, impedindo que Sakura quebrasse seu disfarce.

O cassino ocupava uma área enorme (fora o estacionamento no subsolo), e tinha área de jogos eletrônicos, mesas de carteado, roletas, mesas de dados e uma área onde havia uma pista de dança e um palco para shows. Havia dias que o que havia para ser feito era mais nada do que alguma coisa. Enquento que outros dias, a casa era fechada para espetáculos particulares. Nesses dias em particular é que Sakura não gostava de etr tomado essa opção. Muitas das garçonetes além de servir a mesa, serviam a cama de alguns fregueses.

Mas, hoje era um dos dias normais. Bandejas para cima e para baixo, pedidos, bebidas e comida... e vários olhares de soslaio para seu alvo, um dos courriers das mesas de Black Jack.

Hisomu parecia mais cansado que o habitual, seu rosto afunilado e branquelo deixavam ainda mais saliente a escura olheira sob seus olhos. Vez por outra Hisomu sumia, deixava seu posto e voltava aparentemente mais cansado e fungando. Sakura descobriu no segundo dia de convivência no cassino que o futuro jovem médico era viciado em cocaína, mas ainda não descobrira o fornecedor ou o porquê as suspeita de ligação com Akatsuki. Talvez, pensou ela, ele deva favores para alguém da Akatsuki.

Ultimamente as ausências da mesa têm ficado bem maiores, preciso ficar esperta, senão como bola. Pensou a jovem kunoichi ao retirar os copos de uma das mesas.

Entre o caminho da mesa para o balcão do bar, começou a sentir a sensação de estar sendo observada. Era como se o dono do olhar furasse sua nuca. Era estranho. Sempre que pensava em começar a fazer os in do jutsu de busca, a sensação ia embora, e ao percorrer o local com os atentos olhos verdes, nada via de diferente.

Preciso montar uma estratégia. Pense, Sakura, pense! Afinal, essa missão só depende de você para ser completada, e o quanto antes você conseguir reunir mais informações, mais cedo voltará para Konoha. Limpou a pequena mesa e levou os copos vazios para a cozinha. É...mais um dia sem muito a dizer. Das duas uma... ou esse cara esconde bem o jogo ou ele não tem ligação nenhuma com a Akatsuki.

Ah... A Akatsuki. Pensava nessa droga. Sempre. Nela e em Sasuke.

Cada vez mais, com o passar do tempo, Sakura tentava se convencer que Sasuke estava morto e que toda a emoção que ainda sentia ao pensar no ninja de cabelos cor de ébano nada mais era do que uma paixonite besta de criança. Tenho que parar de pensar que o encontrarei em qualquer lugar. Pô Sakura, 19 anos e ainda se derrete inteira para alguém que sumiu há bem mais de três anos... falava para si mesma, como se tentasse convencer. Se convencer de uma mentira que ela mesmo duvidava em acreditar. A infame desverdade que ela não gostava mais do mais novo dos teoricamente sobreviventes do clã Uchiha. Que apenas, toda aquela revolução de sentimentos era nada mais nada menos que uma leviandade de criança

Sim, Sakura já não era mais aquela idiota que se achava a feia testuda. Não era mais criança. Era uma jounin, uma jounin de Konoha. Uma jounin médica. Não havia porque se sentir desta forma, como se o chão sumisse de seus pés.

Volta e meia ela observava, entre idas e vindas ao balcão do bar, a mesa de Black Jack no canto esquerdo do salão. A mesa próximo à pista. Era irônico que a mesa de Hisomu ficasse próximo à pista, pelo que havia obserado até agora, ele odiava música alta... Sei lá se é porque não gosta de barulho, ou se porque tá tão chapado que até o barulho de um alfinete caíndo dói.

Novamente, como sempre, aliás; nada. Somente apenas o carteado, jogadores perdendo dinheiro para a casa (como sempre), mas algo que fosse digno de uma anotação completamente encriptada e válida para sua missão, simplesmente nada.

Sakura já estava começando a duvidar do teor dessa missão. O seu alvo de observação nada mais era do que um junkie filhinho de papai que quer dar uma de gostoso. Que coisa...

Continuou fazendo seu serviço, e pensando milhares de coisas. Como sempre a mente de Sakura não parava de funcionar. Ao passar por entre as mesas próximo à pista de dança, achou que seus olhos cansados da enfadonha rotina, lhe houvessem pregado uma bela de uma peça. Ali, em meio a clientes e jogadores, pensou ter visto um rosto conhecido, um rosto que não via há anos. E o mais irônico de toda essa inusitada situação era que a poucos momentos atrás a disfarçada jounin médica de Konoha havia acabado de pensar no dono da dita fisionomia.

Virou-se e tentou ver onde havia visto o leve e profundo olhar do jovem Uchiha. Como que por ironia, ou talvez um pouco mais do que isso, um grupo deslocou-se de um local a outro, passando bem entre o olhar da curiosa garçonete de cabelos rosados e o seu pretenso alvo. Moveu um pouco a cabeça para o lado, tentando perscrutar a direção que antes o havia visto.

Nada.

Ninguém.

Balançou a cabeça negativamente, abaixando de leve o olhar. Estou ficando doida. Preciso descansar... Daqui a pouco vejo o sandaime cantando uma das garçonetes... Passou a mão de leve no cabelo para ajeitar uma mecha que teimava em cair, pegou alguns pratos numa mesa próxima e os levou ao balcão do bar. O bartender então lhe pediu para levar o balde de de gelo com vinho até a mesa de carteado de Hisomu, onde um figurão estava tentando bater o magrelo estudante de medicina no Black Jack.

Com um sorriso deixou o balde com gelos e a garrafa, pegou os copos e serviu o velho gordo e a jovem moça que o acompanhava, murmurou um olá para Hisomu, que só balançou a cabeça e fez um gesto para que fosse embora logo e virando lhe os olhos, começou a fazer o caminho de volta para o balcão do bar, como sempre, cortando pela pista, já que ainda não havia ninguém tocando ou dançando. Sentiu novamente o pesado olhar em sua nuca.

Parou onde estava e girando sob seu próprio eixo tentou ver onde estava o dono do olhar que tanto a deixava curiosa. Era um ninja? Ou seria outra coisa?

Ela não sabia.

Luzes começaram a brilhar no palco e o som da banda de show da noite começou a ser ouvido. Animadas, as pessoas levantavam-se das mesas e iam em direção à pista. Deixou a bandeja na primeira mesa que viu e concentrando-se, andou, passando por entre pessoas a caminho do outro lado da pista. Entre uma passada e outra começou a fazer os in para completar o justu de busca que tanto havia relutado em usar. Agora era uma situação diferente. Agora ela tinha a sensação que havia alguém com controlde de chakra por ali, que a observava. Ela não podia quebrar o disfarce, mas tão menos queria que tudo que ela sentia de estranho desse olhar a pegasse desprevinida.

Estava no meio da pista a fazer o último in, quando esbarrou em alguém. Começou a murmurar uma desculpa quando a voz grave a cortou.

"Quanto tempo, Sakura"


Hehehe,

Pode falar, sou má!

Mas olha, é um recorde para mim! Dois capítulos em menos de dois dias!
Digam-me sua opinião...

Mikky

PS.: Fiz umas alterações... - 16/02/2005 7:47 am