Marcas no Coração
Capítulo 2 - A Pior das Aulas
No dia seguinte Harry acordou com muito mau humor, e tinha certeza de que esse mau humor pioraria depois da aula de poções. Com esse pensamento se levantou da cama e se dirigiu ao banheiro para escovar os dentes e lavar o rosto. Depois de tudo isso feito se trocou e desceu para o Salão Comunal, para esperar por Gina, já que os dois combinaram de que deveriam descer e esperar pelo outro para irem tomar café da manhã juntos. Só que ao chegar lá teve uma péssima visão, Rony estava lá esperando-o, Harry quis imediatamente ter ficado na cama.
— Harry precisamos conversar – disse Rony se dirigindo a Harry assim que o avistou.
— Não temos nada para conversar Rony… Agora se me dá licença…
Só que ao invés de Rony deixá-lo ir não, postou-se na sua frente com uma expressão decidida no rosto.
— Custa pelo menos me ouvir? Já tentei falar com Gina mas ela está irredutível… então custa pelo menos você me ouvir? – disse Rony procurando os olhos de Harry, já que o mesmo não olhava diretamente para ele. E percebendo que Harry não iria responder continuou – poxa, estou tentando pedir desculpas desde ontem… quer fazer o favor de olhar pra mim!
Harry virou o rosto bruscamente, e Rony pôde perceber que havia mágoa naqueles orbes verdes.
— O que você quer que eu diga, hein Rony? Ah, tudo bem eu sei que você não fez por mal. Mas não é isso que eu vou dizer. Já disse isso das outras vezes, até achei que você estivesse mesmo arrependido, mas vi que não… toda vez é a mesma coisa… todo dia, praticamente a toda hora… você não me trata mas como seu amigo, e sim como… como… um qualquer…
— Também não é assim – tentou se explicar um Rony exasperado.
— Não é assim? Então me diz como é. Porque é assim que eu vejo. – disse Harry desviando e se dirigindo ao retrato, quando sentiu Rony segurar o seu braço. – me solta!
— Não enquanto você não me ouvir…
— Pois pode esperar sentado, que eu não ouvir mais nenhuma palavra que saia da sua boca – e dizendo isso se soltou e saiu em direção ao buraco do retrato.
Assim que chegou no Salão Principal avistou Gina sentada ao lado de Hermione.
— Bom dia – falaram as duas em uníssono, assim que Harry se sentou ao lado de Gina.
— Bom dia – respondeu ele com muito mau humor.
— Ah já sei o Rony tentou falar com você no Salão Comunal… Acertei? – perguntou Gina. Harry concordou com a cabeça e a garota continuou com o mesmo mau humor que Harry – você não aceitou as desculpas dele não é? Pois eu não quero que aceite tão cedo ele precisa de uma lição… ele acha que é quem hein?
— Vocês não acham que estão pegando pesado demais, não? – perguntou Hermione pegando um pãozinho e passando manteiga.
— Eu não acho não! Aliás acho que a gente devia ter feito isso muito antes, assim ele pára de bancar o enxerido e nos deixa em paz! – disse Gina com a cara mais brava que Hermione já vira.
— Eu concordo com a Gina! O Rony está agindo como se eu fosse um qualquer, parece que nem se lembra que nós éramos amigos e já deixou bem claro ontem, que não confia em mim…
Hermione pareceu desistir de argumentar e se concentrou no seu suco de abóbora pensativa. Harry e Gina também começaram a comer em silêncio, parecia que os dois estavam perdidos em pensamentos assim como Hermione. Os três só voltaram a Terra quando Rony chegou, falou "bom dia" para Hermione, e se sentou ao lado da mesma. Isso fez Gina fechar a cara mais ainda e se levantando bruscamente disse.
— Vamos Harry, não temos mais nada para fazer aqui! – Gina começou a puxar Harry pela mão, que mesmo concordando com os motivos de Gina não estava a fim de largar o pudim de leite, e percebendo isso Gina completou – depois você pega mais na cozinha, vamos!
Harry concordou e se retiraram da mesa, deixando Rony e Hermione sozinhos. Os dois seguiram até os jardins em silêncio até que Harry disse.
— Não acha que estamos exagerando? Eu sei que ele estava passando dos limites, mas daí a nos afastarmos cada vez que ele está por perto, nós é que vamos acabar prejudicados.
— Você só está dizendo isso porque eu não deixei você terminar de comer o pudim… - disse Gina com um sorriso maroto.
— Você sabe que eu gosto daquele pudim não sabe? Então viu como saí prejudicado. Mas se você me der uma coisa tudo vai ter valido a pena.
— O que? – disse Gina já imaginando o que ele queria.
— O que você acha? – disse Harry lançando um olhar significativo para Gina, o que confirmou os pensamentos da mesma. – Vamos aproveitar que não tem Rony para atrapalhar e ainda faltam dez minutos para a primeira aula.
E sem esperar por respostas, Harry colocou as duas mãos no rosto de Gina e seus lábios se tocaram de uma forma doce, no começo era apenas um selinho, que foi tomando mais intensidade. Harry desceu as mãos até a cintura de Gina, que passou as mãos pelas costas dele, até chegarem no pescoço e nos cabelos. Harry podia sentir que Gina se arrepiava com os toques das suas mãos e o mesmo acontecia com ele. O beijo começava a ficar mais intenso. E ambas as partes não queriam de jeito nenhum parar. E Harry se lembrou do único beijo que havia trocado com Cho e se lembrou também que não havia sido tão bom quanto esse.
— Posso saber o que está acontecendo aqui?
Harry e Gina se soltaram imediatamente e se depararam com a professora McGonagall, que os olhavam com o mesmo olhar de reprovação, que só ela e Hermione sabiam fazer.
— Fiz-lhes uma pergunta, ou estavam tão entretidos que não ouviram? – disse a professora.
— Desculpa professora – murmurou Gina envergonhada.
— Vocês não sabem que é proibido namorar nos estabelecimentos da escola? Ou não aprenderam ainda? – falou a professora com um tom muito severo.
— Desculpa, isso não irá se repetir professora. – murmurou Harry também envergonhado.
— Espero sinceramente que não se repita mais, ou terei de aplicar-lhes uma detenção por quebrarem as regras. E vão para as suas aulas imediatamente, que só faltam cinco minutos para as aulas começarem.
Harry e Gina seguiram para o castelo cabisbaixos, muito constrangidos pelo ocorrido.
— Já não disse que as poções rejuvenescedoras têm de ter uma cor avermelhada?
Harry estava em mais uma de suas aulas de poções. O professor Snape neste exato momento criticava a poção de Neville que deveria ser vermelha acabou por ficar roxa, e Snape parecia que tinha acordado do lado errado da cama. Passou o tempo todo criticando as poções dos alunos da Grifinória, enquanto os sonserinos davam risadinhas abafadas. E isso era só o começo da aula, que parecia durar uma eternidade. Rony que estava ao seu lado olhava com a cara mais feia que conseguia para Snape. Harry que não estava nada satisfeito de ter Rony ao seu lado, tentava prestar atenção na sua própria poção pois sabia que se fiasse parado olhando, Snape logo perceberia e viria criticar a sua poção que não estava indo muito bem. Mas quanto a Rony e Harry estarem sentados lado a lado não passava de uma armação de Hermione. Que logo no começo da aula forçou Harry se sentar ao lado de Rony, Rony até ficara satisfeito, já Harry não estava nada satisfeito.
— Posso saber o que o senhor está olhando Sr. Weasley? Pois caso não saiba o senhor tem uma poção para preparar, e ficar me admirando não vai fazer com que eu a faça para o senhor.
Todos os sonserinos explodiram em risadas e isso fez com que Harry mesmo irritado com Rony, olhasse feio para Snape. Rony estava com as orelhas e o rosto todo vermelho de vergonha. Snape aproveitando da situação se aproximou da poção de Rony observou-a por um instante, até abrir um sorriso.
— Tsk, tsk, tsk… vejo que não aprendeu nada do que eu disse não é Sr. Weasley? A sua poção está um total fiasco, não dá para reformular então… Evanesco!
A poção que havia no caldeirão de Rony desapareceu, deixando um Rony muito embasbacado, Harry que até aquele momento olhava para o caldeirão olhou para Rony que estava a ponto de bater no professor. No mesmo instante que Harry percebeu isso, Rony se levantou com brutalidade.
— Quem o senhor pensa que é? O senhor não tinha o direito de fazer isso. Não… mas é típico não é? Você favorece os sonserinos e ferra os grifinórios. Faz de tudo para zombar dos grifinórios, acha as coisas mais absurdas para tirar pontos, até parece uma criancinha que não aceita que haja pessoas melhores que si próprio, e quando acha faz de tudo para que eles se dêem mal. Isso sinceramente é patético, aliás a sua aula é patética, e o senhor é patético.
Depois desse ataque inesperado, Snape ficou sem reação, todos estavam abismados, inclusive Harry, mas acima de tudo, Harry sabia que depois disso Rony ficaria bem encrencado. Harry chegou até a ter pena do amigo, começou a imaginar o que Snape faria depois disso, com certeza não seria nada bom.
— Como ousa? Detenção! Quero que o senhor fique aqui depois da aula – e dizendo isso Snape se dirigiu a sua mesa, girou nos calcanhares – o que estão esperando terminem a poção e não admitirei um pio se quer.
Agora era a vez de todos ficarem sem ação, como Severo Snape é ofendido e simplesmente fala para Rony ficar depois da aula e continua com a aula com se nada tivesse acontecido? Snape deveria ter uma péssima detenção para agir desta maneira. Harry olhou para Rony, que voltou a se sentar ao seu lado, ele estava com o rosto mais pasmado da face da Terra. Harry lhe lançou um olhar interrogativo que foi devolvido com outro olhar interrogativo. No resto da aula Snape não saiu de sua mesa nem para olhar as poções, e o pior de tudo era que mesmo depois de tudo, parecia que o seu bom humor havia retornado depois de anos, e isso deixou Harry ainda mais intrigado. Quando bateu o sinal, Snape se levantou e pediu para Rony ficar. Rony agora estava decididamente nervoso e Harry percebeu que ele suava. Harry e Hermione foram forçados a saírem da classe junto com os seus colegas, que se dirigiam às próximas aulas.
— O Rony não deveria ter dito aquilo…
— Sinceramente Hermione, o Rony desta vez exagerou, e coitado dele agora, a cara que o Snape estava, dava a impressão que o Natal chegou mais cedo este ano. – disse Harry andando lado a lado com Hermione e seguindo para a aula de História da Magia.
— Estou com medo com o que possa acontecer com ele… - disse Hermione com um sussurro.
— Eu também…
O resto da tarde passou tranqüila exceto que Rony não apareceu o resto do dia, e Harry e Hermione estavam preocupadíssimos com isso. A sorte deles foi que não precisaram procurar muito, pois o encontraram no Salão Comunal, sentado a uma poltrona em frente à lareira. Rony estava cabisbaixo e tremendamente preocupado.
— Rony… - chamou Hermione.Rony não respondeu.
— Rony… - desta vez foi Harry quem chamou. Rony por sua vez olhou para os amigos e desatou a falar.
— Ele sabe… aquele maldito sabia de tudo… e só esperou a hora certa para usar o que sabia…
Harry e Hermione se entreolharam confusos.
— Rony do que é você está falando? Sabia do que? – perguntou Hermione.
— Da poção polissuco…
— Como é que é? – perguntou Harry se desesperando – Snape sabia da poção polissuco?
To be Continued...
Oi Gente! Desculpem pela demora da atualização.. mas é que eu fiquei sem computador por uns tempos... Obrigada pelos reviews... Espero que vocês gostem do capítulo...
Respostas de reviews...
Miaka: Realmente o Rony passou dos limites... hehehe... mas irmão ciumento é assim não é?
Carol Malfoy Potter: Obrigada... obrigada pelo review... Mas sobre o assunto da traição você terá de esperar para saber...
Michelle granger: Que bom que você está gostando... e aí está o capítulo.. espero que tenha gostado...
