Título: Obsessão.
Autora: Blanche Malfoy, traduzida por Celly M.
Rating: M
Sumário: Situa-se no sétimo ano de Harry e Draco em Hogwarts. Draco está obcecado por Harry Potter e questiona-se sobre o que deverá fazer para que Harry apaixone-se por ele.
Pares: Draco Malfoy/Harry Potter
Retratação: Esta fic é baseada nos personagens e situações criadas por J.K. Rowling. A autora não possui direitos em nenhum desses personagens e a tradutora apenas seguiu os moldes da fic original, não modificando nenhum aspecto ou idéia.
Nota da tradutora: um abraço e sapos de chocolate de presente às pessoas que passaram aqui, mesmo não deixando seus comentários. À Blanche, como sempre, não apenas pelo apoio e pelas críticas construtivas em seu texto, mas pelas conversas deliciosas no MSN e por permitir que eu traduzisse suas obras. À Trinity, Lili, Ju, Dani, Bela, Daphne Pessanha e Dark Wolf pelas reviews adocicadas e divertidas. Espero que esse capítulo seja do gosto de vocês e não se esqueçam que comentários são tão gostosos quanto um vôo em uma Firebolt! Boa leitura!
Parte 2 – Chame de Ódio
Ele me beijou! Não pude acreditar quando senti o toque suave dos lábios dele sobre os meus. Eu estava terrivelmente assustado, pensando que aquilo poderia ter sido apenas um sonho. Harry Potter me beijou, mesmo que tenha durado apenas alguns segundos. Não importava. Ele me beijou!
Depois do beijo, ele me olhou com uma expressão estranha, como se estivesse me vendo pela primeira vez. E de uma certa maneira, eu acho que ele estava. Eu havia nascido para beijá-lo e desejei – apenas por um momento – que ele se sentisse como que eu.
Antes que eu pudesse arrancar as roupas dele e possuí-lo da maneira que sempre quis, ele fugiu. Fui deixado em meio à confusão e desespero, ansiando pela presença dele. Confusão não era suficiente para explicar o que eu estava sentindo naquele momento.
Ele havia me beijado, não o contrário. Quê diabos ele estava fazendo? Por que ele me beijou se não queria?
Havia tantos pensamentos rondando minha mente. Voltei pro meu quarto, querendo apenas tomar um banho e aliviar toda a tensão, cair na cama e dormir por dias, talvez para sempre. Nesses momentos, agradecia a Deus por ter um quarto apenas para mim. Desse jeito, não precisaria falar com ninguém. Não tinha vontade de conversar, a não ser que fosse com ele.
Deitei na cama pensando que Harry Potter era a pessoa mais estranha que já havia conhecido. Ele havia me provocado com o fruto proibido e agora eu queria mais. Pros diabos, eu queria tudo. O desejava tanto que meu corpo inteiro doía.
Enquanto a noite caía, eu toquei meu corpo e gemi.
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Acordei com o estômago vazio. Não havia comido no dia anterior porque não estava preparado para encarar Potter durante o jantar, então não havia ido ao Salão Principal. Agora estava com fome e não apenas de comida. Estava faminto por ele também. Infelizmente não podia fazer nada a respeito daquilo. Ainda.
Encontrei-o na mesa da Grifinória, com a cabeça baixa. Ele não me olhou e eu não esperava que ele o fizesse. Eu esperava que ele fosse o Grifinório covarde de sempre. Não. Como eu podia pensar isso? Harry Potter era tudo, menos covarde. Mas ainda assim... ele não me olhava. Imaginei que tipo de jogo ele estava fazendo. Eu o odiava por isso. E o odiava ainda mais do que tudo por causa daquele beijo roubado.
Decidi que iria agir da pior maneira possível durante o dia. Na aula de Poções, puxei briga com Weasley e provoquei Granger até dizer chega. Algumas das garotas da Sonserina estavam com ciúmes quanto a isso, mas não me importei. Era óbvio a todos naquela sala que eu estava flertando com Hermione Granger e aquilo era absurdo, já que todos achavam que eu odiava aquele tipo de gente. Não odiava, mas eles não precisavam saber disso. Meu pai era obcecado pela idéia de expulsar e matar todos os nascidos trouxas do nosso mundo, mas eu não me importava. Só estava naquele jogo porque estava acostumado a ele.
De qualquer maneira, não estava interessado em Granger. Só queria ensinar uma lição a Potter. Se ele queria brincar com fogo, quem era eu para negar seu desejo? Reparei na maneira que Harry me olhava, com curiosidade e confusão. Bom! Mas não era suficiente. Queria que ele sofresse da mesma maneira que eu sofri por não tê-lo. Ele provavelmente deveria estar pensando até onde eu iria com aquele jogo. HA! Ele não me conhecia, o desgraçado. Eu podia ir muito fundo.
Então eu fiz o inimaginável. Convidei Granger para sair.
Ouvi o burburinho ao redor da sala e vi os olhos de Potter tremularem. Ele não era imune a mim, o que era um ótimo sinal. O jogo havia começado e eu estava ganhando. Para minha surpresa, Granger aceitou o meu convite. Eu não esperava por essa, mas não deixei transparecer. Sorri e lhe disse para me encontrar mais tarde na porta da frente do castelo.
Harry arfou e deixou um de seus livros de Poções cair. Eu – sendo o cavaleiro que era – estava mais que disposto a ajudar e me abaixei para pegar o livro. Nossas mãos se tocaram de leve por um segundo e eu senti a energia correr por nossos corpos. Ele me fitou com confusão, provavelmente se perguntando se aquilo realmente estava acontecendo. Sim, Harry querido, estava. Eu sabia que ele me queria, mas estava em negação, podia perceber isso agora.
— Tome cuidado, Potter. –eu falei, lentamente.
— Não, tome cuidado você, Malfoy.
Ele se aproximou de mim e eu engoli em seco.
— Não saia com ela. –ele murmurou, entre os dentes.
Simples assim. Harry Potter era tão monótono. Como eu estava interessado nele? Quando olhei dentro dos belos olhos dele, me lembrei dos motivos pelos quais havia me apaixonado por ele. Merda! Não amor, nunca amor! Era apenas desejo.
— Por que não? –perguntei.
— Porque Ron gosta dela e ele vai partir a sua cara.
— Não é suficiente, Potter. Me dê um bom motivo e eu a deixo em paz.
— Eu não quero jogar esse jogo, Malfoy. –ele murmurou, de maneira ameaçadora.
— Tarde demais, Potter. Você começou esse jogo quando me beijou.
E eu fui embora.
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O encontro com Granger foi surpreendente. Nunca pensei que pudesse gostar dela, mas gostei. Convidei-a para uma caminhada pelos terrenos de Hogwarts e conversamos por horas. Nós tínhamos muito em comum. A coisa mais importante de todas era que ela havia me dito que aceitara sair comigo porque queria deixar Weasley com ciúmes. Eu gargalhei quando ouvi aquilo e expliquei que tinha as mesmas intenções quando a convidei para sair.
— Você gosta do Ron? –ela perguntou, confusa.
Gargalhei ainda mais. Alguém pode me imaginar babando pelo Weasley? Eu acho que não.
— Não, mas eu quero Harry.
Ela me sorriu com simpatia.
Não sabia o porquê, mas confiava nela. Talvez fosse porque ela era da Grifinória e os Grifinórios eram sempre confiáveis. Ela não contaria meu segredo a ele, ou a qualquer um. Ela me garantiu isso e eu acreditei nela. Nada parecido comigo, certo? Bom, isso é porque você nunca conversou com Granger antes.
Nós percebemos duas pessoas nos seguindo. Eram Harry e Ron. Deus, eles eram tão...óbvios! Aposto que Harry disse ao Ron que estava ali somente para defender Hermione no caso de eu sair da linha com ela. Aquele pensamento me deixou irritado e eu o odiei ainda mais.
— Você tem um caso difícil nas mãos, Malfoy. Mais difícil até que o meu. –ela disse.
— Por que isso?
Aquela era uma pergunta idiota. Eu sabia o porquê. Mas ainda assim...
— Ron está sendo o típico adolescente. Ele está dividido entre crescer ou ficar pra sempre no mundo da irresponsabilidade. Mas Harry...Harry é sombrio. Ele não quer conversar sobre seus sentimentos, passa os dias tão quieto e isolado que me assusta. Eu tenho a impressão de que você vai ter dificuldades para achar seu caminho no meio da parede que ele construiu em volta do coração dele.
Eu sabia daquilo. Mas tinha esperanças. Um cara pode tê-las, certo?
Deixe-me explicar porque Granger estava sendo tão gentil comigo. No sexto ano, quando Voldemort estava agindo com toda a força, ela foi mantida prisioneira por um mês. A coitada sofreu muito e no final das contas, fui eu quem a salvou. Não Harry, nem Ron, mas eu, Draco Malfoy. Depois disso não nos tornamos amigos, mas ela se sentiu grata a mim. O débito de um bruxo é uma ligação muito forte.
Na guerra, eu não escolhi nenhum lado de início. Inclusive, meu pai havia ficado furioso porque eu não escolhia um lado. Mas então, eu escolhi ficar do lado de Harry. Eu não gostava de Voldemort e seus ideais idiotas. E não gostava do meu pai também. Mas eu gostava de Harry, mesmo odiando-o. Eu nunca entendi muito bem meus sentimentos por ele e acho que nunca entenderei.
— Te desejo uma boa sorte. –ela disse, segurando minhas mãos.
— Obrigado.
Os dois idiotas ainda estavam atrás de nós. Eu sabia que eles estavam nos espionando, em algum lugar perto dos arbustos, então decidi provocar Harry. Primeiro, perguntei a Granger se poderia beijá-la. Eu sou um cavaleiro, não importa o que os outros dizem por aí. Eu tinha que perguntar antes de agir. Ela sorriu para mim, em apreciação e simpatia. Ela estava gostando de tudo aquilo e logo percebeu quais eram minhas intenções. Granger era uma garota esperta.
Nossos lábios se tocaram timidamente a princípio e, julgando pelos grunhidos que ouvi vindos dos arbustos, eu e Granger estávamos fazendo direito. Eu gostei de beijá-la. Ela possuía lábios e um corpo suave. Ela também era baixinha e delicada, o que me agradava. Se meu coração já não tivesse sido capturado, eu e ela ficaríamos ótimos juntos.
Eu terminei nosso beijo antes que Weasley tivesse a coragem necessária para pular dos arbustos e me bater ou me enfeitiçar. Acho que o bonzinho do Harry deve tê-lo segurado porque ele nunca apareceu.
Hermione se desculpou dizendo que tinha que voltar para o castelo e nós combinamos um outro encontro. Ela foi embora, mas eu fiquei. Não queria voltar, ainda não. Queria pensar qual seria meu próximo passo.
Potter me surpreendeu ao caminhar em minha direção. Weasley não estava à vista. Ele parou do meu lado e pude sentir seu cheiro maravilhoso e mágico. Adorava aquele cheiro.
— O que você está fazendo, Malfoy? –ele perguntou, soando magoado.
Ou talvez eu estivesse imaginando coisas.
— Nada. –respondi.
— Você a beijou.
Ele estava adoravelmente confuso. Dei de ombros. Eu não queria conversar, de verdade. Queria puxá-lo pra perto do meu corpo e satisfazer minhas vontades. E, acreditem em mim, elas estavam implorando para serem satisfeitas. Podia sentir minha ereção se movimentando dentro das minhas calças. Odiava aquilo. Odiava essa sensação de impotência sempre que Potter estava por perto. Odiava o vergonhoso desejo que tomava conta do meu corpo e da minha vontade, que me deixava com nada mais do que uma maldita ereção e frustração.
Deus, eu o queria tanto.
— Por que você me beijou, Potter?
Ele mordeu seu lábio inferior, tentando pensar em alguma coisa. Talvez uma boa desculpa. Espero que ele não parta meu coração quando achar a mentira perfeita.
— Eu não sei. –ele disse.
Ele não sabia. Eu não sabia. Estávamos tão ferrados.
— Você gostou? –perguntei.
— Eu nunca...
Ele não terminou sua frase, novamente.
— O quê? –eu insisti.
— Eu não sei, tudo bem? –ele explodiu. – Eu não sei! Eu te odeio! Essa é a única coisa que eu sei e está me enlouquecendo porque eu não sei porque te beijei! Eu não queria te beijar e não quero te beijar nunca mais!
Ele estava enraivecido e conforme gritava, se aproximava cada vez mais, até que nossos lábios estavam a poucos centímetros um do outro. Eu o odiei naquele momento porque sabia que ele estava mentindo. Ele queria me beijar de novo, aquele mentiroso!
Então ele o fez. Me empurrou de encontro a uma árvore e me tomou com um beijo cheio de ódio. Eu queria me soltar, mas não tinha forças. Mesmo que aquele fosse um beijo de punição, eu o queria. Como disse antes, eu queria tudo. Tragam-me o enraivecido Harry Potter que eu o aceitarei de braços abertos. Tragam-me Harry Potter de qualquer jeito que eu o deixarei fazer o que quiser comigo.
Nosso primeiro beijo havia sido macio e suave. Esse era violento. Esse era um aviso para que eu mantivesse a distância. Ele era tão inocente. Eu nunca respeitei os avisos de perigo. E aquele lado agressivo dele me fazia querê-lo ainda mais.
Mas ele não estava usando a língua e aquilo me incomodava. Harry Potter beijava com a boca fechada como um maldito principiante. Eu não era, diga-se de passagem. E se ele quisesse que eu o temesse, deveria tentar com mais vontade.
— Abra a boca, Potter. –murmurei contra os lábios dele.
— O quê? –ele murmurou de volta.
— Abra sua boca.
Não achei que ele iria me obedecer e ele não o fez. Mas sua boca estava ligeiramente aberta e eu fiz bom uso daquilo. Toquei seus lábios com a minha língua e depois a enfiei dentro de sua boca. Os olhos dele se arregalaram e quando minha língua entrou em contato com a dele, Harry fechou-os com um suspiro.
Estava no comando agora e adorava cada segundo daquilo. Comecei a acariciar a língua dele com a minha lentamente, para que ele pudesse se acostumar. Não sabia o porquê de estar sendo tão gentil. Acho que ele ficou ofendido com a minha suavidade, porque retornou ao beijo violento e certamente ele sabia como fazer bom uso de sua própria língua.
Estávamos de volta ao beijo forçado, mas eu não me importava. Me senti perdendo o controle. Senti meu corpo diminuindo o espaço entre nós dois. Senti minha língua procurando pela dele, tão insaciável e violenta quanto à dele procurava pela minha.
Minha cabeça estava girando e minhas mãos desceram pelo corpo dele, querendo tocá-lo. Foi como um choque, e ele se afastou.
— O que você está fazendo? –ele me perguntou, assustado.
— Estava te tocando. –expliquei.
Eu não tinha que explicar nada. Não tinha que falar nada pra ele. Deveria mandá-lo para o inferno por me provocar daquele jeito e depois parar tudo para me perguntar algo tão idiota.
— Nunca mais faça isso! –ele gritou.
Deus, como Harry estava em negação... e eu era um idiota por querê-lo.
— Vai pro inferno, Potter. –eu disse, calmamente.
Como eu consegui ficar calmo em uma situação como essa, não me pergunte.
— Pense um pouco, Potter.
— Cala a boca.
— Você me quer!
— Não diga isso!
— Então foda-se!
— Sabe, eu falei com Dumbledore.
Eu congelei. Então ele sabia que era mentira e o beijo era sobre isso. Ele queria me punir. Minhas mãos começaram a suar e minha boca ficou seca. Estava entrando em pânico. Olhei para baixo, muito envergonhado para olhá-lo nos olhos.
— Ainda não consigo acreditar que ele mandou você pra me ajudar.
Levantei a cabeça e o olhei, incrédulo.
— O que ele disse? –perguntei.
— Ele disse que você era o único para o trabalho.
O QUÊ? Dumbledore havia salvado a minha pele? Em que mundo eu estava? Talvez estivesse alucinando.
— Por quê está agindo tão surpreso? –ele me perguntou, me tirando do estado de catatonia.
— Não estou! –protestei.
Ficamos em silêncio por um longo tempo. Aquilo era irritante.
— Eu não quero você, Malfoy. –ele sussurrou, de repente.
— Você não quer. –repliquei, irritado.
— Não, não quero.
— Mentiroso!
Grudei meus lábios nos dele e ele teve de engolir sua raiva por mim. Ele podia chamar de ódio. Podia chamar do que quer que fosse, mas nós dois sempre saberíamos a verdade. A verdade estava no beijo dele, e nos seus olhos toda vez que ele me olhava.
— Eu te odeio! –ele gritou, com lágrimas nos olhos.
Meu coração se constringiu e tive vontade de abraçá-lo.
— O que você está fazendo comigo? –ele perguntou, como se eu tivesse a resposta.
Mas antes que pudesse dizer qualquer coisa, ele se foi.
Continua...
As coisas estão esquentando, certo? Vocês ainda não viram nada...acreditem em mim! Mais sobre essa fic, Harry Potter e claro, Blanche, no meu livejournal: livejournal (ponto) com (barra) users (barra) mscellym
