Título: Obsessão.
Autora: Blanche Malfoy, traduzida por Celly M.
Rating: M
Sumário: Situa-se no sétimo ano de Harry e Draco em Hogwarts. Draco está obcecado por Harry Potter e questiona-se sobre o que deverá fazer para que Harry apaixone-se por ele.
Pares: Draco Malfoy/Harry Potter
Retratação: Esta fic é baseada nos personagens e situações criadas por J.K. Rowling. A autora não possui direitos em nenhum desses personagens e a tradutora apenas seguiu os moldes da fic original, não modificando nenhum aspecto ou idéia.
Nota da tradutora: agradecimentos pela paciência a quem está acompanhando essa tradução, é claro. Fiquei um pouco enrolada essas últimas semanas, mas aqui está mais uma belezura de capítulo, com destaque para uma cena mais que maravilhosa no final. Aff, eu nem falo mais nada! Leiam e comentem, sim? Obrigada a todos que leram o último capítulo, e à Blanche, as usual.
Parte 5 – Chame de Amizade
Nós éramos amigos de novo e dessa vez eu estava fazendo de tudo para não estragar as coisas. Harry havia aceitado minhas desculpas com tanta facilidade que ajudá-lo a acertar as coisas era o mínimo que eu podia fazer. Voltamos a nossa rotina de sempre. Nós estudávamos juntos quase todas as tardes, e eu até o ajudei a ganhar alguns pontos para a Grifinória, apesar de ter me sentido meio desgostoso comigo mesmo depois. Quero dizer, ajudar a Grifinória a ganhar pontos...Ugh!
Ele não me tocou novamente. Às vezes dávamos socos um no ombro do outro, como típicos amigos fazem para provocar-se. Algumas vezes ele dava tapinhas nas minhas costas para mostrar que se importava. Mas ele nunca mais me abraçou como daquela vez no campo de Quadribol, e beijar, definitivamente, não era parte do acordo. Nós éramos apenas amigos. Amigos que se queriam, mas amigos. Nada mais.
Se eu estava frustrado com isso? Claro que sim! Cara, eu perdi a conta de quantas vezes tomei um banho gelado depois de falar com ele. Mas eu dava o melhor de mim para que meus verdadeiros sentimentos não aparecessem. Aqui entre nós, eu estava fazendo um bom trabalho porque Harry estava até se sentindo confortável comigo novamente.
Mas um dia as coisas mudaram.
Uma noite, a uma semana antes do Natal, nós ficamos na biblioteca até a meia noite. Havíamos perdido a noção do tempo estudando para um complicado trabalho de Poções. Minha cabeça começou a latejar e minhas costas estavam me matando. Eu massageei sem muito jeito a área tensa atrás do meu pescoço e fechei os olhos com dor.
-O que há de errado? –ele perguntou, quebrando o silêncio.
-Nada.
-O quê quer dizer com nada? Você parece estar sentindo dor.
Sim, eu estava. Eu tive uma briga daquelas durante o jogo contra a Corvinal há dois dias atrás e minhas costas ainda doíam. Pelo menos eu havia ganhado. Aceitem isso, Corvinais perdedores!
-É por causa do jogo, não é? –ele perguntou novamente.
Dessa vez, eu resolvi responder propriamente.
-É sim. Aquele apanhador jogava pesado.
-Foi sua culpa, na verdade. E você recebeu o que merecia.
Abri meus olhos rapidamente e o fitei, sem acreditar no que ele havia dito.
-O quê você disse?
-Você me ouviu, Malfoy.
- Ora, vá se foder.
-Você jogou pesado também. Você sempre joga assim, na verdade. Ele só estava se defendendo. O irmão da Cho não é o tipo de cara que...
-Irmão da Cho? –eu o interrompi.
-É. O irmão da Cho é o apanhador da Corvinal. Você não sabia?
Claro que aquele diabinho era o irmão mais novo de Cho Chang. Quer dizer, todos o chamavam de Chang! Eu conseguia ser tão idiota às vezes... Mas, novamente, nunca me preocupei com subalternos. E um da Corvinal ainda por cima. Quem diabos presta a atenção em alguém da Corvinal ou um mero Lufa-Lufa? Eu certamente não.
-Acredite ou não, eu não sabia que ele era irmão da Chang. –disse.
-Bem, ele é. Eu não acredito que você não sabia disso. Mas é claro, estamos falando de você, e Draco Malfoy não se importa com ninguém a não ser ele mesmo. –ele afirmou.
E, a julgar pelos meus pensamentos anteriores, ele estava certo. Merda!
-De qualquer maneira, você mereceu, Malfoy. –ele finalizou.
Eu estava magoado por seu comentário grosseiro, mas não demonstrei. Ou pelo menos eu achei que não tinha demonstrado.
-Não mereci não. –disse, mais do que irritado. –Quadribol é um jogo pesado de qualquer maneira.
-Você costumava jogar pesado contra a Cho também e eu te odiava por isso. Ela era tão delicada. Toda vez que ela jogava era como ver uma bailarina dançando no céu. –ele disse, quase parecendo sonhador.
Eu cerrei os pulsos. Eu me lembrava daquela vaca. Harry tinha uma queda por ela e eu a odiava por isso. Eu era rude com ela, provavelmente mais rude do que com qualquer outra pessoa. Talvez, lá no fundo, eu já sabia que amava Harry e que ela estava no meu caminho. Ela ainda estava, se eu estivesse interpretando certo aquele brilho nos olhos de Harry. Ele ainda estava apaixonado pela vaca. Desgraçado!
-Você gosta dela? –perguntei, ácido.
Ele parou de escrever, mas não me olhou.
-Como assim?
-Você sabe o que eu quis dizer. Você gosta dela?
-Você quer dizer como amigo ou como...
-Como namorado.
-Talvez.
Eu retesei e a dor nas minhas costas aumentou.
-Pensei que fôssemos amigos. Amigos costumam contar esse tipo de coisa uns para os outros. –comentei.
Ele parecia pensativo.
-Você saiu com ela, não saiu? –eu insisti.
Eu podia ser bem chato quando queria.
-Não. Depois da morte do Cedrico, eu não consegui convidá-la para sair. Ela o amava.
-Isso é besteira, Potter. Ela nem o conhecia direito. Ela gostava dele pela aparência e fama, como qualquer outra garota na escola. Se ele estivesse vivo, ela já o teria descartado por outro qualquer que cruzasse seu caminho.
Eu estava certo e Harry sabia disso. Mas isso não o impediu de me olhar com raiva.
-Não fale assim!
-Estou dizendo a verdade. A vida é assim, Potter.
-Se isso fosse verdade, ela teria saído comigo.
-Não necessariamente. Mas ela saiu com você, não saiu?
O rosto dele enrubesceu e eu sabia que estava certo. Eu me odiei por estar certo.
-Apenas... u-uma...e...e não foi...um... –ele gaguejou.
-Não importa, Potter. É óbvio que você nunca a esqueceu.
Eu queria gritar. Até esse momento, nunca tinha perdido a esperança de ganhar o coração de Harry, mas agora... ele ainda estava apaixonado pela Cho Chang. Eu podia ver em seus olhos. Eu nunca me senti tão indefeso e triste em toda minha vida. Não tinha uma chance com ele.
Eu sentia como se alguém tivesse me esfaqueado nas costas e instantaneamente coloquei a mão no meu pescoço. Eu estava tenso e a dor ficou ainda pior depois daquela conversa. Eu fiz uma careta. Verdade seja dita, eu queria tanto chorar. Fechei meus olhos e os cobri com minhas mãos.
-O que há de errado? –Harry perguntou e pelo tom de sua voz, ele parecia preocupado. Eu quase sorri.
Eu teria sorrido se não estivesse tão magoado naquele momento. Como não podia confiar na minha voz para falar, apenas balancei a cabeça. Ouvi seus passos chegando mais perto e parando bem atrás de mim. Segurei minha respiração em expectativa e esperei. Então senti um toque suave nos meus ombros e suas mãos massageando-os. Não pude evitar um gemido.
Ele tinha mãos mágicas e a cada minuto que passava, me sentia cada vez mais relaxado. De vez em quando, eu gemia de prazer e alívio. Eu adorava o toque de suas mãos em mim, especialmente quando ele corria os dedos pelo meu pescoço. Eu estava no paraíso.
-Isso é bom. –murmurei.
Por favor, me diga que você nunca fez isso com ela.
Minha cabeça pendeu para trás e tocou sua barriga.
-Está melhorando? –ele perguntou, suavemente.
-Ah, sim...
Ele continuou me massageando gentilmente e eu me senti endurecer. Inconscientemente, comecei a me acariciar.
-Por favor... –disse, sem saber o porquê.
-Por favor, o quê?
Por favor, me beija. Por favor, me deita nessa mesa e transa comigo. Por favor, continue me tocando assim pra sempre.
E então eu acordei. Aquilo não era real. Harry estava apenas querendo me ajudar. Suas ações não eram sensuais, nem estavam querendo me enlouquecer. Ele não sabia que estava me enlouquecendo e que eu estava quase gozando nas calças. Ele iria me odiar se percebesse o que estava fazendo comigo e o que eu queria fazer com ele. Então eu o empurrei de maneira abrupta e coloquei uma distância razoável entre nós.
Ele me olhou, confuso.
-O quê foi?
-Por favor, Harry, você não é tão inocente. Ninguém é tão inocente. –eu sussurrei.
Então ele reparou na minha ereção e seus olhos se arregalaram. Eu me senti tão envergonhado que baixei a cabeça. E então eu reparei em uma coisa que me fez arregalar os olhos. Harry tinha uma ereção também!
Oh. Meu. Deus.
Eu deveria me aproveitar daquilo, mas estava paralisado. Deveria colocar nossa amizade em risco? E que tipo de amizade era aquela onde ambos se sentiam atraídos um pelo outro? Pro inferno com tudo! Eu queria beijá-lo e iria fazê-lo.
-Harry...
-Não.
Eu me aproximei.
-Será que eu posso... –insisti, meus lábios quase se encostando aos dele.
-Não. –ele sussurrou.
-...te beijar? –eu ousei terminar.
Ele balançou a cabeça negativamente, mas o que saiu de seus lábios foi um sim fraquíssimo.
Toquei nossos lábios uma, duas vezes e depois me afastei.
-Isso é tão errado. –ele disse, com os olhos fechados.
Lá vamos nós de novo. Negação é o nome dele.
-Não, não é! É apenas um beijo inocente, Potter! Chame de amizade se quiser. É só um beijo entre amigos. Nós não temos que fazer um escândalo a respeito disso. Amigos se beijam, não? É isso o que estamos fazendo. Não há nada de errado. Nada! –eu estava soando quase histérico.
-Ron nunca me beijou. –ele abriu os olhos e me fitou.
-Graças a Deus. Quero dizer, eu... eu...
Ele sorriu. O desgraçado sorriu! Todo aquele drama por causa de um maldito beijo! Quando minha vida tinha se tornado tão complicada?
-Olha, vamos esquecer isso tudo, ok? –eu pedi. –Eu vou sentar na minha cadeira e fingir que nada disso aconteceu. Você vai sentar na sua e vai fingir que não tem uma ereção e...
Aquilo era eu falando? Não parecia comigo. Eu estava sendo legal!
-Eu...eu... Eu não... –ele tentou dizer, seu rosto vermelho, envergonhado.
Eu ri, com um certo escárnio. Quem estava gaguejando agora?
-Olha, Potter, eu não quero estragar isso de novo. Então vamos apenas...
-Malfoy? –ele perguntou, de repente, parecendo... determinado.
-O quê?
-Você acha que... você realmente acha que amigos podem se beijar? Quer dizer, eu poderia te beijar e isso não seria nada demais, certo? Nós poderíamos criar uma nova regra ou qualquer coisa assim. Uma regra onde poderíamos nos beijar sem problemas. Certo?
Ele me olhou com aqueles enormes olhos verdes, em expectativa. Eu deveria ter dito que não, mas eu era fraco. Aquela regra não era nem um pouco correta, mas ainda assim... Eu o queria tanto. E eu era fraco demais para dizer não a ele. Eu sabia que aquela regra ia partir meu coração eventualmente, mas não me importei. Eu disse que sim.
-Nós ainda somos amigos e nada mais. –ele afirmou e eu apenas segui a maré.
-Sim, Potter. Nós somos amigos que se beijam às vezes.
-Bom.
Então ele me beijou, lenta e gentilmente a princípio. Minhas mãos desceram por sua barriga e ele instantaneamente se afastou.
-Sem toques. Isso não faz parte da regra. –ele explicou e eu senti vontade de partir aquele rosto bonito ao meio.
Eu ia me arrepender tanto daquilo.
-Tudo bem. –concordei, contra minha vontade. –Aonde devo colocar minhas mãos então?
-Você pode colocar suas mãos nos meus ombros. –ele sugeriu.
Como uma maldita garotinha! Foda-se Harry Potter!
Pateticamente, eu o obedeci. Ele me enlaçou pela cintura e começou a me beijar novamente. Eu aprofundei o beijo. Ele não reclamou ou se afastou dessa vez. Minha língua procurou avidamente pela dele e eu senti sua mão me segurando com força. Era um jogo arriscado esse que estávamos jogando. Podia fugir do nosso controle rapidamente e Harry parecia não ter percebido isso. Aquele maldito inocente! Ainda assim, eu procurei me controlar.
Nós apenas nos beijamos por um longo tempo. Não preciso nem dizer que no final da nossa sessão, eu estava mais do que excitado. Estava a ponto de explodir. Minha ereção pulsava dentro das minhas calças e pela maneira que Harry estava gemendo, eu sabia que ele estava se sentindo do mesmo jeito.
-Eu tenho que ir. –ele disse. –É quase uma da manhã.
Eu assenti. Nos arrumamos, pegamos nossas coisas e caminhamos para os corredores. Nenhum de nós disse nada. Foi apenas no momento em que tínhamos que tomar caminhos diferentes que eu encontrei coragem para falar com ele.
-Você não vai mudar de idéia, vai? –eu queria me matar por parecer tão idiotamente inseguro.
Será que eu podia ser mais patético?
-Não, eu não vou. Quer dizer, eu criei essa regra, certo? –ele me beijou mais uma vez. –Te vejo amanhã.
-Potter! –eu chamei, antes que ele chegasse ao final do corredor.
-O quê? –ele disse, virando-se para mim.
-Eu só... bem, eu só...
Eu não queria dizer nada, na verdade, só estava tentando fazer com que ele ficasse mais tempo ali. Ele sorriu, como se conseguisse me entender e disse, em um tom de voz apressado.
-Eu sei, Malfoy. –e depois foi embora.
E foi então que eu lembrei de algo e me senti muito mal. A verdade era que: Harry Potter era um grande quebrador de regras. Não levaria muito tempo para que ele quebrasse a sua própria. Não levaria muito para que ele – mais uma vez – partisse meu coração em dois.
Continua...
Gente, eu sei que demorei a atualizar a tradução, mas ela está aqui, completinha! Espero que ainda estejam acompanhando as peripécias desse Draco mais que fofo que a Blanche desenvolveu. Até a próxima atualização, que eu espero não demorar muito!
