Título: Obsessão.
Autora: Blanche Malfoy, traduzida por Celly M.
Rating: M
Sumário: Situa-se no sétimo ano de Harry e Draco em Hogwarts. Draco está obcecado por Harry Potter e questiona-se sobre o que deverá fazer para que Harry apaixone-se por ele.
Pares: Draco Malfoy/Harry Potter
Retratação: Esta fic é baseada nos personagens e situações criadas por J.K. Rowling. A autora não possui direitos em nenhum desses personagens e a tradutora apenas seguiu os moldes da fic original, não modificando nenhum aspecto ou idéia.
Nota da tradutora: estou sentada esperando vocês virem buscar seus convites pro passeio com o Charlie, hein? Pelo menos esse é desimpedido e ninguém ciumento vem reclamar, como o Harry fez...hahahahaha...ai, gente, estamos chegando na reta final da fic e quase chegando às 100 reviews. Já disse que vocês são demais? Acho que desde a semana passada não, certo? Bom, agradecimentos mais que especiais à Blanche, que me deixou traduzir essa fic e todas as outras que vão vir, à todo mundo que falou comigo por email (Rose Malfoy, Ana e Mara Taylor) e às reviews maravilhosas de Bela-chan (duas vezes, apesar do ff(ponto)net não colaborar!), Pipe, Tachel Black, Maaya M, Aniannka, Chibiusa (ainda vou te conquistar com as fics, menina! Mas obrigada assim mesmo!), Stete, Athena Sagara, Mandy Moony Black, Arsínoe, Dark Wolf 03 (obrigada 2 vezes!) e Sofiah Black. Ah, sim e à Mizuki, que mesmo escondida lê e me dá sustos quando comenta, seja aqui ou no fórum, msn... Sem vocês, a Obsession seria linda e maravilhosa, perfeita, mas perderia uma Celly feliz por tanta gente ter a mesma opinião que ela teve ao ler os capítulos. Adoro vocês. Até semana que vem!
Parte 11 – Chame de Ciúmes
Charlie ficou em Hogwarts por dois dias e eu me diverti à beça. Ele era um sonho. Não havia um aluno que não suspirasse quando ele passava, e eu não podia culpá-los. Eu suspirava bastante também. Charlie e eu passamos ótimos momentos juntos. Era impressionante como era fácil falar com ele. Ele parecia gostar da minha companhia tanto quanto eu gostava da dele, porque ele estava sempre me procurando. Eu sempre sorria abertamente todas as vezes que ele vinha me procurar depois das aulas.
A melhor coisa de tudo é que Harry estava com ciúmes. SIM! Eu podia sentir isso em cada gesto e olhar que ele mandava na minha direção. Ele fumegava cada vez que Charlie lhe perguntava se ele sabia onde eu estava. Eu sabia disso porque havia visto. Charlie fazia de propósito. Seu objetivo era fazer Harry confessar seus sentimentos por mim.
-O que você tem que fazer é ignorá-lo e sair com alguém que realmente represente alguma ameaça. – ele me explicou. – Como eu! Apenas ignore-o por dois ou três dias. Ele vai pensar que está te perdendo e vai vir falar com você. Esteja preparado porque não vai ser uma conversa fácil. Ele vai chegar em você com todas as suas armas e feitiços.
Eu não sabia se estava funcionando, mas fiz o que Charlie disse. Ele me explicou que Hermione não era uma ameaça para Harry porque ela era do gênero errado. Mas com Charlie as coisas eram diferentes. Pra começar, eu realmente me sentia atraído por ele. E por outro motivo, ele era bem melhor ator que Hermione.
Porém, nós não nos beijávamos. Ele queria causar uma boa impressão para Dumbledore e não queria arruinar isso por ter saído com um aluno. Eu disse a ele que ele não seria meu professor, já que ele só começaria a ensinar no ano seguinte. Mas ele não se importou. Apesar de suas travessuras, ele era um cara responsável.
Mesmo sem os beijos e os amassos, conseguimos fazer Harry realmente ficar louco. Ele estava com ciúmes não somente porque eu e Charlie podíamos ser um casal, mas porque podíamos ser amigos também. Harry e eu tivemos grandes dificuldades em nos transformarmos em amigos. Mas Charlie e eu não tínhamos nenhuma, e aquilo o estava matando.
Charlie fez piada disso. Ele disse que nós podíamos ser amigos pelo simples fato de ele ser o melhor domador de dragões que existia. Hahaha. O bastardo havia feito uma piada usando meu nome. Eu não ri, é claro. Havia sido a coisa mais idiota que já havia ouvido.
De qualquer maneira, Harry tentou falar comigo um dia, quando estava saindo da aula de Poções. Eu disse a ele que estava ocupado e que poderíamos conversar mais tarde. Eu estava frio e contido. De uma maneira, eu me odiava por estar fazendo aquilo com ele, mas estava cansado.
Ele me fitou como se eu tivesse enlouquecido.
-Você sempre teve tempo pra mim. –ele sussurrou.
-Bem, as coisas mudam...
-Mas...
-Estou atrasado pra próxima aula. Podemos nos falar mais tarde. Ah, espere! Mais tarde eu vou para Hogsmeade com Charlie. Nos falamos em outra hora. Sinto muito. Nos vemos por aí.
Ele parecia tão perdido que eu quase mandei tudo pro inferno. Eu queria abraçá-lo e beijá-lo.
-Olha, Draco. Eu sei que você está com raiva de mim por causa da Cho, mas...
-Eu não me importo.
E eu o deixei sozinho. Foi a coisa mais difícil que tive que fazer na minha vida.
------------------- # --------------------
No dia em que Charlie foi embora, choveu. Eu fiquei triste porque havia perdido um grande amigo, mesmo que ele fosse um Weasley. Eu realmente gostava daquele cara. Ele prometeu que manteria contato e enquanto eu o via ir embora, fiquei por mais algum tempo na chuva. Eu sempre amei a chuva. Não me importava que estivesse um dilúvio; era gostosa a sensação de tê-la tocando minha pele como uma amante exigente. Eu gostava bastante daquela sensação. Também me fazia lembrar de uma canção chamada Kiss The Rain, de Billy Myers. Beije a chuva... melhor ainda seria beijar Harry na chuva. Seria erótico.
Quando voltei para meu quarto, estava ensopado. Tirei meus sapatos e camisa, e estava a ponto de tirar o restante das roupas, quando percebi que Harry estava sentado na minha cama, me olhando com uma mistura de luxúria e ódio. Enquanto ele se levantava e caminhava na minha direção, eu engoli em seco. Eu nunca havia visto Harry daquela maneira. Ele estava tão determinado. A fazer o quê?
Porém, não tive muito tempo para pensar naquilo. Ele me pegou e prendeu minhas mãos na parede. Senti seu hálito acariciar meu rosto e sua ereção tocar a minha. Lá estava eu, completamente molhado, desejando-o, e ele estava esfregando seu corpo contra o meu, até me enlouquecer.
Eu tentei beijá-lo, mas ele me provocava, se afastando cada vez que eu ameaçava me aproximar. Ele só permitiu que nossos lábios se tocassem por um breve momento, e depois recuou. Eu grunhi, frustrado. Ele estava me provocando. Naquele momento, ele não era mais o Harry Potter inocente que eu havia conhecido. Aquele Harry já havia partido há tempos. Eu amava o outro Harry, mas esse... Esse Harry me fazia queimar. Deus, eu estava em chamas... Eu queria sentir suas mãos por toda parte do meu corpo.
-Quem é você? –eu ousei perguntar.
-Shush... –ele murmurou.
Tudo bem. Sem conversa. Ele não queria conversar. Por mim estava ótimo! Nós não precisávamos conversar. Podíamos ir direto ao assunto. Estava disposto àquilo. Ele desabotoou minhas calças e tirou-as, se ajoelhando à minha frente. Eu não conseguia tirar os olhos dele. Ele estava tão maravilhoso. Me esqueci totalmente de Charlie. Naquele momento, Charlie nem se comparava ao meu Harry. Sim, ele era meu! Eu fui seu primeiro, tinha todo direito de chamá-lo de 'meu', mesmo que isso soasse possessivo. Eu era possessivo. Eu era um Malfoy.
Ele correu sua língua pela extensão do meu pênis. Eu perdi o equilíbrio quando ele o fez. Minhas pernas simplesmente cederam. Harry me pegou em seus braços e me levou para a cama. Eu sabia o que viria a seguir. Ele iria me possuir. E eu não estava errado. Ele realmente me possuiu. Mesmo que eu tivesse jurado a mim mesmo que não seria passivo, que sempre gostei de ser o ativo, eu deixei que ele me possuísse.
Doeu um pouco. Eu estava fora de prática naquele campo. Mas mesmo sendo quente e selvagem, Harry foi gentil e doce. Enquanto ele se movia dentro de mim, ele murmurava quão importante eu era pra ele e o quanto ele me queria. Eu enlouqueci. Achei ter ouvido fogos de artifício em algum lugar.
-Você é meu. –ele murmurou. –Você é meu... me diz que você é meu.
-Eu sou seu. –murmurei de volta. –Sou todo seu.
Honestamente, ele nem precisava perguntar. Eu já era dele há muito tempo.
Eu deixei que ele fizesse comigo o que quisesse, e ele não me desapontou. Seus beijos queimavam meus lábios e me faziam implorar por mais. Meu corpo estava à sua disposição. Lá estava eu, estirado na minha cama, meus olhos perdidos de deslumbramento, sendo possuído por Harry Potter. Eu estava fazendo sons que nunca pensei existir. E ele adorava ouvi-los, podia dizer só de olhar nos olhos dele, cheios de prazer. Algumas lágrimas corriam dos meus olhos, mas não eram de dor. Era apenas prazer demais para aceitar de uma só vez.
Fizemos amor por toda a noite, trocando de posição, inventando nossas próprias, mapeando nossos corpos com algumas marcas de amor. Lá pelas 4 da manhã, nós estávamos exaustos. Eu não tinha forças para mais nada a não ser rodear a cintura dele com meu braço. Ele me deu um último beijo carinhoso. Eu realmente queria tê-lo beijado de volta, mas estava muito cansado. O ouvi me chamar, mas não respondi. E, finalmente, caí no sono.
--------------------- # ----------------------
-Harry?
Eu acordei bem desorientado. Eram quase dez da manhã. Harry não estava ao meu lado e eu me desesperei. Depois de uma noite tão perfeita ele não podia ter feito aquilo comigo! Ele não podia ter me deixado daquele jeito. Nós tínhamos tanto o que conversar. Ele tinha muito o que me dizer. Ele tinha! Eu sabia que ele me amava. Ele não podia ter feito amor comigo se não estivesse apaixonado por mim. Eu apenas sabia. Eu não estava errado. Por favor, não me deixe estar errado.
Ouvi um barulho no banheiro e suspirei em alívio. Ele ainda estava aqui. Deus, por um momento eu pensei que tudo estivesse perdido para sempre. É, eu sei que estava sendo melodramático, mas não podia evitar. E isso era uma droga.
Nu, eu caminhei até o banheiro, onde o ouvi abrindo o chuveiro. O observei por um instante, a água descendo por seu corpo, como uma combinação perfeita. Eu acompanhei uma pequena gota correr por sua barriga e cair em sua ereção. Involuntariamente, eu gemi. Queria ser aquela gota. Foda-se a gota, Draco! Eu queria ser a água. A água estava por todo seu corpo e a gota não. Ela se alocava em um lugar muito interessante, porém... e a gota era parte da água... quero dizer, gota, água, qual a diferença? Não fazia sentido. Claro, Harry Potter estava bem na minha frente, nu, molhado e pronto para a diversão. Não era de se esperar que não estivesse fazendo sentido algum!
-Posso me juntar a você? –perguntei, fazendo-o me olhar com surpresa.
Eu percebi que ele começou a respirar pesadamente e seu pomo de Adão movia-se para cima e para baixo. Foi o bastante. Entrei no chuveiro, não esperando por uma resposta sua. Tomei o sabonete em minhas mãos e comecei a ensaboá-lo. Ele moveu sua boca para perto da minha. Eu o beijei; não havia nada mais que pudesse fazer. No momento em que seus lábios tocaram os meus, eu perdi a noção da realidade.
Ele me fez seu novamente e eu não reclamei.
----------------------- # ------------------------
Nós voltamos para o meu quarto e Harry bocejou.
-Eu não dormi a noite passada. –ele explicou, se deitando na minha cama para descansar.
-O que quer dizer? Você não dormiu nada?
-Não. Fiquei acordado a noite toda.
-Por quê? –perguntei, enquanto colocava minhas roupas.
-Não sei.
-Harry... –comecei, com preocupação na minha voz. Então, eu parei.
O que eu estava fazendo? As coisas não estavam boas entre nós, não importava o quão perfeito eu havia me sentido na noite passada. Ele havia estado com Cho Chang, me traindo. Ou talvez ele a estivesse traindo comigo. Era tudo uma grande bagunça que eu não sabia por onde começar. E ele tinha muito que explicar!
-O que diabos Cho Chang estava fazendo lá naquele dia? –perguntei, enraivecido.
Harry suspirou.
-Aquele encontro estava marcado há muito tempo atrás.
-O que? Você pretendia ao menos me contar? Eu tinha o direito de saber, Harry!
-Eu sei que tinha. Mas eu me esqueci.
-Esqueceu? –eu estava tão irritado que quase engasguei. Aquele idiota! –SAI DAQUI! Cai fora!
-Draco...
-Não, Harry! Eu estou cansado disso! Eu não sou seu brinquedinho! Se você ainda não percebeu, eu te amo!
-Até parece que ama! E quanto ao Charlie? Quero dizer, pra alguém que diz que está tão apaixonado por mim, você se esqueceu bem rápido quando começou a sair com Charlie! Mal passou um dia e você já estava nos braços dele! –Harry acusou. –Que tipo de amor é esse?
-Você estava com ela.
-Não, não estava. E isso não é desculpa.
-Charlie e eu somos amigos, Harry.
-É, com certeza.
Eu perdi a paciência.
-É você quem me deve uma explicação, Potter!
-Cho e eu somos amigos.
-É, com certeza.
Aquilo era tão ridículo.
-Isso é ridículo! Eu estou falando a verdade, Malfoy. Eu realmente sinto muito não ter mencionado sobre meu encontro com ela, mas eu estava sendo honesto quando disse que não me lembrava dele! Nosso relacionamento não me dava tempo para pensar em nada além de nós dois!
Relacionamento? Hummm... Será que finalmente estávamos indo a algum lugar?
-O que quer dizer com relacionamento?
-Quero dizer que... eu... bem, nós estamos tendo um relacionamento, não estamos? Não há mais porque negar.
-Você fez isso muito bem e quase me levou a loucura no processo. Era você quem estava em negação, quer você queira admitir ou não!
-Eu não estava em negação. Não estou!
Eu o fitei.
-Tudo bem, talvez eu não estivesse preparado para sair do armário assim de repente. Mas isso não significa que eu estava em negação!
Eu o fitei novamente.
-Merda! –ele xingou. –Eu estava com medo, tudo bem? Estava com medo de tudo! Mas, acima de tudo, estava com medo de que você se cansasse de mim. Você tem uma certa reputação pela escola, Draco! As pessoas dizem que você é frio e que seus relacionamentos não duram! Que você constantemente troca de parceiros e que você é especialista em partir corações alheios. Então, eu estava assustado. Me processe!
Nossa! A maneira como ele disse aquilo... fez com que eu me sentisse como uma prostituta. Eu não era assim! Eu era bem seletivo quanto aos meus parceiros e não havia aprontado com todos eles. Honestamente, eu só havia dormido com dois garotos e uma garota em toda minha vida. Harry era o terceiro. Então, eu havia saído com muita gente. Mas não havia dormido com todas elas! E sempre havia deixado claro que não estava procurando por amor. Eu já havia encontrado e um dos motivos pelos quais eu saía com tantas pessoas era para esquecer meus sentimentos por Harry. Eu não tinha escolha a não ser explicar aquilo a ele. Ele pareceu não acreditar em um primeiro momento, e então eu o mandei para o inferno.
-Desde quando você me ama?
-Desde sempre! Mas só admiti para mim mesmo recentemente.
-Quando exatamente?
Argh! Como eu queria chutá-lo.
-Quando, Potter? Quando começamos a andar juntos.
-Você dormiu com Hermione?
Por que ele estava fazendo aquele interrogatório?
-Eu nunca dormi com ela. Você deveria conhecer melhor sua amiga, Potter! Ela nunca faria algo assim!
-Eu sei. Ela me disse.
-Então por que perguntou?
-Eu não sei. –ele deu de ombros.
Cerrei meus punhos.
-Me explique sobre a Cho Chang. O que ela representa pra você?
-Eu já te disse, ela é uma amiga! Eu tinha uma queda por ela, mas já acabou. Acabou há um tempo já. Ela era loucamente apaixonada por Cedrico, apesar do que você pensa. Nós saímos duas vezes no passado e percebemos que não iria dar certo. Decidimos ser amigos. Eu estava magoado, mas então comecei a reparar em você e...
-Desde quando?
-Desde quando o que?
-Desde quando você começou a reparar em mim?
-Eu não sei. Ano passado, eu acho. Após a derrota de Voldemort. Você estava diferente. Me intrigava.
Eu o intrigava. Isso era uma coisa boa, certo?
-E?
-E quando você veio falar comigo naquele dia, na biblioteca, eu senti alguma coisa... não sabia o que era, mas eu havia gostado. Foi por esse motivo que aceitei seu desafio. E foi por isso que te beijei. Mas, sabe, eu não estava preparado para lidar com isso. Estava confuso. A maneira que você me fazia sentir... não havia sentido nada igual antes. Nem mesmo Cho havia sido capaz de despertar esses sentimentos. Não apenas isso, mas após a morte de Hagrid, tudo o que eu queria era ficar sozinho. Eu não queria sentir mais nada, e você me fez sentir. Eu te odiava por isso.
Eu engoli em seco e olhei para baixo. Talvez ele nunca superasse o fato de ter sentimentos por mim. Ele iria me odiar para sempre. Não havia nada que pudesse fazer.
-Eu sabia que você estava mentindo sobre Dumbledore.
Olhei pra cima.
-Eu não estava mentindo. –é, tá bom.
Harry sorriu delicadamente.
-Sim, você estava. Dumbledore estava te cobrindo, mas eu sabia a verdade. Ele nunca faria você me ajudar, Draco. Até onde todos sabiam, você era apenas meu inimigo e me odiava. Porém, eu não me importava. Eu gostava de ter você por perto. Disse a mim mesmo que podíamos ser amigos. Eu queria ser seu amigo, só Deus sabe o porquê.
-Bem, obrigado. –disse, amargamente.
-Não me entenda mal. Você foi horrível comigo por anos.
-Eu sei. –olhei para baixo novamente. Droga!
-O problema é que havia muitas coisas não resolvidas entre nós. Não apenas ódio, mas algo nasceu da chamada amizade. Algo mais forte. Eu fiquei assustado, como sempre. Eu sou uma droga de um covarde. De qualquer maneira, a amizade não funcionou porque nós não éramos amigos. Não exatamente. Eu queria você e você me queria. Que tipo de amizade era aquela? A primeira vez que brigamos, eu realmente fiquei com raiva de você, mas, acima de tudo, fiquei com raiva de mim mesmo. Eu estava um caco, Draco. Você estava me ajudando naquele departamento. Eu não me importava comigo e com a minha vida. Depois que derrotei Voldemort, nada mais fazia sentido pra mim. Tantas pessoas haviam sido mortas e eu me sentia responsável. Então, as pessoas seguiram com suas vidas e eu não pude. Não consegui. E eu não entendia como elas podiam. Então você surgiu e me fez esquecer a dor.
-Ah, Harry...
Eu sentei ao seu lado e segurei uma de suas mãos.
-Quando fizemos as pazes, tudo parecia estar entrando nos eixos. Mas eu já estava condenado. Eu te queria tanto que até inventei aquela regra idiota. Não pude acreditar quando você concordou com ela. Você devia estar bem desesperado. –Harry fez piada por um momento.
-Ah, eu estava. –confessei. Não havia mais motivo para esconder nada. Harry estava abrindo seu coração pra mim. O mínimo que podia fazer era confessar meus medos também. –Eu estava tão desesperado que aceitaria qualquer coisa que você oferecesse. Claro que não ajudava o fato de você me deixar excitado com suas inocentes massagens!
Harry deu um sorrisinho.
-Eu juro que não era de propósito.
-Eu acredito em você, Harry.
Harry acariciou meus cabelos lentamente e eu me senti ronronar como um gato.
-Aquela regra foi a destruição do meu já frágil auto-controle. –ele continuou. –Eu não sei como consegui ser um idiota por tanto tempo ou como você tolerou aquilo tudo. Te beijar era uma tortura. Uma boa tortura! –ele completou, rapidamente. –Eu adorava te beijar e não deixava que você me tocasse porque tinha medo de perder o controle. Como disse antes, você me assustava. Meus sentimentos me assustavam. Mas eu percebi – eventualmente – que só estava adiando o inevitável. Era inútil lutar contra isso. Você estava magoado, eu podia sentir toda vez que nos beijávamos. Você queria mais e eu era muito covarde pra te dar isso. Aquele dia em que eu acordei com você me abraçando e me chamando de 'meu amor'...
-Eu não te chamei disso! –eu menti.
-Chamou sim, eu ouvi!
-Você estava dormindo!
-Você me chamou de amor, não chamou? –Harry perguntou, com um grande sorriso nos lábios.
Que ele vá pro inferno!
-Sim. –confessei, secamente.
Harry me beijou na bochecha.
-Você fica tão adorável quando está irritado.
Eu o fitei, me sentindo ultrajado. Bem, pelo menos ele me achava adorável.
-Então nós nos tocamos, e fizemos amor e uau. Aquela noite foi tão... maravilhosa. Sinto muito pela falta de palavras. Não sou bom nisso.
-Você está indo bem.
-Bem, não importa. Porque Charlie apareceu e arruinou tudo.
-Não. Cho Chang apareceu! Foi ela quem arruinou tudo!
-Se você tivesse me deixado explicar antes...
-Parecia óbvio demais, Harry! De qualquer maneira, o que ela estava fazendo naquela sala afinal?
-Ron. Ele pegou o Mapa do Maroto e me encontrou lá.
Ah, sim. O mapa legal que Harry tinha. Devia ter pensado nisso antes.
-Ainda assim, o que ela queria com você?
-Nada demais. Nós havíamos combinado de nos encontrar uma vez ou outra pra batermos papo. Ela me disse que havia encontrado alguém e que estava muito feliz com sua namorada.
-Namorada?
-Sim. Ela está namorando uma mulher.
Eu gargalhei. Não consegui evitar. Graças a Deus! Cho Chang gostava de garotas! Sim!
-O que você disse a ela sobre mim? –perguntei.
-Eu disse a ela que...eu, bem, eu...
-Fala logo!
-Primeiro, me diz o que você sente por Charlie. Vocês pareciam bem íntimos.
-Eu gosto dele como amigo. Ele é engraçado. E é legal para um Weasley. Mas eu não o amo, se é isso o que você quer saber. Meu coração já tem dono. Achei que já estivesse bem claro que eu te amo. E eu realmente sinto isso, Harry. Eu faria tudo por você.
Ele sorriu e me beijou. Eu estava tão feliz que não conseguia descrever. Ele estava a ponto de confessar que me amava também, eu sabia. Eu tinha tanta certeza que meu coração quase parava de bater. Percebi que suas mãos estavam suadas e seu coração estava batendo tão rápido quanto podia. Esperei pelas palavras e...
Alguém bateu insistentemente na porta. Era Snape e atrás dele estava um homem careca com uma horrível cicatriz em seu rosto. A cicatriz de Harry era charmosa. A daquele homem era apenas assustadora. Vi o distintivo em suas vestes e meu sangue congelou. Ele era um Auror. Aquilo não podia ser bom. Snape estava me olhando com pena e preocupação.
-O que está acontecendo? –Harry perguntou.
Snape o olhou com asco e então me fitou com tristeza.
-Esse homem trabalha para o Ministério.
Eu sei, eu sei! Vamos logo com isso!
-Draco Malfoy, você está preso. –o auror anunciou, placidamente.
Continua...
Oh, eu disse! Eu disse! Quem me conhece e falou comigo no MSN sabe que eu disse, disse, disse! Que essa fic tinha uma das viradas mais loucas que eu já havia lido em toda minha curta vida de leitora de Harry Potter na época. Mas, não posso entrar em detalhes no momento, aguardem pela semana que vem. Humm...prêmio para quem revisar? Direito de levar a Cho para passear...até o Salgueiro Lutador...ha ha ha, o que acham?
