As Aventuras dos Tão: NADA LEVARÁ O MEU AMOR

Capítulo 4 – "Herói é o covarde que não teve tempo de fugir"

AUTHOR: Sygotsky e Lady K

NÃO SE ESQUEÇAM DE LER DISCLAIMER, DEDICATÓRIA E AVISOS DE FUNDAMENTAL IMPORTÂNCIA NO CAP 1. DEPOIS NÃO DIGAM QUE NÂO AVISAMOS.

Agradecimentos a TRexton, Lady, Chocolate, aos patrocinadores Motorola, Materiais de Construção Du Karmo, Toddynho, Cajá Pizza, Avon, Instituto Universal Brasileiro, Tok Stok, Bayer (fabricante dos deliciosos e irresistíveis Sonrisal sabor laranja e também sabor limão), óleo de rícino, capacetes Bate-Bate, emborrachados Vai-e-Volta, revista Comigo, Minojo, rações Burrina, Associação de touros Ferdinando, plano de saúde Silver Cross.

Mais disclaimer: Bob Sponja e Obi Wan Kenobi não são nossos.


Nessa Reinehr – Não adianta pintar o cabelo. Vc tem razão. Essa cachorrinha cuja dona é a K (se eu colocasse diferente daria margem a outra interpretação) é tratada como rainha. Mas não é que a danada ganhou mesmo o tal mordedor? E a Purina não enviou o prêmio?

Rosa – Se houvesse uma forma eu não deixaria você ler mais essa fic. Você é muito sensível e uma hora vai ter um treco. Não quero me sentir culpada. Não finja que não sabe quem abomina cebola.

Cris – Cebola de qualquer tipo e cor é nojenta. Por mim custaria mais de mil euros a grama. Devia ser exterminada. E para quem diz que comida sem essa coisinha nojente chamada cebola não presta, a Cris é testemunha viva de que não é verdade.

Maga – Calma. Vou te dar a receita pra ler a fic no emprego e não dar bandeira. Quando perceber que vai ter um acesso de riso (coisa que não entendo o motivo, já que a fic é séria) começa a tossir muito. As pessoas vão te acudir e quem sabe você consegue até dispensa.

kakau – O mistério do antídoto só o tempo dirá. Isto é, se nossos heróis sobreviverem porque a situação está indo de mal a pior. Torça por eles.

Cláudia – Você salvou o capítulo 3 e eu agradeço imensamente. Não tô brincando não. Seu review foi o que precisavamos pra ter a idéia de como começar o capítulo. Obrigada mesmo. Depois daquele pesadelo com o Lord vc deixou definitivamente de comer aquela coisa ruim que começa com C e termina com ebola né?


Em algum lugar na América...

"Não vou, não vou, não vou." – com expressão emburrada e braços cruzados, Melão batia o pé levantando poeira.

"Comporte-se." – repreendeu Margarida – "Sua florzinha do campo está em perigo e você não quer ajudar?"

"E por que eu? Vai você. Afinal seu marido também está em perigo."

"Nós não estamos falando disso! Não mude de assunto."

"É o mesmo assunto."

"É?"

"É."

"Preste atenção, Melão. Verônica e João precisam de nós e você sabe que discutir comigo só nos fará perder mais tempo. Agora feche os olhos."

"Pra que?"

"Fecha logo, droga! Que sacola!"

Mesmo hesitante, o rapaz obedeceu.

"Agora, concentre-se em minha voz." – Margarida fez uma pausa –"Imagine sua flor do campo." – Melão sorriu – "Aqueles olhos, os cabelos, a pele, a boca..." – o rapaz abria cada vez mais o sorriso - "Comidinha caseira, vocês no parque de mãos dadas com as crianças..."

"Sim." – ele murmurou feliz.

"E então vocês voltam para casa. Dão banho nos filhotes, colocam na cama e enquanto você tranca a casa ela vai tomar um banho com sais aromáticos."

"Sim... Ai... Ummmmm... Isso..."

Margarida franziu a testa e aproximou-se do rapaz, sussurrando em seu ouvido.

"Agora imagine ela saindo do banho..."

"Sim... Ai... Ummmmm... Isso... Magavilha..."

"Usando aquele minúsculo traje em duas peças de couro que você adora."

"Uau! Continua!"

"Ela se aproxima lentamente com desejo no olhar."

Melão apertava os olhos e mordia os lábios.

"E você a toma nos braços..."

"SIM!" – o jornalista estava em fogo.

"Agora imagine..."

"CONTINUA! NÃO PÁRA! TO QUASE LÁ!"

"...QUE VOCÊ PODE PERDER TUDO ISSO E EU POSSO FICAR SEM MEU JOÃO." – Eduardo deu um pulo quando Margarida deu um grito em seu ouvido.

"Tá, tá, tá. Me convenceu. Apenas me lembre o que precisa ser feito."

"Ok. Um dos herdeiros do segredo secreto era um peão de rodeios que faleceu recentemente. Como ele não tinha família enterrou o papel com o nome do primeiro ingrediente no meio da arena. Mas estamos no fim de semana do rodeio anual e não podemos perder tempo. Então a única forma é entrar e cavar. Isso durante o rodeio."

"Isso é fácil."

"Enquanto eu cavo, você se disfarça de histrião e atrai a atenção do touro..."

"His o que?"

"Bufão, bufo, pelotiqueiro, truão..."

"Fala direito."

"PALHAÇO."

"Espera aí! Mas por que eu tenho que ser a isca enquanto você fica com a parte fácil?" - indagou melão franzindo a testa e arqueando a sobrancelha.

Margarida pensou por alguns instantes.

"Ai cunhado, você faz cada perguntinha cretina, hein? A resposta é óbvia! Você já viu alguma mulher na arena bancando o palhaço?"

"É... não" - respondeu melão indeciso.

"Então! Os touros sabem que as mulheres são pessoas do bem e que não admiram a selvageria dos rodeios. Por isso, quando eles vêem uma mulher na arena, nem ligam! E é por isso que EU tenho que cavar enquanto VOCÊ distrai o bicho, ora!"

"Tá! Mas só tenho o macacão emborrachado e o capacete. O touro de hoje é muito feroz?"

"Claro que não. Um tal de Trex Tresloucado. Calmo como o próprio nome diz. Mas não se preocupe. Como sou sua cunhada preferida..."

"...e única..."

"...Providenciei algumas coisinhas para que Verônica não fique viúva. Aqui está." – Margarida abriu a sacola de compras de muambeira paraguaia – "Colete a prova de balas, cones do departamento de tráfego, apito, plano de saúde silver cross, protetor de orelhas, protetor de dentes, protetor das partes altas, protetor das partes baixas, botas reforçadas anti-derrapantes, renew luminosity efeito lifiting (lançamento) – ops, desculpe. Esse é meu – continuando...relógio que funciona até 100 mts de profundidade, joelheira, cotoveleira, munhequeira, escudo, barrinhas de cereais. Depois disso você coloca a fantasia por cima."

"Certo. Vou me trocar."


Enquanto isso na Casa da Árvore...

"Ai, meu coração! NNNNNÃÃÃÃÃOOOOO." – gritou Jorge C em desespero.

"O que foi Jorge? Eles pioraram?" – Artur estava em pânico.

"Eles quem? Ah, não." – o cientista, ex-presidiário, biólogo, médico, perfumista, e futuro veterinário estava abespinhadiço, abespinhado, aborrecido, abrasado, abraseado, acalorado, aceso, aflito, afrontado, afuazado, agastado, alterado, amofinado, amolado, amuado, aperreado, apoquentado, aporreado, aporrinhado, arreliado, assanhadiço, assanhado, atormentado, azucrinado, bramoso, colerado, colérico, emburrado, encolerizado, enervado, enfezado, enfurecido, enfuriado, enraivado, enraivecido, enviperado, escabreado, escamado, espinhado, estramontado, exacerbado, exagitado, exaltado, exasperado, furioso, genioso, indignado, infenso, iracundo, irado, irascível, irritadiço, irritado, mal-humorado, marfado, mortificado, nervoso, piçudo, possesso, raivoso, ranzinza, revoltado, revolto, zangado.

"Mas conte o que houve?"

"Lembra do cãocurso?"

"Claro. Meus dedos estão doendo de tanto votar na Leidi."

"Pode parar então. O aranha, arara, babaca, babão, babaquara, badana, basbaque, bobo, bobó, boboca, bocó, bufão, coió, débil, estúpido, idiota, imbecil, leso, lorpa, mané, maninelo, molongó, paca, pacóvio, palerma, papalvo, parvo, pascácio, paspalhão, pateta, patinho, pato, patola, soronga, sorongo, tabaca, toleirão, tolo, tongo, tonto, truão deixou a leidi em rabagésimo lugar."

Somuilindo arregalou os olhos por trás dos óculos de aro fino.

"Nossa! Neste caso não tem prêmio."

"Tem. O último colocado não tem prêmio, mas a rabagésima, que é mais lá atrás que o último ganha uma porcaria de um mordedor. Leidi queria morder a ração do primeiro colocado e não um mordedor fajuto. Minha Leidi é uma dama."

"Calma Jorge, é melhor você se distrair com uma coisa mais tranqüila... Como eles estão?"

Jorge alisou a barba loira avelã com olhar pensativo.

"Estão piorando rápido, Artur. Acho que a sinápse vertical ondulada das ondas transversais continuas estão sendo afetadas."

"Por favor, não use essa linguagem científica, traduza."

"Lembra-se daquele episódio do nosso seriado preferido 'O Mundo Não Encontrado?'"

"Qual deles?"

"Londres te Chama?"

"Quer dizer que?" – o bondoso senhor entendeu de imediato.

"Sim...Eles estão presos em seu proprio sonho."


Enquanto isso em algum lugar na América...

Trajando sua discretíssima roupa de artista que, em espetáculos circenses ou em outros, se veste de maneira grotesca e faz pilhérias, pantomimas e momices para divertir o público (vulgo palhaço) Eduardo Melão Tão adentrou a arena, sabendo que em suas mãos estavam a vida de seu melhor amigo e de sua alma gêmea, seu amor, aquela que, além de filhinhos lindos, havia dado rumo a sua vida ao lhe presentear com um GPS (Sistema de Posicionamento Global) de alta precisão no aniversário de um ano de casamento.

A multidão levantou-se aplaudindo entusiasmadamente.

Quando avistou o amigável bovino vindo em sua direção, o rapaz murmurou palavras que o confortavam e lhe davam forças.

"Flor do campo, flor do campo, flor do campo..."

Apesar da aparência esteriotipada, o touro era apenas mais uma vítima do mundo selvagem dos rodeios. Pesando 354 kg distribuídos em puros músculos enriquecidos com anabolizantes bovinos e exercícios com direito a personal trainer, com chifres firmes em bem pontudos com cerca de 3 metros cada, olhos vermelhos bufantes de raiva e pele tão grossa que lembravam o couro de um dinossauro, por baixo de tudo isso batia um coração sensível e amoroso. Incompreendido pelas multidões eufóricas. Trex Tresloucado apenas agia como o exigiam, apesar de na intimidade, ser um touro culto e amante da literatura clássica. Entretanto, naquele momento, apenas cumpria com o dever para o qual era remunerado...

Quando o bicho acelerou ainda mais aproximando-se rápido, Melão fechou os olhos entoando um melódico cântico mântrico.

"Ai mamãe, ai mamãe, ai mamãe..."

PPPPPAAAAAMMMMM!

Com reflexos de um felino, o rapaz voou exatos oito metros, quarenta e dois centímetros e trinta e um milímetros (novo recorde do guiness) ao ser atingido pelo apêndice ósseo presente na parte superior da cabeça de muitos ungulados; não ramificado e revestido por uma bainha rígida de ceratina (vulgo chifre, binga, chavelho, galho, guampa, guampo, haste), aterrisando no lombo do bovídeo. Foi neste momento que o dócil e encantador animal ficou ligeiramente nervoso – claro, era macho e essa montada foi entendida como uma afronta à sua masculinidade toril - e começou a pipocar, o que gerou em nosso herói uma dúvida atroz. Agarrar-se ao rabo ou às orelhas? Na dúvida, segurou nos dois (por favor, não perguntem como porque isso é informação altamente confidencial).

Quando o bicho descia, o corpo do jovem subia e quando o bicho subia, Melão descia. Neste momento (quando ele descia) agradecia silenciosamente à cunhada Margarida, em especial por esta ter pensado principalmente nos protetores das partes baixas.

E heroicamente lá ele ficou. 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8...

"Segura, peão! Rapadura é doce, mas num é mole não! Melão leva coice, mas não cai do boizão!" - Anunciava o locutor - "PODE DESCER DO TOURO, MEU JOVEM." – Gritou o locutor da festividade Obi Wan Kenobi, já sem frases toscas pra ficar rimando.

Mas Melão continuou não 8, nem 10, nem 20, nem 30 segundos, mas um minuto inteiro antes que o touro entregasse os pontos e deitasse esbaforido, completamente exausto e com a língua de fora no meio da arena. (O animal não foi maltratado. Para se recuperar do cansaço foi encaminhado a um hotel 5 estrelas para touros onde está sendo tratado como um rei)

O público enlouqueceu aclamando, aplaudindo, celebrando, decantando, enaltecendo, engrandecendo, exaltando, festejando, laureando, saudando, o destemido jovem (íamos colocar os sinônimos de destemido, mas correríamos o risco de sermos apedrejadas, afrontadas, agredidas, apunhaladas, atacadas, difamadas, enxovalhadas, hostilizadas, improperadas, injuriadas, insultadas, ofendidas, vituperadas, então desistimos).

Timidamente, pois não estava acostumado a ser aplaudido, ainda mais com tanta veemência, ele foi saindo lentamente. Preferia ser mais rápido, mas digamos que naquele momento estava sentindo um certo desconforto especialmente em uma certa parte do seu corpo.

"Conseguiu?" – perguntou ansioso para a cunhada – "Você pegou o papel?"

"Não."

"Como não? Eu quase morri e você não pegou o papel? E agora? Como saberemos qual é o primeiro ingrediente?"

"Eu já sei qual é."

"Mas como se não pegou o papel?"

"Fácil." – o dono do segredo do ingrediente secreto costumava tomar umas cachacinhas e quando isso acontecia, revelava o segredo. Toda a cidade conhece. Só tive que perguntar. Ainda bem, porque fiz minhas unhas ontem."

"E eu quase parto desta para melhor!"

"Não seja dramático, Melão."

"E qual é o ingrediente?"

"Advinha..."

"Que droga, eu não quero adivinhar, só quero sair daqui. Lembre-se que seu João está ferrado também."

Margarida arregalou os olhos.

"É mesmo. O ingrediente é minojo. Algumas pessoas têm tolerância e às vezes até gostam, em especial pessoas que se formaram no mês de fevereiro e estão fazendo vestibular novamente, mas na verdade esse ingrediente tem gosto de remédio."

Ambos sentiram um aperto no peito.

"Isso pode ser pior que veneno. Eles não vão resistir a esse remédio."

"Temos que ser fortes e fazer a nossa parte. Precisamos confiar de que nossas caras-metades nos amam tanto quanto nós a eles e que eles resistirão por este amor."

"Então não percamos tempo. Vamos pegar o ônibus para..."

CONTINUA...

R-E-V-I-E-W! R-E-V-I-E-W! R-E-V-I-E-W!