As Aventuras dos Tão: NADA LEVARÁ O MEU AMOR

Capítulo 5 – "Não tropeça que a fila anda e não empurra que é pior"

AUTHOR: Sygotsky e Lady K

NÃO SE ESQUEÇAM DE LER DISCLAIMER, DEDICATÓRIA E AVISOS DE FUNDAMENTAL IMPORTÂNCIA NO CAP 1. DEPOIS NÃO DIGAM QUE NÂO AVISAMOS.

Para aqueles que ainda se lembram dessa fic, recomendamos a releitura dos capítulos 1, 2, 3 e 4. Nós mesmas tivemos que reler para lembrar.


Agradecimentos a TRexton, Lady, Chocolate, aos patrocinadores Motorola, Materiais de Construção Du Karmo, Toddynho, Cajá Pizza, Avon, Instituto Universal Brasileiro, Tok Stok, Bayer (fabricante dos deliciosos e irresistíveis Sonrisal sabor laranja e também sabor limão), óleo de rícino, capacetes Bate-Bate, emborrachados Vai-e-Volta, revista Comigo, Minojo, rações Burrina, Associação de touros Ferdinando, plano de saúde Silver Cross, cidade de Óliude, barraquinhas Le Cachorrô Kentê, bicicletas Kaloy, Aerolineas Voando Baixo S.A.

Mais disclaimer: Bob Sponja, Obi Wan Kenobi, King & Kong não são nossos.


Oferecemos este hino de amor ao Choco, que infelizmente, partiu no dia 05 de novembro de 2005. Muitas saudades de seus familiares e amigos, Choquinho! Que você continue brilhando onde quer que você esteja e tenha a certeza de que você é muito amado!

Sei que uma lágrima de dor escorre dos teus olhos
agora e no dia em que o teu irmão se foi, e se afastou
de ti e se aproximou de Deus.
Todavia, dou-te uma nota feliz neste dia tão triste:
Jamais Deus teria sido injusto com os animais!
Por isso, não importa quem está nascendo ou morrendo, há
sempre alguém chamando por ti, então, VIVA!

Agora mesmo, neste exato instante em que choras, teu
bicho estimado segue e evolui...
Brilha na imensidão do espaço e volta, manso, ao seu
aconchego das almas!
Com tua mania racional, teimas continuar duvidando...
Mas nada importa, senão continuar VIVER.

As hostes dos anjos e Francisco
cuidam das luzes em pêlos e
preparam suas patas para uma nova vida.

Enxuga assim teu rosto e acredita!
Fizeste a parte que te cabe neste mundo.
Que um sonho jamais termina num último miado
e nem tampouco se pode calar os latidos de um dia...
Então podemos sonhar novamente...
E VIVER!

É que o Criador adora as suas crias!
E deixa que elas permaneçam sempre vivas,
na memória de quem fica ou mesmo até que um
Novo homem se forme!

Porque os anjos têm asas como as aves.
Porque os homens têm pelos como os bichos.
E todos nós temos alma como Deus!

Seja nos quintais, nas árvores ou nos rios!
Seja nos mares, nas florestas ou nos lares!
De uma vez por todas:
Sempre estaremos VIVOS!"


Rosa – Não fique irritada. Tente manter-se calma. Se não conseguir faça ioga, se ioga não ajudar bata em alguém. E jamais diga que fui eu que te dei esses conselhos ou quem apanha é você.

Nessa Reinehr - A lista de sinônimos tem como principal objetivo elevar a cultura de nossos leitores (é claro que não posso revelar a verdade e dizer que é pra encher lingüiça e aumentar a fic).

Jessica - Claro que é minojo. Aquele mesmo que a gente conhece. Na verdade é a combinação do macarrão gosmento do minojo com aquele temperinho irresistível. Não há nada mais delicioso (lembre-se que minojo é um dos nossos patrocinadores).

Fabi K Roxton - De onde tiramos tanta criatividade? Sei lá. Na verdade escrevemos quando temos uma de nossas crises de loucura. Quer dizer, crises mais fortes porque doidinhas somos o tempo todo.

Maga Marguerite - Sim senhora. Esta é uma fic séria e comovente. Fala a respeito do relacionamento humano com profundidade. Fala também de amor e sacrifício. Buááá. É muito triste. Snif.

Kakau - Como você pode rir Kakau. É uma fic muito dramática. Principalmente esse capítulo. Você não imagina o drama que foi escrever. Haja vista o tempo que levou pra ficar pronto.

Di Roxton - Você é a pessoa mais sensata que conheço ao odiar cebolas. Todos sabem que essa coisinha nojenta, além do mau hálito que deixa, faz um mal danado. Estou lançando minha campanha 'Morte a todas as espécies de cebolas' e conto com você como minha assistente. Caso sobrevivam, João e Verônica darão seus depoimentos como sobreviventes.

Claudia - Na verdade minojo é uma metamorfose trangênico orgânica do quinojo. É mais forte que o quinojo e venenoso se não for usado da maneira correta.

Cris: Tadinho do fofo do Melão. Ele é uma vítima da sociedade, ou melhor da Margarida. E viu como não demoramos nadinha para publicar esse capítulo?


"Presta bem atenção, Margarida." – com olhar agoniado Melão falava com a cunhada – "O nome do próximo ingrediente está nas mãos, ou melhor, no cérebro de ninguém mais ninguém menos do que um dos participantes da convenção do seriado 'O Mundo não Encontrado' que vai acontecer a partir de amanhã naquela cidade de artistas de Óliude. Los Angeles. Então temos que voar para lá e rápido. Por sorte aquele primeiro prêmio do rodeio foi muito bom. Eu preciso com urgência dar um pulinho ao reservado..."

"...Onde?"

"Banco, banheiro, casinha, dejetório, gabinete, latrina, quartinho, sanitário, toilete, WC..."

"Pra quê?"

"Mesmo com toda proteção aquele touro deu uma sacudida aqui nas partes baixas e tenho que colocar umas coisas no lugar... mas isso não importa." – Melão abriu a sacola que carregava e mostrou o conteúdo. Milhares de reais, em notas de um real e mais uma sacolinha menor de supermercado cheia de moedas – "Enquanto isso pegue esse dinheiro e vá comprar as passagens. Tem o suficiente pra você comprar passagens de ida e volta pra nós dois na classe executiva onde teremos: poltronas confortáveis, telas de vídeo individuais, e o cardápio, que tem como principais características a leveza dos pratos e a utilização de ingredientes naturais. O cardápio conta com a consultoria gastronômica do renomado chefe francês nascido em Campo Grande, Jean Paolo Manoel, proprietário das barraquinhas Le Cachorrô Kentê."

"Pode deixar. Não se preocupe com absolutamente nada. Margarida Cruz Tão será rápida e eficiente. Nos encontramos no portão de embarque."

E lá foram os dois em direções opostas. Melão caminhando ligeiramente inclinado e com as pernas abertas (Snif, tadinho) em direção ao banco, banheiro, casinha, dejetório, gabinete, latrina, quartinho, sanitário, toilete, WC e Margarida caminhando imponente até o balcão de atendimento das Aerolineas Voando Baixo S.A.


Enquanto isso, nos sonhos dos enfermos irmãos Tão...

"Droga, mana." – Disse Roquis Tão esbaforido – "Estamos pedalando há horas e ainda não chegamos."

"Eu sei e nem sinal do lugar." – respondeu Verônica tão sem fôlego quanto o irmão que parou repentinamente.

"Desce dessa bicicleta agora." – estava zangado. A moça obedeceu.

"Há! Há!" – João parecia ter descoberto a pólvora – "Você sabe que eu sou um homem comedido em meus gastos."

"Sei sim. Eu acho isso 'fantastic'."

"Tá aprendendo russo, mana? Traduz porque não entendi nada."

"Só sei essa palavra e quer dizer: 'Admiro essa sua postura diante deste assunto em especial.'"

"Entendi menos ainda."

"Eu também não entendo, mas acho bonita a palavra."

"Voltando à vaca fria, ou melhor, a bicicleta. Existem algumas coisas que não se pode economizar."

"Diga."

"1) Camisinha. Os homens economizam e depois ficam aí com uma penca de filhos pra sustentar."

Verônica ergueu a sobrancelha (vocês escolhem se a direita ou esquerda)

"2) Marca de bicicleta tem que ser Kaloy ou não presta." – João apontou indignado – "Olha a marca dessa porcaria."

"E-R-G-O-M-É-T-R-I-C-A. Ergométrica. Nunca ouvi falar."

"Viu como estou certo? Não é marca de grifo."

"Grifo?" - Verônica ergueu a sobrancelha (Agora vocês trocam. Se escolheram sobrancelha direita no parágrafo anterior agora escolham a esquerda e vice-versa)

"É, tonta." – João estava impaciente – "Coisa de marca boa."

"Desculpe." – A loira abaixou a cabeça envergonhada. Em um átimo de sensibilidade Roquis Tão consolou.

"Mana, eu sou mais velho e por isso mais sábio. Além do mais sou homem e moreno." – desta vez Verônica levantou as duas sobrancelhas simultaneamente – "Você não tem que saber tudo. É só colar na minha aba que você estará muito bem."

"Obrigada, mano. Mas como sairemos desse sonho? Fomos envenenados por aquela coisinha nojenta (vulgo cebola) e agora estamos presos aqui nesse mundo estranho."

"Então, venha comigo."

"Mas aonde você vai?"

"Para o norte, é óbvio."

"Por quê?"

A paciência de João estava acabando. Às vezes ele imaginava que se Verônica não fosse sangue do seu sangue e ainda por cima, membro do sexo frágil, já teria levado uns tapas na orelha pelo menos meia dúzia de vezes.

"Porque todos os lugares ficam no norte."

"Ooooohhhhh!" – A moça permaneceu de boca aberta, Jamais se cansava de admirar a sapiência do irmão.

E lá se foram os dois irmãos, corajosamente prosseguindo em sua caminhada sem destino, sem saber que perigos iriam encontrar e se voltariam algum dia para o convívio de suas veneradas famílias e de seus amados amigos.


Enquanto isso na batcaverna... Epa, digo no salão de embarque.

"Atenção senhores passageiros do vôo de 16 horas sem escalas com destino a Los Angeles. Embarque imediato dos passageiros da 1ª classe e classe executiva."

"Até que enfim." – Suspirou Melão aliviado. O rapaz estava um completo bagaço e as únicas coisas que desejava naquele momento eram uma excelente refeição e dormir esticadinho em sua poltrona de largura 53,34 cm e com 195,6 cm de distância entre as poltronas, ângulo de reclinação maior, indo de 145º para 180º, ganhando portanto posição horizontal, como uma cama de 1,86 metro de comprimento. Ele se levantou da cadeira de espera e colocou-se atrás de Margarida na fila que ia andando rapidamente.

"Boa noite, senhora." – Cumprimentou o gentil bilheteiro – "É um prazer ter a bordo tão bela dama."

"Obrigada." – Sorriu ela passando rápido e estranhamente distanciando-se de Melão, que entregou sua passagem. O sorriso do homem desapareceu como promoção relâmpago de supermercado.

"Senhor, os passageiros da classe extra-econômica são os últimos a entrar."

Eduardo sorriu confiante.

"Desculpe, mas você não leu direito. Minha passagem é classe executiva."

"Não, o senhor é que não leu direito. Olhe aqui em letras vermelhas garrafais. Está escrito. Classe extra-econômica."

"Como é?"

"O homem atrás do senhor tem uma passagem de classe executiva. A distinta senhora que acabou de passar tem uma passagem de 1ª classe e você, mané, tem uma extra-econômica."

A informação atingiu o cérebro do rapaz como uma bomba.

"MARGARIDA! EU VOU TE MATAR!" – gritou ele encolerizado.

"O senhor está ameaçando uma passageira deste vôo? Vou chamar a segurança."

Melão fechou os olhos se concentrando nas únicas palavras que podiam acalmar sua fúria naquele momento.

"Florzinha do campo, florzinha do campo, florzinha do campo." – fez uma pausa e finalmente disse - "Desculpe. Não estou ameaçando ninguém. Nem sei por que disse aquilo. Prometo me comportar."

"Está bem. Então volte e aguarde a chamada da classe extra-econômica."

E Melão voltou ao final da fila. Iria resolver suas diferenças com Margarida, mas aquele não era o momento adequado. Resolver suas diferenças, não, vingar-se... A vingança é um prato que se come frio, como a comida da classe extra-econômica, e ainda estava muito quente.

Então vamos ao embarque do nosso herói. Melão entrou pela porta da frente da aeronave e resistiu bravamente a pular no pescoço de Margarida que, sentada em sua poltrona da primeira classe, refrescava-se com uma taça de champanhe e matava sua fome comendo canapés de salmão da Macedônia.

E lá foi ele. Onde seria seu lugar na classe extra-econômica? E ele foi andando, e andando e andando, e... Já estava cansado de procurar quando finalmente viu seu lugar de descanso.

E agora caros leitores, antes de continuarmos essa narrativa, precisamos que vocês tentem visualizar o local do assento do fofo Eduardo Melão Tão. No avião havia 9 colunas de poltronas divididas da seguinte forma. Do lado direito 2 poltronas, uma na janela e uma no corredor. Do lado esquerdo a mesma coisa, uma na janela e uma no corredor. No meio da aeronave havia 5 poltronas. Uma no corredor da direita e outra no corredor da esquerda. Depois, ao lado dessas, mais uma poltrona em cada lado e, então, a do meio.

E agora, adivinhem onde Melão ficou? Isso mesmo. Última fileira, perto dos banheiros e no meio. Ele acomodou-se (se é que alguém se acomoda em um lugar desses). Ainda restava a esperança de que os lugares a seu lado estivessem vazios. Ledo engano. Eduardo viu aproximarem-se duas mulheres, uma com aproximadamente 150 quilos e a outra com pouco mais de 172,5. Fechou os olhos apavorado. Com sua sorte, elas sentariam a seu lado. Ficou aliviado quando ocuparam as poltronas do corredor, ou seja, os lugares a seu lado ainda estavam vazios. Feliz viu aproximarem-se dois rapazes bem magrinhos (na verdade eles eram irmãos gêmeos de nome King e Kong). E estes sim se acomodaram nas poltronas a sua esquerda e a sua direita. Foi só então que lembrou e comprovou a verdade das palavras sábias do amigo Tribunus que havia estudado filosofia platoense antiga. Ele sempre dizia:

"Meu caro amigo Melão, o fato de ser gordo ou magro nada tem a ver com ser espaçoso. Um magro quando é espaçoso, é muito espaçoso."

Os rapazes ao lado ocuparam sem cerimônia os braços da poltrona, além do mais, eram aquele tipo de homens que quando sentam abrem as pernas em um angulo de quase 90° (Fala sério. Vocês não querem matar os caras que fazem isso?) e Eduardo ficou ainda mais encolhido na poltrona de 43,18 cm de largura (Acreditem, o tamanho da poltrona é verídico). Tentou relaxar e pediu um travesseiro e um dramin à comissária de bordo, descobrindo que essas eram regalias exclusivas de quem havia comprado passagem da classe econômica.

Logo após levantar vôo (é obvio que a parte de trás da aeronave pula mais do que pipoca) começaram a servir o jantar. Quando finalmente chegaram ao nosso herói, que estava caindo pelas tabelas de fome, cansaço e de raiva, a gentil funcionária da empresa perguntou com um iluminado sorriso.

"O senhor deseja para o seu jantar carne, frango ou massa?"

"Massa, por favor."

"Lamento senhor, mas acabou a massa."

"Frango, então."

"O que servi ao senhor a seu lado foi o último."

"Então, carne." – o rapaz conteve-se.

"E para beber?"

"O que você realmente tem ai?"

"Já que perguntou, senhor, como sua poltrona é a última, só sobrou o gelo."

"Manda." – disse conformado.

Faminto, ele abriu a mesinha a sua frente e na posição gafanhoto (sabe aquela posição com os braços e pernas encolhidos em que você mexe apenas as mãos e os pulsos porque não tem espaço para mais nada?) abriu a embalagem de alumínio e lá estava a comida. Pegou os talheres de plástico e atacou o bife. Agora imaginem bife frio de carne de terceira (classe extra-economica) sendo cortado com talher de plástico. O inevitável aconteceu e Melão ficou só com os cabos dos talheres despedaçados, e é claro que o fundo da embalagem de alumínio deixando escorrer o molho pela mesinha, fazendo com que ele finalmente esquecesse a refeição. Apertou o botão da poltrona, que reclinou exatos dois dedos.

E assim correram as 16 horas do rapaz. Sem comer, sem dormir (um dos magrinhos a seu lado sempre o cutucava quando ele conseguia cochilar), tendo como única razão de não esganar a cunhada, o fato de estar em uma missão para salvar seu melhor amigo e sua amada.

Ao finalmente encontrar-se com Margarida na área de desembarque, a mesma declarou.

"Que viagem horrível. Estou absolutamente exausta."

Melão cerrou os olhos e fechou o punho concentrando-se mais uma vez...

"Florzinha do campo, florzinha do campo, florzinha do campo."

CONTINUA...

R-E-V-I-E-W! R-E-V-I-E-W! R-E-V-I-E-W!

Comentários de fundamental importância:

Para aqueles que não acreditam quando dizemos que muitas situações que acontecem nos Tão são baseadas em ocorrências reais, ai vai meu depoimento sincero.

Eu já viajei no mesmo lugar que o Melão, na famosa posição gafanhoto, em vôo lotado. Já peguei vôo em que a poltrona reclinava os exatos 2 dedos (Lady Cris estava no mesmo vôo), já destruí meus talheres de plástico no bife, além de furar a embalagem de alumínio.

A frase da Margarida ao final do vôo após ter viajado bem melhor do que Melão foi dita por minha irmã quando me encontrou no aeroporto. Enquanto ela viajava ocupando três poltronas vazias em um vôo, me fez esperar (porque errou o horário do vôo) das 7 da noite às 5 da manhã sentada no aeroporto naquelas cadeiras de fibra de vidro, em uma cidade onde eu não conhecia ninguém e ainda estava quase sem grana. Ao desembarcar, ela me viu e disse a célebre frase: "Que viagem horrível. Estou absolutamente exausta."

Este é um dos motivos de eu chama-la de Selmarguerite.