Capítulo IV
Draco recebeu alta uma semana depois. Como não tinha lugar para ir foi morar com Snape, em sua Mansão. O homem morava nos Estados Unidos com sua esposa e ele cogitou a possibilidade de não ir, mas quando percebeu que sua única opção era essa, teve que aceitar. O padrinho foi busca-lo no Hospital, encontrando-o sentado na cama, olhando o chão.
"Oi, Draco."- disse Snape
"Oi."
"O que houve?"
"Nada..."
"É a Weasley, não é?"
"Não sei do que você está falando."- disse Draco se levantando, indo até a janela.
"Claro que sabe, Draco. A Hermione me contou tudo."
"Eu ainda não acredito que você se casou com a sangue-ruim."- disse Draco com uma cara de nojo.
"Draco, não fale assim dela."
"Mas ela é sangue-ruim!"
"E eu também sou, Draco! O seu problema é que Lúcio o criou cheio de preconceitos, você ainda sofre a influência dele e de Você-Sabe-Quem."
"Ah, pelo amor de Merlim, nós dois sabemos que o nome dele é Voldemort e outra, meu pai me educou muito bem."
"Draco, você não percebe que suas atitudes são infantis, apesar de já ter 21 anos continua agindo como uma criança de 5 anos."
Vendo que o afilhado não respondia, continuou:
"Nunca é tarde para mudar suas atitudes. Veja meu caso, depois que eu reencontrei a Hermione e percebi o que sentia por ela, tudo na minha vida mudou. Deixei de ser o homem amargurado e enfim agora eu posso dizer que sou feliz."
"Ah, Merlim! Eu pensei que nunca viveria para ver o grande Severo Snape mostrando sentimentos por alguém! Por favor, não seja ridículo!"
"Amar não é ridículo, Draco! E eu sei que você também está sofrendo, assim como a Weasley."
"Como você sabe que ela está sofrendo?"- disse Draco fingindo desinteresse.
"Ela é amiga de Hermione, esqueceu?"
"Ah, mas isso não me importa. E eu não estou sofrendo coisa nenhuma. Estou ótimo! Vamos logo, quero sair o mais rápido daqui."- disse indo para a porta.
Snape apenas balançou a cabeça afirmativamente e os dois saíram do quarto.
Draco olhava discretamente para os lados, procurava algum sinal de Ginny, mas não encontrou nada. Desde o dia em que tinham discutido ela tinha sumido, uma nova enfermeira cuidou dele naquela última semana. Não queria admitir, mas sentia falta dela.
"Ela não está aqui, Draco."- disse Snape.
"Quem?"
"A Weasley. Ela pediu demissão no dia em que você a humilhou."
Draco apenas olhou o padrinho e continuou andando.
!D/G!
Ginny estava morando nos Estados Unidos há três dias e já estava morrendo de saudades de casa. Sentia falta da mãe, do pai e até mesmo das implicâncias de Rony. Além de sentir falta do seu trabalho no St.Mungus. Quando pensava nisso ou em uma certa pessoa que era seu paciente, tentava desviar os pensamentos para outro caminho, mas quase sempre não conseguia.
Assim que pediu demissão do Hospital, ligou para Hermione, desesperada, sem saber o que fazer, até que a amiga lhe deu a idéia de viajar para outro local. E que outro lugar seria se não fosse os Estados Unidos, agora o país em que Hermione morava.
Decidiu viajar no dia seguinte, sem nem mesmo avisar à amiga, queria fazer uma surpresa. Foi para a parte trouxa de Londres e lá pegou um avião. Somente quando já estava em terra americana, mandou um bilhete para Hermione, pedindo que viesse busca-la no aeroporto. Assim que viu a amiga, correu para abraça-la, mas percebeu Hermione um pouco estranha:
"O que houve, Mione? Não está feliz em me ver?"
"Claro que estou, Gi! Mas...bem...vamos...você já tem lugar para ficar?"
"Não. Você conhece algum hotel bom?"
"Ah, Gi, você vai ficar hospedada lá em casa."
"Mas e o Seboso? Quero dizer, mas e o seu esposo, ele deixa?"
"Claro que sim.Vamos."- e dizendo isso, as duas saíram em direção ao estacionamento.
Minutos depois estavam na Mansão em que a amiga morava, realmente era linda. Hermione mostrou o quarto em que Ginny ia ficar. Disse para a amiga descansar um pouco e saiu, deixando a outra somente com seus pensamentos.
!D/G!
"Querido."- disse Hermione dando um leve beijo no marido, que acabara de chegar, trazendo Draco.
"Draco."- disse Hermione estendendo a mão para o rapaz.
"Granger."- cumprimentou Draco com cara de nojo.
"Bem, querido, por que você não mostra a ele o quarto em que ele vai ficar e depois você poderia vir aqui no Escritório? É algo muito importante."
O homem apenas concordou e os dois subiram as escadas, enquanto Hermione seguiu para o Escritório. Pouco tempo depois a porta foi aberta e por ela passou Severo. (N.A: muito estranho chamá-lo assim...hehehehe)
"Querido, um imprevisto aconteceu."
"O quê?"
"Bem, você lembra que a Ginny me ligou naquele dia e me contou sobre ela e o Draco, não é? Então eu aconselhei que ela viajasse, ficasse longe dele...só que bem, ela entendeu errado e acabou vindo para cá."
"O QUÊ? Quando aconteceu isso?"
"Ela está aqui há três dias. E você entende que eu não podia deixa-la ir para um hotel qualquer, não é?"
"Claro, querida. Por mim, não tem problema. Mas você sabe que eles vão se matar quando descobrirem que estão morando na mesma casa."
"Eu sei... mas o que nós podemos fazer?"
"O jeito é esperar e ver no que tudo isso vai dar."
!D/G!
Draco arrumou todas as suas roupas no guarda-roupa e depois se deitou um pouco. Para falar a verdade estava adorando aquela casa (apesar de estar morando nela a uns cinco minutos). Era muito o estilo dele. Chique e elegante igual a ele. Não entendia por quê seu padrinho não comprava uma casa somente para ele, não era segredo para ninguém que Snape era rico.
Mesmo assim sabia que ia se divertir muito ali. E para começar, naquela noite mesmo sairia para se divertir, afinal agora estava curado e podia ter todas as mulheres que quisesse.
Descansou um pouco e assim que acordou foi tomar banho. Vestiu-se, perfumou-se e por fim olhou-se durante uma hora no espelho até ter certeza que realmente era um gato e foi falar com o padrinho.
"Severo."- disse interrompendo uma conversa entre ele e a esposa.
"Draco, para onde vai?"
"É isso mesmo que vim perguntar. Você conhece alguns lugares legais para ir a noite?"
Snape levantou uma sobrancelha e continuou a olhar Draco.
"Tudo bem, vejo que não sabe. E você, Granger, sabe onde tem um lugar legal para ir?"
"Não sei, Malfoy. Faz um tempinho que não saio para esses locais que você quer, mas eu lembro de um. Vou te dar o endereço."
Hermione anotou o endereço em um papel e o entregou a Draco.
"Valeu, Granger! Até mais para vocês. Não me esperem, hein? Vou chegar tarde."- e dizendo isso saiu.
Achou o lugar com facilidade, afinal no passado, quando seu pai era vivo e a família Malfoy tinha bens, ele passava uma parte das férias naquele país. Gostou do lugar, nunca tinha visto antes, pensando bem até que a Granger não era careta.
Bebeu alguns "vários" copos de whisky de fogo e o que estava bom ficou melhor. As pessoas pareciam tão bonitas (principalmente as mulheres), conversou com várias, mas uma, em especial, chamou sua atenção. Era uma garota ruiva, os cabelos eram extremamente vermelhos, pareciam em chamas. Tinha uma estatura baixa e seu corpo era perfeito. Era linda.
Depois de vários whiskys, convenceu a moça a tomar mais uma bebida em sua casa. Subiram as escadas tentando não fazer barulho, mas os gritinhos e risinhos da moça poderiam ser ouvidos a dez quilômetros de distância. Foram para o quarto de Draco e o rapaz a olhou mais uma vez. Tinha a nítida impressão de conhece-la de algum lugar, mas não teve muito tempo de recordar, porque segundos depois os dois estavam se beijando feito dois animais selvagens.
Draco lembrava daquele beijo, era de Ginny, da sua Ginny. A beijou com mais paixão e enfim consumou seu amor por ela unindo os corpos dos dois. Estava exausto, mas era o homem mais feliz do mundo.
!D/G!
No meio da noite ouviu uns gritinhos de mulher.
Ah Merlim, não seria Hermione "se divertindo" com Snape, seria?
Os gritinhos e risinhos foram aumentando e Ginny, julgando aquela cena como algo parecido com um filme de terror, colocou o travesseiro por cima da cabeça, impedindo que ouvisse algo muito desagradável.
!D/G!
Acordou no outro dia sentindo-se realizado. Olhou para o lado e viu uma pessoa deitada. Então não tinha sido sonho! Aproximou-se da mulher e assustou-se. Não era possível! Aquela não era Ginny! A mulher que estava ao seu lado era totalmente diferente da outra, era morena (só para começar a lista das inúmeras diferenças).
Tentou se levantar devagar, mas a ilustre desconhecida o impediu:
"Querido."- disse beijando-o.
Não eram os lábios de Ginny...
"Que foi, amor?"- disse a mulher
Não era a voz suave de Ginny...
"Pelo amor de Merlim, me solte! Saia daqui! Saia da minha frente!" – disse aos berros.
"Mas o quê? Você só quis me usar?"- disse a mulher chorando e gritando.
"Sim! Ainda bem que você consegue entender as coisas rápido. Agora saia!"- gritou
A mulher vestiu-se bem rápido, abriu a porta e saiu correndo escada abaixo.
Draco escondeu o rosto entre as mãos, quando sentiu que alguém estava no quarto. Olhou para a porta e a viu. E agora tinha certeza que não era uma ilusão causada pelo whisky (começava a sentir uma forte dor de cabeça, estilo ressaca). Ela estava ali, olhando-o:
"Ginny?"
"Não, Malfoy, Weasley! Então você já está totalmente recuperado, hein? Fez até festinha particular!"
"Ciúmes, Weasley?"
"Não! Por mim, você faz da sua vida o que quiser."
"Acho que não. E por qual motivo você estaria aqui se não fosse para me ver?"
"Ah, Malfoy não seja ridículo. Eu vim aqui para visitar minha amiga, mas agora que eu sei que espécie de pessoas a Mione hospeda aqui, vou embora. Até nunca mais, Malfoy."- disse isso e saiu.
Draco a olhou indo embora e não podia mais negar que estava muito atraído por ela, talvez não fosse mais atração, mas paixão. Era um idiota! Será que ia ficar igual ao seu padrinho? Odiou-se, mais uma vez, odiou Snape e quis odiar Ginny, mas agora sabia que era impossível.
Nota da Autora: pessoas, espero que tenham gostado! Agradeço o carinho de todos vocês e espero que continuem comentando!
Beijos!
Manu Black
