N/A: Sim, eu sei, devo explicações e um milhão de desculpas pela demora absurda para postar esse capítulo. Na verdade, é a mesma desculpa de sempre: o cursinho. Principalmente agora que os vestibulares estão chegando... Bem, espero que vocês gostem desse novo capítulo!

Capítulo 7 - Luna Lovegood

Draco entrou no quarto curioso, com Lizbeth em seus calcanhares.

- Neville disse que você sonhou. - ela disse, sentando-se ao lado da amiga.

- Sim, com a minha vida amorosa inteira! Sonhei com o dia em que comecei a namorar Neville, na sala de Astronomia. E depois com Harry, no mesmo dia em que meu irmão começou a namorar Hermione. E depois, o dia do baile no meu sexto ano.

- Ah, foi por isso que você me chamou! - Draco exclamou, e deu o mesmo sorriso malicioso que Ginny vira no sonho.

- O que isso quer dizer? - perguntou Neville.

- Digamos que ela teve um pequeno acidente de percurso enquanto namorava o Potter.

- Ei, foi você que me beijou! Eu nem queria!

- Não fez objeções depois!

- Será que dá pra alguém explicar? - gritou Lizbeth.

Ginny contou todos os três sonhos para Lizbeth, Neville e Draco, que riu durante a narração do último.

- Você traiu o Harry? - perguntou Neville, rindo.

- Foi uma coisinha pequena! E eu não entendo o que você queria comigo, Draco!

- Bem, você era a namorada do Potter.

- Então você me beijou pelo prazer de ver o Harry ser traído?

- Eu era um idiota na época, esqueceu?

- Certo.

Lizbeth olhou pra a amiga e percebeu que ela estava escondendo alguma coisa.

- Draco, Neville, vocês poderiam ir buscar água? Eu estou morrendo de sede.

- Por que você mesma não vai? - indagou o loiro.

- Vamos logo, Draco.

Neville arrastou o amigo dali, e assim que fecharam a porta, Lizbeth perguntou:

- O que foi? O que você está escondendo?

- Eu nunca gostei de Harry.

- O quê? Eles mesmo disseram, você era apaixonada por ele!

- Eu gostava dele quando era mais nova, mas não quando o namorava.

- Do que você está falando?

- No sonho, eu mal resisti a Draco. E eu gostei de beijá-lo por aqueles minutos, gostei mais do que todos os beijos de Harry. E no sonho eu tive certeza que não gostava dele... Era uma sensação de esperança, acho. Não sei explicar por enquanto, talvez um dia eu possa.

Lizbeth a olhou com um sorriso.


Neville agora ajudava Draco a ensinar magia a Ginny, e nos dias seguinte, foi isso o que aconteceu. Ela continuava com sonhos, mas a maioria sobre sua infância, e nesses, nem Draco nem Neville poderiam ajudar.

Quando faltavam três dias para a chegarem a Rabat, Neville resolveu mandar uma carta para um antigo amigo, avisando que ele estava chegando. Sua avó havia morrido logo após a guerra, e ele não tinha muitos amigos próximos. Escreveu para alguém que poderia recebê-lo e guardar segredo até Ginny estar pronta para encontrar a família.

Escreveu para Remus Lupin.

Prezado Remus,

Como está? Espero que bem

Escrevo-lhe pra lhe informar que estou voltando à Inglaterra, e gostaria de encontrar-me com você quando chegar. Tenho assuntos para tratar, em particular. Chego na Espanha dentro de aproximadamente uma semana, e de lá sigo para a Inglaterra.

Gostaria de lhe pedir também que retire um pouco de dinheiro da conta antiga de minha avó em Gringotes e envie pela mesma coruja que leva esta carta.

Sei que prometi que não mexeria no dinheiro, mas é um caso de extrema urgência.

Peço-lhe também que não comente sobre esta carta com ninguém, minha chegada deverá ser absolutamente sigilosa.

Grato desde j

Neville Longbottom

Lizbeth arranjou uma coruja na ultima para que eles fizeram antes de chegar a Rabat, e Neville enviou a carta, torcendo para que chegasse logo.

A resposta veio no último dia de viagem, uma carta e uma bolsinha cheia de galeões e dinheiro trouxa.

Prezado Neville,

Fiquei muito surpreso ao receber sua carta, e ainda mais surpreso quando li que estava voltando para cá. Disse-me que está vindo para a Espanha, talvez eu possa encontrá-lo em Madri. Estou aqui há negócios para Dumbledore e posso esperá-lo.

Garanto-lhe que não contei a ninguém sobre esta carta.

Espero que faça uma boa viagem.

Até logo,

Remus Lupin


Desembarcaram na hora do almoço, numa grande estação ferroviária. Pegaram suas coisas e foram para a primeira lanchonete que encontraram. Encontraram uma mesa e Neville disse que precisava ir ao banheiro, se afastando deles.

O banheiro era nos fundos da lanchonete, e Neville estava entrando quando ouviu uma voz conhecida.

- Neville?

Ele se virou, e a viu. Não estava muito diferente de como ele se lembrava dela. Os cabelos loiros ainda era compridos, os olhos tinham o mesmo brilho.

- Luna! O que faz aqui?

- Vim fazer uma matéria! E você?

- Estou voltando para a Inglaterra. Estava na África do Sul, como você sabe.

Luna não parecia tão biruta como era na escola. Talvez fosse porque já estava com vinte e seis anos.

- Então deve estar indo para Tanger, para atravessar o Estreito de Gibraltar. Também estou indo para lá. Vai de ônibus?

- Ainda não sei.

- Quer uma carona? Estou indo de chave de portal.

- Eu estou com três amigos...

- Sem problemas.

Neville hesitou. Não sabia se Luna reconheceria Ginny. Ele não tinha reconhecido de imediato, e nem Draco, mas Luna tinha sido amiga próxima da ruiva.

- Sabe o que é, Luna...

- Você encontrou Ginny, eu sei. Qual é o problema?

- Como você sabe?

- Vi vocês entrando e a reconheci. Vai ser bom irmos juntos. Você poderá me contar toda a historia, e eu realmente quero revê-la.

- Ah, Luna, ela perdeu a memória.

- Aham.

Neville não disse mais nada, se achava que Luna não era mais maluca, acabara de provar o contrário. Qualquer outra pessoa teria tido uma reação totalmente diferente se soubesse que Ginny estava viva e voltando para casa, principalmente se essa pessoa fosse amiga da ruiva. Mas Luna nunca fora muito normal, então ele relevou.

Os dois voltaram para a mesa depois de Neville finalmente ir ao banheiro, e Draco se levantou num pulo ao ver o amigo chegando com a loira.

- Nev, o que diabos...

- Oi pra você também, Malfoy.

- Lizbeth, Ginny, essa é Luna Lovegood. Ela vai nos dar uma carona para Tanger.

- Eu me lembro de você. - disse Ginny.

- Eu também. - respondeu Luna, parecendo um pouco aérea.

Lizbeth olhou para o namorado franzindo as sobrancelhas, mas ele deu de ombros.

Quando chegaram em Tanger, Luna os levou diretamente para o aeroporto. Só haviam aviões de pequeno porte ali, e eles se dirigiram para o que parecia ser o menor deles.

O barulho era ensurdecedor, e Neville teve que gritar para conseguir falar com Luna.

- Onde é que você está nos levando?

- Eu aluguei um avião para nos levar até Gibraltar! (1)

Pelo menos o Pasquim está indo bem, pensou Draco, irritado.

Eles entraram no avião rapidamente, e só então um pensamento passou pela cabeça de Neville.

- Luna, por que você não aparatou de Tanger até Gibraltar?

- Adoro andar de avião!

- Certo.

Lizbeth sentou-se ao lado de Ginny durante a viagem, e as duas ficaram conversando com Luna.

Neville sentou-se com Draco, que na primeira oportunidade perguntou:

- Sua namoradinha atual não está com ciúmes da antiga?

- Já expliquei a Lizbeth que meu namoro com a Luna foi há dez anos atrás, e que não tem mais nada entre nós.

- Nem poderia ter, vocês não se vêem há séculos.

- Escute, Draco, o que você vai fazer quando pegarmos o dinheiro da recompensa?

- Ainda não pensei muito nisso, sabe. - o loiro suspirou. - Provavelmente não voltarei para a África, mas também não tenho onde ficar na Inglaterra. Ainda não sei. E você?

- Ficarei na Inglaterra, recomeçarei minha vida. Já é hora de parar de fugir do passado da guerra. Pedirei Lizbeth em casamento, arrumarei um emprego.

- Já vai pedir a Lizbeth em casamento?

- Eu meio que pedi, já. Ela já disse que vai ficar comigo na Inglaterra. Só falta o anel.

Neville sorriu, hesitante, e Draco perguntou:

- O que foi?

- Você... você quer ser o padrinho? Do casamento, eu digo.

Draco riu.

- Eu aceito, Nev.

Os dois apertaram as mãos, e o moreno comentou:

- Quem diria, Draco Malfoy sendo padrinho do casamento de Neville Longbottom e uma trouxa...

- Não me provoque, Longbottom.

Chegaram em Gibraltar uma hora depois, e desembarcaram num aeroporto um pouco maior que o de Tanger. Saíram de lá logo depois de pegarem as malas, e Luna perguntou:

- Para onde vão agora?

- Madri. - respondeu Neville. - Um amigo nos espera.

- Ah, então nos separamos aqui. Estou indo para Sevilha. Só então vou para a Inglaterra.

Eles se despediram com abraços (menos Draco, por motivos óbvios), e Luna foi embora num táxi.

- Alguém aqui fala espanhol? - perguntou Draco, quando eles se sentaram, para variar, numa lanchonete perto do aeroporto.

- Eu posso me virar, o português é parecido.(2) - disse Lizbeth prontamente.

- O que você não faz? - o loiro murmurou, e deu sorte, pois ninguém ouviu. Ele ergueu a voz. - Então agora precisamos decidir como iremos para Madri.

- Bem, provavelmente trem, de novo. É a maneira mais barata. Remus Lupin nos mandou dinheiro suficiente para quatro passagens. - disse Neville. - Só precisamos encontrar uma estação.

Claro que não foi difícil. Lizbeth pediu indicações imediatamente, e tomou a liderança, como sempre. Draco teve que se segurar para não bater na morena.

Não tomaram táxi, foram a pé. Demoraram cerca de meia hora para chegar na menor estação que eles já tinham visto.

Lizbeth comprou as quatro passagens para um trem que saía em cinco minutos; eles correram alucinados para a plataforma. Apesar da estação ser minúscula, eles não arriscariam perder o trem.

Acomodaram-se na mesma cabine, e Draco perguntou:

- Quanto tempo daqui até Madri?

- Bem, são quase quinhentos quilômetros. Esse trem é mais rápido que o da África, devemos chegar lá em cinco, seis horas. - respondeu Lizbeth.

- Chegaremos de noite, então. Encontraremos Remus amanhã.

A chegada em Madri foi um tanto estranha. Já estava bem escuro, era inverno na Europa. Eles não estavam muito agasalhados, então entraram no primeiro hostel(3) que encontraram. O lugar não era tão ruim quanto eles esperavam, e o preço era bem razoável. Com o dinheiro de Neville, conseguiram dois quartos separados. Lizbeth e o moreno entraram no primeiro, e Ginny e Draco foram para o segundo.

Havia duas camas de solteiro e uma de casal. Era bem grande, apesar do banheiro ser minúsculo. Ginny colocou suas coisas em cima da cama de casal, fazendo Draco a olhar um pouco irritado.

- Quem decidiu que você vai dormir aí?

- Eu decidi. Seja um cavalheiro, Draco. Vou tomar banho.

Ela não demorou muito, e quando saiu, encontrou Draco esperando impaciente sentado em uma das camas de solteiro.

- Finalmente! - ele exclamou. - achei que você tivesse morrido aí dentro.

Ginny fez uma careta para ele, e o loiro entrou no banheiro. Ela se deitou, pensativa. Não adiantava tentar discutir ou até mesmo conversar com Draco naquela hora; os dois estavam cansados e irritados por causa da viagem.

A ruiva nem viu quando ele saiu do banho. Adormeceu quase que imediatamente e, pela primeira vez em semanas, não sonhou com nada.

Continua...

(1)Gibraltar é um cidade na Espanha, que tem um aeroporto. É onde pousam os aviões que passam pelo estreito.

(2) Não sei se já mencionei isso na história, mas a Lizbeth morou por uns tempos em Portugal. Ela tem toda uma história que não é importante para o andamento da fic.

(3)Hostel é um tipo de hotel, geralmente duas estrelas. É bem mais barato.

Obrigada pelas reviews: Lú (a participação dele foi vital para a história... então, só no finalzinho... hehehe), Kika Felton-87, Chi Dieh, Lillix, Lilith1, Dark Angel Malfoy e Bárbara. Amei os comentários!!

Próximo Capítulo – Trailer:

- Escutem, acho melhor eu ir falar com ele primeiro. - disse Neville. - Fiquem aqui, conversarei com ele e depois o trago aqui.

- Está bem. - disse Ginny. - Mas leve Lizbeth com você, ela pode explicar uma porção de coisas.

Neville assentiu, e ele e a namorada deixaram Draco e Ginny ali, sozinhos. Seguiram para a entrada do Museu, e o moreno avistou Remus parado ali, vestindo uma calça preta e uma camisa verde. Ele olhava ao redor como se o procurasse, e logo o avistou também. Acenou, e se encaminhou em direção ao casal.

Espero reviews!

Beijinhos!