N/A: Vocês estão querendo me matar? Eu sei, demorei séculos. Mas foi culpa dos malditos vestibulares, que ainda não acabaram, por sinal. Só entro de férias em Janeiro. E aí vou tentar terminar essa fic. Enfim. Espero que gostem desse capítulo!
Capítulo 9 – A Toca
Encontraram Draco e Lizbeth em silêncio, se encarando. Neville entregou panos e lençóis para cada um, e Ginny distribuiu os produtos de limpeza.
- Se formos fazer tudo manualmente, não terminaremos nunca. É melhor colocarmos feitiços nos panos e deixar que eles limpem enquanto cuidamos do resto. – disse o moreno.
- Está bem. – respondeu Lizbeth. – Como nem eu nem Ginny sabemos esses feitiços, vocês terão de nos ajudar. Neville, você vem comigo.
Se Neville ficou surpreso por ter sido chamado pela ex-noiva, tentou não demonstrar. Ginny lançou um olhar glacial a Draco, que retribuiu com um sorriso de desdém. Até com esse sorriso ele fica bonito, ela pensou, se repreendendo logo depois. Ainda estava profundamente irritada com ele, e ainda profundamente apaixonada. Ginny já tinha colocado seus sentimentos em ordem há muito tempo, e sabia que amava Draco, apesar de todas as crueldades que ele tinha dito para ela, naquela noite em Madri.
Entraram no quarto dela primeiro, e Draco fez os feitiços rapidamente. Três pedaços de panos começaram a trabalhar freneticamente, tirando o pó dos moveis, enquanto Ginny arrancava os lençóis da cama com fúria.
- A minha simples presença causa esse efeito em você? – ele perguntou, com um sorriso que a irritou ainda mais.
- Não pense que você tem algum efeito sobre mim, Malfoy. Só quero terminar isso o mais rápido possível.
Ele se aproximou dela e segurou seu punho.
- Não causo nenhum efeito? Não é o que parece.
- Você não me conhece, Malfoy.
- Nem você se conhece, Weasley. – ele ergueu a mão livre e tocou o rosto dela com as pontas dos dedos, causando um arrepio na ruiva. – Eu acho que tenho mais efeito em você do que você gostaria.
- Não se iluda, Malfoy.
Mal tinha terminado de retrucar, Ginny ergueu sua mão e o puxou para um beijo desesperado, faminto. Draco nem pensou em se afastar. Enlaçou a cintura dela e correspondeu ao beijo com o mesmo fervor.
Logo estavam deitados na cama suja, em cima dos lençóis roídos.
Neville fez o mesmo feitiço no antigo quarto de sua avó que Draco fizera. Lizbeth apenas o observou no começo, e logo depois, o ajudou a ir retirando o que tinha nas gavetas. Não diziam nada. Lizbeth queria dizer tantas coisas, agora que sua raiva tinha diminuído! Mal sabia por onde começar. Virou-se para o ex-noivo e viu que ele tinha se sentado na cama, com alguma coisa na mão. Aproximou-se e viu que era uma pequena caixinha de veludo.
Ela sentou-se ao lado dele enquanto observava Neville abrir a caixa.
Dentro, tinha um único anel de diamantes, o mais lindo que Lizbeth já vira.
- É maravilhoso. – ela sussurrou.
- É o anel que eu iria te dar. O anel de casamento da minha avó.
Lizbeth pegou o anel gentilmente e o colocou no dedo. Neville se virou para ela, com um ar de desespero.
- Desculpe-me por ter mentido para você, Beth. – ele murmurou.
- Eu sei. Não pense mais nisso. Eu perdôo você.
- Há tantas coisas para dizer.
- E nós temos tempo. – ela o beijou. – Importa apenas que estamos juntos novamente. Eu amo você.
- Eu te amo também.
Beijaram-se por mais alguns minutos, até que ela lembrou-se que tinham uma tarefa a fazer. Teriam tempo suficiente depois.
Enquanto Ginny terminava de se vestir, Draco sentou-se na cama, cobrindo o rosto com as mãos. Ela o olhou e soube imediatamente que algo estava errado.
- O que foi, Draco?
- Isto foi errado. – ele disse simplesmente, sem dar qualquer explicação.
Aquilo doeu. Mais uma vez, alimentara esperanças de que Draco gostasse dela, que ele fosse pedir desculpas por tudo que tinha dito antes. Aquelas três palavras que ele tinha acabado de dizer fizeram-na voltar à realidade. Iludira-se novamente.
- Não se preocupe, Malfoy. Não vai acontecer novamente.
Ele a encarou. A expressão de Ginny parecia fria como a dele era na maior parte do tempo. Lentamente, ele assentiu com a cabeça, e ela se levantou.
- Temos muito o que limpar ainda. – ela disse.
Lizbeth e Neville escolheram justo essa hora para entrar no quarto, e Lizbeth franziu as sobrancelhas ao olhar ao redor.
- Nós já terminamos os nossos quartos. Vocês nem começaram esse ainda?
Neville olhou para o amigo, que parecia um pouco irritado.
- Vamos limpar o quarto de Draco enquanto eles terminam aqui, Beth. – o moreno disse. – Nós nos encontramos na sala mais tarde.
Draco e Ginny terminaram o serviço em silêncio. Ela lutava contra as lágrimas que teimavam em querer sair, e ele parecia pensativo, com as sobrancelhas franzidas. Ele evitou encará-la, e Ginny fez o mesmo.
Encontraram Neville e Lizbeth na sala, sorridentes.
- O que foi? – perguntou Ginny, ao ver a expressão de felicidade da amiga.
- Nós reatamos! – a morena exclamou, dando um pulinho.
Ginny abraçou a amiga, forçando um sorriso. Sentia-se realmente feliz pela amiga, mas naquele momento, não conseguia pensar em outra coisa a não ser em Draco.
- Que bom, Lizbeth. Fico realmente feliz por vocês dois.
A ruiva viu Draco apertar a mão de Neville, e o cumprimentar com um aceno de cabeça.
- Sinto estragar a comemoração de vocês, mas precisamos comprar alimentos, se não queremos morrer de fome. – disse o loiro.
- Você tem razão. – disse Neville. – Vamos eu e você, Draco. Lizbeth e Ginny podem ficar aqui terminando de arrumar as coisas. Não é bom Ginny ficar passeando por aí.
Os dois deixaram a casa rapidamente, e assim que Lizbeth ouviu a porta bater, virou-se para a amiga e perguntou:
- Você está bem?
- Sim, estou. Foi só uma discussão boba com Dra... Malfoy.
Lizbeth pareceu não acreditar muito na explicação da ruiva, mas resolveu deixar de lado. As duas foram para a cozinha, para tentar achar pratos e talheres que ainda pudessem ser usados.
Os três dias seguintes passaram com uma lentidão incrível. Eles terminaram de arrumar toda a casa, e enquanto a ruiva não podia sair dali, Neville continuou ensinando Ginny magia.
Remus apareceu com Tonks no segundo dia depois da chegada deles, e ficaram conversando durante a tarde inteira. Tonks não parava de mandar olhares gelados para Draco, deixando bem claro o quanto o desaprovava, e Ginny achou graça nisso. Gostou de Tonks logo de cara, e até se lembrou de um episódio ocorrido na antiga sede da Ordem da Fênix.
Ao terceiro dia, a ruiva decidiu que não agüentava mais ficar na mesma casa que Draco. A tensão entre os dois era evidente. Não se falavam nem se tocavam, e Ginny achava aquilo desesperador. Amava o loiro como nunca amara ninguém, mas sentia uma raiva tão grande que precisava se segurar para não agredi-lo fisicamente. Quando não conseguiu mais suportar aquela situação, pediu a Neville que chamasse Remus para jantar aquela noite, pois tinha um assunto para tratar com máxima urgência.
O lobisomem chegou com a esposa na hora marcada, e sentaram-se todos na sala, para ouvir o que Ginny tinha a dizer. Ela resolveu ir direto ao ponto.
- Eu estou pronta para encontrar minha família.
E então ela estava lá, parada em frente à casa de seus pais. Neville, Draco e Lizbeth estavam com ela. Ginny tinha decidido esperar um pouco para entrar, e agora que estava ali, na porta, sentia-se assustada.
Pelo barulho, pode constatar que acontecia uma reunião de família.
- Ótimo, escolhi o dia em que estão todos reunidos. – ela murmurou.
- É melhor assim. Acabe de vez com isso. – disse Lizbeth, apertando a mão da amiga.
- Eu irei primeiro e falarei com seus pais. – disse Neville. – Draco, é melhor você esperar aqui fora. Lizbeth, venha comigo.
A porta não estava trancada, e eles acharam melhor entrar sem bater. A sala estava vazia, então eles se dirigiram em direção ao barulho. Chegaram nos fundos da casa. Acontecia realmente uma reunião de família, no quintal.
Uma grande mesa havia sido posta ali. Neville sorriu ao reconhecer boa parte das pessoas ali. O senhor e a senhora Weasley estavam sentados às cabeceiras da mesa. Nas laterais, ele viu Rony e Hermione, com um bebê no colo. Os gêmeos Fred e Jorge também estavam ali, com seus filhos e esposas. Gui Weasley e Fleur Delacour, Carlinhos e uma mulher que Neville não reconheceu. Estavam todos ali, inclusive Harry Potter.
Ele se aproximou tentando não fazer barulho, mas Harry virou-se para ele quando Neville pisou um galho velho.
- Neville? – Harry exclamou, levantando-se.
- Olá, Harry.
Neville achou que Harry não tinha mudado muito. Os mesmos cabelos bagunçados, os mesmos olhos verdes.
Os velhos amigos se abraçaram, e Rony e Hermione se aproximaram. A senhora Weasley conjurou um par de cadeiras para os recém-chegados, mas Neville disse:
- Não vou ficar, senhora Weasley, obrigado.
- O que faz aqui, Neville? E quem é essa senhorita adorável? – perguntou o senhor Weasley, sorrindo.
- Essa é Lizbeth Morgan, minha noiva. Nós viemos porque temos um assunto para tratar.
A senhora Weasley fez Neville e Lizbeth se sentarem, e só então Neville pôde falar:
- Eu nem sei por onde começar. É sobre Ginny.
Todos os presentes ficaram em absoluto silencio, e Neville achou que não ia agüentar a pressão. Lizbeth lhe lançou um olhar de encorajamento.
- O que foi, Nev? – perguntou Harry, parecendo um pouco mais pálido do que o habitual.
- Nós a encontramos.
Neville estava esperando pelo burburinho que veio a seguir. A senhora Weasley desmaiou, os irmãos mais velhos abanavam-se e choravam, Rony agarra-se a Hermione com tanta força que Lizbeth achou ele iria sufocar a morena, e Harry o olhava com um misto de incredulidade e alegria.
Quando o senhor Weasley conseguiu acalmar a todos e trazer a mulher de volta, perguntou, com uma voz ligeiramente histérica:
- Pode nos contar o que aconteceu, por favor?
Neville resumiu brevemente os eventos. Não mencionou que o colega que o ajudara era Draco Malfoy, e nem que no começo não sabia que Dominique Vallosh era Ginny.
- Ela perdeu a memória, por isso não voltou para a Inglaterra antes. Ela conseguiu lembrar de algumas coisas durante a viagem, mas uma boa parte ainda está perdida. Não fazemos idéia de como ela saiu da casa dos Lestrange. Sabemos apenas que ela perdeu a memória depois disso.
Lizbeth fez um resumo da vida de Ginny na França, e os Weasley escutavam com atenção.
- Ela está aqui? – perguntou Harry.
- Sim.
Lizbeth se levantou e se afastou da mesa. Neville ficou, tentando acalmar os Weasley. Ginny não precisava de tanto burburinho naquele momento.
- Você está sendo requisitada lá dentro. – disse Lizbeth.
Ela estava na frente da Toca, com Draco e Ginny. Os dois tinham se sentado na soleira da porta, esperando com impaciência.
A ruiva se levantou.
- Então é isso. Vou encontrar minha família. – ela olhou para Draco. – Você pode ir pegar sua recompensa.
- Eu vou.
Ela ofereceu sua mão para um aperto, que Draco fez rapidamente. Sem olhar para trás, Ginny entrou na casa com Lizbeth.
Algumas horas depois, muitas perguntas respondidas, beijos e abraços, todos se reuniram na sala. Ginny sentou-se abraçada à mãe, que não parava de chorar. A reconhecera de imediato, e agora sentia uma vontade imensa de ficar agarrada na mãe até o fim de sua vida.
- Neville, você e seu colega têm que pegar sua recompensa. – disse o senhor Weasley.
- Meu colega pediu para eu pegar pra ele. Vai ficar tudo para ele, eu não quero nada. – Lizbeth sorriu para o noivo.
- Mas nós queremos conhecê-lo! – exclamou Rony. – Queremos conhecer a outra pessoa que nos trouxe Ginny de volta.
Neville o olhou, escondendo um sorriso.
- Rony tem razão. Queremos conhecer seu colega. – terminou Harry.
- Está bem. Vou chamá-lo.
Ele olhou para Ginny, e ela deu de ombros, abaixando a cabeça. Neville sorriu e foi até a porta. Saiu da casa e encontrou Draco quase dormindo na soleira.
- O que é que você ficou fazendo lá dentro? – o loiro exclamou irritado. – Esqueceu que eu estou esperando aqui?
- Eles querem você lá dentro.
Draco o fitou.
- Sabem que sou eu?
- Claro que não, disse que era um colega de trabalho. Entre, Draco, e aproveite a única vez que os Weasley o tratarão bem.
Draco deu um sorriso sarcástico para o amigo. Neville girou a maçaneta e os dois entraram.
Logo depois que Neville saiu, a senhora Weasley virou-se para Lizbeth e perguntou:
- Quem é esse colega de trabalho de Neville? É bruxo?
- Sim, é bruxo. Eu não sou. Esse colega estudou com Neville em Hogwarts, é o melhor amigo dele.
- Então era nosso amigo também. – disse Rony.
- Neville disse que na época da escola não eram amigos.
A morena não teve tempo de dizer mais nada, pois naquele momento, entravam na sala Neville Longbottom e Draco Malfoy.
Harry e Rony se levantaram num pulo. Os Weasley pareciam um tanto incrédulos de ver o loiro parado ali, com uma expressão de escárnio no rosto.
- Malfoy? Foi você que ajudou minha irmã? – perguntou Rony, quase rindo de nervoso.
O loiro confirmou com a cabeça, e Hermione fez a pergunta que estava na cabeça de todos:
- Por quê?
Draco não teve tempo de responder, pois Ginny falou por ele.
- Não é óbvio? Ele é um Malfoy, fez pelo dinheiro. Papai, eu acho que o senhor Malfoy está querendo ir embora. Entregue-lhe a recompensa e acabe logo com isso.
A raiva nas palavras de Ginny não passou despercebida por Hermione, que a fitou com curiosidade.
- Claro, claro. O cheque já está pronto. – ele passou um pedaço de papel para Draco. – Obrigado, senhor Malfoy, por trazer minha filha de volta.
Draco apertou a mão do senhor Weasley, e se virou para ir embora.
- Você vem, Nev? – ele perguntou.
- Já estou indo.
Lançando um ultimo olhar para Ginny, Draco Malfoy deixou a casa dos Weasley.
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Até o próximo capítulo!
PS: Para os que estão acompanhando No Escuro, já já vem capítulo novo!
