N/A: Eu não demorei muito dessa vez, né? Até que fui rápida! É que eu dei um gás no Natal... Bem, espero que gostem desse capítulo!
Capítulo 10 – O SonhoNo dia seguinte, a primeira manchete do Profeta Diário era a volta de Ginny Weasley. Milhares de cartas chegaram na Toca, e a senhora Weasley estava ficando quase louca com tantas respostas que tinha para escrever.
Ginny ainda não tinha conversado a sós com Harry, mas sabia que isso tinha que acontecer eventualmente. Naquela manhã, resolvera dar uma volta no bosque que rodeava sua casa, e Hermione se oferecera para acompanhá-la.
Caminhavam a um bom tempo quando a morena perguntou:
- Quando foi que você se apaixonou pelo Malfoy?
Ginny parou e a fitos, com os olhos arregalados.
- O quê?
- Eu não sou boba, Ginny. Você estava com muita raiva ontem, mas estava estampado na sua cara que você estava magoada. O que aconteceu?
- Nem eu sei. Durante a viagem, passamos muito tempo juntos, ele me ajudava com magia. Acho que simplesmente aconteceu.
- E ele gosta de você também?
- Não. Deixou bem claro que eu não passo de uma Weasley nojenta.
Ela não quis entrar em detalhes, e Hermione não forçou. Caminharam em silêncio por mais um tempo, até que Harry apareceu correndo e arfando.
- Oi, Gin, Mione.
- Olá, Harry.
Ele continuou caminhando ao lado delas até que Hermione se lembrou subitamente que Rony estava esperando, e deixou os dois sozinhos.
- Está conseguindo se adaptar bem? – ele perguntou, se sentindo um pouco desconfortável.
- Ah, é estranho. Mas estou adorando. Cada vez me lembro de mais vezes. Até sonhei com o dia em que nós dois começamos a namorar.
- Mesmo?
- É. Tive muitos sonhos com você, Harry.
Ficaram em silencio. Ginny pensava no que falar, e Harry também não sabia como abordar o assunto que queria conversar com a ruiva.
- Ginny, eu sei que você não está pronta ainda, mas eu realmente preciso te dizer isso. Eu ainda estou apaixonado por você, como você deve imaginar. E estou disposto a esperar que você recupere a sua memória ou se apaixone por mim de novo...
- Eu quero tentar, Harry. Você não terá que esperar. Quero tentar a partir de agora.
Ela sabia que o que estava fazendo era errado com ele, mas não pôde evitar. Por que não tentar esquecer Draco com alguém gentil como Harry? O moreno era tudo o que ela precisava. Gentil, corajoso, paciente, bonito, apaixonado. Perfeito demais. Mas não importava. Ela queria tentar. Ela tinha que tentar.
Sentiu Harry se aproximou para um beijo e fechou os olhos. Foi inevitável. A lembrança dos beijos de Draco surgiu quase que imediatamente, e ela teve que se concentrar para pensar somente em Harry.
Voltaram para casa de mãos dadas, e foram felicitados pela família toda. Ginny recebeu um olhar de reprovação de Hermione, mas ignorou a cunhada. Por que ela não podia ser feliz?
Ginny demorou a se acostumar com a idéia de que estava noiva novamente de Harry Potter. O mundo bruxo tinha comemorado, uma vez que o anúncio do noivado foi capa de jornais e revistas por toda a Inglaterra. Lizbeth a visitava todos os dias, muitas vezes com Neville junto. Ele nunca falava em Draco, mas a amiga dissera a Ginny que ele ainda estava morando com Neville, e estava pensando em abrir uma loja no Beco Diagonal.
- Eu não entendo você. – Lizbeth disse em uma das suas visitas. – Você me disse que sonhou com Harry, quando estávamos no trem, lembra-se? Disse que não estava apaixonada por ele nem mesmo na época em que namoravam, no colégio. E agora está noiva dele novamente?
- Eu tenho que tentar, Lizbeth. Eu estou apaixonada por uma pessoa que não me quer. O que você quer que eu faça?
- Eu concordo que você deve tentar esquecer o Draco, mas não com Harry. Você sabe que não é justo com ele!
- Eu posso vir a amar o Harry!
Lizbeth revirou os olhos.
- Claro que vai, mentindo pra sim mesma! Você sabe muito bem que isso não vai acontecer, Gin. Você não o amava antes, o que te faz pensar que vai amar agora?
- As pessoas mudam. Eu quero tentar.
A morena balançou a cabeça, e resolveu deixar o assunto de lado. A amiga era teimosa como uma mula; a única coisa que ela podia fazer era esperar que Ginny visse a razão antes de magoar Harry seriamente.
Ginny passava muito tempo conversando com sua mãe, que não podia estar mais feliz. A senhora Weasley contava tantas historias que a deixava quase com dor de cabeça, mas adorava mesmo assim. Visitou a loja de logros dos irmãos mais velhos, foi com junto com o pai trabalhar no Ministério. Estava adorando redescobrir o mundo bruxo na Inglaterra. Harry a levava sempre para ver jogos de Quadribol, e até a levara novamente a Hogwarts. Reviu os velhos professores, e quase conseguiu um sorriso de Snape. Conversou com todos os seus antigos amigos e namorados, e mesmo com tanta atenção, faltava a única pessoa que ela queria.
Draco continuou morando na casa de Neville, que se ocupava com os preparativos para o casamento. O loiro estava tentando achar um lugar para abrir uma loja de vassouras, mas até agora não conseguira encontrar um estabelecimento comercial que lhe agradasse e que estivesse disponível.
Ele lia o Profeta Diário constantemente, e ficava irritado sempre que via uma noticia sobre Virginia Weasley e Harry Potter. Quase todos os dias. Seu nome havia sido citado algumas vezes, apenas dizendo que ele tinha ajudado Neville Longbottom a trazer Ginny de volta. Com aquela notícia, Draco fora aceito novamente na comunidade bruxa. Sua fama de bruxo das trevas tinha desaparecido com uma velocidade incrível, e as pessoas até paravam para cumprimentá-lo nas ruas. Ele achava aquilo irritante. Era muito melhor quando as pessoas tinham medo dele, assim o deixavam em paz.
Vira Ginny uma única vez depois daquele dia na toca. Ela estava com Harry passeando no Beco Diagonal, sendo abordada por milhões de pessoas e sorrindo para todos. Draco sorriu para si mesmo; ela deveria estar tão irritada quanto ele.
Ela a observou de longe. Harry estava colado nela, segurando sua mão. Viu Ginny se desvencilhar do noivo e se afastar, enquanto Harry respondia as perguntas com uma desenvoltura impressionante. Ela se caminhou rapidamente em direção ao beco em que Draco se encontrava, e ele não teve tempo de se esconder.
Ginny encostou-se a uma das laterais do beco e suspirou, com a cabeça baixa. Só então olhou para cima e o viu.
- É horrível, não? Ter que ficar respondendo tantas perguntas e sorrindo o tempo todo. – ele perguntou, fitando-a.
- Você tem passado por isso também?
- Tenho, desde que o Profeta anunciou que eu não era um bruxo das trevas, e sim uma pessoa com sentimentos, que trouxe Virginia Weasley de volta.
Ela não respondeu. Fitaram-se por alguns minutos, até que ele falou:
- Seu noivo deve estar te procurando.
- Eu disse a ele que ia tomar um pouco de ar e depois voltava. – ela hesitou. – Então... Como você está?
- Bem. – ele achou aquela conversa muito desconfortável. – E você?
- Bem também... Draco, eu...
- Ginny? – era Harry.
Ela olhou para a entrada do beco e viu Harry a procurando; quando se voltou para Draco novamente, ele não estava mais lá. Resignada, acenou para o noivo e sorriu.
Draco não gostou de ter encontrado Ginny naquele dia. Ele já estava contando com a perspectiva de nunca mais vê-la, coisa que o alegrava e o entristecia. Alegrava, pois detestava vê-la ao lado de Potter, e desejava sinceramente não vê-los nunca mais daquela maneira, sorridentes. E entristecia, pois Ginny já havia tornado-se uma constante em sua vida, e a idéia de não vê-la nunca mais o deixava quase louco. Nem sabia porque, mas gostava de vê-la, odiava ter que ficar longe da ruiva.
Ginny, por sua vez, ficou um tanto quanto abalada ao ver Draco novamente. Quase se declarara, num impulso. Ela costumava caminhar muito no bosque que havia perto de sua casa, e para tentar esquecer o acontecimento, foi isso o que ela fez naquele dia.
Andava rapidamente, como se a velocidade fosse ajudá-la. Tropeçou várias vezes, mas mesmo assim continuou não prestando atenção no caminho. Só conseguia pensar em Draco. E não viu quando tropeçou em alguma coisa um pouco mais alta. Sentiu-se caindo, sua cabeça bateu em algo duro, e então ela não viu mais nada.
Ela estava sentada, encolhida, no canto de uma sala muito escura. Sentia frio e fome, suas roupas eram velhas e estavam rasgadas. Ginny estava sozinha.
Sabia onde se encontrava. Aquele lugar era alguma sala da casa dos Lestrange, e no dia seguinte fariam duas semanas que ela estava ali. Ginny também sabia também porquê estava ali. Alem de servir de isca para atrair o namorado Harry, os Comensais achavam que ela poderia ter alguma informação sobre os planos de Dumbledore. Para a infelicidade dos Comensais e dela, Ginny não sabia de nada.
Ouviu passos perto da porta e se encolheu ainda mais. Estava certa de que sua hora havia chegado; Belatriz Lestrange havia dito que iriam começar a torturá-la logo. Ginny estava impressionada com a demora. A porta abriu lentamente, e a ruiva ficou muito surpresa ao ver Draco Malfoy parado ali.
No momento do seqüestro, apenas o pai dele, Lucio Malfoy, estivera presente. Ela não tinha visto Draco em lugar nenhum. Na verdade, ela não sabia nem o que ele estava fazendo durante a guerra.
Ele se aproximou e a fitou, com seus frios olhos cinzentos.
- Vamos logo, Weasley.
- O que?
- A casa está vazia agora, me deixaram no comando. Te levarei para fora daqui
Ela obviamente não acreditou nele. Por que um Malfoy a ajudaria? Era uma armadilha, ela sabia, Draco Malfoy a levaria direto para a tortura.
- Muito ingênuo da sua parte, Malfoy, se acha que vou acreditar em você.
- Você não tem escolha, Weasey. Meu pai e tia Belatriz vão estar aqi antes do anoitecer, e vão fazer coisas piores que torturá-la.
- O que quer dizer? – ela perguntou, quase choramingando.
- Agora você é a ingênua, Weasley, se não sabe o que os homens fazem com garotas bonitas durante a tortura. – ele respondeu num tom seco, revirando os olhos.
Ela estremeceu.
- E onde quer me leva?
- Apenas para fora daqui. Depois disso, é problema seu.
- Por que está fazendo isso?
- Isto, Weasley, é meu problema. Agora vamos logo porque não temos muito tempo.
Ginny parou de pensar em todas as coisas que poderiam dar errado e o seguiu. Como ele mesmo dissera, ela não tinha escolha. Draco poderia estar levando-na para a tortura, mas se ela não o seguisse agora, Lucio Malfoy a faria sofrer mais à noite.
No caminho para fora, Ginny viu pelo menos três guardas estuporados, e olhou para o loiro impressionada.
- Você estuporou todos eles?
- Obviamente. Quando disse que a casa estava vazia, significa que não há comensais aqui no momento, mas é claro que eles não vão deixar um garoto de dezoito anos cuidando da mansão Lestrange sozinho, Weasley.
Eles deixaram a masmorra uns cinco minutos depois, e Draco a conduziu até os fundos da casa. Havia um bosque enorme ali, e Draco entregou uma bússola para a ruiva.
- Atravesse a floresta caminhando sempre para o norte. Dá uma meia hora de caminhada., e então você encontrará um barco. Ele te levará direto para a França, o piloto está sob minhas ordens. Depois disso, faça o que quiser, mas saia da Inglaterra.
Ela consentiu e perguntou
- E você?
- O que tem eu, Weasley?
- Você terá problemas com seu pai se ele descobrir que me ajudou.
- Então não posso deixá-lo ficar sabendo, posso?
Ela consentiu novamente, e encarou os olhos frios e cinzentos, intrigada. Ginny já tinha perguntado antes, sabia que ele não diria porque estava fazendo aquilo.
- Obrigado, Draco.
- Não há tempo para essas baboseiras, Weasley.
Ela sabia disso. Mesmo assim, Ginny se aproximou e o beijou.
A reação de Draco não foi o que ela estava esperando. Ginny estava pronta para ouvi-lo dizer furioso que ela não passava de uma pobretona nojenta, mas Draco a segurou firme pela cintura e aprofundou o beijo. Ela enterrou suas mãos nos cabelos dele e os dois se beijaram com desespero pelo que pareceram horas, até que ele se lembrou de onde estavam.
Ele se afastou e ela gemeu em protesto. Fitaram-se ofegantes, e então ele disse:
- Adeus, Weasley
Draco voltou para a casa; ela se embrenhou pela floresta e não olhou para trás.
Correu, seus cabelos sujos grudando no rosto. Olhava a bússola constantemente para ter certeza de estar indo na direção certa. Quando finalmente alcançou o barco, depois de tropeços e arranhões, subiu a bordo exausta.
Sentou-se perto do pilo e passou os dedos nos lábios. Draco Mafoy acabara de salvar sua vida, e ela nem mesmo sabia porquê. Pensando no loiro, adormeceu.
O piloto a acordou um tempo depois.
- Ei, garota, chegamos.
Os dois desembarcaram e caminharam em silencio por um tempo, até chegarem em uma estrada de terra.
- Seguindo em frente, você chegará em uma vila bruxa. Boa sorte, garota.
Ela mal reparou quando o piloto foi embora, e até se esqueceu de agradecê-lo. Estava exausta, mas não podia desistir. Começou a caminhar, os olhos pesando. Não viu o tronco de árvore no chão, e quando tropeçou nele, a ultima coisa que sentiu foi sua cabeça batendo numa pedra. Depois, tudo ficou escuro.
Continua...
N/A: E aí? Já estavam esperando por isso? O que acharam?
Obrigada pelas reviews: Ana Bya Potter, Carol Malfoy Potter, Sarah-Lupin-Black, Chi Dieh (não, ela não está grávida... Isso ia ser óbvio demais!) e Ellen Potter!
Bom, resolvi colocar esse capítulo logo porque eu estou indo viajar e só volto depois do dia três... E até lá fico sem internet, então vai demorar um pouquinho pro próximo capítulo. Mas como ele já está pronto, assim que eu voltar eu posto.
Trailer:
Ele voltou seus olhos para o jornal, como se esperasse que ela fosse embora.
- Não vim para encontrar Neville e Lizbeth, já os vi hoje. Vim para falar com você.
Draco pousou o jornal lentamente no sofá, fitando-a.
- Sou todo ouvidos. – ele disse, num tom irônico.
Ela não se intimidou com a falta de paciência do loiro; sentou-se na poltrona de frente e resolveu ser direta.
- Eu recuperei minha memória, Draco.
Até a próxima, deixem reviews!
Beijinhos...
