N/A: Eu não demorei tanto assim, vai... Esse capítulo foi um pouco difícil de escrever, principalmente a parte final. Enfim, espero que gostem!
Capítulo 12 – Reportagens e CerimôniasGinny acordou naquele dia se sentindo indisposta. Havia se passado apenas dois dias desde a sua saída do Hopsital St Mungus, e ela não via Harry desde então. O noivo viria à Toca para vê-la naquela manhã, ela sabia.
Levantou-se e vestiu a primeira roupa que achou no armário; Ginny sabia que aquela manhã seria incrivelmente difícil. Desceu para o térreo e ficou muito supresa de encontrar Harry já a esperando, com um buquê de rosas na mão. Ela se sentiu ainda pior ao ver as flores. Forçou um sorriso e andou em direção ao noivo.
- Olá, Harry. O que faz aqui tão cedo?
- Não pude esperar. Precisava muito falar com você.
Não havia mais ninguém na sala, e os dois se sentaram no sofá. Ginny pegou as flores e agradeceu.
- O que é tão importante, Harry?
- Eu realmente nem sei como começar, Gin.
- Vá direto ao ponto. Sempre achei a melhor solução. – ela sorriu.
- Eu... não posso me casar com você.
Ela o olhou, estupefata. Harry tinha dito as mesmas palavras que ela planejara dizer a ele, naquela manhã.
- Eu sei que preciso explicar, então por favor, apenas me escute. Depois pode brigar comigo, se quiser. Eu vou entender.
- Não vou brigar com você, Harry.
Ele sorriu.
- Eu estava realmente apaixonado por você, Gin, quando começamos a namorar, em Hogwarts. Mas então você desapareceu, e eu não consegui pensar em outra coisa a não ser encontrá-la. Passei esses dez anos esperando que você voltasse, mas acabei não percebendo o óbvio. Se você voltasse, as coisas não seriam como antes. Dez anos podem mudar muito as pessoas, e eu mudei. Eu ainda amo você, mas não como a amava antes.
- Você me ama como uma irmã.
- Sim. Eu acho que se esse amor que eu sentia não conseguiu sobreviver nesses dez anos, então ele não era suficiente. Eu não quero magoá-la, Gin.
- Eu sei, Harry. E eu entendo, porque você sabe que eu sinto o mesmo. Eu te amo, mas não estou apaixonada por você. Dez anos é muito tempo.
- Acho que eu fiquei tão obcecado em encontrá-la que me fechei para o resto. Na minha cabeça, você ainda era quem eu queria, e eu não deixei que meu coração sentisse outra coisa. Entenda, meu maior desejo foi a sua volta. Mas quero você aqui como minha amiga, minha irmã. Não minha esposa.
- Fico feliz que tenhamos nos entendido assim, Harry. Eu ia dizer tudo isso a você esta manhã, sabe. – ele riu. – Mas fique sabendo que eu vou te amar para sempre.
Os dois se abraçaram, e logo no almoço, que seria uma festa de comemoração a Ginny, por ter sua memória de volta, os dois ex-noivos deram a notícia do fim dos planos de casamento. Todos os Weasley ficaram muito tristes e indignados, e não pararam de dizer que Harry e Ginny eram perfeitos um para o outro.
A ruiva sabia que teria um trabalhão para convencê-los de que seria melhor assim, mas não se importava. Era um peso a menos em sua consciência e ela estava feliz por isso.
- Você fez a coisa certa. – disse Hermione, quando as duas se encontraram sozinhas.
- Eu sei.
Ela se sentia leve, como há muito tempo não se sentia.
Exatamente como Ginny esperava, sua mãe fez milhões de perguntas sobre o rompimento de seu noivado com Harry. Ginny não podia dizer simplesmente: "ah, mãe, estou apaixonada por Draco Malfoy!", então dizia que ela e Harry se amavam muito, mas apenas como amigos.
O interrogatório durou aproximadamente três dias, até que a Sra. Weasley finalmente se cansou e decidiu aceitar. Harry continuava vindo à Toca, e passava horas conversando com Ginny. A ruiva estava realmente aliviada de ter terminando com Harry de maneira tão agradável, e adorava quando o ex-noivo visitava sua família.
Naquele dia em especial, ele apareceu com o Profeta Diário no bolso, e durante o almoço, em que estavam presentes apenas Ginny, Harry, o Sr. e a Sra. Weasley, ele perguntou:
- Vocês viram o jornal de hoje?
- Ainda não tive tempo, Harry. – disse o Sr. Weasley. – Há alguma coisa de interessante?
- Há uma entrevista muito curiosa com Neville. Você talvez queira dar uma olhada, Gin.
Ele estendeu o jornal a ela, que pegou com as sobrancelhas erguidas, parecendo muito curiosa.
- Leia alto, Gin. – pediu sua mãe.
- Está bem.
Entrevista Exclusiva com Neville Longbottom!
Revelações Bombásticas!
PD: Boa tarde, Sr. Longbottom. Agora, diga-me, porque quis dar essa entrevista?
NL: Boa tarde! Bem, para ajudar um amigo, para falar a verdade. Estou aqui para revelar segredos sobre Draco Malfoy.
PD: Isso é mesmo uma surpresa, Sr. Longbottom! Por favor, conte-nos sua história!
À medida que ia lendo, ainda em voz alta, Ginny conseguia acreditar ainda menos. Neville estava revelando a toda comunidade bruxa a participação de Draco na guerra! Desde o dia em que o loiro a ajudara a sair da casa dos Lestrange até quando deu informações crucias a Remus Lupin, Neville contava tudo com minuciosos detalhes.
Mas para a ruiva, o que chamou sua atenção foi o final da entrevista.
PD: Sr. Longbottom, é realmente um espanto tudo o que o senhor acabou de me contar, e acho que concorda comigo quando disser que Draco Malfoy merece uma Ordem de Merlin!
NL: Draco não está preocupado com prêmios ou fama. Por isso não revelou nada antes.
PD: Então porque está dando essa entrevista?
NL: Para ajudá-lo. Draco sempre foi muito mal-visto pela comunidade bruxa. Quero melhorar a imagem dele, para que a família de uma certa mulher passe a gostar dele, se é que você me entende.
PD: Então vamos todos desejar boa sorte ao Sr. Malfoy. Muito obrigado pela entrevista, Sr. Longbottom, e até a próxima.
- Ora, mas é mesmo uma surpresa! – exclamou o Sr. Weasley, animado. – Quem diria...
- Espero que ele tenha sorte com a mulher, não é, querido? – perguntou a Sra. Weasley.
Harry, contudo, não disse uma única palavra, e olhava para Ginny com curiosidade. A ruiva ainda segurava o jornal, e estava com os olhos um pouco arregalados. Ela olhou para o ex-noivo e este sorriu para ela.
- Ele vai receber a Ordem de Merlin, Primeira Classe. – Harry disse.
- Vai? – murmurou Ginny.
- Vai, eu fui chamado para entregar. A cerimônia está marcada para daqui a dois dias. Gin, você quer ir dar uma volta no bosque?
- Ahn... claro, Harry.
Ela se levantou um pouco desajeitada, e derrubou uma cadeira. Sua mãe a olhou com as sobrancelhas erguida.
- Tome cuidado, não queremos que você caia de novo.
- Não se preocupe, Sra. Weasley. Eu cuido dela. – disse Harry.
Os dois saíram para os fundos da Toca e o moreno não demorou a falar:
- Você parece bem surpresa.
- Eu estou.
- Você não sabia disso tudo?
Ela o olhou.
- Sabia, para falar a verdade. Ele me contou, foi ele quem eu fui procurar quando fugi de St Mungus. Mas não sabia que ele iria deixar Neville publicar tudo num jornal. Lizbeth não me contou nada.
- Acho que ela queria que fosse uma surpresa. – Harry sorriu. – Acho que seus pais vão aceitá-lo agora.
Ginny parou de andar e segurou o braço dele.
- É tão óbvio assim? Que sou eu, quero dizer.
- Pros seus pais, obviamente que não. Rony provavelmente não vai pensar nessa possibilidade, você sabe como ele é. Seus irmãos mais velhos... Acho que não sabem também.
- Hermione sabe. Eu contei algumas coisas para ela.
- Então somos apenas nós dois. Alem de Neville e Lizbeth, claro.
- Você o aceita, Harry? Sua opinião é importante para mim.
- Ginny, Draco Malfoy não é minha pessoa favorita no mundo. Nós já tivemos desavenças demais. Mas o que ele fez é louvável, claro, e eu acho que ele gosta muito de você, para ter se exposto assim. Eu nem sonharia em ser contra.
Ginny o abraçou e murmurou:
- Obrigada, Harry.
Dois dias se passaram, e Ginny não tinha ido falar com Draco. Tinha decidido esperar; assistiria a cerimônia em que Draco receberia a Ordem de Merlin, e depois falaria com ele. E se tudo desse certo, conversaria com a família.
Todos os Weasley foram convidados para ver a condecoração de Draco Malfoy, e a Toca estava em polvorosa.
- Não entendo porque todos nós fomos chamados. – resmungava Rony.
- Harry vai presidir a cerimônia. E você tem que reconhecer o que Draco fez, Rony! – Hermione quase gritava em resposta.
- Eu não disse que não reconheço. Mas não tenho que gostar dele!
- Ah, tem sim! Ronald Weasley, você vai tratá-lo bem na cerimônia e em todas as vezes que encontrá-lo!
Hermione deixou Rony na sala da Toca e saiu dali batendo um pouco os pés, numa atitude um pouco infantil.
- O que foi que deu nela? – perguntou Rony a Harry.
O moreno deu de ombros e sorriu. Hermione voltou pouco tempo depois dizendo que já estava na hora. Ginny desceu do quarto naquela hora, e Rony perguntou:
- Por que você está toda bonita e arrumada?
Ele odiava aquilo tudo. A cerimônia não tinha nem começado e Draco já estava odiando. Ele já estava no local indicado, que parecia um grande palco na opinião dele. A sala era redonda, e ele estava no centro, na parte mais baixa. Em volta, haviam cadeiras vermelhas confortáveis, aproximadamente umas quinhentas. Elas estavam arrumadas como se estivessem sob escadas, e Draco se sentiu no meio de um minimizado campo de Quadribol.
O loiro tinha chegado cedo; de acordo com ele, quanto mais cedo ele chegasse, mais cedo terminava. Ficou um tanto zangado ao constatar que ninguém ali iria colaborar com ele. Só iriam começar depois de todos os convidados chegarem. Draco tentou protestar, dizendo que ele era o homenageado, mas não adiantou muito.
Ele estava sentado em um tipo de poltrona, que seria dele durante a cerimônia. Não tinha ninguém ali, a não ser Neville e Lizbeth, que já tinham escolhido seus lugares. O bruxo que tinha lhe mostrado o lugar, o mesmo para quem Draco havia reclamado, já tinha ido embora. Pouco tempo depois, os convidados começaram a chegar. Eram funcionários do alto escalão do Ministério, ex-membros da Ordem de Fênix, professores e ex-alunos de Hogwarts.
Draco viu quando Remus Lupin chegou com a esposa e Sirius Black, viu a antiga professora de Adivinhação, Sibila Trelawney, procurar seu lugar. Quando Severo Snape, seu ex-professor de Poções, chegou, não se sentou imediatamente. Ao invés disso, desceu até onde o loiro estava e o cumprimentou.
- Olá, Sr. Malfoy.
- Professor Snape. – Draco respondeu, com um aceno de cabeça.
O Mestre de Poções não disse mais nada, mas olhou para Draco com um meio-sorriso, o quê, vindo de Snape, já era muito. Severo Snape estava orgulhoso dele! Draco sabia que durante a época de Hogwarts, o professor só o protegia porque não podia estragar sua imagem de Comensal da Morte, já que Lucio Malfoy, seu pai, era um. Snape não gostava de nenhum aluno, nem mesmo de Harry Potter, uma consolação para Draco naquela época. O loiro achava que o professor jamais havia ficado orgulhoso de um aluno, até aquele momento.
Snape se sentou em uma cadeira numa das fileiras da frente, esperando. Os convidados foram chegando, até que Draco sentiu uma mão em seu ombro. Ele se virou com violência, assustado, e quase sacou a varinha, mas parou quando viu que era um bruxo baixinho, com um ar ansioso.
- Sr. Malfoy, não deveria estar aqui, os convidados não devem vê-lo antes do início da cerimônia! Por favor, venha comigo.
Draco xingou mentalmente o primeiro bruxo que o havia levado para aquele lugar, e seguiu o baixinho.
O bruxo o levou para uma saleta, e o loiro praticamente se jogou no sofá, esperando. Foi deixado sozinho por uns momentos, até que o mesmo bruxo baixinho voltou.
- Você já vai entrar. Vamos, vamos.
Ele foi levado para a sala que estava anteriormente, se perguntando se toda aquela enrolação era mesmo necessária. Quando Draco foi anunciado, pelo próprio Professor Dumbledore, levou um susto. Todos os convidados se levantaram e começaram a bater palmas, e o loiro mal conseguia distinguir alguém ali.
Caminhou em direção ao diretor, que estava ao lado de Harry Potter. Este segurava uma medalha e sorria. Sorriso forçado, pensou Draco. Ele permaneceu sério, e Dumbledore começou a ler os seus feitos:
- A Draco Malfoy, por ter revelado informações cruciais para a derrota de Lorde Voldemort, por ter se arriscado sobremaneira ao fazer isto, demonstrando grande coragem e nobreza de coração, a comunidade bruxa oferece a Ordem de Merlim, Primeira Classe.
Harry se aproximou de Draco, e colocou a medalha em volta de seu pescoço. Os convidados voltaram a se levantar a aplaudir, muitos falando ao mesmo tempo. Draco apertou a mão de Harry e de Dumbledore, duvidando de cada palavra que o diretor havia dito.
Muitos bruxos queriam apertar a mão de Draco, mas ele não se importava. Vasculhou a platéia, procurando. Não se importava com ninguém ali, não se importava com a medalha. O loiro mal olhava para aquelas pessoas apertando sua mão. Quando as pessoas começaram a ir embora, ele se sentiu aliviado. Estava terminado, não teria que passar por aqueles insuportáveis momentos novamente.
Era muita gente, ele não conseguia reconhecer quase ninguém. Ficou irritadíssimo quando o diretor o chamou para conversar, e teve que desviar sua atenção da platéia. Dumbledore falava animadamente, mas Draco não ouvia. Não soube quanto tempo ficou ali, olhando com uma expressão vazia para o rosto do diretor, até que ele disse:
- Ah, todos os convidados já foram, Sr. Malfoy, tenho que ir também. Parabéns, novamente.
Dumbledore apertou sua mão pela milésima vez, e Draco ficou olhando o diretor se afastar. Ótimo, todos já foram embora! E eu não sei se ela veio!, ele pensou, ainda mais irritado. Olhou novamente para as cadeiras vermelhas, pesaroso. Correu o olhos ao redor da sala circular, e então ele a viu.
Ginny era a única pessoa ali, além dele. Estava sentada no alto de uma das escadas, com as mãos cruzadas sobre os joelhos. Quando ele a viu, a ruiva se levantou e desceu as escadas sem pressa. Parou na frente dele, sorrindo.
- Oi. – ela disse.
- Oi.
- Eu li a reportagem de Neville, no Profeta.
- Então você sabe que ele estava se referindo a você.
- Eu espero que sim. – ela sorriu. – Minha família vai ter que te aceitar, Draco. Eu não quero mais ficar sem você.
- A sua mãe não vai querer me abraçar, vai? – ele fez uma careta.
Ginny riu, e o beijou. Beijaram-se por alguns minutos, e então ele perguntou:
- Sua família está aí fora?
- Sim, estão me esperando.
- E eles sabem porque está aqui?
- Ainda não contei. Disse que queria falar com Dumbledore.
Ela passou os braços novamente pelo pescoço dele, e ia beijá-lo novamente, quando ouviu a voz de Rony:
- Ginny, o diretor já... O que está acontecendo aqui? – ele gritou, fazendo com que todos os Weasley, mais Harry e Hermione, entrassem na sala.
Rony já ia voar pra cima de Draco, mas Harry e Hermione o seguraram. Ginny entrelaçou sua mão na de Draco, olhou para os pais e disse:
- Eu tenho que contar uma coisa.
N/A: Notaram que não tem o "continua" no final desse capítulo. Isso significa que esse é o capítulo final. Pois é, acabou aqui... Vou escrever só um epílogo pequeno!
Espero que vocês tenham gostado desse capítulo? Eu não quis fazer o Harry ser o coitado, então eu o coloquei terminando com a Ginny. Gostaram da reportagem no Neville, e da cerimônia?
Obrigada pelas reviews: Sarah-Lupin-Black (mas agora ta tudo certo, tadenho de mais ninguém, hehehehe), Lillith1 (aquele também é um dos meus favoritos!), Mystica Black (obrigada por achar minha fic linda!), Ana Bya Potter (espero que você veja esse capítulo, eu não tenho como ficar avisando todo mundo que me pede, desculpe!) Carol Malfoy Potter (claro que ele não desiste!) e MaRi-AlMeIdInHa (é, é estranho o Draco e Neville amigos, mas em dez anos tudo pode acontecer... )
O epílogo eu não sei quando sai, mas espero que logo!
Beijinhos!
P.S.: Posso fazer propaganda? Leiam minha fic nova, "No Escuro", hehehehe... E deixem reviews !
