Capítulo 2
O Primeiro dia no Makai
Botan puxou o kimono com força quando ele se enroscou em outro espinho. Por quê que toda planta do Makai tem que ter algum tipo de ponta espinhenta! Ela pensou irritada, finalmente soltando o tecido. Depois de pousarem no Makai, ela tentou perguntar ao Hiei onde era sua "casa". De qualquer forma, o demônio de fogo decidiu não responder e, ao invés disso, se pôs a caminhar através da Floresta do Makai Forest, a deixando para trás tentando alcançá-lo. Caminharam assim por mais ou menos uma hora.
Ela levantou os olhos para ver Hiei a uns bons metros de altura acima dela, mal sendo possível enxergá-lo entre as árvores cheias. "Ah não," ela grunhiu, mudando seu passo para uma apressada corrida para que então pudesse se igualar ao demônio de fogo.
Em seus frenéticos esforços, ela acaba por tropeça numa raiz de árvore, caindo num monte feio meio ao chão da floresta. Ela grunhiu, fechando os olhos de dor. Com cuidado para não prejudicar algum machucado, ela se colocou em pé. "Esse vai ser um ótimo dia," murmurou a si mesma.
"Pareceu um pouco sarcástico," uma fria voz respondeu à sua esquerda.
Botan girou sua cabeça em volta. Ela tremeu. Lá, em algum lugar escondido entre as árvores estava um magnífico centauro. Era um macho, com cabelos loiros esvoaçantes, adornada de folhas brilhantes. Ele tinha brilhantes olhos cor de lavanda e penetrantes. Ele balançou sua igualmente loira cauda impacientemente. "Você vai ficar só me olhando o dia todo?" ele perguntou calmamente, sua voz cheia de curiosidade, num acento melodioso.
Botan corou. "Desculpe...Eu, hum... devia mesmo estar indo..." Relutante, ela abaixou seu olhar pra magnífica criatura. Se ela não corresse, nunca mais seria capaz de encontrar Hiei e ele certamente não a esperaria ou sequer se sentiria obrigado a voltar para procurar por ela.
"Deixe-me levá-la até seu amigo," o centauro ofereceu gentilmente.
O coração de Botan batia forte. "Vo-você faria isso? Mesmo?" ela indagou, esperançosa, nem sequer se importar em saber como ele poderia saber que ela estava procurando por Hiei em primeiro lugar.
Ele sorriu amarelo. "Eu faria, claro. Suba em minhas costas." Ele se aproximou da excitada guia espiritual, se abaixando um pouco para que ela pudesse facilmente subir em suas costas. Botan acenou positivamente e com cuidado pousou suas mãos em suas largas costas. Com um impulso, ela balançou seu corpo para cima, segurando a mão dele para manter equilíbrio.
"Obrigada," ela sussurrou, se ajustando em cima dele. Ele simplesmente sorriu de volta e partiu floresta adentro. Botan tencionou, sentindo os músculos dele enrijecerem e se contraírem entre suas pernas. Por alguns minutos, ela apreciou aquela sensação. Relaxou e começou a se mover junto a ele. Por alguns minutos, ela se sentou e apreciou a sensação de seus movimentos em silêncio.
Sua paz não duraria muito, quando ela de repente se deu conta de que estavam no caminho errado. Ela lembrava exatamente da direção que Hiei partira. E estava indo à direção oposta. "Com licença?" - chamou, nervosa. "Meu amigo foi para o outro lado..." ela tentou apontar com sua mão.
O centauro não hesitou ou respondeu, mantendo seu caminho através da floresta. Botan tremeu. "Olá?" ela tentou de novo. "Você pode me ouvir?" Ainda, nenhuma resposta.
Decidindo que ele provavelmente estava perdido em seus próprios pensamentos, ela deu um tapa em seu ombro. "Com licença, meu amigo foi na direção oposta - estamos indo pelo caminho errado."
Dessa vez, os lábios do centauro se curvaram. "Estamos pegando um atalho."
Botan engoliu em seco. A voz dele soava diferente, quase se podia sentir um assobio ruim em seu tom anterior. Imediatamente, a sensação de paz se foi e deu lugar à ansiedade - um estranho nó se formando na boca de seu estômago.
Preciso sair daqui!
Ela tentou sair das costas da besta com toda força. Infelizmente, ele sentiu seus movimentos e cravou uma das mãos em seu ombro, parando-a. "Você não vai a lugar algum!" ele deu um sorriso perverso, a parte ameaçadora de sua voz agora completamente emersa. Botan deu um grito agudo e tentava com toda força libertar seu braço. Ele apenas a apertou mais, a puxando para mais perto de si. Botan apertou os olhos com força, esperando pelo pior.
De repente, a força em seu braço afrouxou e ela pulou para o chão da floresta, caindo sem muito jeito. Abriu os olhos e sentiu a respiração faltar diante de seu horror. O braço que a segurava ainda estava preso ao dela, mas fora mutilado de seu corpo; cortado exatamente no meio do antebraço. Rapidamente ela se livrou daquilo, tremendo de nojo.
No instante seguinte, Hiei jogou em frente dela sua túnica preta, a espada em punho para proteção. "Hiei!" ela sussurrou aliviada, antes de sua atenção ser brutalmente roubada pela figura do centauro. Ele segurava seu braço sangrento com dor, soltando gritos de agonia.
Botan sentiu faltar o ar quando de repente as pernas e braços da criatura se endureceram e seu cabelo prateado tomou tons de verde. Em segundos, ele havia se transformado numa criatura-serpente, guinchando ameaçadoramente para Hiei.
"Saia da minha frente aparição de fogo!" ele gritou. Botan tremeu diante da diferença de voz na agora criatura-serpente. "Eu encontrei esta presa!"
Hiei rosnou e deu um passo, bloqueando então toda a visão dele sobre Botan. "Minha." Ele resmungou, liberando uma considerável onda de seu youki. Sentindo o poder de Hiei, a serpente soltou um assobio final e partiu entre as árvores.
Hiei se voltou para Botan, rapidamente guardando sua espada. "Um demônio metamorfo." ele a informou com um olhar desdenhoso. "Ele estava e levando para sua casa."
Num ímpeto de seu medo, Botan quis chorar pela perda de uma criatura tão bela. Poderia tê-la matado, e ela estava triste por perder isso. Era poderosa. E não conseguia parar de tremer.
"É você ficar sozinha para fazer uma coisa estúpida como essa" Hiei continuou em aparente aborrecimento.
Botan balançava a cabeça e continuava a tremendo. "M-me ajuda a le-levantar?" ela sussurrou, estendendo sua mão. Hiei rodou os olhos, mas segurou sua mão, rapidamente a puxando. Logo que sentiu os pés tocarem o chão sólido, ela sentiu seu sangue subir à cabeça e a floresta girando diante de seus olhos. Ela se segurou na capa de Hiei desesperadamente, apertando seu rosto contra o tecido negro.
Hiei gelou e deu um passo incerto para trás, mas Botan apenas o segurou mais forte. Ela nunca quis sair de seu lado, o Makai era perigoso demais sem ele. A percepção de quão perto ela estava da morte fez Botan tremer de medo. Ela olhou para ele com olhos mareados de lágrimas. "Eu-" mas ela nunca terminou sua frase, desmaiando.
oOo
Botan acordou com o suave cheiro de cicuta e pinho. Ela estava dormindo na mais confortável cama que já esteve. Era uma daquelas elétricas - ela dava umas tremidas de vezem quando, em movimentos firmes. Ela bocejou e se afundou ainda mais no travesseiro negro, saboreando sua macia textura.
"Você já está acordada?" sua cama soltou um estalo. Os olhos de Botan se arregalaram, surpresos. Seus olhos encontraram duas esferas de carmesin. Ela deu um salto - Hiei era a sua cama! Aquelas tremidas elétricas eram seus pés, e seu travesseiro era o ombro dele! Ela ria, nervosa.
Ele grunhiu e a jogou propositalmente para o chão da foresta. Ela se encolheu de dor. "Ow..."
"Agora ouça," ele disse seco e direto, olhando para ela. "Eu não pude dizer isso antes pra você porque você desmaiou."
Botan o fitava com ar curioso.
"Se eu tenho que carregar você comigo por uma semana inteira, você tem que mostrar algum bom senso. Aparentemente, como você demonstrou há duas horas atrás -"
"Eu estive dormindo por duas horas!"
"Sim, agora cale a boca - Eu não teminei."
Botan cerrou os lábios.
"Como você demonstrou há duas horas atrás, você não tem o menor bom senso. Koenma vai me jogar numa prisão se alguma coisa acontecer com você, então você terá que andar na minha frente para que eu possa ter certeza que não vai fazer mais nada estúpido."
"Desculpe..." ela murmurou, não querendo deixá-lo ainda mais irritado. Com certeza ela não queria ter que se virar sozinha no Makai. Ela tremia só de lembrar daquele 'shapeshifter'. (metaformo)
"E," Hiei continuou como se ela não tivesse ditto nada, "você tem que manter um passo decente. Eu já tenho que reduzir minha caminhada uma vez que você está comigo, me atrasando em no mínimo 4 vezes. Então eu tive que salvar o seu rabo perdendo mais meia hora. Tive que carregá-la, o que me atrasava ainda mais. Sem contar que tive que percorrer uma área que eu já tinha percorrido antes. Eu já poderia ter ido ao Ningenkai e voltado duas vezes!"
Botan corria um dos dedos pela terra. "Bem, pelo jeito alguém teve bastante tempo para se zangar comigo..."
Hiei grunhiu. Botan riu nervosamente e se pôs de pé. "Desculpe, não fique tão bravo! Eu vou andar na sua frente e vou andar bem rápido."
Hiei cruzou os braços e olhou para ela silenciosamente. Botan rapidamente virou para outro lado, evitando uma risada. Se ela não o conhecesse melhor, pensaria que ele a estava encarando (vc pode tirar os dois 'ela' dafrase). Ela começou a andar em frente e Hiei seguia atrás dela.
"Sabe," Botan disse após alguns momentos. "Você não devia ser tão temperamental. Sua namorada vai realmente odiar se você gritar com ela o tempo todo."
Hiei bufou atrás dela. "Primeiro - Eu não vou ter uma namorada tão cedo e segundo, se por alguma bizarra razão eu tiver, ela não seria estúpida o bastante para seguir um ser que muda de forma. Principalmente um que imite um centauro porque NÃO HÁ CENTAUROS NO MAKAI."
Botan estreitou os olhos, tentando não parecer embaraçada. "Tanto fa- Ai meu deus!" Ela de repente parou, o que fez Hiei trombar nela.
"Baka! O que está fazendo!" ele gritou depois de se recompor.
Botan não respondeu, se pondo a corer as mãos pelos bolsos do kimono. "Onde eu coloquei? Eu tenho que escrever isso..." ela mumurou para si mesma, ainda procurando através das pregas. Finalmente ela retirou um pequeno caderno cor de rosa. "Aqui está!" ela o abriu e começou a escrever nele, usando seu joelho como apoio.
Hiei a observou por alguns momentos antes de sua curiosidade (e paciência) o derrotasse. "O que você está fazendo?" ele perguntou em tom sério, dando um olhar reprovador ao caderno.
"Escrevendo que você quer uma namorada que não seja estúpida e que tenha instintos de sobrevivência..." ela murmurou, ainda escrevendo.
Hiei corou. "O quê!"
Botan fechou o caderno com uma expressão contente. "Estou procurando uma namorada para você, lembra?"
"Eu-" ele gaguejou. Hiei abriu sua boca de novo, como se fosse dizer alguma coisa, mas permaneceu em silêncio.
Botan deu de ombros. "Enquanto eu estiver por aqui, é bom fazer alguma coisa."
Ele deu a ela o mesmo olhar confuso.
"Então..." Ela batia a caneta em sua bochecha. "Vamos começar com... qual sua cor favorita?"
Hiei estreitou os olhos sobre ela. "Você não está andando - estamos tentando manter um passo rápido," ele finalmente respondeu.
Botan franziu as sobrancelhas e virou à sua esquerda, começando a caminhar com vontade. Hiei piscou, surpreso, e correu até ela. "Agora," ela bufava, com raiva, entre suas inúteis investidas em velocidade. "Qual sua cor favorita?"
"Eu não tenho uma," ele respondeu, perfeitamente bem com o passo que seguiam.
"Então vamos te achar uma," ela respondeu. "O que acha de preto?"
"Preto não é uma cor. É simplesmente um buraco que absorve todas as outras cores e por isso não pode ser uma."
Botan simplesmente balançou a cabeça, concordando, mas logo correu a abrir o caderno e escrever no fim da página nomeada - "Personalidade de Hiei" - perpicaz e inteligente.
De repente, eles chegaram a uma clareira. Botan suspirou aliviada. Estava cansada de tantas raízes e espinhos machucando e cortando suas canelas. Ela sentiu a mão firme de Hiei sobre seu ombro.
"Vamos parar aqui," ele avisou, passando por ela e largando seu ombro. Botan o fitou por um momento em silêncio. Ela não saberia dizerse era por causa de sua mão ter deixado seu ombro latejando ou pelo fato dele parecer tão bem enquanto ela estava sem fôlego por seu esforço na caminhada.
Hiei se virou e a espiou enigmaticamente. "O que você está olhando?"
Botan corou. "Nada! Desculpe..."
Hiei arqueou uma sobrancelha, mas voltou a lhe dar as costas. Rapidamente ele desapareceu num borrão negro. Botan engoliu em seco, finalmente entendo o que havia acontecido. "Hiei!" gritou. Ela congelou, sem resposta. Ela a havia abandonado! Ela se sentia entrando em pânico, a clareira se tornando cada vez mais escura.
De repente, sentiu algo mover-se atrás de sei. Ela gritou amedrontada e materializou seu remo, se lançando sobre ele em pânico. Ela ofegava, quando viu um certo demônio de fogo no lugar do horrível monstro roxo que havia imaginado. Hiei segurou o cabo do remo com sua mão, a outra sehurando um pedaço de madeira. Os olhos dela se arregalaram, surpresos. "Você está mesmo nervosa."
Botan saltou de seu remo e o desmaterializou. "Você me assustou, só isso," ela respondeu um tanto agressiva, uma tinta vermelha espalhada sobre suas bochechas.
Ele murmurou mais para si mesmo um "Ok."
"Você... você sorriu!" ela disse espantada.
Hiei rodou os olhos e rapidamente lhe deu as costas, uma leve coloração vermelha agora sobre as bochechas dele. Botan zombava. "Eu sabia que alguma coisa era engraçado para você. "
Hiei se voltou para ela, com um meio-sorriso arrogante em seus lábios. "Sim, colhedoras de almas idiotas e facilmente assustáveis."
Botan corou. "Só porque eu não vivi no Makai a minha vida toda como você..."
Hiei apertou os olhos e franziu o cenho. Ele passou por ela, jogando a madeira no chão.
Botan engoliu a seco suas palavras. Talvez ela não deveria ter dito aquilo. "Está fazendo um fogo? " ela perguntou, tentando mover o assunto para outra direção.
"Você quer dormir sem um?" ele perguntou, sua voz baixa e aborrecida, se voltando para fitá-la.
Ela tremeu diante daquele tom de voz tão frio. "Não..." murmurou, fitando o chão. Ele suspirou resignado, voltando à sua atividade. Ela o assistia jogar um pequeno pedaço de madeira no chão e acendê-lo com seu youki, junto ao resto da madeira. Estava imaginando como ele poderia iniciar um fogo quando uma chama emergiu de seu dedo. Botan havia esquecido que ele era um demônio de fogo.
A garota caiu no chão quando a madeira começou a queimar. Pousou seu caderno e caneta ao seu lado, mas sua caneta começou a rolar através pelo chão em direção ao fogo. "Ah, não!" ela disse, tentando alcançar a caneta. Mas o objetorolou até a ponta da fogueira antes que ela pudesse pegá-lo. "Minha caneta!"
Hiei rapidamente se abaixou e pegou a caneta, a jogando de volta ao chão. Ela abriu a boca para dizer algo, mas, novamente, decidiu não falar nada no momento e fechou sua boca.
"Obrigada, Hiei - tudo bem com sua mão?" ela perguntou tenramente, olhando para cima, em direção a ele.
Hiei a olhou surpreso, mas rapidamente se cobriu com a velha máscara inexpressiva. "O fogo e o calor não ferem minha mão." Respondeu simplesmente.
Botan concordou, balançando a cabeça, e se inclinou para pegar sua caneta. "Não toque nela!" Hiei tentou avisá-la, mas já era tarde.
Ela colocou o dedo sobre a caneta e imediatamente recuou, reclamando de dor. "Ai!" gritou, segurando seu dedo queimado. Hiei suspirou e se ajoelhou ao lado dela, segurando sua mão com a dele. Ele segurou seu dedos de forma que pudêsse dar uma olhada neles. "Eu disse para você não tocar" reprimiu, baixinho.
"Desculpe," ela sussurrou, observando a face dele examinando seu dedo. De repente, Hiei se levantou, a levantando-a consigo. Ele a levou para o outro lado do fogo e se sentou, sentando-na do seu lado.
Hiei rasgou um pedaço da bandagem excessiva em seu braço e enrolou no dedo dela. Enfaixava o dedo devagar, ainda segurando a mão da garotacom sua outra mão. Botan suspirou. Hoje não havia sido um bom dia, afinal. Talvez devesse desistir e voltar para o Mundo Espiritual. Ela não foi nada além que um empecilho para o Hiei desde que chegaram ao Makai.
"Vermelho," de repente ele a interrompeu de seus pensamentos.
"Huh?"
"Esta é minha cor favorita."
Botan o fitou por um instante. "Mesmo?" finalmente perguntou.
Ele grunhiu. "Eu acho."
Botan sorriu. "Você não tem que fingir ter uma cor favorita só para responder minha pergunta."
Ele lhe deu um sorriso de canto, pausando o enrolar da bandagem. "Acredite-me, eu não faria isso." Ele prendeu o último pedaço da bandagem no dedo agora devidamente enfaixado. "Eu só decidi que queria saber que cor eu prefiro entre as outras."
Botan sorriu largo. "É uma boa razão." Mas parou, notando que ele não havia soltando de sua mão. Ele também notou e rapidamente a soltou, guardando a sua. Ela corou e se virou, puxando seus joelhos para debaixo do queixo.
"Qual a sua cor favorita?"
Botan parou um segundo. "O quê? Minha cor favorita?"
Ele permaneceu em silêncio, esperando pela resposta.
"Ah, hum...verde, eu acho." Ela respondeu, fitando o fogo.
Hiei sorriu de lado, se apoiando sobre os cotovelos. "Vou me certificar de que o companheiro que eu escolher para você goste da cor verde também então."
"Você estava falando sério sobre isso!"
Ele sorriu diabolicamente. "Eu sempre levo a sério meus objetivos..." A face dele voltou a seriedade. "Mas você também."
"Hiei," Botan suspirou. "Eu não me sinto sozinha e eu vou achar um amor se eu quiser. Mas você parace ser muito solitário. É meu dever ajudar você!"
Hiei lhe deu um olhar estranho antes de fechar os olhos e pousar suas mãos debaixo da nuca. "É verde então."
Botan rodou os olhos. "Eu tenho que lhe dizer que os opostos estão determinados a se atrairem. Provavelmente será mais certo para mim alguém que goste da cor que constrata com verde."
Hiei abriu um dos olhos, curiosamente. "Qual a cor que constrata com verde?"
"É-" Botan congelou, de repente se lembrando de que cor era. Ela corou e tentou desviar do olhar fixo de Hiei. "Um... eu não me lembro."
Hiei arqueou uma sobrancelha, mas deixou pra lá. No segundo seguinte ele estava de pé olhando para as árvores adiante.
"Onde você está indo?" Botan perguntou, sentando-se e o olhando diretamente.
Hiei apontou as árvores. "Estou indo dormir."
Uma expressão de medo e preocupação estamparam a face de Botan. "Lá-lá em cima?"
"Eu sempre durmo em árvores." Ele respondeu, impacientemente.
Botan mordeu o lábio. "Você poderia..." hesitou, tomando mais coragem "...ficar comigo? Por favor?"
Hiei a fitou por alguns instantes, então para as árvores e para o fogo, contrariado. Finalmente se sentou. "Até você dormir," murmurou. Botan sorriu, e se deitou na grama, tentando parecer agradecida. Mas ela não queria que ele ficasse só até ela dormir. Estava com muito medo de que algum demônio viesse no meio da noite e...
Uma idéia passou por sua cabeça. Ela fingiu um bocejo e fechou os olhos, se aproximando ainda mais da forma de Hiei. Ela continuou se aproximando até que podia sentir seu corpo perto do dela. Ela quase reconsiderou seu plano quando sentiu o koorime tenso e desconfortável, mas então o pensamento sobre demônios passou por sua cabeça novamente.
"Onna!" ele sussurrou irritado. "Onna! Baka - Como pode ter dormido tão rápido!"
Botan respondeu caindo sobre seu braço e soltando outro bocejo. Ela ainda pôde ouvi-lo grunhir, rabugento.
