Duat

Autor (a): Phoenix

Comentários

Eita que esta fic já começou boa! Vcs devem ter notado que ela tem uma estrutura meio diferente e devo dizer que a 'estratégia' de escrita também é incomum para mim. Se vcs me perguntarem o que vai acontecer, eu só posso dizer: não faço a menor idéia, e essa é a mais pura verdade! Além do mais, acho que os mistérios do antigo Egito começaram a agira sobre a estória tb, pois algumas coisas ,misteriosas aconteceram, como por exemplo: eu passei a tarde tentando publicar e o FF não deixava, mas quem diria, quando eu menos esperava, recebi meu primeiro review! Outra coisa, vcs imaginam quantos reviews eu tinha no exato momento eu fechei este cap? 9! Meu número preferido e que tem um significado especial para o Egito, intimamente ligado aos gatos.

Gostaria de saber uma coisa, por favor, respondam nos reviews ou no Chat, já que sabem quem sou: vcs querem que eu continue a colocar, no fim do texto, as referências sobre deuses e elementos mitológicos ou curiosos, como fazia na fic "Entre deuses e dinossauros"?

Cris

Que bom que vc gostou da fic, e saiba que arqueologia é a profissão da minha vida, ainda! E quem disse que vc é maluquinha? Quando pequena (bem pequena mesmo!) eu dizia que seria paleontóloga!

Claudia

Mas essas minhas leitoras são danadas, viu! Eu pensei exatamente no portal de Stargate e não usei mais elementos porque não lembrava muito do filme! Eu adoro essas coisas de ficção científica, viagem no tempo, mistérios, universos paralelos, enfim, tudo que é estranho e não tem explicações lógicas! Espero continuar tendo sua atenção. Prometo me esforçar!

Nessa Reinehr

Como eu disse lá em cima, não faço idéia do que vai acontecer e preciso mais do que nunca dos reviews de vcs para que as idéias possam vir!

kakau

Diferente! Adoro essa palavra, porque me lembra novidade, mudança! Sempre que der, é o que pretendo fazer nas minha fics: enredos inusitados, lugares estranhos e até mesmo personagens não explorados, como o Trex, por exexmplo. Amei saber que vc achou a fic intrigante e interessante, espero que ela possa continuar assim!

Aline Krux

Então dividimos a mesma paixão, porque eu tb amo a cultura egípcia antiga. Acho incrível como eles foram brilhantes a ponto de criar tantas coisas que são fundamentais hoje e mais que isso, porque a única das sete maravilhas do mundo antigo ainda de pé são as pirâmides!

Bettin

Cada vez que uma de vcs diz que ama o Egito eu fico mais preocupada, pois é uma responsabilidade a mais! Eu TENHO que fazer uma coisa decente pra vcs e achara uma maneira de que os diversos elementos que tento inserir não deixem o enredo carregado e chato. Já anotei sobre a deusa viu! Ah, e quanto a obra épica.......amei ler isso!!!! Adoro épicos e fiquei muito lisonjeada!

Rosa

Pois é, passageiros da casa da árvore com destino a qualquer lugar (pois cofiam nas doidas como eu que escrevem fics), próxima parada: Egito! Ao lonfo do tempo pretendo dar mais detalhes sobre os sonhos dos demais e quanto ao gato, realmente não poderia ser outro! Poucos animais são tão magnéticos como ele!

Lady F Lady K

E eis que ela volta a ler minhas fics! Acho bom não sumir de novo tá! Beijos!

Towanda

Olha só, obrigada pelos elogios e quanto aos diálogos, que bom que vc não sentiu falta deles! Como eu disse, esta fic vais ser um pouquinho diferente!

Jéssy

Vamos para o Egito sim, e que legal que vc leu a coleção de Ramsés. Tô louca para ler! Vc gostou?

Jéssica

Obrigada pelos elogios e espero que vc continue acompanhando, mas quanto aosa diálogos.....neste fic eles não vão existir! É! Propus a mim mesma o desafio de escrever uma fic sem diálogos, para ver se funciona. A idéia veio do livro 100 anos de solidão do Gabriel Garcia Márquez.

BECKA-MALONE

Que bom que vc me visitou e gostou da fic! Continue lendo, tá! Qualquer sugestão, fique a vontade!

Minhas desculpas a todos os leitores pela demora do cap 2, mas a culpa foi da Internet que impedia minha conexão!

CAPÍTULO 2

Como se tivessem sido sugados de um lugar e despejados em outro, os aventureiros, em terra firme, procuravam uns aos outros a fim de conferir se todos estavam bem. Não entenderam o que havia acontecido e Challenger já estava prestes a criar hipóteses elaboradíssimas sobre o que poderia ter causado aquilo. Já ia começar a citar coisas como campos magnéticos e tal, quando Marguerite o interrompeu com a delicadeza que lhe é peculiar. Na verdade, ela tinha razão: para quê inventar possíveis teorias do que poderia ter acontecido, quando o mais incrível estava diante de seus olhos?!

Eles não estavam mais no mundo perdido, mas uma breve olhada não foi capaz de informar muita coisa sobre o local onde estavam, principalmente porque uma espécie de tempestade de areia quase impedia que abrissem os olhos. Marguerite já começava a praguejar sobre aquele lugar, qualquer que fosse ele e ameaçava veementemente o possível culpado de estarem ali, embora ela não fizesse a mínima idéia de quem fosse.

Mas não era só ela que reclamava; os outros, por melhor que fosse seu humor, já estavam muito mais que irritados com aquela situação. Depois de um tempo andando a ermo, sem nada enxergar a não ser areia e mais areia, uma paisagem cuja máxima variação eram os matizes de bege, Roxton avistou ao longe uma construção e qual não foi a sua surpresa ao ver que ela se assemelhava a uma pirâmide!

Caminharam mais um pouco e logo estavam aos pés da imponente construção. A primeira idéia que tiveram foi entrar, mas hesitaram por não saber que tipo de coisas ou criaturas poderiam estar ali. Entretanto, a tempestade de areia ficava cada vez mais forte e, por questão de segurança, eles preferiram entrar, a ser engolidos pelas ondas serpenteantes de areia que cobriam tudo violentamente.

Desceram vários degraus e andaram por um estreito corredor até que encontraram uma porta. Ela era enorme, suntuosa, tinha uma cor negra e desenhos de soldados com rostos ferozes, lanças afiadas e escudos poderosos. Curiosamente, a porta estava entreaberta. Um rasgo de receio apareceu uma vez mais, mas rapidamente se dissipou e eles finalmente adentraram a pirâmide, chegando a uma pequena câmara, e assim que todos entraram e suas mentes se perderam naquele recinto mágico, a porta atrás deles se fechou.

Olharam para os lados, mas a penumbra não permitia ver muita coisa, apenas que a câmara se abria para outro corredor, dessa vez mais largo. Demoraram a decidir seguir em frente; discutiram, por um bom tempo sobre o que deveriam fazer, que lugar seria aquele e como haviam ido parar ali, mas resposta que é bom, não tiveram nenhuma. Cada um sugeria uma coisa, mas o tempo passava e eles não saiam do lugar. Enfim, como as duas únicas opções eram ficar ali e esperar a morte chegar ou explorar o lugar e quem sabe compreender as coisas, eles optaram pela segunda.

Caminharam, pé ante pé e sempre próximos uns dos outros, pois o pior que poderia acontecer naquele momento era se perderem. Depois do corredor, passaram pelo que parecia serem salas, algumas amplas, outras nem tanto, mas a escuridão ainda persistia e por isso não era possível ver muita coisa, apesar de seus olhos já estarem mais acostumados a esta altura. Andaram bastante e passaram por muitos lugares, cuja beleza eles infelizmente não puderam ver. Havia desenhos de reis e rainhas em todas as paredes, cenas de reuniões familiares, batalhas e festividades e muito, muitos símbolos como aqueles do portal.

Após várias salas e corredores, que ora se estreitavam, ora se alargavam, eles, subitamente, chegaram a uma câmara, a maior delas, que curiosamente estava iluminada com tochas em vários cantos da parede. Porque só aquela sala estaria iluminada? Quem teria acendido as tochas? A aparência sugeria que o lugar estava sendo bem cuidado, tudo estava no seu perfeito lugar, sem pó nas colunas, nem insetos, teias de aranha, nada. Mas ao mesmo tempo parecia estranho que os aventureiros já estivessem lá há um bom tempo e ninguém tivesse aparecido. O silêncio era sepulcral. Não havia nada, nenhum ruído,

Só agora, com luz, eles puderam ver as inscrições nas paredes e quase se perderam olhando a bela e misteriosa arte egípcia. Alguns detalhes em particular chamaram a atenção de Challenger e ele começou a achar que já os havia visto em algum lugar. Eureka! Os sonhos! Pensava ele consigo mesmo. Mas logo após o entusiasmo inicial, o cientista percebeu que ainda não havia achado o elo perdido, pois ele reconhecia os elementos, mas ainda não sabia o que eles significavam, de que forma estariam relacionados e, mais importante de tudo: porque haviam aparecido, aos pedaços, no sonho dele e de seus amigos.

Finalmente o silêncio quase ensurdecedor que reinava na câmara foi rompido por um ruído, indecifrável para os exploradores, mas que qualquer habitante do deserto facilmente identificaria como o vento seco e forte que, de tempos em tempos, sopra no Egito, perto da região conhecida como Vale dos Reis. Aquele vento tinha um quê de diferente, como se houvesse alguém o controlando, ou melhor dizendo, como se ele fosse a própria personificação de alguém, ou algo.

Em seguida ao ruído, uma sombra começou a se desenhar nas paredes do corredor imediatamente à frente dos exploradores e, antes que eles tivessem tempo de pensar no que poderia ser, a figura se apresentou, deixando-os boquiabertos. O jornalista foi o primeiro a se manifestar, pois ficou estupefato ao reconhecer a figura como aquela que apareceu em seu sonho. Devido a excelente qualidade de seu relato, os outros também reconheceram a figura, até porque não deviam existir muitos seres com corpo de homem e cabeça de chacal.

O que mais os deixava inquietos era o porque daquele ser estar ali e quem seria ele. Mas quem disse que eles tiveram tempo de criar teorias sobre o fantástico ser? Logo atrás dele, vieram mais duas pessoas, na verdade, um casal de mãos dadas e com ar de nobreza. Se os aventureiros, ou pelo menos algum deles conhecesse um pouco melhor a religião egípcia, saberia que a presença daqueles três só poderia estar relacionada a algo do mundo dos mortos.

Mas eles não sabiam; na verdade o pouco que sabiam sobre o Egito tinha a ver com as lendas absurdas que se proliferavam através dos séculos sobre as múmias e suas maldições, principalmente no século 17, quando serviam bastante de enredo para novelas góticas. Mesmo já no século 20, as estórias não perdiam seu caráter absurdo, de modo que até mesmo uma das maiores tragédias da história, o naufrágio do Titanic, em 1912, foi associado a uma múmia de uma princesa egípcia que estaria sendo transportada pelo navio.

A própria Marguerite, ávida por fazer parte definitivamente da alta sociedade, já havia, certa vez participado de uma festa no mínimo exótica, chamada "festa de desenrolar as múmias". Festas como essa eram muito comuns, viraram mesmo moda, sem nenhum remorso pela profanação destes corpos pré-cristãos. Imaginem só convites especialmente impressos com texto do tipo: "Lord Londesborough revelará em sua casa uma múmia de Tebas, às duas da tarde". Parece surreal, mas é verdade!

Diante da surpresa estampada na cara dos exploradores, o deus chacal se apresentou como Anúbis e o mesmo fez com seus dois acompanhantes: Isís e Osíris. O casal permaneceu um pouco mais afastado, enquanto Anúbis, majestoso, como imaginamos que todos os deuses sejam, começou a tentar manter algum tipo de contato com os exploradores, embora eles tenham demorado muito para prestar atenção em suas palavras, ainda bastante impactados.

É óbvio que a primeira pergunta dos exploradores foi sobre aquele lugar: onde estavam? Anúbis polidamente tentou explicar, o que fez com que só então os aventureiros entendessem que, de fato, estavam no Egito. Mais que isso, pelas explicações de Anúbis, eles estavam no Egito em seu período antigo. Eles ouviram coisas fantásticas sobre a vida e as crenças dos antigos egípcios, que deixariam qualquer egiptólogo morrendo de inveja e é claro, que não pouparam as perguntas.

Um pouco afastado, Challenger se mantinha pensativo, perdido em sua tentativa de dar sentido aquela experiência intrigante. O casal, percebendo isso, o interpelou, tirando-o de seu mar de dúvidas. Eles quiseram saber o que tanto intrigava o homem e Challenger bem que tentou explicar a lógica de sua ciência, mas não obteve muito sucesso, pois, ele que achava que ela era a única capaz de trazer a verdade à luz, se viu diante de acontecimentos inexplicáveis.

É claro que depois de tanta troca de informações, os exploradores chegaram a pergunta que não queria calar: como e porque estavam ali? A pergunta era complexa e, portanto, não teria uma resposta simples. Agora havia chegado a hora de Osíris, o primeiro faraó do Egito, um das mais importantes divindades e soberano do reino dos mortos se pronunciar; foi ele quem explicou como as coisas haviam acontecido e o propósito de estarem ali. Segundo uma misteriosa artimanha do universo, a cada nove anos, haveria um único momento específico, no qual o sol se encontraria em uma quadratura especial que permitiria, então, a abertura do portal que levaria ao Egito, e conseqüentemente à grande pirâmide. Mas ao ouvir as palavras "grande pirâmide", os aventureiros tremeram na base.

É bem provável que se surpreendessem de estar em qualquer pirâmide, mas estar na Grande Pirâmide de Quéops trazia não apenas surpresa, como uma grande preocupação. Nenhum dos cinco, nem mesmo Verônica, tão acostumada com as diversas tribos do plateau, era supersticioso, mas não dava para negar que Quéops estava envolta em mistério, e estes não eram necessariamente positivos. Dava arrepios em qualquer um pensar nas diversas estórias sobre a maldição das múmias e da grande pirâmide. Até mesmo ao homem da ciência, tão seguro sempre de que, para tudo, haveria uma explicação plausível.

Tudo aquilo havia sido muito interessante, mas entre outras coisas, Osíris havia falado de uma missão. O que ele queria dizer com isso? Além do mais, já sabiam como haviam chegado, mas ainda não sabiam o porque. Foi aí que os aventureiros, deixando o constrangimento de lado, tomaram coragem e o interpelaram. Osíris então começou a falar sobre um faraó, na verdade, ele contou a história da vida de Memptah desde sua infância, os momentos mais marcantes de sua vida até o momento em que ele caiu em apuros. O deus fez questão de ressaltar as qualidades do falecido faraó, o modo como ele havia conduzido sua vida baseada na justiça e no amor ao próximo, como ele era contra a escravidão, contrariando até mesmo muitos poderosos, e a importância extrema que ele dava a sua família.

Como todos os reis, ele havia mandado construir uma pirâmide, o seu santuário onde pudesse fazer a passagem e desfrutar dos prazeres da vida eterna. O que os aventureiros não entendiam, assim como imagino que vcs também, é porque alguém tão bom e justo poderia estar tendo algum tipo de problemas na além vida. Anúbis mostrou aos aventureiros um grande livro, com aparência realmente antiga, o qual ele denominou como "M-Dwat" ou "O Livro dos Mortos", também conhecido como "O Livro para sair à Luz".

O livro havia sido escrito pelo deus Toth e continha todas as doutrinas espirituais da antiga religião egípcia, inclusive os rituais que deveriam ser seguidos após a morte do faraó, para que este tivesse uma passagem tranqüila. Deste modo, os elementos colocados nas tumbas seguiam a risca as recomendações do M-Dwat e ao elaborar as câmaras mortuárias, os faraós esforçavam-se por colocar lá todas as coisas de que pudessem necessitar na outra vida, inclusive os 'vasos canopos' onde suas vísceras deveriam ser colocadas.

Quando Memptah morreu, todos os rituais foram feitos como mandava a tradição, e suas vísceras foram colocadas nos 'vasos canopos'. Mas para surpresa dos sacerdotes, e desespero dos familiares do rei, quando eles foram colocá-los ao lado do corpo do morto, notaram que eles haviam sumido. Sem os vasos, a alma do faraó estaria impedida de fazer a sua viagem rumo ao outro mundo, a vida eterna e isso era o que de pior poderia acontecer a um egípcio, principalmente a um faraó.

Então Anúbis, que novamente havia tomado a palavra, apresentou, de forma franca e direta, a missão para a qual os aventureiros haviam sido escolhidos: trazer de volta os vasos canopos com as vísceras de Memptah. Como assim, escolhidos? Perguntaram eles, assustados. É bem verdade, que não havia sido uma escolha direta, mas aquele portal em ruínas assim como a área circundante, não estava ali por acaso, tinha um propósito específico. Ano após ano, século após século, os deuses tentaram ajudar a alma atormentada de Memptah, sem sucesso. A cada nova tentativa, mudavam de lugar, na esperança de finalmente encontrar alguém especial.

Coube a deusa Bastet, apresentando-se como um gato, a missão ficar a espreita de alguém que estivesse a altura de cumprir tão delicada missão e qual não foi a sua surpresa quando, quase ao fim das esperanças naquela nova tentativa, ela encontrou não uma pessoa, mas um grupo, que, segundo sua infalível intuição, era perfeito para a missão. Os deuses ficaram imensamente satisfeitos diante da possibilidade real de ter encontrado uma solução para Memptah, até porque a cada tentativa frustrada, as chances da alma em questão já corriam para seu fim como a areia em uma ampulheta. A reação natural dos aventureiros foi de assombro. Challenger achou tudo aquilo um grande absurdo, mesmo tendo sua lembrança reavivada a todo momento de que em tese, nada seria mais absurdo que estar conversando com uma divindade egípcia.

Marguerite, tinha em sua mente uma pergunta bastante clara: o que ganhariam com isso, mas à simples menção de perguntar algo, recebeu um olhar absolutamente repreensivo do caçador e desistiu, apenas de falar, mas não de pensar. Verônica, normalmente desconfiada, não sabia bem o que pensar, mas foi Malone quem tomou a iniciativa e quis saber de que forma poderiam encontrar os tais vasos. Todos o seguiram nesta questão, sem perceber que a cada nova pergunta e a cada novo detalhe que descobriam sobre Memptah e seu sofrimento, eles se comprometiam cada vez mais.

CONTINUA....

DISCLAIMER: Os personagens aqui citados fazem parte da série "Sir Arthur Conan Doyle's The Lost World", não sendo, portanto de propriedade do(a) autor(a) desta fanfiction.