Duat
Autor (a): Phoenix
Comentários
Cintia-Marguerite
Continue fascinada e não deixe de ler. As aventuras continuam!
Aline Krux
Vc está perdoada, mas não deixe de mandar os próximos tá!
Quanto aos palpites, pode dar sim. Eu também não sei muita coisa, estou aprendendo muito agora, pesquisando pra fic. A parte da Margie saiu por sua sugestão do sofrimento no deserto e as demais sugestões estão devidamente anotadas! Thanks!
Claudia
Isso é que é leitora persistente! tentou, tentou, mas não desitiu do review!
também adoro ter muitas personalidades e se por acaso alguma das suas sair de controle, marca uma consulta comigo tá, eu cobro baratinho!
kakau
Eu que agradeço pelo tempo que vcs também dedicam deixando esses deliciosos reviews pra mim! Espero que continue gostando!
Cris
sabe que eu nunca li nada de Gabriel Garcia Márquez mas de tanto uma amiga falar, parece que já conheço ele? Eu adoro citações, até nos trabalhos da facu eu colocava, então pode esperar por mais algumas! Desnudar a mente humana é uma aventura fascinante, acho que por isso fiz Psicologia! Não com a pretensão de ser Deus, mas de conhecer, ajudar e me aventurar nos mistérios da mente.
Jessica
Vc já sabe o que achei do seu review, mas eu tenho que repetir. Foi tão simples, mas absolutamente tocante o que vc disse: "é como se a vida fosse "menor" antes deles se conhecerem!". Nossa vida sempre cresce cada vez que encontramos pessoas especiais, como vcs leitoras!
Nessa Reinehr
Eu tenho uma teoria quase confirmada: os PCs têm vontade própria, portanto só funcionam quando querem! Mas não liga não, legal que vc esteja gostando da fic!
Rafinha
Legal rafinha, eu só queria esclarecer. Na verdade, meu nome é Nayara, mas comecei a escrever ocultamente, como Phoenix, acostumei e o povo me chama assim! Eu até prefiro, e costumo dizer que Nay não escreve e sim Phoenix, ela é uma parte da minha personalidade. Mate minha curiosidade: vc faz parte do grupo "casa da árvore"? se não, como foi que vc achou a fic? vagando no fanfiction?
Lady F.
Tem certeza que é vc Lê? nossa!
Lembro que eu te perguntei se seria chato emendar duas fics com mitologia e vc disse que não. Obrigada! os diálogos não virão mesmo...mas quanto a preferências de deuses, eu fico entre Hórus e Anúbis!
Maga-Patalogica
Não importa por onde vc comece, desde que goste da fic e deixe reviews! Eu tb já vi a múmia milhares de vezes, mas confesso que não foi só pelo Egito... as meninas sabem que eu tenho uma queda (um deslizamento) pelo tuaregue que ajuda eles (Ardeth). Suspiros à parte, acho que podemos montar uma excursão para o egito, faremos nossa Convenção lê, que tal?
Rosa
Eu adoro seus reviews porque sempre me deixam segura de que fiz as coisas do modo correto, vc situa os acontecimentos na vida real e na série!
Então está decidido, iremos juntas ao Vale dos Reis, vc num faz idéia
de como sonho em conhecer o Egito.
Taiza
Bem vinda de volta a leitura. Que bom que vc gosta das notas e adorei o tom de sabedoria!
CAPÍTULO 4
No deserto do coração que dilata o deserto da areia, com mãos de ar e de areia, o silêncio estende um véu sobre o meu véu.
Com
a boca de ar e de areia, o silêncio une gritos a todos os
gritos.
Com olhos de ar e de areia, o silêncio junta imagens
a todas as imagens.
Canto dos Tuaregues do Saara
Para concluir as explicações e diante da determinação dos aventureiros em ajudar Memptah, os deuses se apressaram em explicar o que deveria ser feito assim que achassem os vasos. Intimamente, cada um deles sentiu-se extremamente vaidoso neste momento, pois as instruções foram interpretadas como um definitivo voto de confiança por parte dos deuses.
Então, de posse dos importantes vasos canopos, os exploradores deveriam voltar à pirâmide a fim de que o ritual, que deveria ter acontecido há muito tempo atrás, finalmente pudesse se realizar. Os exploradores estavam calados a algum tempo, e isso não era comum entre eles, de modo que quiseram saber mais sobre o ritual. Por mais que Ísis, em sua imensa sabedoria, ressaltasse que um tempo precioso estava sendo perdido, eles insistiram e Anúbis achou justo que soubessem tudo que quisessem sobre Memptah, a jornada e as coisas envolvidas, afinal, eram suas vidas a serem colocadas em risco.
Mas uma coisa era certa: Ísis tinha toda razão e não podia se alongar muito, por isso o deus chacal explicou, sucintamente, o ritual. Para que compreendessem, ele voltou um pouco e falou sobre a mumificação, onde as vísceras do morto são retiradas pelos embalsamadores e colocadas nos quatro vasos sagrados, os vasos canopos. Cada um desses vasos está sob a proteção de um dos quatro filhos de Hórus: Inseti, com cabeça de homem protege o fígado; Hapi com cabeça de babuíno, os pulmões; Duamutef com cabeça de cão o estômago; Kebehsenuf, com cabeça de falcão, os intestinos.
O coração era lacrado no próprio corpo. Os egípcios o consideravam como o órgão tanto da inteligência como do sentimento e portanto, seria indispensável na hora do juízo. Somente à alguém com um coração tão leve quanto a pluma da verdade, o deus Osiris permitia a entrada para a vida eterna. Os Egípcios não davam nenhuma importância ao cérebro. Após extraí-lo através das narinas do morto, os embalsamadores o jogavam fora. Depois de secar o cadáver com sal de natrão, eles o lavavam e besuntavam com resinas conservadoras e aromáticas. Finalmente, envolviam o corpo em centenas de metros de tiras de linho, entre essas tiras eram colocados diversos amuletos que protegiam o morto contra inimigos e demônios do mundo subterrâneo. Antes de a múmia ser colocada no túmulo, um sacerdote funerário celebrava a cerimônia da abertura dos olhos e da boca, a fim de devolver á vida todos os sentidos do morto.
O coração mais leve que uma pena! Que absurdo! Marguerite pensou alto, e viu no Lord um sorriso de canto de boca. Olhou feio para ele, que por sua vez, retomou a expressão séria. Os demais exploradores quase não batiam os olhos, ouvindo atentamente os detalhes e tentando captar cada coisa.
Anúbis continuou a explicar que a Memptah isso não havia sido permitido, de modo que ele permanece vagando entre este mundo e o outro, sem lugar definido e sem encontrar paz para sua alma. Seu "Akh", ou espírito deveria emergir e fazer a sua viagem definitiva ao reino dos mortos, mas não foi isso que aconteceu. Agora haveria uma outra chance para ele, quem sabe, a derradeira.
Essas palavras tocaram fundo os aventureiros e se algum deles ainda não estava certo se deveria ou não seguir em frente, naquele exato momento não teve mais dúvidas. A lembrança de Marguerite, challenger, roxton e Malone de que uma vez precisaram desesperadamente de ajuda e acharam apoio em uma generosa jovem foi mais forte que o medo do desconhecido. verônica por sua vez, não teve dúvidas em nenhum momento: ser altruísta era tão natural para nela, quanto respirar.
Na verdade, o ritual dos mortos egípcios era muito mais complexo e coisas muito mais misteriosas e bonitas aconteciam, mas como eu já disse, não havia tempo. Além do mais, se os aventureiros obtivessem êxito em sua mais nova aventura, quem sabe, eles não poderiam ver com seus próprios olhos o fabuloso ritual egípcio? Certamente não seria uma visão passível de esquecimento: a alma de alguém, guiada por Hórus, o deus sol, atravessando a porta rumo às Indestrutíveis e alcançando, enfim, o Dwat.
Bem, já estava mais do que claro que os cinco amigos estavam dispostos a ajudar Memptah, e, por isso mesmo, os aventureiros agora, insistiam em saber por onde poderiam começar a procurar. As perguntas se atropelavam, mas antes que pudessem receber qualquer resposta mais precisa...puft! A passagem rumo à nova aventura já havia sido carimbada e agora não havia mais como voltar.
Parece ter sido uma fração de segundo, mas quando abriram novamente os olhos e já estavam prestes a elaborar mais perguntas, quase sempre confusas até mesmo para deuses, tudo o que puderam ver era areia e mais areia. è claro que Marguerite blasfemou mais um pouco; na verdade blasfemou muito por estar de volta ao mais absoluto nada. Ela não deu para trás, mas nem por isso deixou de se queixar........de tudo!
Do calor sufocante, da areia fofa, do vento seco, da falta d'água e principalmente da paisagem sempre igual a medida que andavam: dunas e mais dunas desoladas. Não fosse ela estar tão mal humorada, teria até visto certa beleza naquele lugar, a paz que ele transmitia. Mas não ela, afinal de contas nem sempre faz bem a consciência tanto silêncio; corre-se o risco de ouvir o que não se quer.
Andar muito já havia se tornado uma constante no pouco tempo em que estavam no Egito, e dessa vez não foi diferente. Léguas e léguas, debaixo de um sol escaldante fizeram com que finalmente avistassem algo que se assemelhava a uma aldeia. Challenger foi o mais cauteloso, contendo os outros que fizeram menção de correr até lá. Ele sabia das peças que o deserto era capaz de criar e esta não seria a primeira miragem do dia.
Mas em oposição a sua cautela, a medida em que se aproximavam, a imagem não se desvanecia e começaram a pensar que milagrosamente aquela poderia ser uma aldeia de fato. Aproximaram-se cautelosamente e constataram: sim, era uma aldeia! Mas para a surpresa deles, assim que os habitantes da aldeia puseram os olhos em cima deles, discretamente retiraram-se para suas tendas. Vcs devem estar pensando: nossa! Mas que pessoas estranhas são essas?!
Elas não tem nada de estranho, pelo menos não no sentido pejorativo: eles são os tuaregues. Pelo menos é assim que os árabes chamam este povo nômade, famoso por sua perspicácia, raciocínio elaborado e hospitalidade sagrada. Epa, hospitalidade? Sim. O significado desse sumiço repentino dos tuaregues está no respeito ao outro. Quando alguém chega a sua aldeia exausto, coberto de pó e areia, ou seja, uma situação muito comum no Saara, os tuaregues nunca o recebem. Em vez disso, ao encontro do visitante vai unicamente, um escravo buzú.
Foi um mestiço como esse que recepcionou os aventureiros, absolutamente exauridos e ofereceu a eles um assento na sombra e uma cabaça de água fresca, ligeiramente incorporada com cereais, que refresca e alimenta um pouco. Em seguida, ele, sob os olhares estupefatos dos aventureiros, desatou seus sapatos e ofereceu a cada um, uma bacia com água para lavar os pés. Foi dessa forma, que, com os pés lavados, e mais refrescados, depois de lavar o rosto e as mãos, os cinco amigos cochilaram na sombra por algum tempo.
Acordaram com uma sonoridade crescente e logo avistaram o chefe tuaregue à distância, devidamente paramentado, saudando os aventureiros com sua comitiva de nobres e servidores. O chefe estava muito entusiasmado com os visitantes e os recebeu com a maior ternura possível. Fez questão de saber se eles estavam bem e em nenhum momento perguntou quem seriam eles ou o que faziam ali.
Isso despertou a curiosidade dos exploradores e Challenger apressou-se por se apresentar, assim como seus amigos. O chefe ouviu atentamente, mas não teceu nenhum comentário acerca da apresentação. Ao contrário fez sinal para que o seguissem e foi andando em direção à outras tendas. Chegando lá, os saudou mais uma vez com um largo sorriso e ofereceu as melhores acomodações que poderia ter, para que descansassem, pois o rápido cochilo que deram não havia sido suficiente para tirar de seus rostos a expressão óbvia do cansaço.
Desconfiança e surpresa à parte, eles aceitaram o convite do homem, afinal precisavam mesmo descansar. nem preciso dizer que Marguerite foi a primeira a se acomodar e ficar bastante á vontade na confortável tenda disponibilizada para ela e Verônica. A tenda ao lado havia sido reservada aos homens, que também não se fizeram de rogados e logo se acomodaram. Malone era o mais desconfiado de todos; seu sexto sentido de repórter não o estava deixando em paz. Como ele desejou que algum de seus diários estivesse ali e ele pudesse registrar todas aquelas coisas estranhas que estavam acontecendo; qualquer pedaço de papel já lhe deixaria imensamente feliz.
Mas nem a maior curiosidade do mundo era capaz de vencer o sono e um a um, os cinco amigos caíram em um delicioso e revigorante sono. Quando acordaram já era noite e novamente a música inundava seus ouvidos. Ao lado de cada aventureiro havia um belíssimo traje típico daquele povo e cestas com frutas, muitas frutas. Depois de um tempo, servos foram se certificar de que todos estavam devidamente vestidos e os conduziram para o lado de fora das tendas, mais especificamente ao centro da aldeia, onde os aventureiros puderam ver um espetáculo fabuloso.
Todos os habitantes da tribo pareciam ter se reunido para uma espécie de festa: homens altos, de pele e olhos escuros, cabelos ondulados e negros, vestidos com longos véus azuis, que os mais conservadores não retiram na frente dos outros nem para comer, estavam sentados em círculo, enquanto outros estavam espalhados entre as mesas de comida e as rodas de conversa, sempre acompanhados por mulheres igualmente belas e sorridentes. As fogueiras crepitantes iluminavam a aldeia e aumentavam a aura quase sobrenatural da festividade.
A música que haviam ouvido ainda nas tendas, agora estava mais alta e por isso mesmo, mais contagiante, bonita, meio hipnótica, sempre acompanhada com palmas e um refrão das mulheres. O Tôguella, a base do alimento do nômade, um pão feito com farinha e que é colocado na areia passava de mão em mão; a fartura era absurda, como raramente vista. havia de tudo: cereais, tâmaras, carne de carneiro e camelo e, muito leite, de cabra, de camela e, também de vaca. Rapidamente os aventureiros foram incorporados à festa, parecia até que eles sempre haviam feito parte daquele lugar, e sentiram-se muito à vontade com tudo: as roupas, a música e a dança.
Os tuaregues têm razão em não aceitar tal denominação dada pelos árabes, pois a palavra tuaregue significa "esquecidos por Deus". Como alguém tão feliz e hospitaleiro poderia ser esquecido? Eles são a representação de que Deus existe e não podiam ter denominação melhor do que a que atribuem a si mesmos: Imouhar(en). "Imouhar" significa "aqueles que são livres".
O riso corria solto e a felicidade parecia ter contagiado a todos, como se não existissem problemas, mas os aventureiros não estavam ali por acaso. Aliás, nada acontece por acaso e naquele momento eles teriam certeza disso. De repente o silêncio se instalou: os tambores se calaram, as palmas cessaram e os risos emudeceram.
Tudo parecia ter parado, até o tempo, diante da presença dele.
CONTINUA...
DISCLAIMER: Os personagens aqui citados fazem parte da série "Sir Arthur Conan Doyle's The Lost World", não sendo, portanto de propriedade do(a) autor(a) desta fanfiction.
