1 – A Esposa Preocupada

O sol desceu até à linha do horizonte e desapareceu. De mãos no mármore frio da varanda, Padmé suspirou. Mais um dia passara. Anakin não aparecera. Olhou para o anel que estava colocado no seu dedo e sorriu. Padmé Naberrie Skywalker. O seu nome de casada. Ainda que não o pudesse usar oficialmente, continuava a ser um nome importante. O apelido do homem que amava. Sentou-se, o anel a passear pelas pontas dos seus dedos.

Depois do casamento, Anakin tivera que partir. Tinha que acabar o seu treino de Jedi. Obi-Wan soube do casamento mas jurou guardar segredo, ainda que contrafeito. Padmé ficara em Naboo, a ajudar a rainha Jamilia no que precisava. Não se sentia preparada para voltar para o senado. Esperaria umas semanas. Até Anakin voltar. Quando voltasse, partiriam os dois.

O estado da República era lastimável. As guerras clónicas haviam começado. Guardas imperiais contra Jedis. Os Jedis estavam a morrer, devido à desigualdade dos combates. Cinco ou dez dróides de combate para cada Jedi. Nem os clones impediam essa desigualdade.

Padmé temia e ansiava o fim do treino do marido, o momento em que deixaria de ser um Padawan e passaria a ser um Jedi. Ansiava-o devido às saudades que tinha. Só de pensar que ele poderia combater nas guerras, estremecia de medo.

Sorriu para si mesma, com os seus pensamentos apaixonados. Antigamente, entregar o seu coração por completo a um homem seria impensável; agora, que esse homem era Anakin, não se tornara tão difícil fazê-lo. Sempre fora uma rapariga independente, pouco dada a namoros longos. Só um rapaz conseguiu ficar seu noivo mas ela preteriu o romance, a favor da carreira. Agora era diferente. Anakin era especial. Era impulsivo e irresponsável. Muito dado a quem gostava. Tal como uma criança. Mas era carinhoso, apaixonado e forte como um homem adulto. Padmé amava Anakin por essa mistura de homem e criança. O amor que lhe tinha, crescia, mesmo sem o poder ver. Actualmente, amava-o mais que no passado e, no dia seguinte, amaria-o mais que presentemente. As saudades apertavam o peito da jovem, que chorava lágrimas salgadas e escuras, todos os dias.

Cansada, Padmé deitou-se na cama grande e fria e beijou o anel, lamentando não ter o seu marido para beijar.