Olá queridos leitores! Pensaram que eu não voltaria mais? Vcs acham que meu codinome é Phoenix porque! Mas deixa de lero lero, eu demorei séculos para continuar DUAT, mas acho que agora vai. Obrigada a todos aqueles que acompanhavam e mandavam maravilhosos reviews, e que continuaram me incentivando para continuar a escrever, especialmente a Si e a Cris.
Um enorme beijo para todos! Quem já conhecia a fic, please, volte a ler e mergulhar no Egito e os novatos, entrem e fiquem à vontade! Farei o máximo para tornar a estadia agradável!
Passageiros com destino ao Egito Antigo, acomodem-se na barca de Rá e segurem-se! Aí vem mais aventura, mistério, mitologia, tuaregues...e muitos delírios desta que vos escreve...
Phoenix CAPÍTULO 13Continuando a nossa história, eu havia abandonado vcs no ponto em que todos haviam morrido, Ardeth estava desconsolado, descobrimos que os aventureiros tiveram outras vidas e que precisariam consertar a atual a fim de se salvar, certo? Então vamos lá.
Bem, as aparências enganam, e como vcs já devem ter notado, na minha fic isso acontece com relativa freqüência, por isso nunca acreditem 100 em tudo que eu disser, pois nada é definitivo...Delírios á parte, como eu havia dito, um acontecimento que parecia ruim, na verdade trágico, ou seja, a morte dos aventureiros, poderia ter um sentido muito maior e porque não dizer, positivo. Afinal, quem não gostaria de uma segunda chance na vida!
Uma coisa não podia ser negada: eles haviam morrido. Ponto. Por isso mesmo, é importante deixar claro que, durante os acontecimentos que relatarei a seguir, seus corpos continuavam jazendo nas areias escaldantes do deserto. Apesar disso, vou seguir a religião egípcia antiga, segundo a qual, a vida não acaba depois da morte. (Lembram da Múmia: "A morte é só o começo...") e apresentarei quais os caminhos trilhados por suas almas, seus Ba.
Ao acordarem, eles não sabiam muito bem o que havia acontecido, mas não demorou muito para que as lembranças viessem a tona, e as questões de como e porque estavam naquele estranho lugar, aparecessem. Pareciam estar numa espécie de câmara, mas não dava para ver quase nada; o lugar era frio e úmido. Nenhum som, nenhum movimento. O mais completo nada. Mais adaptados à escuridão, a sensação de horror percorreu cada um deles, ao ver que o ambiente onde estavam se assemelhava à grande pirâmide, como se tivessem voltado para seu interior. Mas como!
Horror maior foi causado pela constatação de que seus corpos não tinham mais a aparência que conheciam, mas haviam adquirido um aspecto translúcido, próprio das almas. Eram agora espectros que vagavam por aquele lugar, mais parecendo cegos, já que tateavam no escuro sem sucesso.
Estavam em uma espécie de limbo; a pirâmide onde estavam eram uma representação, uma cópia idêntica a original, só que em outra dimensão, totalmente diferente no tempo e espaço. Um espaço paralelo entre este mundo, o dos vivos, e o dos mortos.
Pouco a pouco a situação foi se tornando menos desconfortável para os olhos, mas mesmo estando juntos, eles não conseguiam falar uns com os outros, muito menos se tocar, como se cada um estivesse imerso em suas lembranças. E de fato, eles tinham muitas coisas a lembrar. Como em um filme, cenas da vida de cada um foram passando. Primeiro, acontecimentos desta vida mesmo, mas que já estavam quase esquecidos, lembranças desgastadas pelo tempo.
Em seguida, as lembranças foram se tornando cada vez mais antigas, de modo que eles não eram mais quem julgavam ser: Marguerite, Roxton, Verônica, Malone, Challenger. Viram diversas outras vidas pelas quais haviam passado, onde lugares, épocas, roupas e costumes eram diferentes, mas havia duas coisas que nunca mudavam: eles sempre se encontravam e alguma coisa sempre saía errada, pois todos terminavam tristes e desiludidos, como se houvessem mais uma vez falhado em uma importante tarefa; sempre ligados, mas sempre rompiam este laço de forma brusca e sofrida
Em essência eram os mesmos, mas representando outros papéis na roda da vida. Quantas vezes eles precisariam errar para enfim aprender, entender seus destinos? (Obs importante: eu pensei isso antes de América tá!). A cada nova cena, cada sentimento expresso por aquelas pessoas que, ao mesmo tempo, eram e não eram eles, as coisas pareciam ficar mais e mais claras para aquele grupo de exploradores. Eles não haviam se encontrado por acaso, isso estava cristalino!
Um profundo exame mental começou a ocorrer em cada um; lembranças de lugares sem explicação, atração por pessoas que nunca haviam visto, sentimentos, intuições. Os pensamentos de Marguerite corriam em ritmo acelerado, assim como o dos demais. Por mais que sua independência e por que não dizer, arrogância, a levassem a crer que ela havia decidido, sozinha, a entrar naquela conferência e se oferecer para financiar a expedição de Challenger, bem lá no fundo Marguerite sabia que havia uma outra coisa que a impelia. Havia uma força inexplicável que a leva para perto daqueles que ela passou a conhecer como amigos.
Depois de tantos erros sucessivos, tantas vidas repetidas sem sucesso, eles não poderiam desperdiçar aquela também. Será que todo aquele mergulho no Egito havia tido tão somente aquele propósito: rever suas vidas?. Foi essa a pergunta que estalava na mente de todos e que encontrou por resposta um sim, que ecoava dentro deles, e com certeza, se pudessem teriam gritado até que seus pulmões não mais suportassem.
Mais uma vez, misteriosamente (como se alguma coisa aqui não o fosse...) o clima na câmara onde estavam mudou. Nada puderam ver, mas sentiram uma forte presença e mesmo sem ouvir um som sequer, puderam, naquele exato momento saber exatamente o que deveriam fazer. Do mesmo modo que Suthameh e Memptah trilharam os caminhos de Duat, para ao aventureiros, esta também seria a forma de liberdade, embora em seu caso, isso representasse a possibilidade de voltar à vida.
Sei que já falei da grande pirâmide, mas não custa nada falar mais um pouquinho deste monumento fascinante, além do mais, esta trilha só poderia acontecer lá! Parece-me que os egípcios não deixavam realmente nada para o acaso, eles pensavam em tudo nos mínimos detalhes e com esta magnífica construção não havia sido diferente. A forma da pirâmide, representava um raio de sol petrificado, fixado permanentemente à terra, e sobre a qual o sol "repousa por um momento devorando sua sombra". A pirâmide constituía pois, simbolicamente, uma parte do corpo do sol.
Os aventureiros haviam sido levados de volta à ela por um simples, mas essencial motivo: o Duat era o mundo inferior, mergulhado na escuridão e por isso semeado de perigos, tais como lagos de fogo ou serpentes venenosas. Dois pontos importantes: a única luz que chegava lá, era trazida pela barca de Rá em sua navegação noturna e a única forma de neutralizar todas estas ameaças era por meio de orações. Juntando isso, chegamos a seguinte conclusão: a única chance do morto era direcionar todas as suas preces no sentido de que fosse admitido na barca solar, a fim de atravessar as sombrias passagens do DUAT. Parece lógico que, para que suaspreces fossem ouvidas, ele devesse ser sepultado numa construção que representa ela própria um "raio de sol", não é? Espertos estes egípcios, hein...
Mas esperem aí: vcs devem estar pensando, que negócio é este de navegação noturna, barca, Rá? Calma...eu explico.
A maioria dos livros funerários reais do Novo Império retrata a navegação noturna do sol sobre o rio do além. O deus passa a noite no mundo dos mortos, onde se desloca de barca, como todo mundo no Egito. Ele defronta provas no além antes de renascer completamente novo pela manhã. Reencontra os mortos que podem se aquecer com seus raios e outros deuses, em particular Osíris com quem se confunde para ressuscitar. Se parte envelhecido (Atum com cabeça de carneiro), o sol ressurge no horizonte do leste remoçado (o escaravelho de Kepril).
É só isso que precisam saber por hora...mais detalhes vcs saberão a seguir...
Voltando aos acontecimentos: o lugar onde estavam iluminou-se um pouco, de modo que eles puderam ver uma porta, convidando-os a seguir adiante, embora estivesse fechada. Perceberam ao lado, um pequeno altar com 5 objetos, obviamente uma para cada. Eles pegaram e viram que era uma imagem de um homem mumificado. Este seria um talismã mágico feito de ônix negro, que eles deveriam levar em sua caminhada; representava o deus Sokar, o deus de Duat.
Em seguida, voltaram seus olhos para a porta e viram que nela havia uma inscrição. Desta vez não foi só Marguerite quem conseguiu decifrar línguas antigas. Todos leram a mensagem, na verdade uma oração, como se versados fossem em egípcio antigo.
Conceda-me glória no céu, e poder sobre a terra,
e discurso da verdade no Divino Mundo Subterrâneo,
e o poder de zarpar rio abaixo para Tetu na forma de uma Alma-Ba vivente,
e o poder para zarpar rio acima para Abydos na forma de um pássaro Benu,
e o poder para entrar e sair, sem obstrução,
através das portas dos senhores do Duat."
Livro dos MortosA porta então se abriu e mais uma vez lá foram eles, lançando-se no escuro como já estavam se acostumando a fazer.
CONTINUA...
Obs 1: Antes que reclamem, este cap é pequeno, é verdade, e não sei se está com o ritmo dos demais, mas eu estou voltando... paciência é uma virtude...
Obs 2: Já que eu falei de Phoenix (ou Fênix, como queiram), olha o que eu achei. Vejam se não tem tudo a ver com a lenda do sol...nada é por acaso...Além disso, para quem não me conhece e não sabe o porque do nome, é porque eu adoro esta lenda!
FÊNIX - Ave mitológica de grande porte que merecia o título de animal mais raro da face da terra, simplesmente por ser a única de sua espécie. Fênix possuía uma parte da plumagem feita de ouro e a outra colorida de um vermelho incomparável. Ela era do tamanho de uma águia. A isso ainda aliava uma longevidade jamais observada em nenhum outro animal. Seu habitat eram os desertos escaldantes e inóspitos da Arábia, o que justificava sua fama de quase nunca ter sido vista por ninguém. Quando Fênix percebia que sua vida secular estava chegando ao fim, fazia um ninho com ervas aromáticas, que entrava em combustão ao ser exposto aos raios do Sol. Em seguida, atirava-se em meio às chamas para ser consumida até quase não deixar vestígios. Do pouco que sobrava de seus restos mortais, se arrastava milagrosamente uma espécie de verme que se desenvolvia de maneira rápida para se transformar numa nova ave, idêntica à que havia morrido. A crença nessa ave lendária figura na mitologia de vários e diferentes povos antigos, tais como gregos, egípcios e chineses. Apesar disso, em todas essas civilizações, seu mito preserva o mesmo significado simbólico: o renascer das próprias cinzas. Até hoje, essa idéia é bastante conhecida e explorada simbolicamente. O mito de Fênix foi interpretado na era cristã como um símbolo de ressurreição e foi retratada em um grande número de monumentos antigos. No Oriente a ave virou símbolo de felicidade, virtude e inteligência. Na mitologia grega a ave Fênix representa o Sol que morre a noite e renasce pela manhã tornando-se o eterno símbolo da morte e do renascimento da natureza.
DISCLAIMER: Os personagens aqui citados fazem parte da série "Sir Arthur Conan Doyle's The Lost World", não sendo, portanto de propriedade do(a) autor(a) desta fanfiction.
