Shaoran é subitamente transportado para uma realidade alternativa, onde se encontra morto. Agora, com a ajuda de Eriol, ele deve encontrar o caminho de volta para casa. E então, sua jornada começa... CAPÍTULO DEZENOVE NO AR. Não, não é um sonho!
Rated: Fiction T - Portuguese - Adventure - Syaoran L., Sakura K. - Chapters: 20 - Words: 176,017 - Reviews: 141 - Favs: 33 - Follows: 8 - Updated: Dec 22, 2005 - Published: Jan 4, 2003 - id: 1158567
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Capítulo Dez -
Interlúdio Parte II: Ajuda Inesperada
Sakura sorriu ao ver Eriol cruzar o portão da plataforma de
desembarque. Carregava uma pequena gaiola em suas mãos, onde um Spinel
muito irritado podia ser visto. Logo ao lado, Nakuru olhava ao seu redor,
enquanto empurrava um carrinho com as malas de ambos.
A feiticeira se aproximou, acompanhada de Tomoyo e Meiling. Nakuru
abriu um grande sorriso assim que a viu e acenou exageradamente para as três
garotas. Tomoyo se divertia, vendo que Nakuru continuava a mesma, excêntrica
e animada.
"Olá, Sakura lindinha!" exclamou a forma falsa de Ruby Moon.
"Que saudades eu estava de você!"
Sakura riu, diante da animação da moça.
"Olá, Nakuru. Também senti saudades. Olá, Eriol." falou a
jovem.
"Seja bem vindo, Eriol." falou Tomoyo. Um pouco mais atrás,
Meiling observava o caloroso reencontro entre seus amigos. Tomoyo
imediatamente notou que a garota se excluíra do grupo e então se lembrou
que Meiling não conhecia o rapaz britânico. "Eriol, Nakuru, Suppi, esta
é Meiling Li, prima de Shaoran."
"Muito prazer, senhorita Meiling." disse Eriol, aproximando-se da
chinesa e beijando sua mão delicadamente. A garota enrubesceu diante do ato
cavalheiresco do jovem inglês. Era a primeira vez que a tratavam com tanta
delicadeza. Nem mesmo Shaoran já havia feito algo semelhante.
"O prazer é meu." disse, desviando o olhar para não encará-lo.
Sakura e Tomoyo trocaram olhares divertidos, enquanto pensavam que Eriol
jamais mudaria seu jeito cortês de ser.
"O carro está nos esperando." falou Tomoyo. "Podemos ir.
Conversamos no caminho."
Concordaram silenciosamente. Seguiram a jovem de olhos ametista através
dos corredores lotados do aeroporto, chegando até o estacionamento, onde
uma van estava estacionada.
Colocaram as malas de Eriol e Nakuru no bagageiro e se acomodaram nos
bancos do automóvel. Eriol mantinha a pequena gaiola de Spinel junto de si.
O motorista deu a partida, fazendo o carro se mover rápido. Logo chegaram
à mansão, onde o almoço os esperava.
Aproveitaram os poucos minutos restantes de paz para refletir.
Comeram calmamente e nem por um momento sequer tocaram no assunto do
desaparecimento de Shaoran, muito embora a vontade de cada um deles fosse
gritar aos quatro ventos as perguntas que tinham em mente. Por fim, após
terminarem o almoço especial que havia sido preparado para a recepção de
Eriol, Tomoyo conduziu todos eles para seu quarto, onde teriam mais
privacidade para discutir tudo o que estava acontecendo.
"Não quero ser incomodada." disse Tomoyo para uma das criadas.
"Interrompa-nos somente em caso de emergência."
"Sim, senhorita." ela assentiu, enquanto o grupo subia a longa
escadaria que conduzia aos andares superiores da propriedade.
Caminharam até o quarto de Tomoyo em silêncio, ponderando o que
viria a seguir e procurando manter a compostura até o último segundo.
Enquanto percorriam aquele poucos metros que separavam a escadaria do
aposento de Tomoyo, os quatro amigos rezavam para terem a capacidade e os
meios necessários para solucionar o caso. Mesmo não estando totalmente
inteirados dos fatos, Eriol e Meiling sabiam a complexidade de tudo aquilo e
pediam aos céus para que tudo pudesse encontrar seu fim o quanto antes.
Sentaram-se cada um em uma poltrona, Eriol abrindo a gaiola de Suppi
deixando que o pequeno guardião voasse livre. Sakura também soltou Kero,
no mesmo instante em que Yukito entrava no quarto, cumprimentando
jovialmente todos os presentes.
O silêncio era dominante. Diante da seriedade da situação, nem
mesmo Kero ousou proferir qualquer provocação contra Spinel, fato que
deixou Sakura imensamente agradecida. Olharam-se longamente, nenhuma palavra
sendo pronunciada.
"O que têm feito nos últimos anos?" perguntou Nakuru, tentando
começar um diálogo, mas ao mesmo tempo com medo de tocar no assunto da
reunião.
"Nada de surpreendente." falou Tomoyo. "Estou cursando Design
Industrial na Universidade de Tomoeda. A Sakura está cursando Psicologia. E
vocês, o que estão fazendo?"
Meiling olhou para os
presentes.
"Estou estudando Artes Cênicas na Universidade de Hong Kong."
falou a chinesa. "O curso é muito bom."
"E eu estou cursando Economia na Universidade Oxford." falou
Eriol.
Novamente o silêncio voltou a reinar absoluto, tirano, trazendo
desconforto e intranqüilidade. Sakura se perguntou qual o motivo daquela
hesitação inútil. Há algumas horas atrás todos estavam decididos e
prontos para o que tivesse que acontecer. E agora estavam temerosos,
mostrando um receio desmedido que, a seu ver, não tinha razão para
acontecer.
"Devemos parar de esperar. Postergar o início da reunião não fará
com que ela seja mais curta ou mais fácil. Esperar não vai fazer com que
os fatos mudem ou se resolvam por si mesmos. Quanto antes começarmos,
melhor. Então vamos começar logo!" falou a feiticeira, impaciente.
Eriol, Tomoyo e Meiling se olharam, um pouco apreensivos. A tensão
no aposento era palpável. Os quatro jovens se olharam seriamente. Por fim,
Eriol se manifestou.
"Muito bem, Sakura. Você disse que Shaoran desapareceu enquanto
conversavam no Parque." a garota confirmou com a cabeça. "Pesquisei nos
livros que o Mago Clow deixou, mas quase não encontrei nada. As informações
não apontam qualquer caso semelhante."
"Entendo." disse Sakura, desanimada.
"Eu perguntei para a mãe de Shaoran e ela também não conseguiu
encontrar nenhuma explicação." falou Meiling. "Eu tinha esperanças
que tia Yelan pudesse saber algo, mas me enganei."
Todos apenas concordaram. Um pouco mais atrás, Yue e Ruby Moon
prestavam atenção na conversa que se desenrolava no aposento. Kero e
Spinel também estavam concentrados.
"É difícil pesquisar algo que você não sabe bem como
aconteceu." falou o feiticeiro inglês. "Preciso de mais detalhes."
"Mas nós já contamos tudo na mensagem que te mandamos, Eriol."
falou Sakura. "Não há mais nada a ser contado. Eu te passei todos os
detalhes que haviam. Nada mais me vem à cabeça."
"Tem certeza, Sakura?" perguntou Meiling. "Tem certeza que não
esqueceu de nada? O que estavam fazendo quando Shaoran desapareceu?"
"Apenas conversando, Meiling." falou a maga. "Shaoran ia me
beijar quando foi atingido por aquele raio misterioso."
"Você disse que o raio veio da árvore, não é?" indagou Eriol.
Sakura apenas confirmou com a cabeça. "Preciso ver a árvore."
Todos se levantaram. Spinel e Ruby imediatamente tomaram seus lugares
ao lado de seu mestre, ao mesmo tempo em que Kerberus e Yue se aproximavam
de Sakura. Tomoyo e Meiling trocaram olhares, imaginando o que Eriol poderia
fazer. Observaram o feiticeiro erguer as mãos e sussurrar algo. Logo em
seguida, houve um estampido e, no instante seguinte, o quarto estava vazio.
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Sakura sentiu o mundo à sua volta se distorcer em um grande
emaranhado de formas incertas e grotescas. Fechou os olhos com força,
estranhando aquela sensação tão nova e peculiar. Quando voltou a
abri-los, as coisas lentamente voltavam ao seu devido lugar. E foi só então
que ela notou que não estava mais no quarto de Tomoyo. Tampouco na mansão
da família Daidouji. Naquele exato momento ela se encontrava no parque, bem
em frente à imensa cerejeira onde Shaoran desaparecera.
A jovem não pôde deixar de notar como tudo aquilo era irônico.
Quando criança, aquela árvore lhe dera sombra. Usara seus galhos para
brincar de balanço. Tinha sido em baixo dela que Shaoran a havia beijado
pela primeira vez. E então, subitamente, essa mesma cerejeira havia levado
seu amado lobo para longe dela. Aquela árvore já não lhe parecia mais tão
bela e amável. Naquele momento, a árvore que lhe dava nome parecia apenas
carregar melancolia e mistérios consigo. A cerejeira de seus sonhos de infância
havia-se tornado palco de seu mais terrível pesadelo.
Eriol invocou seu báculo e se aproximou da árvore.
"Muita gente passa por aqui a essa hora." falou Tomoyo. "Não
é perigoso que nos vejam?"
"Não se preocupe." falou o inglês. "Isolei magicamente esta
área. Ninguém vai nos incomodar."
Continuou examinando a cerejeira. Proferiu uma série de
encantamentos, tentando por tudo fazer com que a frondosa árvore revelasse
alguma coisa. Entretanto, assim como Sakura, o rapaz não obteve nenhum
sucesso significativo.
Sentaram-se nos bancos que haviam ali por perto, tentando pensar um
pouco. Eriol achava estranho que seu exame não tivesse revelado nada. Era
como se os fatos estivessem sendo escondidos deles, encobertos por um
estranho manto negro e impenetrável.
Enquanto descansavam, Sakura relatou para Eriol e seus guardiões as
visões que teve e contou sobre a leitura que fizera das Cartas. Contou
sobre as estranhas sensações que tivera naquela noite, sobre o sentimento
de crescente angústia. O jovem mago estranhou aquele relato, uma vez que não
entendia o que tudo aquilo poderia significar. Fechou os olhos, pensativo.
Logo ao lado, Spinel fitava a grande cerejeira, não ousando desviar
o olhar do tronco da árvore. Era como se, de alguma maneira, o pequeno
guardião esperasse que Shaoran voltaria, vindo daquele tronco, da mesma
forma como havia desaparecido. Quem o olhasse, pensaria que ele esperava que
a cerejeira devolvesse o rapaz são e salvo de um instante para o outro.
Os quatro amigos puderam ouvir o vento começar a soprar. E apenas o
uivo do vento podia ser escutado. Nem uma palavra, nenhum som era emitido
por nenhum dos presentes. Mas não era exatamente um silêncio agradável.
Era uma quietude pesadamente perturbante, carregada de uma estranha aura de
malícia.
Os minutos se arrastaram. Cada um mantinha a concentração fixa em
suas próprias teorias e formulações.
"Alguém, por favor, fale alguma coisa!" explodiu Meiling.
"Esse silêncio está me matando! Ficar sentado especulando não vai
trazer Xiao Lang de volta. Deveríamos estar tentando encontrá-lo."
"Tem razão, Meiling." disse Eriol, colocando-se em pé.
"Todavia, não temos como iniciar busca alguma sem ter a mínima noção
de onde começar."
Meiling fitou a reencarnação de Clow, sabendo que ele tinha razão.
Entretanto, ao invés de se resignar e se calar, a chinesa simplesmente o
encarou, dizendo:
"Que tal se começarmos pelas visões de Sakura e pela interpretação
que ela fez das cartas? Não é muita coisa, mas é tudo que temos no
momento."
Os companheiros assentiram, não tendo nenhuma outra opção diante
de si. Reuniram-se em torno da cerejeira, fitando-se longamente e pedindo
desesperadamente por forças.
"Creio que devamos voltar para minha casa." disse Tomoyo, antes
que qualquer ação efetiva pudesse ser tomada. "Lá teremos mais conforto
e privacidade para analisarmos a situação. Além disso, Eriol não
precisará gastar sua energia para isolar o local e afastar transeuntes
curiosos."
Seus amigos apenas assentiram, enquanto Eriol novamente concentrava
sua energia e teleportava o grupo de volta para a mansão Daidouji. Quando
se deram conta, estavam novamente no quarto onde haviam começado a reunião.
"O tempo se esvai a cada segundo que esperamos." disse Eriol.
"Comecemos, portanto."
Então, sem perder mais um minuto sequer, o grupo iniciou uma longa
discussão sobre as visões de Sakura, tentando analisá-las e relacioná-las
com os sinais evidenciados pelas cartas. As horas se passaram, horas
carregadas de teorias e especulações, das mais absurdas às mais
brilhantes possíveis. Nenhuma delas, porém, chegou a se aproximar da
verdade que mascarava o transporte do Lobo para outra realidade.
A noite já se aproximava, quando o grupo começou a realizar os
primeiros avanços em seus estudos. O cansaço era sentido claramente nos
corpos dos quatro jovens. Até mesmo os guardiões sentiam suas energias se
exaurindo lentamente, à medida que os esforços requeridos para as análises
e buscas aumentava cada vez mais.
Concentrado, Eriol tinha em suas mãos as cartas de Sakura. Passava
as cartas de uma mão para outra. Girava o baralho nas mãos, tocava a
superfície brilhante das cartas com a ponta dos dedos e voltava a passá-las
de uma mão para outra. Quem o observasse daquele jeito poderia dizer que o
inglês estava nervoso e agitado. Nada mais longe da verdade. Estava
ansioso, sim, mas fazia aquilo com o intuito de absorver algo contido na essência
das cartas. Pretendia que pelo menos alguma ínfima partícula de claridade
iluminasse a escuridão que dominava sua mente.
Com efeito, não demorou muito e um fraco brilho fez-se ver ao redor
das cartas e das mãos do feiticeiro britânico. Eriol sentiu seus dedos
serem envolvidos por uma aura morna e acolhedora, uma aura que o lembrava
exatamente da dona daquelas cartas. A mesma aura suave e protetora podia ser
sentida em Sakura quando ela exalava seu poder. O jovem mago sorriu,
maravilhado diante da sensação de segurança e bondade que emanava das
cartas.
Logo, a reencarnação de Clow começou a ter calafrios, ao mesmo
tempo em que via cenas mostrando Shaoran. Havia uma sensação maligna
rodeando o jovem guerreiro, tomando o local e o enchendo de temor. O jovem
Li lutava desesperadamente contra uma escuridão sem igual.
"Ele está em perigo..." sussurrou o inglês, fazendo os ânimos
no aposento se exaltarem. Sakura levou as mãos à boca, suprimindo um
suspiro de temor. Meiling imediatamente se levantou, colocando-se a fitar o
mago com seus olhos de rubi. Até mesmo Tomoyo estava abalada com o que o
rapaz havia dito.
"O que está acontecendo com Shaoran?" perguntou a Dama das
Cartas, exasperada. Eriol hesitou por um momento, antes de falar claramente
para todos.
"Ele está lutando contra a escuridão." ele disse, lentamente,
vendo as expressões nos rostos de seus amigos.
Subitamente, Kerberus se levantou, quase derrubando um porta retratos
que havia sobre a mesinha.
"O moleque está lutando contra a escuridão, mas onde ele está?"
perguntou o guardião. "Saber que ele está lutando não ajuda a encontrá-lo.
Apenas aguça nossa curiosidade e nossa angústia!"
"Fique calmo, Kerberus." interrompeu Yue. "Sua exaltação não
vai trazer mais respostas a nós."
"Eu sei disso, Yue!" bradou Kerberus. "Não haja como se
estivesse no controle da situação!"
"Não comecem a discutir vocês dois!" berrou Sakura, perdendo a
paciência. "A última coisa que precisamos no momento é que vocês dois
comecem a brigar. Kerberus, volte para o seu lugar!"
O guardião imediatamente obedeceu. Sakura só o chamava pelo nome
completo quando estava muito irritada ou muito preocupada com algo. E
naquele momento, Kero achava que sua mestra estava as duas coisas.
Resignado, voltou a se sentar no chão, próximo à poltrona da garota.
Tomoyo não deixou de notar o clima tenso que se formava no ambiente.
Tentando suavizar os ânimos, a garota se levantou e decidiu servir chá
para o grupo. Saiu do aposento lentamente, voltando alguns minutos depois
trazendo uma bandejas nas mãos e um sorriso nos lábios.
Naquele meio tempo, Eriol já se encarregara de persuadir Yue a se
acalmar, enquanto Sakura conversara com Kerberus e o repreendera pela falta
de educação e de paciência.
"A paciência não é minha Virtude." resmungou o leão. "Pode
ser a Virtude de Tomoyo ou Eriol, mas certamente não é a minha!"
"Eu sei disso." respondeu a feiticeira com rispidez. "Mas isso
não é motivo para criar confusão."
Kerberus se calou, diante do olhar repreensivo de sua Mestra. Com o
canto dos olhos, olhou de relance para Yue, que estava parado na extremidade
da sala. Resmungou algo ininteligível e voltou a ficar quieto.
Sakura recebeu a caneca de chá das mãos delicadas de Tomoyo
agradeceu. A amiga sempre fazia tudo para tornar o ambiente agradável. Ela
era realmente uma pessoa admirável.
Um a um, todos receberam sua xícara de chá, servidos por Tomoyo. A
garota trouxera também um prato com uma infinidade de biscoitos, os quais
Kero apreciou com um largo sorriso, esquecendo-se da pequena desavença que
tivera com o guardião da Lua minutos antes. Sakura meneou a cabeça de um
lado para o outro, vendo a gula de seu fiel amigo e pensando que ele jamais
tomaria jeito.
A pausa para o lanche foi feita em silêncio. Aproveitaram cada
minuto e saborearam o chá e os biscoitos com gosto, agradecendo o bom senso
de Tomoyo. Quando finalmente acabaram, o relógio apontava seis e meia.
"Voltemos ao trabalho!" anunciou Meiling, esticando os braços e
estalando os dedos das mãos. "Temos que encontrar meu primo descuidado
antes que ele se meta em mais problemas!"
Todos assentiram. Retomaram seus lugares sem reclamar. Em alguns
minutos, todos já estavam concentrados novamente, empenhando-se arduamente
na tarefa tão estafante que era buscar respostas e verdades para tudo
aquilo.
"Um dia ainda vamos rir disso." pensou Sakura, relembrando a
conversa que tivera com Shaoran no parque, momentos antes de tudo ter início.
"Parece que vamos ganhar mais uma história para contarmos aos nossos
netos."
"Anime-se, Sakura!" falou Meiling. "Nem parece a Sakura que eu
conheço! Onde está aquela Sakura corajosa, que enfrenta tudo com um
sorriso no rosto?"
"Meiling..." murmurou Sakura, sorrindo.
"Bem melhor." falou a chinesa. "Agora, erga a cabeça e sorria!
Vamos encontrá-lo e trazê-lo de volta. E você não quer estar com essa
aparência horrível quando ele voltar, não é? Afinal, já que ele te
escolheu, você tem a obrigação de fazê-lo feliz!"
"Obrigada, Meiling."
"Não precisa agradecer." falou a chinesa com um sorriso.
Voltaram a atenção novamente para as pesquisas. Após a notícia de
que Shaoran lutava contra a escuridão, os esforços do grupo dobraram, bem
como sua determinação.
Empertigando-se, Sakura tomou as cartas em suas mãos,
concentrando-se e exalando seu poder com todas as forças. Com fervor, pediu
por uma luz, qualquer coisa que pudesse iluminar seu caminho encoberto pela
penumbra.
"Por favor!" clamou a jovem. "Por favor, envie-me algo, algum
sinal! Qualquer coisa que possa dissipar a névoa que cobre minha mente!
Qualquer coisa que retire a venda que bloqueia minha visão!"
Ninguém poderia imaginar que a prece desesperada da garota seria
atendida. Súbito, uma voz ecoou no aposento, uma voz feminina e aveludada:
"Seus esforços são louváveis, mas direcionam sua atenção para
o lado errado."
Então, outra voz pôde ser ouvida, logo após a primeira:
"Não poderiam estar mais longe da verdade, embora estejam muito próximos
à ela também."
Os sentidos de todos elevaram-se e o grupo imediatamente colocou-se
em estado de alerta. Eriol convocou seu báculo, tomando posição ao lado
de Sakura, que já erguia o báculo em riste. Próximos a eles, os quatro
guardiões haviam assumido posição de ataque, preparados para tudo o que
viesse, fosse bom ou mal.
"Abaixem suas armas." disse a primeira e mais poderosa voz. "Não
temam, pois motivo não há."
O aposento foi subitamente tomado por uma forte luz branca, que cegou
momentaneamente todos os presentes. O grupo levou as mãos aos olhos,
protegendo-os da claridade fulgurante. Por um breve momento, o brilho
pareceu intensificar-se, e Sakura pensou que aquela luz poderia iluminar
todo o universo sem problema algum.
Quando finalmente ela se dissipou e eles puderam abrir os olhos,
notaram duas figuras femininas paradas no centro do aposento. Elas flutuavam
graciosamente a alguns palmos do chão, perto da mesinha que adornava a
ampla suíte de Tomoyo.
"Mas que raios!" exclamou Meiling, contemplando as duas criaturas
que se mostravam. Uma delas era baixa, tinha os olhos muito azuis e os
longos cabelos escuros presos em uma trança que lhe alcançava a cintura.
Trajava uma túnica azul-marinho de mangas longas.
A segunda figura era um pouco mais alta, possuía cabelos negros
longos e ondulados, que caíam sobre os ombros delicados. Os belos olhos
verdes transmitiam uma bondade sem par. Usava um vestido branco que ia até
seus pés, adornados por sapatilhas claras. Ambas tinham uma aura tranqüilizante
e tiaras douradas lhes cingiam a testa.
Sakura fitou a mulher mais alta com espanto. Conhecia bem aquele
sorriso, aquela fisionomia, aqueles traços angelicais, muito embora
estivesse acostumada a contemplá-los somente por fotos.
"Mamãe..." murmurou a feiticeira, tremendo incontrolavelmente e
caindo sentada no sofá. A bela mulher apenas sorriu e concordou.
"Como?"
"Há muito a ser explicado, minha filha." disse Nadeshiko. "Não
fique consternada. Tudo se resolverá irremediavelmente."
Logo ao lado, Eriol tentava se lembrar onde já tinha visto a outra
bela mulher que acompanhava Nadeshiko. Sua presença lhe era estranhamente
familiar, assemelhando-se às lembranças que se tem de um sonho que não se
consegue lembrar com detalhes. O porte altivo e a fisionomia rígida, porém
bondosa, acendiam em sua memória chamas de antigas reminiscências. Lembranças
e memórias de uma era passada, já há muito esquecida.
"Satsuki!" exclamou o mago, surpreso. "O que faz aqui, minha
irmã?"
Todos voltaram seus olhares espantados na direção de Eriol, que
ainda fitava a mulher com os olhos brilhantes.
"Já faz muito tempo, meu irmão." falou ela, lançando-lhe um
sorriso carinhoso. Fitaram-se longamente, a saudade estampada nos olhos de
ambos. As três garotas os olhavam de forma curiosa, tentando entender o que
se passava.
"Será que alguém vai explicar?" perguntou Meiling
interrompendo-os.
"Desculpe." disse Eriol. "Esta é Satsuki. Ela é irmã do mago
Clow, minha antiga encarnação."
"Viemos ajudar." disse ela. "Não se preocupem mais. Tudo será
esclarecido e solucionado em breve."
O grupo trocou olhares curiosos, incertos sobre o real significado
daquela afirmação. Uma longa pausa tomou o lugar, preenchida somente pela
aura reconfortante e calorosa dos dois anjos. Aos poucos a agitação e
euforia causada pela aparição das duas mulheres no recinto foi sendo
acalmada. E foi somente então, quando puderam raciocinar com calma, que
Tomoyo percebeu:
"Espere um minuto! Eu e Meiling não temos poderes mágicos. Também
não somos sensitivas ou algo do tipo. Então como podemos vê-las?"
"Observadora como sempre, não é, Tomoyo?" falou Eriol,
olhando-a com um sorriso. "Parece que nada te escapa."
Tomoyo sorriu, piscando um olho para o rapaz. Então, fitando Satsuki
uma vez mais, aguardou uma resposta. A irmã de Clow a olhou com sorriso nos
lábios e se aproximou da garota, tocando seu rosto com as mãos leves:
"Você é muito inteligente e perceptiva, criança. Sua pergunta,
de fato, é bastante oportuna." olhou de relance para Nadeshiko. "Vocês
podem nos ver, pois a ocasião é muito especial e, portanto, demanda atenção
especial."
E Nadeshiko continuou:
"Recebemos permissão para materializar corpos físicos neste mundo
por um curto período de tempo. Até que nossa missão seja concluída."
Os jovens assentiram e os guardiões relaxaram, baixando a guarda e
voltando aos lugares que ocupavam antes. Os dois anjos deixaram de flutuar,
pousando com graça e leveza no carpete do chão do quarto de Tomoyo, as
barras de suas vestes parando de se agitar, acomodando-se definitivamente.
"Temos muito o que contar." falou Satsuki.
"E nós temos muito o que ouvir." replicou Ruby, ao lado de
Eriol.
"Pois bem, acomodem-se." disse Nadeshiko. Fizeram o que lhes foi
pedido. Então, sem mais delongas, a angelical dupla começou a contar porquê
Shaoran havia desaparecido. Escutaram atentamente as vozes das duas
mulheres, que aos poucos revelavam que o Lobo havia sido vítima de uma
encantamento muito forte e havia sido transportado para uma outra dimensão,
uma realidade paralela àquela. Satsuki falou o modo como o transporte havia
sido feito e que Shaoran fora levado pois a morte de seu alter-ego havia
causado um distúrbio muito grande na energia daquela realidade. Então,
Nadeshiko disse que Shaoran iria enfrentar um poder muito grande onde estava
e que era sua missão derrotar aquela força. Entretanto, em nenhum momento
mencionaram que os verdadeiros motivos da Jornada era para devolver a vida
ao Shaoran alternativo. Explicaram apenas que ele deveria restabelecer o
equilíbrio naquele lugar.
"Não há nada que possa fazer, querida. É o destino do rapaz
enfrentar tudo isso. As provações pelas quais ele passa no momento há
muito estão determinadas." falou Satsuki suavemente.
"Não!" gritou a feiticeira. "Não posso aceitar que Shaoran
está em outra dimensão, correndo perigo, e eu não posso fazer nada para
ajudar!"
"Acalme-se." proclamou Satsuki, tocando a testa da garota. No
instante seguinte Sakura sentiu uma onda de alívio banhar sua alma.
Entretanto, alívio não significava tranqüilidade. Sentando-se novamente,
ela encarou a irmã de Clow:
"Como pode pedir que me acalme?" ela perguntou, uma pouco mais
controlada. "Ele pode se machucar muito..."
"Sem dúvida. Mas esse é um risco que ele deve correr, para que
sua coragem seja forjada e ele possa retornar mais forte do que quando
partiu. Ele tem um papel muito importante a desempenhar em tudo isso."
Sakura arregalou os olhos em indignação.
"Não pode estar falando sério! Ele pode morrer lá!"
"Acalme-se, minha filha." falou Nadeshiko, suavemente, abraçando
sua menina. "Não há nada que possa fazer..."
"Tenho que ajudá-lo, mamãe!" interrompeu a jovem, que tremia
levemente nos braços do anjo.
"O destino do Lobo não mais está em suas mãos. Não há nada que
possa fazer. O caminho está traçado. Resta a ele percorrer a trilha que
lhe foi destinada." falou a mulher, sentindo a filha estremecer ainda
mais. Sakura se encolheu, parecendo um bebê sendo embalado pela mãe.
"Por que isso teve que acontecer? Queria que nada disso estivesse
se passando." murmurou a jovem.
"Tenho certeza que ele também. Mas se você realmente o ama, deve
confiar em sua capacidade. Tenha fé, acredite nele e tudo ficará bem. Vocês
ainda hão de se encontrar."
Disse isso e começou a flutuar. Ao lado de Eriol, Satsuki começava
a se erguer também.
"O que?" estranhou Sakura, virando-se para a mãe. "Vocês já
vão? Mas acabamos de nos reencontrar! Por favor, fique mais um pouco!"
"Nosso tempo está acabando, minha filha." falou ela, com um
sorriso. "Nossa missão foi cumprida, já lhes contamos tudo o que era
necessário e nos foi permitido contar. Devemos voltar agora. Descanse.
Acalme-se. Afaste a preocupação e a tristeza de seu coração pois não há
motivo para tais aflições. Tudo há de ficar bem."
Foi bom te ver novamente, meu irmão." falou Satsuki, dando um
forte abraço em Eriol. Então sussurrou-lhe no ouvido: "Mantenha os olhos
abertos. Cuide da Estrela, não a deixe fazer nada precipitado. O caminho
está definido. Seu desfecho só vai depender do Lobo."
Eriol retribuiu o abraço, agradecendo toda a ajuda que a irmã lhes
dera. Satsuki beijou-lhe ternamente a fronte e se distanciou.
"Ainda voltaremos a nos encontrar..." falou Nadeshiko, olhando
para Sakura. "Um dia com certeza."
Disse isso e desvaneceu no ar, desaparecendo da vista e dos sentidos
de todos. A quente luz branca que as acompanhava se distanciou e
desapareceu, fazendo o aposento mergulhar em uma suave penumbra,
entrecortada somente pela fraca luminosidade das estrelas e da Lua em seu
quarto minguante. A noite já havia caído por completo e o relógio da cômoda
anunciava oito e meia.
"Já está tarde, Sakura. Devemos voltar para casa." falou Kero,
voltando à sua forma falsa e aproximando-se de sua Mestra.
"Tem razão, Kero..." murmurou Sakura, ainda fitando o local onde
sua mãe estivera momentos antes. Tomoyo, Eriol e Meiling trocaram olhares
preocupados, pensando no que a garota iria fazer. Por fim, ela se moveu,
guardando suas cartas e pegando sua bolsa. "Vamos?"
Kero assentiu. Yue, Spinel e Ruby também voltaram à identidade
alternativa, levantando-se e caminhando para perto da porta, onde Tomoyo já
os esperava. Desceram as escadarias da mansão e cruzaram pela centésima
vez a passarela que atravessava o jardim e levava até o portão principal.
"Bem, tudo está explicado." falou Tomoyo. "Fique mais calma
agora, Sakura. Boa noite. Durma bem."
Sakura assentiu, virando-se e passando a caminhar pelas ruas de
Tomoeda em direção à sua casa. Yukito também foi embora, deixando três
jovem e dois guardiões para trás.
Enquanto se afastava, Sakura ainda pôde ouvir a voz de Nakuru
gritar: "Sonhe com os anjos, Sakurinha!"
Então, quando nem Sakura nem Yukito podiam ser mais vistos, Meiling
se virou para os amigos:
"Vou tomar um banho!" disse a moça. "Foi um dia muito
cansativo."
Tomoyo assentiu. Nakuru e Spinel também decidiram entrar e Tomoyo e
Eriol ficaram no jardim. Caminharam até um dos bancos que haviam espalhados
pelo local e se sentaram, apreciando a calma daquela noite.
"Espero que Sakura tenha entendido que ela não pode e não deve
fazer nada para interferir no que está acontecendo." falou Eriol.
"Nadeshiko deixou claro que o destino de Shaoran não está mais em nossas
mãos."
Tomoyo balançou a cabeça:
"Sim. Espero que ela tenha compreendido."
"Senti sua falta, Tomoyo." falou o inglês, recebendo um olhar
surpreso da jovem.
"Também senti sua falta, Eriol." falou ela, quando se acalmou.
"Mas isso não importa mais. Você está aqui."
Abraçaram-se. Nada mais foi dito. Nada mais precisava ser dito. Tudo
havia sido expressado naquele abraço. Tomoyo fitou Eriol. Banhado pela luz
do luar, seus olhos pareciam cintilar ainda mais, adquirindo um brilho
especial, quase sobrenatural. A garota sentiu-se atraída por aquele olhar tão
profundo. Entretanto, antes que qualquer coisa pudesse acontecer, Eriol a
afastou. Tomoyo o olhou, curiosa, tentando disfarçar seu desapontamento.
"Algo vai acontecer!" falou Eriol, exaltado. "Sakura está
invocando sua magia!"
Tomoyo arregalou os olhos. Ela não acreditava que a amiga pudesse
ser tão inconseqüente. Nadeshiko e Satsuki haviam deixado claro que ela não
poderia fazer nada... ainda assim ela insistia em tentar. Sua determinação
estava se tornando teimosia.
"Devo ir para lá imediatamente!" disse isso e invocou seus
poderes, desaparecendo logo em seguida e deixando uma Tomoyo confusa para trás.
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Sakura caminhou lentamente pelas ruas de Tomoeda até chegar em sua
casa. Subiu as escadas calmamente e entrou em seu quarto, fechando a porta
atrás de si tão logo adentrou o aposento. Kero ficara na cozinha, olhando
Fujitaka preparar o jantar.
Jogou sua bolsa na cama e pegou sua chave, disposta a tentar algo
para ajudar seu amado. Simplesmente não podia aceitar a idéia de ficar
parada enquanto Shaoran enfrentava tudo sozinho. Se fosse preciso, iria até
onde o rapaz estava, mas de modo algum a abandonaria à própria sorte.
Sabia que o que estava fazendo era arriscado, mas tinha que tentar.
Libertou seu báculo e as cartas, clamando pelo poder de suas amigas
e pedindo com forças para que algo pudesse ser feito.
No andar de baixo, Kero sentiu a energia de sua Mestra. Correndo
escada acima e tomando sua forma verdadeira, o guardião aproximou-se da
porta fechada, deparando-se com uma barreira mágica em torno dela.
"Sakura!" gritou, golpeando o campo de força. "Pare, Sakura, não
faça isso!"
Dentro do quarto, Sakura olhava suas amigas e retirava uma delas, a
mais especial... a Esperança.
Naquele mesmo instante, Eriol apareceu ao lado de Kerberus, vendo o
leão lutar arduamente para quebrar a barreira.
"Não vai conseguir entrar assim!" exclamou o mago.
"Afaste-se!"
Eriol convocou seu báculo, tocando a barreira com a ponta e
concentrando sua energia. Kerberus sentiu o choque de poderes, deslumbrado
com o espetáculo que se desenvolvia diante de seus olhos. Os poderes
daqueles dois eram gigantescos e incomensuráveis; estavam além da
compreensão dos meros mortais. Ele chegou a imaginar que aquela disputa
levaria muito tempo.
Mas Eriol conseguiu prevalecer sobre a Dama das Cartas. Numa última
e decisiva investida, a reencarnação de Clow pressionou o báculo contra o
campo de força, rompendo-o com um estampido forte e agudo. A barreira
pareceu partir-se em mil estilhaços, como um espelho.
Abriram a porta num rompante, bem a tempo de ver Sakura jogar uma
carta para o alto e erguer o báculo. Sem perder um minuto sequer, Eriol
concentrou seus poderes na direção da garota, impedindo-a de invocar todo
o poder da carta. Entretanto, parte do ritual já havia sido consumado.
"Sakura!" gritou Eriol. "Não pode fazer isso!"
"Me deixe, Eriol! Eu preciso ajudar Shaoran!"
"Lembre das palavras de sua mãe! O destino de Shaoran não está
mais em suas mãos. Não está nas mãos de nenhum de nós! Confie em seu
namorado. Eu sei que ele é capaz de vencer tudo isso! Eu confio nele,
Sakura! E você também devia confiar!"
A garota deixou cair o báculo, ao mesmo tempo em que sentia as
pernas fraquejarem.
"Por que tem que ser assim, Eriol?" ela perguntou, sentindo uma
única lágrima rolar por sua face.
"Não se preocupe." disse seu amigo. "Tudo vai ficar bem. Sua mãe
é um anjo agora. Se ela diz que ele vai ficar bem, então ele ficará bem.
Confie nela e em Shaoran, pois o que ele mais precisa agora é da sua fé, e
não dos seus poderes."
Abraçaram-se, Eriol tentando confortar a amiga. Da porta, Kero,
Touya e Fujitaka observavam tudo. Naquele momento, Tomoyo, Meiling, Nakuru e
Spinel apareceram.
"Desculpem termos entrado sem permissão, mas a porta estava aberta
e as circunstâncias eram extremas." falou Tomoyo. "O que você fez,
Sakura?"
"Desculpe, Tomoyo, mas eu estava desesperada!" ela murmurou,
tentando se recompor. "Prometo não tentar nada novamente, mas temo que
parte da minha energia tenha cruzado as dimensões e chegado até ele..."
Um pesado silêncio se fez no aposento, à medida que o real sentido
daquelas palavras atingia os presentes. Pouco a pouco, eles foram
entendendo o que aquilo podia significar.
Eriol precisou de um tempo para digerir a informação e compreender
o que aquela atitude impensada e desesperada de Sakura poderia acarretar.
"Só nos resta rezar para que não aconteca nada..." falou o
mago, olhando fixamente para a Lua, através da janela do quarto.
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Olá pessoal. Atendendo a pedidos, a partir deste capítulo estarei
publicando as fichas dos magos do Conselho, bem como dos outros personagens
que criei para esta Saga.
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Nome: Magno Schneider
País de Origem: Alemanha
Idade: 106 anos
Data de Nascimento: 29 de Fevereiro de 1900
Tipo
Sanguíneo: A+
Elemento Regente: Fogo
Ocupação: Líder e Guardião do Fogo do
Supremo Conselho de Magos, Diácono Superior de Berlim, Supremo Iluminado da
Ordem dos Iluminados.
Passatempo: Ler e ouvir música de câmara.
Ficha pessoal: Magno
nasceu em Fürstenwalde, na Alemanha. Iniciou-se nas artes arcanas com 12
anos, instruído por Juliana, uma imigrante italiana que residia próximo à
sua casa. Estudou magia cabalística hermética e aos 20 anos
especializou-se no Caminho Elemental do Fogo. Aos 30 anos mudou-se para
Berlim, onde reside até hoje. Atuou como Embaixador dos Iluminados em vários
países ao redor do mundo e serviu como Mediador em diversos conclaves
envolvendo Ordens de Magia. Ajudou a solucionar problemas diplomáticos em
um episódio envolvendo um anjo católico e outro egípcio. Ganhou o título
de Sacerdote da Paz por suas atuações durante a Segunda Guerra Mundial, ao
tentar influenciar o desmantelamento das tropas de Hitler e por dar abrigo a
judeus refugiados. Aos 40 anos foi convidado a integrar o Supremo Conselho
de Magos, vindo a assumir a posição de líder algum tempo depois, aos 52
anos.
Considerado um dos mais sábios e poderosos magos que já existiram,
Magno atualmente goza de grande prestígio ao redor do mundo. Diplomata
nato, sabe medir bem suas palavras e solucionar desavenças com excepcional
habilidade. Quando não está lidando com Magia, Magno trabalha no consulado
italiano, solucionando questões burocráticas para emissão de vistos de
entrada na Itália.
No momento reside em uma casa no centro de Berlim. Gosta de tranqüilidade
e procura não se expor muito. Após solucionar o problema dimensional com
Shaoran, pretende viajar para o Canadá para relaxar e descansar um pouco.
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E aqui termina mais um capítulo. Em um momento de desespero, Sakura
usou sua magia para interferir na missão de Shaoran. Quais conseqüências tal ato
pode trazer à Jornada só o tempo dirá.
Espero que tenham gostado da ficha do Magno. Aos poucos irei
colocando as outras, contando um pouco da vida de cada um dos outros
personagens desta saga.
Obrigado a todos os reviews que me mandaram. Eu leio todos sem exceção
e fico muito feliz com cada um deles. Aguardem, no próximo capítulo, Magno
volta para o Castelo do Conselho, perturbado por um estranho sentimento de
perigo. Em suas pesquisas, o Mago descobre alguns fatos muito importantes,
que podem mudar totalmente o rumo dos acontecimentos!
Mas
agora, mudando um pouco de assunto, este humilde escritor que vos escreve
está imensamente feliz! Acabo de assistir à reestréia de Saint Seiya no
Cartoon Network e minha alegria não poderia ser maior. Esse foi o anime da
minha infância. Embora tenha havido muitos antes desse, como Macross,
Zillion e Don Drácula, Saint Seiya marcou minha vida, talvez por ter sido o
estopim que deu início à minha paixão pelo estudo de mitologia e
história antiga. O fato, é que a nova dublagem ficou muito boa, e as
músicas de abertura e de encerramento na voz do saudoso Eduardo Falaschi
ficaram bem acima dos padrões. Não costumo gostar das versões brasileiras
das musicas de anime, mas abro uma exceção para essas. Bem, sou suspeito,
uma vez que sou fã confesso de Angra!
Bom,
sem mais enrolação, despeço-me. Fico aguardando comentários, e-mails e
reviews!
Peace, Love and
Hope to all and each one of you. Now and Forever.
Felipe S. Kai
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