Capítulo Dez - Interlúdio Parte II: Ajuda Inesperada
Sakura sorriu ao ver Eriol cruzar o portão da plataforma de desembarque. Carregava uma pequena gaiola em suas mãos, onde um Spinel muito irritado podia ser visto. Logo ao lado, Nakuru olhava ao seu redor, enquanto empurrava um carrinho com as malas de ambos.
A feiticeira se aproximou, acompanhada de Tomoyo e Meiling. Nakuru abriu um grande sorriso assim que a viu e acenou exageradamente para as três garotas. Tomoyo se divertia, vendo que Nakuru continuava a mesma, excêntrica e animada.
"Olá, Sakura lindinha!" exclamou a forma falsa de Ruby Moon. "Que saudades eu estava de você!"
Sakura riu, diante da animação da moça.
"Olá, Nakuru. Também senti saudades. Olá, Eriol." falou a jovem.
"Olá, Sakura. Olá, Tomoyo." falou Eriol. "Nos reencontramos, finalmente."
"Seja bem vindo, Eriol." falou Tomoyo. Um pouco mais atrás, Meiling observava o caloroso reencontro entre seus amigos. Tomoyo imediatamente notou que a garota se excluíra do grupo e então se lembrou que Meiling não conhecia o rapaz britânico. "Eriol, Nakuru, Suppi, esta é Meiling Li, prima de Shaoran."
"Muito prazer, senhorita Meiling." disse Eriol, aproximando-se da chinesa e beijando sua mão delicadamente. A garota enrubesceu diante do ato cavalheiresco do jovem inglês. Era a primeira vez que a tratavam com tanta delicadeza. Nem mesmo Shaoran já havia feito algo semelhante.
"O prazer é meu." disse, desviando o olhar para não encará-lo. Sakura e Tomoyo trocaram olhares divertidos, enquanto pensavam que Eriol jamais mudaria seu jeito cortês de ser.
"O carro está nos esperando." falou Tomoyo. "Podemos ir. Conversamos no caminho."
Concordaram silenciosamente. Seguiram a jovem de olhos ametista através dos corredores lotados do aeroporto, chegando até o estacionamento, onde uma van estava estacionada.
Colocaram as malas de Eriol e Nakuru no bagageiro e se acomodaram nos bancos do automóvel. Eriol mantinha a pequena gaiola de Spinel junto de si. O motorista deu a partida, fazendo o carro se mover rápido. Logo chegaram à mansão, onde o almoço os esperava.
Aproveitaram os poucos minutos restantes de paz para refletir. Comeram calmamente e nem por um momento sequer tocaram no assunto do desaparecimento de Shaoran, muito embora a vontade de cada um deles fosse gritar aos quatro ventos as perguntas que tinham em mente. Por fim, após terminarem o almoço especial que havia sido preparado para a recepção de Eriol, Tomoyo conduziu todos eles para seu quarto, onde teriam mais privacidade para discutir tudo o que estava acontecendo.
"Não quero ser incomodada." disse Tomoyo para uma das criadas. "Interrompa-nos somente em caso de emergência."
"Sim, senhorita." ela assentiu, enquanto o grupo subia a longa escadaria que conduzia aos andares superiores da propriedade.
Caminharam até o quarto de Tomoyo em silêncio, ponderando o que viria a seguir e procurando manter a compostura até o último segundo. Enquanto percorriam aquele poucos metros que separavam a escadaria do aposento de Tomoyo, os quatro amigos rezavam para terem a capacidade e os meios necessários para solucionar o caso. Mesmo não estando totalmente inteirados dos fatos, Eriol e Meiling sabiam a complexidade de tudo aquilo e pediam aos céus para que tudo pudesse encontrar seu fim o quanto antes.
Sentaram-se cada um em uma poltrona, Eriol abrindo a gaiola de Suppi deixando que o pequeno guardião voasse livre. Sakura também soltou Kero, no mesmo instante em que Yukito entrava no quarto, cumprimentando jovialmente todos os presentes.
O silêncio era dominante. Diante da seriedade da situação, nem mesmo Kero ousou proferir qualquer provocação contra Spinel, fato que deixou Sakura imensamente agradecida. Olharam-se longamente, nenhuma palavra sendo pronunciada.
"O que têm feito nos últimos anos?" perguntou Nakuru, tentando começar um diálogo, mas ao mesmo tempo com medo de tocar no assunto da reunião.
"Nada de surpreendente." falou Tomoyo. "Estou cursando Design Industrial na Universidade de Tomoeda. A Sakura está cursando Psicologia. E vocês, o que estão fazendo?"
Meiling olhou para os presentes.
"Estou estudando Artes Cênicas na Universidade de Hong Kong." falou a chinesa. "O curso é muito bom."
"E eu estou cursando Economia na Universidade Oxford." falou Eriol.
Novamente o silêncio voltou a reinar absoluto, tirano, trazendo desconforto e intranqüilidade. Sakura se perguntou qual o motivo daquela hesitação inútil. Há algumas horas atrás todos estavam decididos e prontos para o que tivesse que acontecer. E agora estavam temerosos, mostrando um receio desmedido que, a seu ver, não tinha razão para acontecer.
"Devemos parar de esperar. Postergar o início da reunião não fará com que ela seja mais curta ou mais fácil. Esperar não vai fazer com que os fatos mudem ou se resolvam por si mesmos. Quanto antes começarmos, melhor. Então vamos começar logo!" falou a feiticeira, impaciente.
Eriol, Tomoyo e Meiling se olharam, um pouco apreensivos. A tensão no aposento era palpável. Os quatro jovens se olharam seriamente. Por fim, Eriol se manifestou.
"Muito bem, Sakura. Você disse que Shaoran desapareceu enquanto conversavam no Parque." a garota confirmou com a cabeça. "Pesquisei nos livros que o Mago Clow deixou, mas quase não encontrei nada. As informações não apontam qualquer caso semelhante."
"Entendo." disse Sakura, desanimada.
"Eu perguntei para a mãe de Shaoran e ela também não conseguiu encontrar nenhuma explicação." falou Meiling. "Eu tinha esperanças que tia Yelan pudesse saber algo, mas me enganei."
Todos apenas concordaram. Um pouco mais atrás, Yue e Ruby Moon prestavam atenção na conversa que se desenrolava no aposento. Kero e Spinel também estavam concentrados.
"É difícil pesquisar algo que você não sabe bem como aconteceu." falou o feiticeiro inglês. "Preciso de mais detalhes."
"Mas nós já contamos tudo na mensagem que te mandamos, Eriol." falou Sakura. "Não há mais nada a ser contado. Eu te passei todos os detalhes que haviam. Nada mais me vem à cabeça."
"Tem certeza, Sakura?" perguntou Meiling. "Tem certeza que não esqueceu de nada? O que estavam fazendo quando Shaoran desapareceu?"
"Apenas conversando, Meiling." falou a maga. "Shaoran ia me beijar quando foi atingido por aquele raio misterioso."
"Você disse que o raio veio da árvore, não é?" indagou Eriol. Sakura apenas confirmou com a cabeça. "Preciso ver a árvore."
Todos se levantaram. Spinel e Ruby imediatamente tomaram seus lugares ao lado de seu mestre, ao mesmo tempo em que Kerberus e Yue se aproximavam de Sakura. Tomoyo e Meiling trocaram olhares, imaginando o que Eriol poderia fazer. Observaram o feiticeiro erguer as mãos e sussurrar algo. Logo em seguida, houve um estampido e, no instante seguinte, o quarto estava vazio.
____________________
Sakura sentiu o mundo à sua volta se distorcer em um grande emaranhado de formas incertas e grotescas. Fechou os olhos com força, estranhando aquela sensação tão nova e peculiar. Quando voltou a abri-los, as coisas lentamente voltavam ao seu devido lugar. E foi só então que ela notou que não estava mais no quarto de Tomoyo. Tampouco na mansão da família Daidouji. Naquele exato momento ela se encontrava no parque, bem em frente à imensa cerejeira onde Shaoran desaparecera.
A jovem não pôde deixar de notar como tudo aquilo era irônico. Quando criança, aquela árvore lhe dera sombra. Usara seus galhos para brincar de balanço. Tinha sido em baixo dela que Shaoran a havia beijado pela primeira vez. E então, subitamente, essa mesma cerejeira havia levado seu amado lobo para longe dela. Aquela árvore já não lhe parecia mais tão bela e amável. Naquele momento, a árvore que lhe dava nome parecia apenas carregar melancolia e mistérios consigo. A cerejeira de seus sonhos de infância havia-se tornado palco de seu mais terrível pesadelo.
Eriol invocou seu báculo e se aproximou da árvore.
"Muita gente passa por aqui a essa hora." falou Tomoyo. "Não é perigoso que nos vejam?"
"Não se preocupe." falou o inglês. "Isolei magicamente esta área. Ninguém vai nos incomodar."
Continuou examinando a cerejeira. Proferiu uma série de encantamentos, tentando por tudo fazer com que a frondosa árvore revelasse alguma coisa. Entretanto, assim como Sakura, o rapaz não obteve nenhum sucesso significativo.
Sentaram-se nos bancos que haviam ali por perto, tentando pensar um pouco. Eriol achava estranho que seu exame não tivesse revelado nada. Era como se os fatos estivessem sendo escondidos deles, encobertos por um estranho manto negro e impenetrável.
Enquanto descansavam, Sakura relatou para Eriol e seus guardiões as visões que teve e contou sobre a leitura que fizera das Cartas. Contou sobre as estranhas sensações que tivera naquela noite, sobre o sentimento de crescente angústia. O jovem mago estranhou aquele relato, uma vez que não entendia o que tudo aquilo poderia significar. Fechou os olhos, pensativo.
Logo ao lado, Spinel fitava a grande cerejeira, não ousando desviar o olhar do tronco da árvore. Era como se, de alguma maneira, o pequeno guardião esperasse que Shaoran voltaria, vindo daquele tronco, da mesma forma como havia desaparecido. Quem o olhasse, pensaria que ele esperava que a cerejeira devolvesse o rapaz são e salvo de um instante para o outro.
Os quatro amigos puderam ouvir o vento começar a soprar. E apenas o uivo do vento podia ser escutado. Nem uma palavra, nenhum som era emitido por nenhum dos presentes. Mas não era exatamente um silêncio agradável. Era uma quietude pesadamente perturbante, carregada de uma estranha aura de malícia.
Os minutos se arrastaram. Cada um mantinha a concentração fixa em suas próprias teorias e formulações.
"Alguém, por favor, fale alguma coisa!" explodiu Meiling. "Esse silêncio está me matando! Ficar sentado especulando não vai trazer Xiao Lang de volta. Deveríamos estar tentando encontrá-lo."
"Tem razão, Meiling." disse Eriol, colocando-se em pé. "Todavia, não temos como iniciar busca alguma sem ter a mínima noção de onde começar."
Meiling fitou a reencarnação de Clow, sabendo que ele tinha razão. Entretanto, ao invés de se resignar e se calar, a chinesa simplesmente o encarou, dizendo:
"Que tal se começarmos pelas visões de Sakura e pela interpretação que ela fez das cartas? Não é muita coisa, mas é tudo que temos no momento."
Os companheiros assentiram, não tendo nenhuma outra opção diante de si. Reuniram-se em torno da cerejeira, fitando-se longamente e pedindo desesperadamente por forças.
"Creio que devamos voltar para minha casa." disse Tomoyo, antes que qualquer ação efetiva pudesse ser tomada. "Lá teremos mais conforto e privacidade para analisarmos a situação. Além disso, Eriol não precisará gastar sua energia para isolar o local e afastar transeuntes curiosos."
Seus amigos apenas assentiram, enquanto Eriol novamente concentrava sua energia e teleportava o grupo de volta para a mansão Daidouji. Quando se deram conta, estavam novamente no quarto onde haviam começado a reunião.
"O tempo se esvai a cada segundo que esperamos." disse Eriol. "Comecemos, portanto."
Então, sem perder mais um minuto sequer, o grupo iniciou uma longa discussão sobre as visões de Sakura, tentando analisá-las e relacioná-las com os sinais evidenciados pelas cartas. As horas se passaram, horas carregadas de teorias e especulações, das mais absurdas às mais brilhantes possíveis. Nenhuma delas, porém, chegou a se aproximar da verdade que mascarava o transporte do Lobo para outra realidade.
A noite já se aproximava, quando o grupo começou a realizar os primeiros avanços em seus estudos. O cansaço era sentido claramente nos corpos dos quatro jovens. Até mesmo os guardiões sentiam suas energias se exaurindo lentamente, à medida que os esforços requeridos para as análises e buscas aumentava cada vez mais.
Concentrado, Eriol tinha em suas mãos as cartas de Sakura. Passava as cartas de uma mão para outra. Girava o baralho nas mãos, tocava a superfície brilhante das cartas com a ponta dos dedos e voltava a passá-las de uma mão para outra. Quem o observasse daquele jeito poderia dizer que o inglês estava nervoso e agitado. Nada mais longe da verdade. Estava ansioso, sim, mas fazia aquilo com o intuito de absorver algo contido na essência das cartas. Pretendia que pelo menos alguma ínfima partícula de claridade iluminasse a escuridão que dominava sua mente.
Com efeito, não demorou muito e um fraco brilho fez-se ver ao redor das cartas e das mãos do feiticeiro britânico. Eriol sentiu seus dedos serem envolvidos por uma aura morna e acolhedora, uma aura que o lembrava exatamente da dona daquelas cartas. A mesma aura suave e protetora podia ser sentida em Sakura quando ela exalava seu poder. O jovem mago sorriu, maravilhado diante da sensação de segurança e bondade que emanava das cartas.
Logo, a reencarnação de Clow começou a ter calafrios, ao mesmo tempo em que via cenas mostrando Shaoran. Havia uma sensação maligna rodeando o jovem guerreiro, tomando o local e o enchendo de temor. O jovem Li lutava desesperadamente contra uma escuridão sem igual.
"Ele está em perigo..." sussurrou o inglês, fazendo os ânimos no aposento se exaltarem. Sakura levou as mãos à boca, suprimindo um suspiro de temor. Meiling imediatamente se levantou, colocando-se a fitar o mago com seus olhos de rubi. Até mesmo Tomoyo estava abalada com o que o rapaz havia dito.
"O que está acontecendo com Shaoran?" perguntou a Dama das Cartas, exasperada. Eriol hesitou por um momento, antes de falar claramente para todos.
"Ele está lutando contra a escuridão." ele disse, lentamente, vendo as expressões nos rostos de seus amigos.
Subitamente, Kerberus se levantou, quase derrubando um porta retratos que havia sobre a mesinha.
"O moleque está lutando contra a escuridão, mas onde ele está?" perguntou o guardião. "Saber que ele está lutando não ajuda a encontrá-lo. Apenas aguça nossa curiosidade e nossa angústia!"
"Fique calmo, Kerberus." interrompeu Yue. "Sua exaltação não vai trazer mais respostas a nós."
"Eu sei disso, Yue!" bradou Kerberus. "Não haja como se estivesse no controle da situação!"
"Não comecem a discutir vocês dois!" berrou Sakura, perdendo a paciência. "A última coisa que precisamos no momento é que vocês dois comecem a brigar. Kerberus, volte para o seu lugar!"
O guardião imediatamente obedeceu. Sakura só o chamava pelo nome completo quando estava muito irritada ou muito preocupada com algo. E naquele momento, Kero achava que sua mestra estava as duas coisas. Resignado, voltou a se sentar no chão, próximo à poltrona da garota.
Tomoyo não deixou de notar o clima tenso que se formava no ambiente. Tentando suavizar os ânimos, a garota se levantou e decidiu servir chá para o grupo. Saiu do aposento lentamente, voltando alguns minutos depois trazendo uma bandejas nas mãos e um sorriso nos lábios.
Naquele meio tempo, Eriol já se encarregara de persuadir Yue a se acalmar, enquanto Sakura conversara com Kerberus e o repreendera pela falta de educação e de paciência.
"A paciência não é minha Virtude." resmungou o leão. "Pode ser a Virtude de Tomoyo ou Eriol, mas certamente não é a minha!"
"Eu sei disso." respondeu a feiticeira com rispidez. "Mas isso não é motivo para criar confusão."
Kerberus se calou, diante do olhar repreensivo de sua Mestra. Com o canto dos olhos, olhou de relance para Yue, que estava parado na extremidade da sala. Resmungou algo ininteligível e voltou a ficar quieto.
Sakura recebeu a caneca de chá das mãos delicadas de Tomoyo agradeceu. A amiga sempre fazia tudo para tornar o ambiente agradável. Ela era realmente uma pessoa admirável.
Um a um, todos receberam sua xícara de chá, servidos por Tomoyo. A garota trouxera também um prato com uma infinidade de biscoitos, os quais Kero apreciou com um largo sorriso, esquecendo-se da pequena desavença que tivera com o guardião da Lua minutos antes. Sakura meneou a cabeça de um lado para o outro, vendo a gula de seu fiel amigo e pensando que ele jamais tomaria jeito.
A pausa para o lanche foi feita em silêncio. Aproveitaram cada minuto e saborearam o chá e os biscoitos com gosto, agradecendo o bom senso de Tomoyo. Quando finalmente acabaram, o relógio apontava seis e meia.
"Voltemos ao trabalho!" anunciou Meiling, esticando os braços e estalando os dedos das mãos. "Temos que encontrar meu primo descuidado antes que ele se meta em mais problemas!"
Todos assentiram. Retomaram seus lugares sem reclamar. Em alguns minutos, todos já estavam concentrados novamente, empenhando-se arduamente na tarefa tão estafante que era buscar respostas e verdades para tudo aquilo.
"Um dia ainda vamos rir disso." pensou Sakura, relembrando a conversa que tivera com Shaoran no parque, momentos antes de tudo ter início. "Parece que vamos ganhar mais uma história para contarmos aos nossos netos."
"Anime-se, Sakura!" falou Meiling. "Nem parece a Sakura que eu conheço! Onde está aquela Sakura corajosa, que enfrenta tudo com um sorriso no rosto?"
"Meiling..." murmurou Sakura, sorrindo.
"Bem melhor." falou a chinesa. "Agora, erga a cabeça e sorria! Vamos encontrá-lo e trazê-lo de volta. E você não quer estar com essa aparência horrível quando ele voltar, não é? Afinal, já que ele te escolheu, você tem a obrigação de fazê-lo feliz!"
"Obrigada, Meiling."
"Não precisa agradecer." falou a chinesa com um sorriso.
Voltaram a atenção novamente para as pesquisas. Após a notícia de que Shaoran lutava contra a escuridão, os esforços do grupo dobraram, bem como sua determinação.
Empertigando-se, Sakura tomou as cartas em suas mãos, concentrando-se e exalando seu poder com todas as forças. Com fervor, pediu por uma luz, qualquer coisa que pudesse iluminar seu caminho encoberto pela penumbra.
"Por favor!" clamou a jovem. "Por favor, envie-me algo, algum sinal! Qualquer coisa que possa dissipar a névoa que cobre minha mente! Qualquer coisa que retire a venda que bloqueia minha visão!"
Ninguém poderia imaginar que a prece desesperada da garota seria atendida. Súbito, uma voz ecoou no aposento, uma voz feminina e aveludada:
"Seus esforços são louváveis, mas direcionam sua atenção para o lado errado."
Então, outra voz pôde ser ouvida, logo após a primeira:
"Não poderiam estar mais longe da verdade, embora estejam muito próximos à ela também."
Os sentidos de todos elevaram-se e o grupo imediatamente colocou-se em estado de alerta. Eriol convocou seu báculo, tomando posição ao lado de Sakura, que já erguia o báculo em riste. Próximos a eles, os quatro guardiões haviam assumido posição de ataque, preparados para tudo o que viesse, fosse bom ou mal.
"Abaixem suas armas." disse a primeira e mais poderosa voz. "Não temam, pois motivo não há."
O aposento foi subitamente tomado por uma forte luz branca, que cegou momentaneamente todos os presentes. O grupo levou as mãos aos olhos, protegendo-os da claridade fulgurante. Por um breve momento, o brilho pareceu intensificar-se, e Sakura pensou que aquela luz poderia iluminar todo o universo sem problema algum.
Quando finalmente ela se dissipou e eles puderam abrir os olhos, notaram duas figuras femininas paradas no centro do aposento. Elas flutuavam graciosamente a alguns palmos do chão, perto da mesinha que adornava a ampla suíte de Tomoyo.
"Mas que raios!" exclamou Meiling, contemplando as duas criaturas que se mostravam. Uma delas era baixa, tinha os olhos muito azuis e os longos cabelos escuros presos em uma trança que lhe alcançava a cintura. Trajava uma túnica azul-marinho de mangas longas.
A segunda figura era um pouco mais alta, possuía cabelos negros longos e ondulados, que caíam sobre os ombros delicados. Os belos olhos verdes transmitiam uma bondade sem par. Usava um vestido branco que ia até seus pés, adornados por sapatilhas claras. Ambas tinham uma aura tranqüilizante e tiaras douradas lhes cingiam a testa.
Sakura fitou a mulher mais alta com espanto. Conhecia bem aquele sorriso, aquela fisionomia, aqueles traços angelicais, muito embora estivesse acostumada a contemplá-los somente por fotos.
"Mamãe..." murmurou a feiticeira, tremendo incontrolavelmente e caindo sentada no sofá. A bela mulher apenas sorriu e concordou. "Como?"
"Há muito a ser explicado, minha filha." disse Nadeshiko. "Não fique consternada. Tudo se resolverá irremediavelmente."
Logo ao lado, Eriol tentava se lembrar onde já tinha visto a outra bela mulher que acompanhava Nadeshiko. Sua presença lhe era estranhamente familiar, assemelhando-se às lembranças que se tem de um sonho que não se consegue lembrar com detalhes. O porte altivo e a fisionomia rígida, porém bondosa, acendiam em sua memória chamas de antigas reminiscências. Lembranças e memórias de uma era passada, já há muito esquecida.
"Satsuki!" exclamou o mago, surpreso. "O que faz aqui, minha irmã?"
Todos voltaram seus olhares espantados na direção de Eriol, que ainda fitava a mulher com os olhos brilhantes.
"Já faz muito tempo, meu irmão." falou ela, lançando-lhe um sorriso carinhoso. Fitaram-se longamente, a saudade estampada nos olhos de ambos. As três garotas os olhavam de forma curiosa, tentando entender o que se passava.
"Será que alguém vai explicar?" perguntou Meiling interrompendo-os.
"Desculpe." disse Eriol. "Esta é Satsuki. Ela é irmã do mago Clow, minha antiga encarnação."
"Viemos ajudar." disse ela. "Não se preocupem mais. Tudo será esclarecido e solucionado em breve."
O grupo trocou olhares curiosos, incertos sobre o real significado daquela afirmação. Uma longa pausa tomou o lugar, preenchida somente pela aura reconfortante e calorosa dos dois anjos. Aos poucos a agitação e euforia causada pela aparição das duas mulheres no recinto foi sendo acalmada. E foi somente então, quando puderam raciocinar com calma, que Tomoyo percebeu:
"Espere um minuto! Eu e Meiling não temos poderes mágicos. Também não somos sensitivas ou algo do tipo. Então como podemos vê-las?"
"Observadora como sempre, não é, Tomoyo?" falou Eriol, olhando-a com um sorriso. "Parece que nada te escapa."
Tomoyo sorriu, piscando um olho para o rapaz. Então, fitando Satsuki uma vez mais, aguardou uma resposta. A irmã de Clow a olhou com sorriso nos lábios e se aproximou da garota, tocando seu rosto com as mãos leves:
"Você é muito inteligente e perceptiva, criança. Sua pergunta, de fato, é bastante oportuna." olhou de relance para Nadeshiko. "Vocês podem nos ver, pois a ocasião é muito especial e, portanto, demanda atenção especial."
E Nadeshiko continuou:
"Recebemos permissão para materializar corpos físicos neste mundo por um curto período de tempo. Até que nossa missão seja concluída."
Os jovens assentiram e os guardiões relaxaram, baixando a guarda e voltando aos lugares que ocupavam antes. Os dois anjos deixaram de flutuar, pousando com graça e leveza no carpete do chão do quarto de Tomoyo, as barras de suas vestes parando de se agitar, acomodando-se definitivamente.
"Temos muito o que contar." falou Satsuki.
"E nós temos muito o que ouvir." replicou Ruby, ao lado de Eriol.
"Pois bem, acomodem-se." disse Nadeshiko. Fizeram o que lhes foi pedido. Então, sem mais delongas, a angelical dupla começou a contar porquê Shaoran havia desaparecido. Escutaram atentamente as vozes das duas mulheres, que aos poucos revelavam que o Lobo havia sido vítima de uma encantamento muito forte e havia sido transportado para uma outra dimensão, uma realidade paralela àquela. Satsuki falou o modo como o transporte havia sido feito e que Shaoran fora levado pois a morte de seu alter-ego havia causado um distúrbio muito grande na energia daquela realidade. Então, Nadeshiko disse que Shaoran iria enfrentar um poder muito grande onde estava e que era sua missão derrotar aquela força. Entretanto, em nenhum momento mencionaram que os verdadeiros motivos da Jornada era para devolver a vida ao Shaoran alternativo. Explicaram apenas que ele deveria restabelecer o equilíbrio naquele lugar.
"Não posso deixá-lo enfrentar tudo sozinho!" exclamou Sakura, levantando-se do sofá, exaltada.
"Não há nada que possa fazer, querida. É o destino do rapaz enfrentar tudo isso. As provações pelas quais ele passa no momento há muito estão determinadas." falou Satsuki suavemente.
"Não!" gritou a feiticeira. "Não posso aceitar que Shaoran está em outra dimensão, correndo perigo, e eu não posso fazer nada para ajudar!"
"Acalme-se." proclamou Satsuki, tocando a testa da garota. No instante seguinte Sakura sentiu uma onda de alívio banhar sua alma. Entretanto, alívio não significava tranqüilidade. Sentando-se novamente, ela encarou a irmã de Clow:
"Como pode pedir que me acalme?" ela perguntou, uma pouco mais controlada. "Ele pode se machucar muito..."
"Sem dúvida. Mas esse é um risco que ele deve correr, para que sua coragem seja forjada e ele possa retornar mais forte do que quando partiu. Ele tem um papel muito importante a desempenhar em tudo isso."
Sakura arregalou os olhos em indignação.
"Não pode estar falando sério! Ele pode morrer lá!"
"Acalme-se, minha filha." falou Nadeshiko, suavemente, abraçando sua menina. "Não há nada que possa fazer..."
"Tenho que ajudá-lo, mamãe!" interrompeu a jovem, que tremia levemente nos braços do anjo.
"O destino do Lobo não mais está em suas mãos. Não há nada que possa fazer. O caminho está traçado. Resta a ele percorrer a trilha que lhe foi destinada." falou a mulher, sentindo a filha estremecer ainda mais. Sakura se encolheu, parecendo um bebê sendo embalado pela mãe.
"Por que isso teve que acontecer? Queria que nada disso estivesse se passando." murmurou a jovem.
"Tenho certeza que ele também. Mas se você realmente o ama, deve confiar em sua capacidade. Tenha fé, acredite nele e tudo ficará bem. Vocês ainda hão de se encontrar."
Disse isso e começou a flutuar. Ao lado de Eriol, Satsuki começava a se erguer também.
"O que?" estranhou Sakura, virando-se para a mãe. "Vocês já vão? Mas acabamos de nos reencontrar! Por favor, fique mais um pouco!"
"Nosso tempo está acabando, minha filha." falou ela, com um sorriso. "Nossa missão foi cumprida, já lhes contamos tudo o que era necessário e nos foi permitido contar. Devemos voltar agora. Descanse. Acalme-se. Afaste a preocupação e a tristeza de seu coração pois não há motivo para tais aflições. Tudo há de ficar bem."
Foi bom te ver novamente, meu irmão." falou Satsuki, dando um forte abraço em Eriol. Então sussurrou-lhe no ouvido: "Mantenha os olhos abertos. Cuide da Estrela, não a deixe fazer nada precipitado. O caminho está definido. Seu desfecho só vai depender do Lobo."
Eriol retribuiu o abraço, agradecendo toda a ajuda que a irmã lhes dera. Satsuki beijou-lhe ternamente a fronte e se distanciou.
"Ainda voltaremos a nos encontrar..." falou Nadeshiko, olhando para Sakura. "Um dia com certeza."
Disse isso e desvaneceu no ar, desaparecendo da vista e dos sentidos de todos. A quente luz branca que as acompanhava se distanciou e desapareceu, fazendo o aposento mergulhar em uma suave penumbra, entrecortada somente pela fraca luminosidade das estrelas e da Lua em seu quarto minguante. A noite já havia caído por completo e o relógio da cômoda anunciava oito e meia.
"Já está tarde, Sakura. Devemos voltar para casa." falou Kero, voltando à sua forma falsa e aproximando-se de sua Mestra.
"Tem razão, Kero..." murmurou Sakura, ainda fitando o local onde sua mãe estivera momentos antes. Tomoyo, Eriol e Meiling trocaram olhares preocupados, pensando no que a garota iria fazer. Por fim, ela se moveu, guardando suas cartas e pegando sua bolsa. "Vamos?"
Kero assentiu. Yue, Spinel e Ruby também voltaram à identidade alternativa, levantando-se e caminhando para perto da porta, onde Tomoyo já os esperava. Desceram as escadarias da mansão e cruzaram pela centésima vez a passarela que atravessava o jardim e levava até o portão principal.
"Bem, tudo está explicado." falou Tomoyo. "Fique mais calma agora, Sakura. Boa noite. Durma bem."
Sakura assentiu, virando-se e passando a caminhar pelas ruas de Tomoeda em direção à sua casa. Yukito também foi embora, deixando três jovem e dois guardiões para trás.
Enquanto se afastava, Sakura ainda pôde ouvir a voz de Nakuru gritar: "Sonhe com os anjos, Sakurinha!"
Então, quando nem Sakura nem Yukito podiam ser mais vistos, Meiling se virou para os amigos:
"Vou tomar um banho!" disse a moça. "Foi um dia muito cansativo."
Tomoyo assentiu. Nakuru e Spinel também decidiram entrar e Tomoyo e Eriol ficaram no jardim. Caminharam até um dos bancos que haviam espalhados pelo local e se sentaram, apreciando a calma daquela noite.
"Espero que Sakura tenha entendido que ela não pode e não deve fazer nada para interferir no que está acontecendo." falou Eriol. "Nadeshiko deixou claro que o destino de Shaoran não está mais em nossas mãos."
Tomoyo balançou a cabeça:
"Sim. Espero que ela tenha compreendido."
"Senti sua falta, Tomoyo." falou o inglês, recebendo um olhar surpreso da jovem.
"Também senti sua falta, Eriol." falou ela, quando se acalmou. "Mas isso não importa mais. Você está aqui."
Abraçaram-se. Nada mais foi dito. Nada mais precisava ser dito. Tudo havia sido expressado naquele abraço. Tomoyo fitou Eriol. Banhado pela luz do luar, seus olhos pareciam cintilar ainda mais, adquirindo um brilho especial, quase sobrenatural. A garota sentiu-se atraída por aquele olhar tão profundo. Entretanto, antes que qualquer coisa pudesse acontecer, Eriol a afastou. Tomoyo o olhou, curiosa, tentando disfarçar seu desapontamento.
"Algo vai acontecer!" falou Eriol, exaltado. "Sakura está invocando sua magia!"
Tomoyo arregalou os olhos. Ela não acreditava que a amiga pudesse ser tão inconseqüente. Nadeshiko e Satsuki haviam deixado claro que ela não poderia fazer nada... ainda assim ela insistia em tentar. Sua determinação estava se tornando teimosia.
"Devo ir para lá imediatamente!" disse isso e invocou seus poderes, desaparecendo logo em seguida e deixando uma Tomoyo confusa para trás.
_________________________
Sakura caminhou lentamente pelas ruas de Tomoeda até chegar em sua casa. Subiu as escadas calmamente e entrou em seu quarto, fechando a porta atrás de si tão logo adentrou o aposento. Kero ficara na cozinha, olhando Fujitaka preparar o jantar.
Jogou sua bolsa na cama e pegou sua chave, disposta a tentar algo para ajudar seu amado. Simplesmente não podia aceitar a idéia de ficar parada enquanto Shaoran enfrentava tudo sozinho. Se fosse preciso, iria até onde o rapaz estava, mas de modo algum a abandonaria à própria sorte. Sabia que o que estava fazendo era arriscado, mas tinha que tentar.
Libertou seu báculo e as cartas, clamando pelo poder de suas amigas e pedindo com forças para que algo pudesse ser feito.
No andar de baixo, Kero sentiu a energia de sua Mestra. Correndo escada acima e tomando sua forma verdadeira, o guardião aproximou-se da porta fechada, deparando-se com uma barreira mágica em torno dela.
"Sakura!" gritou, golpeando o campo de força. "Pare, Sakura, não faça isso!"
Dentro do quarto, Sakura olhava suas amigas e retirava uma delas, a mais especial... a Esperança.
Naquele mesmo instante, Eriol apareceu ao lado de Kerberus, vendo o leão lutar arduamente para quebrar a barreira.
"Não vai conseguir entrar assim!" exclamou o mago. "Afaste-se!"
Eriol convocou seu báculo, tocando a barreira com a ponta e concentrando sua energia. Kerberus sentiu o choque de poderes, deslumbrado com o espetáculo que se desenvolvia diante de seus olhos. Os poderes daqueles dois eram gigantescos e incomensuráveis; estavam além da compreensão dos meros mortais. Ele chegou a imaginar que aquela disputa levaria muito tempo.
Mas Eriol conseguiu prevalecer sobre a Dama das Cartas. Numa última e decisiva investida, a reencarnação de Clow pressionou o báculo contra o campo de força, rompendo-o com um estampido forte e agudo. A barreira pareceu partir-se em mil estilhaços, como um espelho.
Abriram a porta num rompante, bem a tempo de ver Sakura jogar uma carta para o alto e erguer o báculo. Sem perder um minuto sequer, Eriol concentrou seus poderes na direção da garota, impedindo-a de invocar todo o poder da carta. Entretanto, parte do ritual já havia sido consumado.
"Sakura!" gritou Eriol. "Não pode fazer isso!"
"Me deixe, Eriol! Eu preciso ajudar Shaoran!"
"Lembre das palavras de sua mãe! O destino de Shaoran não está mais em suas mãos. Não está nas mãos de nenhum de nós! Confie em seu namorado. Eu sei que ele é capaz de vencer tudo isso! Eu confio nele, Sakura! E você também devia confiar!"
A garota deixou cair o báculo, ao mesmo tempo em que sentia as pernas fraquejarem.
"Por que tem que ser assim, Eriol?" ela perguntou, sentindo uma única lágrima rolar por sua face.
"Não se preocupe." disse seu amigo. "Tudo vai ficar bem. Sua mãe é um anjo agora. Se ela diz que ele vai ficar bem, então ele ficará bem. Confie nela e em Shaoran, pois o que ele mais precisa agora é da sua fé, e não dos seus poderes."
Abraçaram-se, Eriol tentando confortar a amiga. Da porta, Kero, Touya e Fujitaka observavam tudo. Naquele momento, Tomoyo, Meiling, Nakuru e Spinel apareceram.
"Desculpem termos entrado sem permissão, mas a porta estava aberta e as circunstâncias eram extremas." falou Tomoyo. "O que você fez, Sakura?"
"Desculpe, Tomoyo, mas eu estava desesperada!" ela murmurou, tentando se recompor. "Prometo não tentar nada novamente, mas temo que parte da minha energia tenha cruzado as dimensões e chegado até ele..."
Um pesado silêncio se fez no aposento, à medida que o real sentido daquelas palavras atingia os presentes. Pouco a pouco, eles foram entendendo o que aquilo podia significar.
Eriol precisou de um tempo para digerir a informação e compreender o que aquela atitude impensada e desesperada de Sakura poderia acarretar.
"Só nos resta rezar para que não aconteca nada..." falou o mago, olhando fixamente para a Lua, através da janela do quarto.
____________________
Olá pessoal. Atendendo a pedidos, a partir deste capítulo estarei publicando as fichas dos magos do Conselho, bem como dos outros personagens que criei para esta Saga.
____________________
Nome: Magno Schneider
País de Origem: Alemanha
Idade: 106 anos
Data de Nascimento: 29 de Fevereiro de 1900
Tipo Sanguíneo: A+
Elemento Regente: Fogo
Ocupação: Líder e Guardião do Fogo do Supremo Conselho de Magos, Diácono Superior de Berlim, Supremo Iluminado da Ordem dos Iluminados.
Passatempo: Ler e ouvir música de câmara.
Ficha pessoal: Magno nasceu em Fürstenwalde, na Alemanha. Iniciou-se nas artes arcanas com 12 anos, instruído por Juliana, uma imigrante italiana que residia próximo à sua casa. Estudou magia cabalística hermética e aos 20 anos especializou-se no Caminho Elemental do Fogo. Aos 30 anos mudou-se para Berlim, onde reside até hoje. Atuou como Embaixador dos Iluminados em vários países ao redor do mundo e serviu como Mediador em diversos conclaves envolvendo Ordens de Magia. Ajudou a solucionar problemas diplomáticos em um episódio envolvendo um anjo católico e outro egípcio. Ganhou o título de Sacerdote da Paz por suas atuações durante a Segunda Guerra Mundial, ao tentar influenciar o desmantelamento das tropas de Hitler e por dar abrigo a judeus refugiados. Aos 40 anos foi convidado a integrar o Supremo Conselho de Magos, vindo a assumir a posição de líder algum tempo depois, aos 52 anos.
Considerado um dos mais sábios e poderosos magos que já existiram, Magno atualmente goza de grande prestígio ao redor do mundo. Diplomata nato, sabe medir bem suas palavras e solucionar desavenças com excepcional habilidade. Quando não está lidando com Magia, Magno trabalha no consulado italiano, solucionando questões burocráticas para emissão de vistos de entrada na Itália.
No momento reside em uma casa no centro de Berlim. Gosta de tranqüilidade e procura não se expor muito. Após solucionar o problema dimensional com Shaoran, pretende viajar para o Canadá para relaxar e descansar um pouco.
____________________
E aqui termina mais um capítulo. Em um momento de desespero, Sakura usou sua magia para interferir na missão de Shaoran. Quais conseqüências tal ato pode trazer à Jornada só o tempo dirá.
Espero que tenham gostado da ficha do Magno. Aos poucos irei colocando as outras, contando um pouco da vida de cada um dos outros personagens desta saga.
Obrigado a todos os reviews que me mandaram. Eu leio todos sem exceção e fico muito feliz com cada um deles. Aguardem, no próximo capítulo, Magno volta para o Castelo do Conselho, perturbado por um estranho sentimento de perigo. Em suas pesquisas, o Mago descobre alguns fatos muito importantes, que podem mudar totalmente o rumo dos acontecimentos!
Mas agora, mudando um pouco de assunto, este humilde escritor que vos escreve está imensamente feliz! Acabo de assistir à reestréia de Saint Seiya no Cartoon Network e minha alegria não poderia ser maior. Esse foi o anime da minha infância. Embora tenha havido muitos antes desse, como Macross, Zillion e Don Drácula, Saint Seiya marcou minha vida, talvez por ter sido o estopim que deu início à minha paixão pelo estudo de mitologia e história antiga. O fato, é que a nova dublagem ficou muito boa, e as músicas de abertura e de encerramento na voz do saudoso Eduardo Falaschi ficaram bem acima dos padrões. Não costumo gostar das versões brasileiras das musicas de anime, mas abro uma exceção para essas. Bem, sou suspeito, uma vez que sou fã confesso de Angra!
Bom, sem mais enrolação, despeço-me. Fico aguardando comentários, e-mails e reviews!
Peace, Love and Hope to all and each one of you. Now and Forever.
Felipe S. Kai