N/A: Desculpem pela demora... A explicação pode ser encontrada no meu profile, mas aqui vai uma parte dela: li o sexto livro em julho, e eu não consigo escrever uma fic ignorando os fatos. Então tive que reformular essa fic inteira naminha cabeça, para se adaptar ao livro. Então, já viu, né? Bem, de qualquer maneira, espero que gostem... Aí vai o capítulo 2!


Capítulo 2 – Josephine

Todo mundo sempre esperou grandes feitos das irmãs Montgomery, e não era para menos. Samantha e Josephine descendiam de uma família tradicionalíssima, e seus pais eram bruxos reconhecidos internacionalmente. O pai havia sido um grande Auror, e a mãe, uma das Curandeiras mais famosas do Hospital St. Mungus.

Quando Jo nasceu, Sam, já tinha dezoito anos. Era filha temporã, uma surpresa, mas tão amada e mimada quanto a irmã. E quando Jo foi para Hogwarts, com onze anos, Sam já era uma Auror de renome. Jo, para surpresa de ninguém, tornou-se a primeira aluna do seu ano, e assim continuou até o seu sétimo ano. As irmãs Montgomery eram também famosas por sua beleza, e aliadas com o carisma da família, não era difícil ter uma porção de pessoas aos seus pés.

Jo, de cabelos negros e lisos e grandes olhos azuis, desde pequena alimentara o sonho de ser Auror, e não havia ninguém que dissesse que não conseguiria. Ela era a melhor aluna, conseguia pontos para a sua casa, Corvinal, como ninguém e parecia não ter dificuldade alguma em nenhuma matéria da escola.

Foi uma grande surpresa quando Jo conseguiu apenas um Aceitável em seu N.I.E.M de Transfiguração, em seu sétimo ano. A família entrou em polvorosa, e todos que a conheciam juravam de pés juntos que havia algo errado com a correção.

Então, com seu sonho arruinado, e sentindo a ultima bruxa do mundo, Jo arrumou um emprego medíocre no Ministério, onde estava até hoje, dez anos depois. Mudara-se logo depois de se formar, para um apartamento em Londres com suas duas melhores amigas corvinais, Elizabeth e Abigail, e vivia exclusivamente de seu salário.

Os Montgomery ainda tentaram ajudá-la, ofereciam dinheiro, apresentavam-na a contatos úteis no Ministério, mas Jo recusava toda e qualquer ajuda. Profundamente envergonhada, preferiu arrumar emprego sozinha, e tentar subir de vida por seu próprio mérito, no que falhara terrivelmente, mais por falta de iniciativa do que por capacidade. Trabalhava no mesmo Departamento de Mau Uso dos Artefatos dos Trouxas, e já começava a achar que jamais sairia dali. Um pouco de aventura, como a investigação proposta por Lily, era exatamente o que ela precisava naquele momento.

Portanto, naquela manha de domingo, Jo bateu na porta da casa de sua irmã, que morava numa casa enorme no subúrbio de Londres.

Era uma casa antiga, no estilo vitoriano, toda branca. Havia um espaçoso e muito verde jardim na frente.

A porta abriu e revelou uma Samantha sorridente. Jo achou que a irmã estava mais bonita do que nunca, com seus longos cabelos loiros e profundos olhos azuis. Sam ainda estava de pijamas, mas não parecia surpresa com a visita inesperada da irmã.

- Jojo! – ela exclamou, abraçando a morena. – Entre, entre.

Jo entrou no hall, pendurou seu casaco num cabide que havia na parede e seguiu Samantha até a enorme sala de visitas.

Quem entrava ali mal podia acreditar que aquela sala fazia parte da casa vitoriana. Aquele cômodo era todo moderno, com sofás e poltronas brancos e moveis de vidro e metal.

Sentaram-se em um dos sofás, e Sam perguntou:

- O que faz aqui tão cedo, Jojo? Sei bem que de domingo sua vida só começa depois do meio-dia. Quer alguma coisa para beber?

- Tem café?

- Claro. Um minuto, vou pegar.

A loira deixou Jo sozinha na sala, olhando ao redor. Bateu os olhos num exemplar do Profeta Diário, e vendo a data, percebeu que era do próprio domingo. Pegou-o para ler, e só então passou os olhos pelas manchetes.

Arregalou os olhos. Leu a primeira página em menos de cinco minutos, espantada. Quando terminou de ler, deu risada. Lily vai ficar muito chateada, ela pensou.

Quando Sam voltou, Jo ainda lia o jornal, e ao ver a irmã, o colocou de volta na mesinha de centro. Pegou uma xícara das mãos da loira, que comentou:

- Você viu que escândalo?

- Ainda não tinha visto, acabei de ler agora. Sabe, foi por causa disso que vim aqui, Sammy.

- O que quer dizer?

- Bem, Lily enfiou na cabeça que achava que esse caso do Ministério estava muito mal resolvida e nós duas, mais Abby, resolvemos investigar.

- E o que você tinha para me perguntar?

- Bem, mais precisamente sobre Ninfadora Tonks, já que ela é sua afilhada. E também sobre o Auror que morreu, já que antes não tinha dito quem era. Agora, com essa reportagem, todos já sabem que foi Sirius Black.

- Você se esquece do mais importante, Jojo. Sirius Black era inocente.

- Você já sabia disso?

- Não exatamente, mas Andrômeda sempre achou estranha essa historia, considerando que eles dois eram os renegados da família.

- E porque o fato de Black ser inocente é o mais importante?

- A comunidade bruxa achou por muito tempo que Black era o braço direito de Você-Sabe-Quem. Agora, com Black inocente, todos estão percebendo que, na verdade, ninguém sabe nada sobre Você-Sabe-Quem.

Jo suspirou.

- Você parece triste, Jojo – disse a loira.

- Essa investigação era a única coisa que me animava, Sammy. O trabalho tem andado muito monótono.

Sam se levantou e começou a andar pela sala, as mãos juntas atrás.

- Talvez haja algo que você possa fazer para ajudar Dumbledore, se estiver disposta.

- Claro que estou!

- Vou falar com ele. Depois te dou uma resposta.


Lily estava sentada em sua cadeira, com os pés em cima da mesa, roncando alto. Não ouviu quando Martin entrou agitado no escritório, com um jornal na mão. Ele a chamou devagar, mas como ela não esboçou nenhuma reação, gritou.

Ela acordou num pulo, assustada.

- Você ficou louco? Por que está berrando desse jeito?

- Tentei te acordar com jeito, você continuou dormindo.

- Eu não estava dormindo! Estava descansando os olhos! E o que você está fazendo aqui hoje? É domingo!

- O mesmo que você. É meu plantão esse fim de semana também, esqueceu? Já viu o Profeta de hoje?

- Não, por que?

- Leia. Vai descobrir que a nossa investigação acabou.

Ele atirou o jornal para a parceira, e sentou-se à sua mesa. Ficou observando as reações da amiga, divertido. Após um tempo, ela gritou, exasperada:

- EU NÃO ACREDITO!

- Pode acreditar. Não temos mais nada para fazer, eles resolverem revelar tudo.

- Por que isso agora?

- Não sei. Talvez seja para, ao menos uma vez na vida, informar a verdade dos fatos. Você sabe como o Profeta Diário encobriu os fatos ano passado a pedido do Ministério.

- Sei. E pessoas como nós, que apóiam Dumbledore, tiveram que ficar de bico fechado. Pena que resolveram esclarecer tudo, sabe. Estava começando a ficar divertido.

Martin sorriu, e Lily se recostou na cadeira. Ela mal tinha fechado os olhos novamente quando a porta do escritório se escancarou, revelando um homem alto e careca, de aspecto cansado. O chefe deles.

- Ei, porque estão dormindo? Tem muito trabalho para fazer?

- Que trabalho?

- Amélia Bones foi assassinada.

Lily e Martin se levantaram num pulo.

- O que? – os dois exclamaram em uníssono.

- Em casa, junto com a família. Vocês têm cinco segundos para chegar lá.

O chefe deles atirou um pedaço de pergaminho para Martin, que leu e disse:

- É na periferia de Londres. Não podemos chegar via Flu, a lareira dos Bones já foi desligada. Temos que aparatar.

- Deixe-me ver o endereço.

Lily pegou o pergaminho das mãos de Martin, e cinco minutos depois, os dois chegavam à casa dos Bones.

Estava um grande burburinho ali. Havia muitas pessoas na frente da casa, que não aparentava ter sido palco de um homicídio. Lily e Martin abriram caminho pelas curiosas pessoas, atravessaram a faixa de isolamento e entraram na casa.

Os Bones tinham sido assassinados na sala. Lily reconheceu de imediato Amélia Bones, funcionária do alto escalão do Ministério. Ao lado do corpo de Madame Bones, havia um homem, provavelmente seu marido, e uma outra mulher, um pouco mais jovem. Lily pegou as identidades da família com um Auror que estava ali de plantão e virou-se para Martin.

- Não há muito que possamos fazer, sabe. Foram assassinados por Avada Kedavra, por Você-Sabe-Quem ou por Comensais. Esse é o fim da historia.

- Eu sei. – ele respondeu. – Mas temos que fazer um relatório mesmo assim.

Lily assentiu com a cabeça, e depois de tirar fotos dos assassinados e pegar todas as informações necessárias, ela e Martin desaparataram para o escritório.


Abby estava tendo um dia muito calmo. Já tinha lido o Profeta Diário, e tinha se divertido tentando imaginar a reação de Lily ao ler o jornal.

Para um domingo, o Hospital St. Mungus estava tranqüilo demais. Abby não tinha nenhum paciente novo, o que ela agradecia. Detestava dar plantões de domingo. Naquele em particular, era o dia da alta de Ninfadora Tonks, e Abby recebeu Remus Lupin, que tinha ido buscar a Auror, com um sorriso.

- Ela já está quase pronta para sair, Sr. Lupin. Os Curandeiros só estão fazendo um ultimo check-up.

- Não tenho pressa, posso esperar. – respondeu ele.

Ela o deixou aguardando na sala de espera, e seguiu diretamente para o quarto da paciente em questão.

Ninfadora Tonks já estava se vestindo, e o ultimo Curandeiro estava deixando o quarto. Abby a olhou.

- O Sr. Lupin já está aí, te esperando.

- Foi ele que veio? – Tonks perguntou, com um sorriso.

- Sim. Ele parecia muito preocupado nas vezes que veio te visitar. E ele veio te visitar muitas vezes.

Tonks deu uma risadinha, fazendo Abby sorrir.

- Eu já posso ir?

- Ah, já. Tente não fazer muitos esforços nessa próxima semana, se não quiser voltar para cá.

- Ah, eu vou tentar, só não sei se vou conseguir. – ela murmurou em resposta.

A Auror terminou de se vestir e pegou sua bolsa. Acompanhou Abby até a sala de espera, onde foi recepcionada calorosamente por Lupin.

- Muito obrigada por tudo. – Tonks disse, virando-se para Abby e dando-lhe um abraço.

- Não tem de quê. – Abby riu. – Cuide-se!

Tonks fez que sim com a cabeça, e saiu acompanhada por Lupin, que lançou um ultimo olhar agradecido para Abby antes de levar a Auror para o elevador.

Lily chegou em casa de noite, exausta. Abby e Jo já estavam lá, e a detetive se jogou no sofá, largando a bolsa no chão.

- Alguma novidade? – perguntou Jo.

- Amélia Bones foi assassinada, junto com a família. Vai dar no Profeta amanhã.

- Por Merlim! Amélia Bones? Ela era uma grande bruxa! – exclamou Abby, espantada.

Lily fez que sim com a cabeça, pensativa. Depois disse:

- Não quero nem ouvir falar na reportagem do Ministério de hoje.

- Sinto muito, Lils. – respondeu Abby, simpática. Recebeu um olhar mortal da amiga e mudou de assunto. – Como está sua irmã, Jo?

- Bem. Nenhuma novidade sobre Sam. E o Martin, Abby?

- Não sei. Ainda não falei com ele.

- Que Martin? – perguntou Lily, erguendo a sobrancelha.

- Martin, seu parceiro. Ele convidou Abby para sair. – respondeu Jo, com um sorriso.

Lily olhou diretamente para Abby, séria.

- Por que nao me contou?

- Achei que tivesse mencionado. Você se importa?

- Não, claro que não.

Abby e Jo repararam que depois disso, Lily ficou muito quieta, e a seguiram com os olhos quando, cinco minutos depois, ela se declarou cansada e foi se deitar.

- Por que é que Lily não contou que gostava do Martin? – Abby perguntou a Jo, exasperada.

- Você a conhece. Eu também não sabia, ela quase nunca fala dessas coisas. O que você vai fazer?

- O que acha? Desmarcar com o Martin, claro. Ele é só mais um cara, não vou roubar o amor da minha amiga.

Abby sorriu para Jo, reafirmando que não se importava de desmarcar o encontro, e logo depois foi deitar também.

Jo pegou um livro para ler, e mal tinha lido duas paginas, quando ouviu um barulho na porta. Algo que parecia um ganido.

Com a varinha erguida, encaminhou-se devagar até a entrada do apartamento, e com um puxão rápido, abriu a porta, exclamando "Te peguei!"

Não havia ninguém ali. Então ela olhou para baixo, e se deparou com um enorme cão preto a olhando, segurando uma carta pela boca.

Continua...


N/A: Nao sei quando vou postar o próximo capítulo, já que ele ainda não está escrito, mas vou tentar escrevê-lo rápido... Ah, deixem reviews! Beijinhoos!