4º Capitulo
Uma saída
Ginny caminhava distraída pelas ruas. Ia para a empresa, e sentia saudades da filha. Sentia sempre saudades dela quando a menina ia dormir a casa da amiga. Afinal Angelina era a única coisa maravilhosa que possuía, a única pessoa que fazia parte da sua vida, e ela odiava acordar sem ver a filha.
Caminhou pela rua, e decidiu entrar numa loja de brinquedos.
«Vou comprar algo para a Angelina!» – pensou ela.
Caminhava á roda das prateleiras, e via todos os brinquedos, até que encontrou o perfeito. Um enorme boneco de peluche.
Esticou-se ao máximo, tentando pegar no peluche, mas ele estava muito alto. Sentiu alguém atrás de si, e em seguida viu uma mão pegar no boneco.
Virou-se e deparou-se com ele.
"- Malfoy!"
Ele entregou o urso gigante á ruiva, e não disse nada.
"- Obrigada. Já agora o que fazias aqui?"
Ele encolheu os ombros e respondeu:
"- Vi-te entrar, e vim ver se precisavas de ajuda, e bem estava certo."
O corpo dele estava perigosamente perto do dela, e um sentimento de deja-vu percorreu a ruiva.
«Já nós encontramos assim, mas foi em Hogwarts, na biblioteca, quando ele me mandou fazer o trabalho de pesquisa, e depois roubou-me o livro que eu queria. Logo no inicio do ano.»
Flashback:
Caminhava atenta aos livros, para ver se encontrava algum livro que falasse da poção que queria.
«Ali está ele.»
Ginny esticou-se para o ir buscar, mas não lhe chegou.
"- Raios."
Mal acabou de praguejar sentiu alguém atrás de si, e essa pessoa pegou o livro.
"- Hei eu vi-o primeiro." – Resmungou ela virando-se.
Inspirou profundamente quando viu quem era a pessoa.
"- Malfoy." – Sibilou a ruiva olhando-o com raiva.
"- Queres este livro Weasley?"
"- Pois é claro que sim. Tem tudo sobre a poção que me mandaste pesquisar."
Draco sorriu vitorioso. Deu dois passos em frente, encostando a menina á estante, e juntando os corpos. Aproximou a face da dela e murmurou:
"- Eu também necessito deste livro, por isso desenrasca-te com outro."
"- Eu…eu…vi-o…vi-o primeiro." – Gaguejou ela por causa da proximidade existente dos dois.
O cheiro dele estava emprenhado no nariz dela, e era um cheiro bom, algo suave mas com um toque de menta. A respiração quente do homem era sentida no pescoço da ruiva, e ela tremia por isso.
"- Mas eu peguei-o primeiro ruiva. Eu fico com ele. Mas não te esqueças, eu quero o trabalho para amanhã."
Dizendo isto o loiro afastou-se da ruiva, e ela ficou embasbacada a olhar para o nada. Durante segundos ficou em transe até que voltou a raciocinar.
Fim do flashback
Mas Ginevra não foi a única a lembrar-se disso, ele próprio se lembrou desse episódio, e sorriu involuntariamente, quando se lembrou, como ela havia tremido naquela altura com a proximidade dos corpos. Mas o que o deixou surpreendido, foi o facto de ela tremer naquela altura.
"- Bem, eu tenho que ir." – Murmurou ela.
"- Isso é para a Angelina?"
"- Sim, é. Ela foi dormir a casa da Gabriela."
"- A tua amiga de Hogwarts?"
"- Ela mesmo. A filha dela é a melhor amiga de Angelina, e minha filha foi dormir a casa dela. Como estou cheia de saudades, lembrei-me em vir-lhe comprar uma prenda. E como ela adora bonecos de peluches."
Ele gostava de ouvir falar da menina. Não a conhecia, nem tinha intenções de a conhecer, mas ele gostava de ouvir falar dela. Era um sentimento meio estranho, pois por um lado sentia ciúmes de Jonathan por ele ser o pai da criança, e por outro desejava que a ruiva contasse mais sobre a pequena.
Talvez por os olhos dela brilharem sempre que falava da filha. Brilhavam de uma maneira belíssima, como ele gostava. Como tantas vezes os vira brilhar.
Teve uma necessidade profunda de passar a mão na face dela, nos cabelos dela, de a sentir, de a beijar. Mas em vez disso ele apenas se afastou dela dizendo:
"- Vemo-nos logo á tarde."
Ginny viu o loiro afastar-se e sair da loja. Ficou momentos parada até que voltou a reagir. Caminhou até á caixa, e pagou o brinquedo.
Em seguida ela dirigiu-se até á sua empresa, e sentou-se na secretaria, pousando o peluche embrulhado no chão.
Apoiou a cabeça nas mãos e seus pensamentos caminharam para Draco.
«Não posso pensar nele. Não depois de tudo!»
Ouviu a porta a abrir-se e encarou o rosto sorridente de Blaise.
"- Olá!" – Cumprimentou ele sorrindo ainda mais.
A ruiva riu do modo disparatado como ele a cumprimentara.
"- Olá Blaise. Tudo bem lindo?"
"- Tudo óptimo, ruivinha. E contigo?"
Ela não respondeu por momentos, a maneira como ele a tratava no passado, quando ele a chamava de sua ruivinha, voltou á sua mente, assim que Blaise fez a sua pergunta.
"- Então Ginny, como estás?"
"- Estou óptima."
"- Em que pensavas?"
"- Nada."
"- Espera querida, deixa-me reformular a pergunta. Em quem pensavas?"
Ela olhou-o de lado, o que o fez sorrir.
"- Ok, já sei em quem pensavas." – Disse ele sentando-se na cadeira ao lado dela.
"- Não sabes não?"
"- Draco Malfoy."
Ela bufou irritada, e Blaise gargalhou.
"- Eu sabia."
"- Cala a boca Zabini. Tu não sabes nada, eu….eu…ah…."
"- Tu ainda gostas dele."
"- Não. Não entendes, eu…eu tenho a Angelina."
"- Eu sei."
"- Podemos mudar de assunto, não me apetece falar dele."
"- Certo. Que tal falarmos de nós?"
Desta vez foi a vez dela de gargalhar.
"- Como assim "nós"?"
"- Ora minha linda, tu sabes, vamos falar da nossa relação."
"- Muito bem, vamos lá."
Ele olhou para ela e sorriu.
"- Então sobre o que queres falar Blaise?"
"- Quando é que vais sair comigo?"
Ela riu antes de lhe dizer:
"- Pensava que estavas atrás da Melissa."
"- E estou. Mas isso não significa que não possamos sair. Sei lá, podíamos ir ao cinema. Ouvi dizer que crianças gostam de cinema."
"- Queres levar a Angelina?"
"- Mas é claro minha querida. Não vou sem essa princesinha a lado nenhum."
"- Muito bem, podemos ir, sei lá."
"- Amanhã á tarde?"
"- Reunião de trabalho com o Malfoy."
"- Deixa o Draco comigo, eu falo com ele."
"- Como queiras."
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Depois do almoço, Draco bateu a porta do escritório da ruiva. Assim que entrou encontrou a olhar para a janela, e ao lado dela encontrava-se Blaise.
"- Olá Draco."
"- Zabini. Por aqui de novo?"
O loiro olhou para o moreno, e em seguida para a ruiva, que agora o encarava.
"-Vim convidar a Ginny para ir ao cinema comigo amanhã. Tu não te importas de eu a levar amanhã pois não. Afinal uma tarde não é muito relevante. Quer dizer, só preciso dela as 4, podiam trabalhar até lá."
Draco olhava em choque para o amigo, e sentia seu sangue pulsar nas veias.
«Eles vão sair…juntos. Eu não acredito nisto, Blaise Zabini vai ser com ela. Os dois.»
"- Draco!"
"- È claro que não me importo, ela não é minha propriedade. Provavelmente o marido não ia achar grande piada."
"- Marido? Que marido?" – Perguntou Blaise.
Draco olhou espantado para o moreno, e em seguida para a ruiva, e viu-a mais vermelha que o habitual.
"- O Greenlef."
"- Mas eles não estão casados." – Disse Blaise.
"- Mas ele é o pai…."
"- O facto de o Jonathan ser o pai de Angelina não significa que eu esteja casada com ele. Sou uma mulher independente, e não casei com o pai da minha filha." – Cortou Ginny.
Desta vez era Blaise que olhava chocado para a ruiva, e depois para o loiro. Fechou a boca e disse:
"- Virei ter contigo amanhã, querida. Adeus Draco. Adeus Gi!"
Nunca uma tarde tinha passado tão devagar. O loiro não encarou a mulher á sua frente uma única vez, e ela também nada lhe disse.
Quando Draco terminou seu trabalho, levantou-se e disse:
"- Adeus."
No instante seguinte já tinha aparatado.
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"- Sabes onde vamos hoje minha princesa?" – Perguntou Ginny assim que a filha se levantou.
"- Não mamã, onde?"
"- Eu hoje vou buscar-te mais cedo ao colégio, e vamos com o Blaise ao cinema."
"- Iupi." – Disse a pequena saltando na cama.
Ginny riu, antes de mandar a filha parar de saltar na cama. Quando a menina se acalmou, elas as duas saíram do quarto e caminharam até á cozinha, para comerem o pequeno – almoço.
…..
Draco acordou mal disposto naquele dia. Ela ia ao cinema com Blaise, ia sair com o Blaise.
«Não devia de estar com ciúmes, é ridículo. Mas afinal porque é que ela vai com o Blaise! Eu pensava que ela estava com o Greenlef, mas no fim de contas, nem estão casados. Será que ela não tem nada a ver com ele! Vou descobrir!»
Saiu da mansão e dirigiu-se até ao ministério. Caminhou sozinho até um enorme corredor. Ai encontrou uma mulher, e assim que se aproximou dela perguntou:
"- Será que a senhora pode me dizer onde vive Jonathan Greenlef. Nós somos bons amigos, e como não nos vemos á muito tempo, eu gostava de lhe fazer uma visita surpresa."
"- Claro. Espere só um momento."
O homem encostou-se á parede, esperando que a mulher lhe dissesse onde o Jon morava.
"- A morada do seu amigo é esta." – Disse ela por fim, entregando um papel ao loiro.
"- Obrigado."
Momentos depois ele encontrava-se em frente do prédio que estava na morada. Afastou-se um pouco de modo a ver, mas não ser visto.
Minutos depois viu a ruiva sair do prédio, e aparatou na sua mansão em seguida.
«Ela está a viver com ele. A casa está em nome dele, por isso está mesmo com ele!» – pensou Draco sentando-se na cama.
«Mas e então, o que isso me importa! Ela é passado. Ela não me é nada. Não me significa nada! Não quero nada com ela.»
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Ouviu umas batidas na porta, e assim que ela se abriu Draco Malfoy entrou no escritório.
"- Olá Malfoy."
"- Oi Weasley." – Cumprimentou ele sentando-se na cadeira. – "Vamos começar, visto hoje saíres mais cedo."
Ela concordou com a cabeça, e em seguida o silêncio reinou na sala.
As horas foram passando até que Blaise entrou no escritório.
"- Olá Gi, olá Draco. Espero que estejam bem."
"- Estamos óptimos Blaise." – Disse a ruiva levantando-se e sorrindo.
"- Óptimo." – Murmurou o moreno abraçando a amiga.
Viu como Draco se movimentou na cadeira, claramente enciumado com o abraço, o que fez o moreno sorrir e apertar mais a ruiva.
"- Vamos embora?" – Perguntou ela por fim.
"- Sim. Ainda temos que ir buscar tua filhota."
"- Temos mesmo."
"- A Angelina vai?" – Perguntou Draco surpreso.
"- Vai Draco. Afinal se ela não fosse Ginevra nunca sairia comigo, não é linda?"
Ginny apenas sorriu e acenou afirmativamente com a cabeça.
"- É que esta ruiva sabe que não conseguiria resistir ao meu charme, por isso Angelina vai, assim não posso atirar-me a ela."
"- Eu resisto ao teu charme Blaise. Tu é que adoras a minha filha. E para além disso, tens outra mulher debaixo de olho. Até amanha Malfoy, anda Blaise."
Draco ficou sozinho no escritório, sozinho com os seus pensamentos.
«Afinal eles não vão ter uma saída romântica, apenas vão como amigos, quase como família. Família? O que será que aconteceu aos Weasleys! Ela nunca falou deles, nas poucas conversas que tivemos! Bem não importa, vou mas é embora!»
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"- Então gostaram do filme?" – Questionou Blaise antes de deixar mãe e filha em casa.
"- Eu adorei." – Respondeu Angelina dando um beijo lambuzado na face do moreno.
"- E tu Gi?"
"- Também Blaise, sabes que adoro ver desenhos animados."
O moreno riu, entrando no apartamento.
"- Tenho que ir andando. Até amanhã."
"- Xau."
"- Adeus princesa." – Despediu-se ele da pequena.
"- Adeus tio Blaise."
Assim que a ruiva fechou a porta, caminhou até á filha. Sentou-se no sofá ao lado dela, e a pequena sentou-se nas suas pernas. Ginny abraçou a menina, e passado minutos ela dormia nos braços da mãe.
«Meu tesouro….minha princesa. Eu adoro-te!»
Fim do 4º capitulo
N/A: capitulo importante. Acho que muitas respostas foram dadas neste capítulo.
Quem é o pai de Angelina?
Resposta: "- O facto de o Jonathan ser o pai de Angelina…."
Ginny mora com Jon?
Resposta: "Ela está a viver com ele. A casa está em nome dele, por isso está mesmo com ele!"
E não, ela não casou com Jon, como ela disse ela é uma mulher independente, e não casou com ele, mora com ele.
Recebi um mail onde dizia a tal historia de que o site não permite que se responda aos reviews no final de cada capitulo, mas como isso é uma estupidez, eu vou responder aos vossos reviews no profile, é só irem a Rute Riddle.
E o trecho do próximo capitulo……
Ouvia a respiração suave dela, e via como o corpo dela subia e descia. Sabia que ela estava a sonhar, afinal sorria, e se havia alguém que ele conhecia bem, esse alguém era ela.
Não conseguiu aguentar mais, e levantou sua mão, tocando na bochecha dela e afastando a madeixa.
Foi o primeiro toque nela depois de tantos anos.
Sentiu seu corpo arrepiar por causa de voltar a tocar nela, e viu-a abrir os olhos no instante seguinte.
"- Draco." – Murmurou ela, sentindo a mão dele na sua face.
"- Olá ruiva."
COMENTEM!
JINHOS!
