5º Capitulo
Nunca mais
Acordou por causa do choro baixo que ouvia. Abriu os olhos rapidamente, e vestiu o robe saindo do quarto em seguida. Caminhou em passos largos até ao quarto da filha, e assim que entrou viu a pequena a chorar na cama.
"- O que se passa princesa?" – Questionou a ruiva, abaixando-se ao pé da filha, e pousando a mão na testa dela.
"- Dói-me a garganta e a barriga."
"- E estás com febre."
"- Posso tomar daqueles medicamentos?"
"- Podes claro filha, a mãe vem já. Espera só um pouco, e não sais da cama, mantém-te ai no quentinho." – Disse Ginny antes de sair de ao pé da filha.
Enquanto fazia a poção para a menina ela pensava em como era naquelas alturas que gostava que o pai dela lá estivesse. Era naquelas alturas que ela necessitava mesmo dele.
«Mas ele não está, não agora quando preciso dele!» – pensava enquanto entrava no quarto da filha.
"- Pega princesa. Bebe tudo, sabe a morango não te preocupes."
A menina bebeu toda a poção de uma só vez, e em seguida sorriu devolvendo o copo á mãe.
"- Podes ficar comigo?"
"- Claro que sim."
"- Só até eu dormir."
"- Eu fico. Queres que te conte uma história?"
"- Sim."
"- Qual?"
"- A tua." – Respondeu a pequena encarando a mãe com os seus olhos penetrantes.
Ginny sorriu, e em seguida aconchegou a filha na cama, e deitou-se ao lado dela, pronta para lhe contar a historia que a menina mais gostava.
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Draco acordou num estado de melancolia profunda naquele dia. Sentia falta de alguém.
«Quem quero enganar, eu sinto é falta dela! Muita falta mas também, que importa isso, a idiota está com o "só amigo" Jonathan Greenlef, por isso, e pior tem uma filha querida dele. Ah, eu odeio-a!»
Levantou-se e caminhou pelo quarto da Mansão. Caminhava pensativo, precisava de dar um rumo á sua vida, não podia continuar assim
«Preciso é de me casar, isso sim. Quando voltar para França terei que falar com a Jackeline. Ela sim, é digna de um Malfoy, rica, loira, belíssima, puro-sangue, de uma família respeitada e antiga. Sem duvida alguma, perfeita.» – Pensou ele enquanto se dirigia para o vestiário, decidido a se vestir.
A manha do loiro estava a ser um tédio total, e por isso ele decidiu ir dar uma volta pelo beco Diagon – alley.
Caminhava pelas ruas olhando as montras, e lembrando-se de quando era jovem, e todos os verões ele caminhava por aquelas mesmas ruas para puder comprar seu material escolar.
Parou em frente de uma loja que lhe chamou a atenção por causa do nome: Gemenialidades Weasley.
Olhou para a vitrina e decidiu não entrar, afinal as coisas expostas tinham um aspecto ligeiramente perigoso.
"- Malfoy." – Rugiu uma voz ao lado dele.
O loiro virou-se devagar, a pontos de encarar um dos gémeos.
«Qual deles será? O Fred ou o George, eles são tão parecidos. Como é que a ruiva os distingue!»
"- Weasley."
"- Não sabia que estavas em Londres."
"- Não? Tua irmãzinha não te disse."
Ele viu a face do ruivo mudar de cor, passou por vermelho escarlate, e terminou pálida, muito pálida mesmo.
"- Eu não falo com ela, mas tu devias de saber."
"- Eu! Ora pelo amor de Slytherin, eu lá quero saber se tu falas com a tua irmã ou não. Vossa vida não me diz respeito."
"- Pois, agora a vida dela não te diz respeito, só quando ela era tua aluna, não é Malfoy?"
«Ela contou-lhes. A idiota contou-lhes.»
"- Devias de ter vergonha de apareceres aqui. Depois de tudo o que lhe fizeste."
"- E o que eu lhe fiz?"
"- Estragaste a vida dela sua doninha albina. Desaparece da minha vista, antes que eu perca a calma e me atire a ti."
Draco olhou friamente para o ruivo, e em seguida encolheu os ombros desinteressado, e virou costas, caminhando ao longo da rua.
«Vamos recapitular. Ela não fala com o gémeo, ele sabe do que se passou entre nós, e segundo ele eu estraguei a vida dela. Sinceramente não vejo em quê, pois ela é uma das melhores empresárias da Europa, tem uma família, e um homem. Que mal é que eu lhe fiz! E porque é que ele não fala com ela! E porque é que ela nunca falou da família durante estes dias! Isto está tudo muito estranho!»
Voltou a encolher os ombros, e decidiu ir almoçar.
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Entrou no escritório dela sem bater, e assim que a viu seu coração pulou. Ela dormia sobre a secretaria.
Caminhou até ela e sentou-se ao lado de mulher. Olhou atentamente para a face dela, e sorriu.
Tantas vezes a vira assim, a dormir sossegada. Uma madeixa ruiva caia sobre a bochecha dela, e o homem travou uma luta interior, sobre se devia de afastar a madeixa da face dela, ou não!
Decidiu deixá-la assim, pois se lhe tocasse ela acordaria, e ele não queria, queria continuar a vê-la dormir.
Lembrava da primeira vez que a vira dormir.
Flashback:
Draco olhou o relógio do seu quarto, eram três da manhã.
«Talvez tenha abusado com ela. Acho que a vou mandar embora.»
Saiu do quarto e espantou-se quando viu a ruiva dormir. Caminhou até ela, e sentou-se numa cadeira ao lado dela.
Ela dormia descansada, e as madeixas ruivas caiam-lhe para a face. O homem travou uma luta interior para não tocar nelas. Desejava tocar na face dela, nos cabelos dela, desejava tocar nela outra vez, beijá-la de novo. Mas não podia, era insensato.
Viu-a abrir os olhos devagar, e logo depois ela sentou-se como se tivesse levado um choque.
Fim do flashback
E foi nessa altura que ele se apercebeu que o primeiro beijo trocado com ela tinha sido especial, que a queria de uma maneira carinhosa, como nunca quisera ninguém, foi nesse dia que o seu sub – consciente gritou que ele estava apaixonado, e foi nesse dia que ele mentiu pela primeira vez a si próprio, dizendo que não estava.
Ouvia a respiração suave dela, e via como o corpo dela subia e descia. Sabia que ela estava a sonhar, afinal sorria, e se havia alguém que ele conhecia bem, esse alguém era ela.
Não conseguiu aguentar mais, e levantou sua mão, tocando na bochecha dela e afastando a madeixa.
Foi o primeiro toque nela depois de tantos anos.
Sentiu seu corpo arrepiar por causa de voltar a tocar nela, e viu-a abrir os olhos no instante seguinte.
"- Draco." – Murmurou ela, sentindo a mão dele na sua face.
"- Olá ruiva."
Ela sorriu fracamente ao ouvi-lo tratá-la assim. Fechou os olhos sentindo a mão dele na sua face, acariciando-a ao de leve.
Draco pensou em afastar a mão da face dela, mas quando a viu fechar os olhos mudou de ideia.
Passou com a mão na bochecha dela, os dedos contornaram os lábios dela, e em seguida voltou a acariciar sua bochecha.
"Ó castos sonhos meus! Ó mágicas visões!
Quimeras cor de sol de fúlgidos lampejos!
Dolentes devaneios! Cetíneas ilusões!
Bocas que foram minhas florescendo beijos!
Vinde beijar-me a fronte ao menos um instante,
Que eu sinta esse calor, esse perfume terno;
Vivo a chorar à porta aonde outrora o Dante
Deixou toda a esp'rança ao penetrar o inferno!
Vinde sorri-me ainda! Hei-de morrer contente
Cantando uma canção alegre, doidamente,
À luz desse sorriso, ó fugitivos ais!
Vinde beijar-me a boca ungir-me de saudade
Ó sonhos cor de sol da minha mocidade!
Cala-te lá destino!… «Ó Nunca, nunca mais!…»
(Florbela Espanca (poema) – Nunca mais!)
"- Vi o teu irmão." – Murmurou ele.
Ginny abriu os olhos como se tivesse levado um choque. Levantou-se da cadeia e começou a torcer as mãos, e olhava nervosamente para ele.
"- E? O que o meu irmão me disse? Qual deles é que viste?"
"- Um dos gémeos. E não me disse nada de mais. Apenas fiquei curioso com uma coisa, ele disse que não fala contigo. O que se passou?"
"- Não é da tua conta." – Respondeu ela virando-lhe as costas.
O loiro não ateimou mais naquele assunto, mas havia outra coisa que ele lhe queria perguntar. Levantou-se e caminhou até ela, pousando as mãos nos ombros dela, virou-a para si.
"- Também disse que eu estraguei a tua vida. É verdade?"
Viu como o olhar dela ganhou uma tonalidade mais brilhante, e soube que ela choraria. Mas instantes seguinte, ela fechou os olhos com força e disse:
"- Não. Eles pensam que sim, mas não o fizeste."
"- Porque lhes contaste sobre nós?"
"- Porque fui obrigada a contar. Teve que ser ok. Mas não quero falar nisso, é minha vida e tu não tens nada a ver com isso." – Respondeu afastando-se dele e voltando a sentar-se – "Vamos mas é trabalhar, afinal minha filha teve doente durante a noite, não quero que piore no colégio."
"- Está melhor?"
"- Sim, dei-lhe uma poção, e a febre baixou, assim como as dores passaram."
"- Pobre criança, tão nova e já a ingerir coisas com sabores tão horrorosos."
"- Sabia a morango."
Ele sorriu, e pode reparar que ela também sorria, fracamente, mas sorria.
Durante o resto da tarde eles não dirigiram a palavra um ao outro, ambos trabalharam concentrados, Ginny tentava não pensar em como fora bom sentir a mão dele na sua face, e Draco não queria lembrar-se do que sentira quando a tocou.
Eram quase 5 da tarde, quando a ruiva se levantou.
"- Já chega por hoje Malfoy."
Ele apenas concordou levantando-se. Caminhou até ela e perguntou:
"- Queres que te acompanhe até ao colégio? Posso ajudar em algo?"
"- Não! Não é necessário. Está tudo bem, não precisas de vir. Podes ir para casa."
"- De certeza?"
"- Absoluta Dra….Malfoy."
"- Então tudo bem, até amanha."
"- Até amanha." – Despediu-se ela antes de o ver desaparecer.
Saiu do escritório em seguida e caminhou calmamente até ao colégio da filha. A menina chegou ao pé dela a rir, e Ginevra abaixou-se passando com a mão na testa dela, vendo que a febre não tinha voltado.
"- Vamos para casa princesa?"
"- Sim."
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Os dias foram passando lentamente, e a relação de Ginny e Draco mantinha-se na mesma. Durante uma semana eles não voltaram a estar tão próximos como quando ele lhe tocou na face.
"- Se continuar-mos assim terminamos isto mais cedo, pelo menos um dia."
"- Concordo Malfoy."
Ele sorriu e encostou-se na cadeira, escrevendo um papel.
"- E como tua filha está? Não voltou a ficar doente?"
"- Não, melhorou. Ela é boa nisso, a melhorar de constipações, e gripes."
"- Ora não é de estranhar, tu também melhoras depressa." – Disse ele sem pensar.
Ginny corou mas não disse nada, apenas continuou a olhar para o papel que tinha nas mãos.
"- Bem eu vou embora, por hoje já esta tudo." – Disse ele levantando-se.
A ruiva levantou-se também e arrumou todos os papéis.
"- Também vou, vou buscar Angelina."
"- Então até amanhã."
"- Adeus." – Disse ela virando-se para ele e vendo que estavam muito juntos.
Sentiu a respiração dele na sua face, e fechou os olhos por causa disso. Draco percebeu que a respiração dela estava acelerada, assim como a sua.
Levantou a mão, e acariciou a face dela. Ginny pousou a mão na dele, e em seguida fez com que ele retirasse a mão da face.
Apertou a mão dele por entre as suas, e disse:
"- Tenho mesmo que ir."
"- Eu também."
Ginevra sorriu e em seguida saiu do escritório, ouvindo o barulho inconfundível de alguém a desaparatar.
«Ainda bem que é só mais 4 dias, não consigo mais estar perto dele…. Não consigo estar com ele sem o tocar, sem…ah vou dar em maluca!»
Fim do 5º capitulo
N/A: um pouco de acção entre Draco e Ginny, nada de mais, mas já é algo….sabem que estou feliz com todos os reviews, mas os agradecimentos estão no profile….
Trecho do próximo capitulo:
"- Senti tua falta." – Disse ela sentindo a outra mão dele na sua cintura.
O homem puxou-a para si, encostando os corpos finalmente.
Acariciou os lábios dela com a outra mão, e viu-a morder o lábio inferior em seguida. Aproximou sua face da dela, e viu-a fechar os olhos esperando o contacto que viria.
Apertou-a com mais força para si, e tocou no nariz dela com o seu.
Podia sentir o coração dela bater forte de encontro ao seu peito, assim como sentia o seu, descompensado.
Espero que tenham ficado com vontade de ler o próximo capitulo….então já sabem…reviews!
