14º Capitulo
O feitiço
"- Draco!" – Gritou a mulher sentando-se na cama.
Tinha sido um pesadelo. Apenas um pesadelo.
Nesse mesmo instante a porta do quarto abriu-se e ela sorriu. Levantou-se e estava ansiosa para se pendurar no pescoço do marido, mas parou a meio do caminho quando viu quem se encontrava á sua frente.
"- Carl. – Balbuciou ela. – O que fazes aqui?"
"- Eu vim-te dizer algo que já deves de saber……matei teu marido."
"- Não….não o mataste!" – Disse ela lavando as mãos á cabeça.
"- Matei sim. Tu sabes que sim, viste-o no teu sonho. Eu tenho feito com que sonhes com que a morte dele. E o sonho desta noite foi verdade. Ele foi desafiar-me. Foi lindo, queres que te conte?"
Draco caminhava pela floresta há imenso tempo. Não podia acreditar que o idiota do Carl o tinha ameaçado.
- Ninguém ameaça um Malfoy! – Disse ele furioso
- Tens a certeza? – Perguntou uma voz.
O loiro olhou em volta mas a única coisa que via eram árvores.
- Aparece idiota. Aparece e enfrenta-me como um homem.
A gargalhada fria de Carl ecoou pela floresta, e fez com que os cabelos da nuca do loiro se arrepiassem.
Uma rajada de vento soprou e Draco apenas sentiu seus pés se erguerem do chão, e no mesmo instante as costas dele batiam na árvore mais próxima.
Sentiu uma dor imensa, e soube que tinha partido algumas costelas.
Caiu com força no chão, e em seguida ouviu uns passos a aproximarem-se. Olhou para a frente e pode ver finalmente a silhueta do seu atacante.
- Eu posso atacar um Malfoy, sabes porquê? Porque eu sou mais forte que qualquer homem vivo.
- Eu vou acabar com a tua raça, seu maldito.
- Não Draco, aqui quem vai acabar com quem, sou eu contigo. Vou-te fazer em pedacinhos.
- Falas bem, mas não me encantas.
Assim que o loiro terminou de falar, Carl ergueu a mão esquerda e no momento seguinte o loiro gritava de dor.
Sentia seus ossos serem apertados por uma força invisível. A dor era insuportável, e podia sentir os ossos das costelas partirem-se mais.
Gritou alto, quando sentiu um dos ossos perfurar seu pulmão esquerdo.
- Satisfeito Malfoy? – Perguntou o moreno encarando o loiro que se encontrava deitado no chão.
Draco tinha as mãos pousadas na zona da caixa toráxica, e não conseguia respirar. Era impossível.
"Não! Isto não me pode acontecer! Eu prometi á minha filha que ficaria com elas para sempre. Não as posso abandonar!"
- Hum, ainda estás vivo. Vamos ver quanto tempo mais aguentas.
Com um único gesto de sua mão, Draco foi arremessado contra o tronco da árvore, novamente.
Mas assim que caiu no chão, Carl voltou a fazer o mesmo.
Repetiu o processo 5 vezes, até se cansar.
Caminhou até ao loiro que estava deitado no chão. Puxou-o pelo colarinho, e fez com que o homem o encarasse.
- Agora eu vou ficar com tudo o que te pertence.
- Deixa minha família em paz.
- Não me parece. Ela será TODA minha.
O moreno murmurou algo que fez com que Draco sentisse seu cérebro doer. As lágrimas queriam escorrer.
Não podia acreditar que aquele era o fim. Que ia morrer nas mãos dele.
Que as ia deixar.
Que as ia fazer sofrer.
Sentiu o coração parar aos poucos. A visão estava turva, o coração doía, a garganta doía. Ele não podia mais.
Carl soltou-o, e ele acabou por cair no chão, com um baque.
- Gi! – Murmurou antes de fechar os olhos e não sentir, não ver mais nada.
Tinha terminado. Ele não havia resistido a tudo.
- Foi sem duvida uma morte dolorosa. – Comentou acidamente o moreno.
A ruiva encontrava sentada na cama, abraçada a si. As lágrimas escorriam pela face. A dor era insuportável.
"- Não acredito em ti."
"- Acredita. Eu matei teu querido marido. E agora vou ficar contigo."
"- NUNCA!"
"- Oh, que querida. Eu tenho meus métodos."
Ginevra sentiu o medo invadi-la. Já não chorava, a dor era maior que isso.
Levantou-se da cama, e correu contra o moreno. Deu-lhe um encontrão, e empurrou-o contra a parede.
Saiu do quarto.
Tinha que fazer algo.
Correu até ao quarto da filha, e acordou-a rapidamente.
"- Vem com a mãe."
"- Onde Mamã?" – Perguntou a pequena meio a dormir.
Ginny em vez de lhe responder, pegou na filha ao colo. Saiu disparada do quarto, e correu com a filha nos braços, até á sala.
Pousou a filha no chão e encarou os olhos cinza dela. As lágrimas voltaram quando pensou que nunca mais viria aquele olhar. Nem nela, nem no seu marido.
O sonho tinha terminado. Tudo tinha terminado.
One day I'll fly
away
Leave all this to yesterday
What more could
Your love
do for me?
When will love be
Through with me?
Why live life
from
Dream to dream
And dread the day
When dreaming ends?
(Moulin rouge – One day I'll fly away)
"- Filha, ouve bem a mamã. Eu vou mandar-te para casa de umas pessoas que vão tomar conta de ti."
"- Porquê?"
"- Porque tem que ser. Eu amo-te muito minha princesa."
Ginevra abraçou a pequena com força, e em seguida levou-a para dentro da fogueira.
Deu-lhe um bocado de pó de flú, e disse:
"- Repete o que vou dizer, e em seguida, deixa o pó cair."
"- Sim."
"- Diz A Toca."
"- A toca." – Disse a menina.
Ginny viu sua filha ser envolvida pelas chamas verdes, e rezou para que ela fosse calhar no lugar certo.
Ouviu os passos de Carl aproximarem-se dela e virou-se, encarando-o por fim.
"- Tenho uma dúvida. Porque casaste com ele? E não quiseste sequer continuar o namoro comigo?"
"- Porque ele escolheu-me. Quando eu o fiz escolher ele escolheu-me. Porque eu o amo mais que tudo, e porque ele me ama."
"- O amor dele não foi muito forte, visto nesta altura ele estar a apodrecer numa floresta. Eu sabia que ele não resistiria em ir ter comigo, desde que eu lhe mandasse um papel a ameaçá-lo e a ameaçar a família dele. E agora, tudo o que era dele, será meu."
"- Não Carl. Tu nunca terás o que Draco tem."
"- Tinha, ele morreu."
"- NÃO! Ele não morreu. Eu sei que não. Ele não me ia deixar, nem ia deixar a filha, ele prometeu-nos."
Carl riu. Era uma gargalhada fria e sem sentimento, mas a ruiva não se deixou intimidar por ele.
"- Eu vou ficar contigo Ginny, nem que seja a mal." – Disse ele erguendo a mão.
A ruiva viu ele murmurar umas palavras em latim. Palavras que ela não conhecia. Palavras antigas, um feitiço antigo.
Sentiu uma força estranha envolver seu corpo, e fechou seus olhos por momentos.
Quando os abriu teve dificuldades em focar. Encarou os olhos claros do homem que se encontrava á sua frente.
"- Oi amor."
"- Quem sou eu? Quem és tu?"
"- Tu és Ginevra Weasley, minha esposa."
A ruiva pestanejou várias vezes, e sentiu o coração bater forte.
Desviou os olhos para uma mesa atrás do homem que se dizia seu marido, e encontrou uma foto.
Nessa foto estava ela, uma menina pequena, com uns lindos olhos cinzas e o cabelo loiro. E ao lado delas, estava um homem loiro, com olhos cinzas, como o da pequena.
A mulher fechou os olhos e vários flashes invadiram sua mente.
"- Posso não mudar o passado, mas posso mudar o futuro. Deixa-me muda-lo Ginny. Deixa-me ficar contigo….eu amo-te….muito."
"- Eu também te amo Draco."
Ela olhou-o e viu que ele sorria. Sentiu a mão dele passar na sua face e por isso fechou os olhos. No instante seguinte os lábios dele estavam colados aos seus para um beijo delicado.
Sentir a língua dele explorar sua boca, sentir as mãos dele passearem nas suas costas era algo que ela sonhava á muito.
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Sentiu o coração pular no peito no instante em que ela chegou ao pé dele, e sorriu.
Pegou na mão dela e ambos olharam para o padre.
Ambos deram graças pelo padre não ter falado muito, apenas o necessário.
"- Draco Malfoy, aceita Ginevra Weasley como sua esposa?"
O loiro sorriu e olhou para ela. Em seguida encarou o padre e disse:
"- Sim, aceito."
"- Ginevra Weasley, aceita Draco Malfoy como seu esposo?"
"- Sim." – Respondeu ela sem pensar.
"- Pelo poder que me foi concedido eu declaro-vos marido e mulher. Pode beijar a noiva!"
O loiro passou com as mãos na face dela e uniu os lábios para um beijo longo mas apaixonado.
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Ele abraçou-a pela cintura e murmurou ao ouvido dela.
"- Mentes mal amor. O que foi?"
"- O pesadelo dela."
"- Não passou disso, um pesadelo."
"- Eu tive um igual ontem á noite."
Draco gelou, e apertou mais a mulher contra o seu corpo.
"- Vocês tiveram um pesadelo idêntico. É só um pesadelo, ruiva, nada nos vai acontecer."
Ele caminhou até á cama, e Ginny seguiu-o. Deitou a cabeça em cima do peito dele e adormeceu instantes depois.
Abriu os olhos e olhou irritada para o homem que se mantinha á sua frente.
"- Eu odeio-te Carl."
"- Como é possível? Como? Tu devias de ter esquecido de tudo."
"- Como queres que eu esqueça que amo Draco Malfoy? Que tenho uma filha dele? Que vamos ser pais daqui a 5 meses? Como queres que eu esqueça isso?"
"- Tu devias de o ter esquecido. Foi a primeira vez que o feitiço não deu certo."
"- Ainda não percebeste o que aconteceu idiota? Ela ama-o." – Disse uma voz vinda da porta da sala.
Ginevra olhou para o local e abriu a boca de espanto. Encostado á porta encontrava-se um homem da idade de Draco, o cabelo dele era negro, e seus olhos verdes brilhavam por trás das lentes dos óculos.
"- Harry!" – Disse ela sem acreditar.
"- Olá Ginny."
A ruiva correu até ele e abraçou o amigo que há anos não via.
"- O que fazes aqui Potter?"
"- Sabes que há quase um ano que andamos atrás de ti? Não sabes?"
Nessa altura inúmeros homens apareceram na sala e começaram a atacar o moreno.
Harry afastou-se da ruiva e aproximou-se de Carl.
"- Finalmente conseguimos apanhar-te." – E dizendo isto ergueu a mão lançando um feitiço no homem, que o fez cair desacordado no chão. – "Esqueces que eu também treinei muito estes anos. Levem-no para o Ministério, irá direito para Azkaban."
Momentos depois a sala voltava a estar vazia. Apenas Harry e Ginny se encontravam lá.
O homem aproximou-se dela e limpou as lágrimas que escorriam pela face da ruiva.
"- Está tudo bem agora!"
"- O Draco…."
"- Nós encontramos teu marido Gi!"
"- E? E como ele está? Ele está bem não está? Ele não morreu pois não?" – Perguntou ela angustiada.
Fim do 14º capitulo
N/A: oh céus! Como eu adoro escrever finais destes…finais muito mas muito cruéis…adoro, adoro….e agora? o que se será que vai acontecer? O amor sobreviveu ao feitiço, mas terá Draco sobrevivido a uma morte dolorosa….adorei escrever o momento em que ele é atacado pelo Carl….e morre…adorei, adorei….e acho que ficou bem….enfim….
Trecho do próximo capitulo:
Ginny encontrava-se sentada na ponta da cama. Olhava o corpo do marido, e sentia as lágrimas rolarem pela sua face.
Não podia acreditar que aquilo tinha acontecido.
Como já sabem os agradecimentos estão no profile….
Pessoal tenho um novo blog…onde vou hospedar minhas capas…pelo simples motivo de o photoblog ter prazo…então fiz um blog…que ainda tem poucas capas…mas enfim…espero que vaiam lá ver….e comentar as imagens…em breve terá todas as que o photoblog tinha, e com sorte mais ainda….
O próximo capitulo vira o mais rápido possível…mas primeiro tenho que ter mais de 300 reviews….sem isso não actualizo…então toca a comentar…pois a fic entrou (finalmente) na recta final….
JINHOS!
