"Sr. Black,
Devido ao acontecimento de exatamente 18 minutos atrás, da fatídica morte de
Alfardo Black, seu tio, temos o dever de passar-te todos os seus bens, como
pedia o testamento e consta na lista que segue em anexo.
Atenciosamente,
Banco Gringotes."
Havia um papel grampeado na carta.
'- O que tem aí? Fala, Sirius! - a ruivinha disse, mas ele não falou. Estava boquiaberto. Se deixou cair na poltrona, a mão pendendo para fora com a carta, que Remo puxou para ler. Um sorriso de satisfação se formou em seu rosto.
'- Ah, me dá isso aqui.- peguei "delicadamente" os pergaminhos da mão dele e Lily juntou seu rosto com o meu para lermos.
Depois de citar uma infinidade de posses e propriedades, algumas até em outros países, havia escrito:
"- Apartamento de dois quartos localizado no centro de Londres (que talvez o senhor prefira pôr à venda devido à seu estado atual)."
A notícia era boa, mas não gostei muito do que estava escrito entre parênteses.
'- Hum, Almofadinhas, acho que você devia dar uma olhada no apê antes de ter certeza de que--
'- Pontas, eu sei onde é!- é, parece que ele não me ouviu.- Fica a duas ruas do Caldeirão Furado. É perfeito!
'- Mas, Sirius, pelo que diz aqui não está em boas condições-- - a ruivinha tentou também, e foi cortada.
'- É incrível!
'- Acho que não...- Remo disse calmamente, mais para si mesmo.
'- É tudo que eu precisava!
'- Ô, idiota! PRESTA ATENÇÃO! A casa deve estar podre! Não sabe ler não?
'- Calma, Lily, não precisava ser grossa!
'- Com você é só assim mesmo. Que dificuldade, hein?
'- Tá, desculpa por não ter um cérebro do tamanho do seu, eu não exercito ele quinze horas por dia...
'- Chega vocês dois!- acabei com a briga. Mas que gosto por se alfinetarem! Tudo bem que ambos sabem que é só brincadeira, mas eles deviam cansar uma hora. Não deviam?
'- Tudo bem, não importa o que a ruivinha aí diga, o fato é que essa é a solução para os meus problemas!
'- Pode ser ou não, primeiro nós temos que ir ver esse lugar, que parece estar caindo aos pedaços pelo que diz aqui.
'- Nós vamos, mas primeiro temos que ir novamente ao escritório do diretor, e explicar o que aconteceu e...
'- Pedir para passar quatro dias no apartamento do seu tio.- Remo disse.
'- Pra que? Não precisamos de quatro dias para fazer a mudança.
'- Escute: - ele apertou os olhos par ler o que estava escrito em letras miúdas no rodapé da folha.- "Caso queira tomar posse do imóvel localizado em Londres deverá passar quatro dias no local como garantia que não irá devolvê-lo para o Banco."
'- Isso não me parece bom...- eu conclui brilhantemente.
'- Mas eu só tenho essa opçã o e vai ser isso mesmo. Ainda temos mais de uma semana de férias, o que é mais do que o suficiente. Mas então será que vamos ter que pedir aquelas permissões todas novamente? Já sabemos que vamos poder ir mesmo, isso seria muita burocraciaà toa...- ah, que ótimo, quando Almofadinhas desata a falar é pior do que a Lily fofocando com as amigas...
- Tá bom então, Sirius.- ela levantou e puxou meus amigos pelas camisas em direção à passagem do retrato.- Você vai até lá com Remo pedir autorização e ver esses detalhes chatos e volta quando estiver tudo certinho, tá?
'- Ei! Por que nós temos que--
'- Eu sabia que você concordaria,-disse dando um puxão mais forte.- é mesmo um amor de pessoa!- ela deu um sorriso forçado e empurrou os dois para fora do Salão Comunal.
Virou-se para mim com um olhar maroto:
'- E aí? O que a gente faz agora?- sentou-se do meu lado e ficou olhando pra minha cara com uma expressão que provavelmente não demonstrava nada do que sentia.
Nossa, a Lily é realmente impossível. Que outra garota no mundo inteiro iria expulsar meus amigos da sala num momento desses? Nenhuma outra, porque ela é única. Apesar de se preocupar (e muito) com os estudos, sabia a hora de descontrair.
'- Você é quem sabe, não fui eu quem botou as pessoas para fora, sabe-se lá com que intenção...
'- Tiago, eu sabia que você era meio lerdo pra essas coisas, mas não saber a intenção...
'- Lerdo? Vou te mostrar quem é lerdo!- a abracei pela cintura e aproximei meu rosto do dela, na direção certa de um beijo.
Ela fechou os olhos lentamente e...
virou o rosto!
Pelo tanto que ela riu, minha expressão de frustração deve ter sido hilária.
'- Não pense que será tão fácil, Tiago Potter...- disse entre risos e ainda nos meus braços.
'- Lily! Assim não tem condições!
'- Por que? Está tão divertido...
'- Provocar e depois fugir da raia correndo não vale!- eu disse voltando a me aproximar pouco a pouco.
'- Ah, você só tem aquilo que merece! Digamos que isso reflete seu esforço.- ela chegava mais perto e mais perto enquanto falava. Me deu um beijo no rosto e levantou de um salto, de desvenciliando de mim.- Nos vemos mais tarde!- deu um tchauzinho e subiu para o dormitório feminino.
Eu iria atrás dela, mas fiquei sem ação no momento, além de que aquelas escadas são infernais! Uma das metas dos Marotos desse ano é conseguir passar delas, iria facilitar muitas
coisas...
E eu fiquei ali sozinho olhando para o fogo que ardia na lare ira, igual a como eu estava por dentro. Incrível como só a Lily consegue me deixar nesse estado. Outras meninas já vieram se oferecer bem mais...hum...abertamente, mas com ela é diferente. E esse é um dos grandes problemas da nossa "pseudo-relação", quando um quer "avançar" o outro está a fim só de provocar...
E outro é que eu simplesmente não consigo entender como a cabeça dela funciona (mesmo depois daquela aulinha). Uma garota iria querer que o garoto fosse devagar, deixasse acontecer e essas coisas assim. Mas ela quer ser tratada como qualquer uma! Quer que eu chegue e saia beijando de uma vez?
Absolutamente não! Comigo tem que ser inesquecível. Ela ainda vai falar maravilhas sobre mim pras filhas e netas, pode apostar! Sem ter mais o que fazer ou em que pensar, fui para o dormitório masculino, para esperar Sirius chegar e combinar tudo direito sobre a possível viagem.
Deitei na minha cama e sem querer cochilei. Quando acordei já estava escurecendo, mas meus amigos não haviam subido ainda. Lavei o rosto para voltar ao Salão Comunal. Já estava no meio das escadas quando ouvi algumas vozes...que me eram bem familiares.
'- Ah, Lily, dá um tempo, até parece que você não sabe como ele é...- era com certeza Sirius.
'- Mas no ritmo que anda não estou nem o reconhecendo... Tudo bem que as histórias que eu ouvi por aí dizem que ele faz e acontece. E é aí que eu começo a achar que o problema é comigo.- disse aflita.
'- Seu mal é acreditar demais nessas historinhas. Já ouviu falar que quem conta um conto aumenta um ponto? No final de tudo a verdade não é nem um décimo do que inventaram.
'- Ah, não sei não, Sirius...
'- Confia em mim, ele não confessa mas está tão afim quanto você. Deve estar preparando alguma surpresa, algo do tipo.
'- E por que ele faria isso? E por mim?
'- Por que você é especial- ele fez uma voz feminina quando disse essa palavra.- para ele. Se fosse uma das outras não demorava nem cinco minutos.
'- Oh,- a surpresa transpareceu em sua voz.- se é assim fico mais tranqüila.
'- Eu sei o que digo, ruivinha. Dá uma de indiferente que ele vai correr atrás.
'- Obrigada, não sei nem como agradecer!
'- Então vê se vocês se pegam logo porque fica vendo esse chove e não molha já está enjoando.- ele disse bem humorado.
'- Se seu amigo tomasse uma iniciativa seria mai s fácil.
'- E hoje à tarde? Quando saímos, aliás, quando fomos expulsos.
'- Bem, isso... isso foi só pra provocar um pouquinho mesmo.- Almofadinhas deve tê-la censurado com olhar.- Poxa, eu não posso fazer tudo sozinha.
Ele riu, e ela provavelmente andou até o pé das escadas, pelo som dos sapatos batendo no chão.
'- Vou arrumar minhas coisas então, até mais tarde.
Achei que essa era uma boa hora para chegar como quem não sabe de nada.
'- Pontas! Finalmente acordou!
Me sentei numa das poltronas e joguei um verde pra cima dele, só pra ver se ele me falava alguma coisa da conversa.
'- Estava conversando com alguém?
'- É, o amor da sua vida tava aqui.
'- Ela não é o amor da minha vida!- revirei os olhos.- Estavam falando do que?- perguntei deixando acidentalmente transparecer a desconfiança.
'- De você, claro!
'- O que exatamente?- tentei adivinhar se ele diria a verdade ou não.
'- Que é melhor que você logo uma atitude,- falou incisivamente.- porque alguém pode ser mais rápido e aí a ruivinha já era.
'- Hum, pode deixar.- respondi com poucas palavras e fechei a cara. Essa conversa não foi muito produtiva.
'- Pontas, relaxa!- ele disse em tom de desculpas.- Não precisa ficar preocupado com o que eu acho que você está preocupado.
'- Ahn?
'- A Lily é inteiramente sua, eu não tenho nem quero ter nada com ela. Sua garota é praticamente uma cunhada pra mim, não se esqueça disso!- ahn? ele com certeza me interpretou mal.
'- Ah, não! Eu nem estava pensando nisso. Eu sei que você não seria capaz de uma coisa dessas.
'- Não mesmo! E esquecendo esse assunto, temos boas notícias!
'- Pode falar, estou mesmo precisando.- falei pensando na conversa que ouvi, mas tentando disfar çar.
'- Arrume as malas, porque partimos amanhã para Londres!
'- Almofadinhas! Você convenceu Dumbledore, Mimips e nossos pais?
'- Claro que sim! Enquanto eu fui procurar a Mimips, Dumb ledore falou com a Tia Meg e o Tio Richard (N/A: pai do Remo) pela lareira e você nem adivinha como ele falou com a mãe da Lily!
'- Não faço idéia.- eu não tinha pensado nisso, pra mim o único jeito seria pelo correio-coruja, mas poderia não ser rápido o sufuciente. E a lareira dos Evans não era conectada ao Sistema de Flú, afinal eles eram trouxas.
'- Ele conseguiu não sei como colocar um tele...fele...fôle...
'- Telefone?
'- É, isso aí mesmo, ele instalou um no escritório! Eu pensava que precisava de fios e tomadas e essas coisas que os trouxas têm nas casas...
'- Dumbledore é O cara, instalar um telefone não deve ser um grande desafio...
'- Mas vamos logo subir e arrumar as coisas.
Nos levantamos, mas aí lembrei de algo.
'- E o Aluado?
'- Pra falar a verdade ele ficou meio estranho bem quando estávamos voltando do escritório do diretor... Mas não sei se é algo importante, você sabe como o Aluado é, ás vezes tem esses acessos de gente que gosta de pensar na vida, de repente se lembrou de um livro e passou na biblioteca. Não sei se você lembra daquela vez que nós todos ficamos um dia inteiro preocupados com o sumiço dele, pensando coisas horríveis que poderiam ter acontecido e no final ele tinha passado o dia numa das torres "refletindo", também teve aquela outra...
Ih, pronto! Começou agora não pára mais de falar. Pelo menos posso apenas dizer um "é mesmo" ou "é, me lembro" de vez em quando e pensar em algo realmente importante: hum...batata frita...okay, okay, não exatamente isso (um desconto por favor, eu não almocei hoje).
Nem tive que pensar muito para chegar à conclusão de que a esatadia no apartamento velho e ferrado do tio do meu melhor amigo quase "a sós" com a Lily seria decisiva (que reconfortante). Se não fosse nesses quatro dias não seria nunca. Essa seria minha motivação daqui pra frente.
Quando já estávamos com meia mala feita Remo apareceu. Parecia ter corrido uma maratona, por causa da respiração ofegante e do cabelo despenteado.
'- Aluado, onde você se meteu? Já estamos acabando aqui.- perguntei.
'- Oi? Ah, nada, estava por aí...- ele fechou a porta atrás de si e começou a tirar roupas e mais roupas do armário.
'- Por aí aonde?- Sirius perguntou desconfiado.
'- Jardins.- respondeu rápido. Rápido demais.
'- Sozinho?- Sirius já tinha largado o que estava fazendo para sentar na cama do Remo e continuar o interrogatório.
'- Claro, com quem eu estaria?- coitado do Aluado, ele tenta, mas não consegue mentir para nós.
'- A julgar pelo seu estado, eu poderia supor que com uma garota.
'- Não sei do que você está falando.- enfiou a cabeça em b aixo da cama para procurar algo.
'- Aluado, Aluado, conhece as regras do jogo, mentir pros amigos é querer que uma gotinha de Veritasserum caia acidentalmente no seu suco...- Deu pra ouvir o Remo batendo a cabeça no fundo da cama. Almofadinhas tem essa carta na manga por ser o melhor em poções. Aprendeu a fazer a poção da verdade, afanou os ingredientes, fez um vidrinho e agora usa como argumento quando quer saber de alguma coisa.
'- Tá bom, tá bom, eu conto, mas o assunto morre aqui!- ele finalmente se deu por vencido, sem parar de pôr coisas na mala.
'- Então tem uma garota no meio, certo?- Remo só assentiu, confirmando.- Quem é ela?
'- Está querendo saber demais.
'- Bonita?
'- Linda.
'- Como ela é?
'- Hum... loira, só digo isso.- ele próprio riu.
'- Por que eu já desconfiava disso?- Almofadinhas perguntou a si mesmo.
'- Se eu acertar você diz?- eu tentei, afinal também estava curioso.
'- Tenho opção?
'- Vamos ver ...- quem está no colégio, é loira...- Jenny, da Corvinal?
'- Passou longe.
Nisso pareceu ter surgido uma luz no cérebro do nosso amigo.
'- REMO ALUADO LUPIN! Eu não acredito! Você e a...- deixou o nome no ar.
'- Algum problema?
'- Absolutamente nenhum! Gostei de ver! Está entrando no padrão dos marotos enfim!
'- Ei! Alguém pode me esclarecer?- pois é, amigos, nessa eu boiei.
'- Pontas, pensa um pouco!
'- Hum, vou tomar um banho. Tchau.- Remo saiu estrategicamente. Se isso significava o que eu estava achando que significava...
'- Clío!- perguntei surpreso.
'- É! Eu tô pasmo! Devia ser por isso que ele não queria falar pra gente, afinal, ela é...digamos, ex-sua.
'- Mas e la não é pra mim. - pensei bem.- Ou eu que não sou pra ela, não sei.- fui até a porta do banheiro para falar com ele:- Não se preocupa comigo, Aluado. Você mandou muito bem, dou a maior força pra você e pra Clío!
'- Obrigado!- ouvi misturado com o barulho do chuveiro.
Voltei para a minha cama, já me preparando para dormir.
'- Ai ai, todo mundo arranjou alguém, menos eu. Quem diria não?
'- Isso me lembra do quinto ano. Quando nós dois ficávamos passeando aí pelo castelo de noite só encontrando garotas...
'- Mas agora a maioria está em casa, e eu aqui, e você apaixonadinho.- preferi nem responder à provacação.
'- Vai à caça, amigo, ainda deve ter alguém nos corredores. Aliás, ouvi dizer que a Jenny pinta o cabelo, na verdade ela é morena. - isso serviu pra animá-lo e ele foi.
Então, pude dormir sossegado, descansar para amanhã, que será um dia com cinco vezes mais conselhos do que da última vez. Pelo menos minha mãe não estava aqui para ficar fazendo recomendações. Menos mal.
Bem, eu não gosto desse capítulo porque ele ficou muito embromation, mas é uma embromation necessária! Ah, vai, ficou bonzinho?
O que acharam do trecho T/L? E do Remo ter saído com a Clío? Odiaram?
REVIWES!
Amelia das Flores: bem, como você pôde ver, não sou muito boas em cenas de "action", hahahaha. Minha beta teve que me ajudar muuuuito pra essa ficar boa. Mas com essa nova resolução do Tiago vai ter mais "cenas" assim nos próximos capítulos. Beijos!
Loba: que bom que você está gostando! Mosdéstia à parte eu também adoro minha Lily dessa fic! Sempre quis escrever uma em que ela fosse amiga dos marotos, mas nunca achei que eu conseguiria fazer ficar bom. E avançar provavelmtente só no final da fic, ne? brigada pela review!
Flavinha Greeneye: betaaa, nossa, obrigada mesmo por ter betado essa cap, não repara que tava cheio de erros, mas eu não sou tão burra assim! Depois que você me mandou eu dei uma mudada segundo suas sugestões e acho que ficou melhor. Obriagdaaa!
Tathi: que bom que gostou! espero que continue lendo! beijos!
GaBi PoTTeR: que bom que você está acompanhando e que gostou do último capítulo, as richas e etc. Está aí o que o Sirius recebeu! Espero que tenha gostado. Beijos!
Cecelitxa E. Black: oie, o último capítulo capítulo tava curinho mesmo, mas é que era a continuação do anterior que eu dividi pra não ficar muito grande! Não mostrei o testamento inteiro, mas acho que dá pra imaginar, essas coisas que as pessoas ricas têm. Ficou tão óbvio assim o que o Sirius iria ganhar? hahaha. Beijos.
Mile: nossa, brigada mesmo! às vezes acho que eu to maltratando demais o Tiago. Será? Enfim, ele merece! hahaha. Espero que continue lendo e gostando! Beijos!
beijo gente!
