Título: Um namorado para o Natal
Autor: Magalud
Pares: Harry/ Severus e outros pares.
Classificação: M (R) (slash, lemon e trapalhadas élficas)
Resumo: Numa época de relacionamentos difíceis e guerras, três corajosos fantasmas e um conhecido elfo se unem para presentear alguns habitantes de Hogwarts com um Natal inesquecível.
Disclaimer: Todos os personagens pertencem a J K Rowling, nós apenas os pegamos emprestados para dar vida às nossas idéias loucas e maravilhosas!
Beta : Nicolle Snape
Nota: Este é o primeiro trabalho da brava armada do "The Slash Round Robins", esperamos que curtam nosso trabalho! Lembrem-se, reviews são sempre bem vindas!
Nota 2: Esta fic não segue a cronologia de Half Blood Prince.
Capítulo 2 – por MagaludJá era demais. A primeira vez ele tinha deixado passar. Mas era a segunda vez, e ele estava ficando entre intrigado e apreensivo.
- Dobby! Dobby!
Em segundos, um POP se ouviu nos aposentos de Hogwarts e o elfo pequeno de grandes olhos verdes surgiu à sua frente, sempre energético e excitado.
- Chamou, Prof. Harry Potter senhor? Dobby pode ajudar grande Prof. Harry Potter?
- Dobby, você deixou alguém entrar aqui no meu quarto?
- Não, Prof. Harry Potter! Dobby protege Prof. Harry Potter!
- E você viu alguém entrando nos meus aposentos? Isso teria acontecido enquanto eu estava no café da manhã.
- Não, Prof. Harry Potter! Aconteceu alguma coisa?
- Acho que alguém conseguiu atravessar as proteções de meus aposentos. Não há outra explicação.
- Dobby pode ficar de olho para Prof. Harry Potter! Dobby faz isso, sim!
- Eu agradeceria muito, Dobby.
- Prof. Harry Potter é muito generoso pedindo ajuda de Dobby! Dobby ajuda Prof. Harry Potter!
Com um outro POP suave, o elfo doméstico deixou os aposentos de Harry, que não percebeu o que se escondia detrás do sorriso do elfo...
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Dias mais tarde, o sábado amanheceu como um lindo dia ensolarado, ainda que muito frio – o que fazia os raios do sol refletirem na neve branca e o ar inteiro adquirir uma luminosidade intensa. Nada poderia ser mais perfeito para o dia de visita a Hogsmeade, e a maioria dos habitantes de Hogwarts que iria aproveitar o passeio pensava a mesma coisa.
Com uma notória exceção, claro.
- Severus? Você, indo a Hogsmeade?
Resmungo. Rezinga.
- Eu não ouvi.
- Poppy disse que eu precisava tomar sol, e Minerva me obrigou a tomar conta desse bando de cabeças-ocas! – Ele cuspia as palavras, claramente irritado por ter que admitir ser obrigado a fazer alguma coisa. – Satisfeito agora, Potter?
- Não precisa me agredir desse jeito. Eu também teria gostado de ficar nos meus aposentos. Posso caminhar junto com você?
- Bom, suponho que não possa impedi-lo.
- Na verdade, Severus, foi até bom nos encontrarmos. Tem algo que eu gostaria de perguntar há alguns dias.
- Mesmo?
- Eu... estou numa situação embaraçosa...
- O menino-que-matou-Voldemort? – A expressão de Snape era sarcástica. – Como isso pode ser?
- Acho que um dos alunos está atraído por mim.
A expressão de Snape se fechou ainda mais. Se ele pudesse admitir, não era só sua expressão: ele sentia algo por dentro, uma sensação sombria e escura que ele não conseguia definir. Ao menos não conscientemente. Durou apenas alguns segundos: logo ele veio com uma resposta ácida:
- E agora quer que eu me junte ao fã-clube? Lamento, Potter.
- Não é nada disso! Quer me ouvir? – O jovem estava vermelho e irritado, tentando falar baixo na estrada entre Hogsmeade e Hogwarts. – Bom, o problema é que ando recebendo esses bilhetes. Bilhetes anônimos, sabe. Todos os dias acho um na minha cama.
- Na sua cama? – A informação deixou Severus em alerta.
- Isso mesmo.
- Potter, não vê o risco que está correndo? Você usa proteção nos seus aposentos?
- É claro que sim! Com esses Comensais da Morte ainda soltos depois da queda de Voldemort, é claro que eu uso feitiços de proteção. Não entendo como alguém conseguiu atravessá-las sem disparar os alarmes.
- E os bilhetes?
- O que têm eles?
- Você os examinou, seu garoto estúpido? – Severus estava irritado demais, alarmado demais. – Viu se havia algum feitiço neles? Uma poção na tinta? Um encantamento nas palavras?
- Sim, eu fiz diversos testes. Nada.
- E o teor dos bilhetes? É ameaçador?
- Severus, eu falei que um aluno está atraído por mim. Como isso pode ser ameaçador?
- Mas parece ser de alguém desequilibrado? Alguém desesperado? Tom de ameaça ou algo semelhante?
- Não.
- Ainda assim pode ser uma armadilha.
- Você é meio paranóico, não?
- Foi o que me manteve vivo esses anos todos.
- Eu esperava que você pudesse me dizer como lidar com essa situação.
- Do que está falando?
- Desse aluno. Como posso fazê-lo entender que a relação entre aluno e professor não é apropriada sem magoá-lo?
- Então você acha que é legítimo? Que não é uma brincadeira?
- Brincadeira?
- Do tipo que seus amigos Weasley, os gêmeos, costumavam fazer. Mandavam esses falsos bilhetes para depois exercerem o seu senso de humor de gosto dúbio contra um professor.
Harry o olhou pelo canto do olho, com um súbito pensamento. Snape tinha sido vítima de uma brincadeira desse tipo e agora não achava possível que alguém podia se sentir atraído por ele. Isso era triste, pensou. E por que ele sentia uma dor quase física em imaginar que Severus não acreditava que podia ser amado?
- Não, eu não acho que seja algo assim.
- Bom, e o que dizia o maldito bilhete?
Harry tirou o papelzinho do bolso e mostrou. Severus leu:
"Quem tentar possuir uma flor, verá sua beleza murchando.
Mas quem apenas olhar uma flor num campo,
permanecerá para sempre com ela.
Você nunca será meu e por isso terei você para sempre."
Seu admirador secreto
- É um poema.
- Não sei quem escreveu.
- Não foi Shakespeare ou Byron ou Cage.
Harry o encarou, admirado, mas tentou disfarçar:
- Esse veio quinta-feira. Ontem não veio nenhum porque eu fiquei nos meus aposentos, escondido, esperando surpreender o intruso. Mas os outros bilhetes anteriores tinham esse mesmo tom. Você vê, nada de ameaças.
- Talvez esse apaixonado consiga vigiá-lo de algum modo, para saber quando você está nos seus aposentos. – Ele olhou para o bilhete mais uma vez. – Como tem certeza de que é um aluno?
- Bom, tem que ser, né?
- Aqui diz apenas "admirador secreto". Pode ser um outro professor. Ou alguém do staff.
Harry perdeu um pouco de cor ao pensar que podia ser Filch... Mas logo afastou essa idéia.
- Não pode ser. Quem poderia ter feito isso se não um aluno? Não, acho que foi um aluno. O que posso fazer, Severus?
- Potter – O Mestre de Poções parecia medir as palavras –, você reparou que eu falei "aluno" ou "professor". Não aluna ou professora.
- Sim, e daí?
- A idéia não o deixa... desconfortável? Por ser um homem e não uma mulher.
- Severus, todo mundo sabe que eu namorei Neville durante o sétimo ano inteiro. Eu sou gay e o mundo bruxo inteiro sabe disso.
- Claro – Severus azedou de novo. – O herói da bruxandade tem sua vida inteira estampada na primeira página de todos os jornais!
- Lá vem você de novo com isso. Agora pode me ajudar? Eu não quero ferir os sentimentos de um jovem que pode estar desabrochando para o amor.
- Eu não saberia como ajudar nesse particular. Posso dar-lhe sugestões para tentar descobrir o responsável por esses bilhetes.
- E quando eu descobrir?
- Seja firme. Não deixe nenhuma dúvida nem dê qualquer esperança. Adolescentes freqüentemente não escutam o que se diz, mas sim o que querem escutar. Conheci vários assim. – Severus lançou seu olhar patenteado sobre Harry, que teve a dignidade de não se sentir vexado como se ainda tivesse 15 anos. – Isso deve dar um jeito na situação.
- Mas não vai quebrar o coração do pobre aluno?
- Potter, você não pode dar a notícia de que não vai corresponder às investidas adolescentes de uma pessoa sem que isso a magoe. É impossível.
- É, acho que tem razão.
Eles pararam de andar. Estavam no meio de Hogsmeade, em frente à placa com as direções, cercados pelas lojas.
- Hum – fez Harry, subitamente sem saber o que dizer –, eu acho que vou procurar um presente de Natal para Remus. Gostaria de vir junto?
- Compras de Natal? Não, obrigado. Estarei retornando a Hogwarts em alguns instantes.
- Mas você acabou de chegar!
- Já cumpri as ordens de Poppy e McGonagall sabe que é impossível controlar esses pestinhas, que a essa altura já estão totalmente intoxicados de açúcar e cerveja amanteigada. Portanto, agora posso voltar para as masmorras, de onde não deveria ter saído em primeiro lugar. Com sua licença, Potter. – Antes de se virar, concluiu, tentando sem muito esforço disfarçar o risinho sarcástico. – Pode me procurar para tratar de seu... incômodo.
Harry o observou virar-se dramaticamente e esvoaçar as vestes que tanto provocavam terror em Hogwarts. Mas o professor de Defesa Contra as Artes das Trevas sentia uma miríade de emoções. Havia a perspectiva de encontrar-se com Severus mais tarde (boa) e a perspectiva de ser alvo de mais tiradas ácidas e humilhação de Snape (nada de novo). Mas havia uma perspectiva nova no ar, uma que ele não sabia direito qual era. E provavelmente devia ter a ver com as borboletas que, de repente, se instalaram no seu estômago ao ver o Mestre de Poções se afastar na curva suave da ladeira que levava até Hogwarts. Repentinamente, Harry se deu conta de que estava parado no meio da rua, olhando a silhueta de Severus, e tentou organizar rapidamente uma improvisada listinha de presentes de Natal. "Se Albus estivesse vivo, ele iria querer meias", pensou, dirigindo-se à Scribulus para procurar um presente para Hermione...
Duas figuras translúcidas flutuavam em plena luz do dia, invisíveis aos olhos dos mortais, ainda mais nos raios do sol, tendo acompanhado todo o desenrolar.
- Ai, Sirius, isso vai ser mais difícil do que imaginávamos.
- Lily, quem sabe a gente não desiste disso? Você ouviu o seboso, ele é um mal-humorado! O Harry merece coisa melhor!
- Nosso plano vai indo bem. Mas acho que vamos ter que acelerar as coisas. Vamos ter que avisar Remus.
- Como assim?
- Precisaremos falar com ele.
- Deixar que ele nos veja? Lily, ele vai ter um troço. Você sabe que a saúde dele é frágil.
- Ele vai nos ajudar. Dobby tem sido um amor, e Remus vai gostar de participar, tenho certeza.
- Continuo achando uma loucura. E tudo idéia do Albus. Ele ficou gagá depois de morto!
- Albus está coberto de razão, esses dois precisam ficar juntos. Agora vamos procurar Remus.
