Disclaimer: Nenhuma das personagens, nem locais me pertencem :( ! Tudo isto é de grandes, grandes autores que me têm inspirado desde sempre a escrever: a Grande J. K. Rowling; o saudoso J. R. R. Tolkien e o magnífico Michael Ende! Eu sou apenas uma simples aspirante a escritora que vai praticando aqui a publicação das suas ideias :D. Bem leiam e divirtam-se bastante ;)! E já agora adorava que me deixassem a vossa opinião ;) porque cada review que eu leio alegra o meu dia :).

O Ceptro da Terra Média

Por: She-Elfgirl

IV

O Chamamento de Galadriel

"Então?" perguntou Gandalf de imediato "Já decidiram alguma coisa?"

"Já!" disse Harry tomando a dianteira "Temos que chegar às Montanhas Nebulosas mas não sabemos como!" resolveu não explicar mais nada pois a decisão deles relacionava-se com o futuro e dificilmente os habitantes da Terra Média perceberiam os planos deles. De qualquer forma ninguém fez mais perguntas, o que foi um alívio para Harry que não queria perder mais tempo.

"Ah!" exclamou Legolas numa voz distante "Tenho a certeza que as Águias vão querer ajudar!"

"As… as Águias ainda estão aqui?" perguntou Hermione mas Harry não a deixou continuar.

"Levem-nos então a elas, por favor!" interrompeu ele rapidamente "Precisamos partir o mais rápido possível." sem perder tempo Harry arrastou uma indignada Hermione e seguidos por Ron, obviamente aturdido pelo interesse da amiga em Águias, acompanharam os outros, por escadas e mais escadas até uma Torre alta onde se encontravam duas dessas enormes criaturas visivelmente prontas para partir.

"Gwaihir, meu velho amigo!" cumprimentou Gandalf fazendo uma vénia enquanto Harry e Hermione fitavam as Águias com pura admiração e Ron escancarava a boca de espanto "Não te quero atrasar nos teus afazeres nestes tempos difíceis mas tenho mais um favor a pedir-te."

"Diz Gandalf, O Branco! O que te trouxe aqui na hora da minha partida?" a Águia tinha um ar muito nobre que os manteve, aos três jovens amigos, num silêncio expectante.

"Estes são os três Feiticeiros que vieram de muito longe para mudar o destino dos Homens." Gwaihir olhou-os de cima com um ar imponente.

"Sim, claro!" disse ele lentamente.

"Eles precisam chegar às Montanhas Nebulosas para continuar a sua importante missão!" informou Gandalf devagar. A Águia olhou para os céus uns segundos abrindo as largas asas e depois voltou a fitá-los soberanamente.

"Virão então comigo, pois recebi agora uma mensagem da Senhora Galadriel que insiste em vê-los antes da partida dos Escolhidos para outra Era.

"Fixe!" exclamou Ron animado "Vamos voar com uma Águia gigante." Harry sorriu mas Hermione deu uma discreta cotovelada a Ron.

"Ele quer dizer que temos a honra de ter a companhia das Águias de Manwë na nossa viagem até Lóthlórien." emendou ela e Harry quase se atirou para o chão a rir mas Gwaihir acenou solenemente e ele não se atreveu.

Os três amigos correram a buscar as suas coisas e subiram para as costas da nobre Águia que se inclinara dignamente para os receber. Aí, despediram-se com tristeza de toda a Irmandade do Anel e do povo de Gondor que tinha acorrido para os ver partir. Ao que parecia já todos tinham sido informados de quem eles eram e o que tinham vindo fazer.

Harry sentiu-se estranho, pois conhecia o destino daquelas pessoas. Sabia que a vida ia melhorar para todos nos próximos tempos mas que não faltava muito para que a paz se desmoronasse novamente entre os Homens e, até mesmo, entre os Feiticeiros. Novas guerras viriam, novos problemas… mas por enquanto Aragorn e Arwen governariam em prosperidade entre os homens, até perecerem; ele partiria antes que o cansaço do mundo se abatesse sobre ele e ela por força do desgosto pela perda do marido. Frodo partiria para Tol Eressëa depois de ocupar o posto de Prefeito de Michel Delving durante alguns anos, sendo mais tarde seguido por Sam, quando os seus muitos filhos já tivessem crescido e a sua mulher Rosie tivesse deixado este mundo. Merry e Pippin viveriam felizes até ao seu fim quando seriam reunidos a Aragorn em Minas Tirith. Legolas e Gimli partiriam por fim da Terra Média em direcção a Tol Eressëa num barco; e seria aí o fim da Irmandade do Anel na terra Média. Harry surpreendeu-se a si próprio com o quanto sabia sobre aquelas pessoas mas não fez comentários que lhe valeriam a troça de Ron e o espanto pouco lisonjeiro de Hermione.

Harry resolveu aproveitar a viagem ao máximo; já voara de vassoura, com duas Fénix, um Hipogrifo e até com um Thestrall mas nada, nada se comparava à velocidade e conforto que Gwaihir lhes proporcionava. Enquanto segurava as penas macias teve vontade de gritar com a sensação de liberdade. Harry olhou para trás, para os amigos, Ron também parecia estar apreciar bastante a viagem ao contrário de Hermione que fechara firmemente os olhos gemendo baixinho de medo. Harry teve vontade de se rir, a amiga era tão corajosa, embarcava em todas as aventuras e, no entanto, ali estava ela com medo das alturas, apertando a cintura de Ron com tanta força que ele devia estar com dificuldades em respirar.

A Águia sobrevoava graciosamente a Terra Média e Harry observou Minas Tirith pela última vez e por trás, o cenário desolado de Mordor. Passaram velozmente pelas terras destruídas de Isengard e ele reconheceu imediatamente o Palácio de Meduseld em Rohan. Lamentava agora não ter tido oportunidade de conhecer a Dama Eöwin. No entanto duvidava que Ron gostasse de conhecer Eömer, por mais que isso agradasse a Hermione que, por outro lado, teria certamente muitos conhecimentos para partilhar com eles a respeito da Terra dos cavalos.

"Olha, um Ent!" gritou Hermione, de olhos arregalados e Harry avistou a enorme criatura a sair da Floresta Fangorn.

"Caramba, uma árvore que anda!" admirou-se Ron quando Hermione afrouxou o aperto, aparentemente esquecida do medo perante aquela maravilha "Ainda deve ser pior que o Salgueiro Zurzidor." Harry e Hermione riram-se com vontade. Pensando bem se calhar o Salgueiro ainda devia ser parente das árvores que habitavam nas florestas antigas como a Fangorn e a Floresta Velha nas fronteiras da Bucklândia. Gwaihir inclinou-se para a esquerda e Hermione soltou um pequeno grito e agarrou-se novamente com todas as forças a Ron.

"Ah, as Argonath!" exclamou ela muito tempo depois e Harry fitou boquiaberto as enormes estátuas de Isildur e Anárion no rio Anduin. Sabia que estavam próximos das terras de Galadriel e quando a Águia finalmente aterrou suavemente ele olhou embevecido a paisagem de Lóthlórien.

Também ali a guerra do anel causara grandes estragos, no entanto Galadriel ainda lá se encontrava e a floresta mantinha-se bela. Um grupo de Elfos esperava-os à entrada, seguramente para os levar à presença da senhora da floresta.

"Toda a gente sabe onde nós vamos estar!" disse Ron com um sorriso trocista "Isto começa a arrepiar-me." Harry riu-se mas Hermione lançou-lhes um olhar paralizante e adoptou o seu ar mais sério.

"Benvindos nobres Feiticeiros!" disse um dos Elfos com porte nobre "Eu sou Haldir e vou levar-vos à presença da Senhora que vos aguarda. Acompanhai-me por favor!" Harry, Ron e Hermione olharam para a Águia indecisos.

"Vão eu espero-vos aqui!" disse Gwaihir calmamente. Eles sorriram aos Elfos, aliviados por não perderem a boleia e deixaram-se guiar pela floresta de Lothlórien. Enquanto caminhavam Hermione tecia os seus comentários à paisagem.

"Olha Harry, as Mallorn, são tão lindas! Nunca pensei que pudesse algum dia ver uma coisa assim!" comentou ela encantada com tudo à sua volta mas Harry teve que concordar que aquilo era um espectáculo digno de se ver. Tal como o livro descrevia, as árvores ali tinham tronco prateado e as suas folhas caíam sempre viçosas "E aqui é o rio Nimrodel onde a donzela conheceu Amroth.

Caminharam durante todo o dia e começaram a ficar bastante cansados mas os Elfos não pareciam dispostos a parar para descansar. Ron não fazia senão resmungar em voz baixa mas Harry não quis dar parte de fraco por isso continuou a andar estoicamente. Só Hermione parecia estar a apreciar bastante o passeio,não se cansando de falar acerca de tudo o que a rodeava e quando passaram por Cerin Amroth fez questão de os informar que fora ali que Arwen se deitara para descansar do peso do mundo, ali onde ainda desabrochavam as elanor e as niphredil. A partir dali Harry e Ron começaram a trocar olhares aborrecidos mas nenhum deles disse nada.

"Como é linda a floresta dourada. e… Oh!" exclamou Hermione ao ver ao longe uma bela cidade e continuou o seu discurso "Caras Galadhon! A cidade dos galadhrin onde moram…

"Já chega, Hermione!" interrompeu Ron irritado "Já percebemos que conheces muito bem a história, poupa-nos os comentários." ela olhou-o de lado e fez o resto do caminho num silêncio amuado.

Já era noite quando entraram na cidade em si e os três amigos admiraram o amontoado imenso de mallorns que a constituía. Envolvidos por uma grande serenidade, passaram as portas da cidade atrás dos Elfos e subiram por caminhos e escadas até um vasto relvado, com uma bonita fonte e uma escada que levava à árvore mais alta da cidade. Aí Haldir convidou-os a subir até uma sala oval iluminada por uma luz suave; as paredes eram verdes e prateadas e tecto dourado. Harry nunca tinha estado num local tão fascinante como aquela cidade e até Ron parecia ter saudades das explicações de Hermione que o punham a par de tudo o que via.

Os Elfos tinham-nos levado directamente à presença de Galadriel e Celeborn que os aguardavam calmamente no centro da sala. Galadriel era extremamente bela com os seus cabelos ouro-escuro e Celeborn tinha o cabelo cor de prata e o porte nobre inerente aos Elfos. Ambos, os Senhores da cidade, eram altos, trajavam de branco e os seus olhos estavam cheios de memórias e sabedoria.

Harry não conseguia desviar os olhos de Galadriel, a Senhora tinha uma beleza etérea e parecia que a magia rodopiava à volta dela. Ron também a fitava de olhos arregalados e só Hermione parecia estar mais interessada em Celeborn e na sala do que em Galadriel. Parecia ansiosa por começar a falar sobre tudo o que via mas conteve-se obstinadamente.

"Bem-vindos a Lóthlórien!" disse a Senhora na sua voz profunda e até Hermione a encarou na expectativa "Vós que sois de muito longe no tempo e no espaço. Não posso e nem quero reter-vos aqui, pois uma nobre missão vos espera e têm um longo caminho a percorrer, sim porque eu tenho conhecimento da vossa missão."

"Sabemos que tens algo para nos dizer senhora." arriscou Harry timidamente. Galadriel olhou-o nos olhos com uma intensidade inesperada mas ele aguentou o olhar.

"Harry Potter!" exclamou ela serenamente "Vejo que és muito nobre e corajoso e também um Feiticeiro muito poderoso, vais realizar grandes feitos." Harry sentiu o rosto arder de alegria e embaraço ao mesmo tempo e o olhar de Galadriel procurou o de Ron a quem sorriu calorosamente "Ronald Weasley!" Ron fitou-a abismado e esperou em silêncio, ele que até ali encontrara respostas sarcásticas para os outros habitantes da Terra Média "A tua lealdade e perserverância serão essenciais em tempos vindouros.

"A sério?" murmurou ele incrédulo enquanto Hermione fungava quase imperceptivelmente. Harry percebeu que ela ainda estava bastante chateada com o amigo.

"E Hermione Granger!" continuou Galadriel com um sorriso e Harry reparou que a amiga ficara perplexa por a Elfa saber o seu nome "És sábia e firme nas tuas convicções, serás a chave de muitos mistérios." Harry não duvidava daquilo, a amiga era realmente muito esperta. Galadriel ficou em silêncio alguns minutos mas nenhum deles, nem sequer Hermione, teve coragem de dizer fosse o que fosse limitando-se a sorrir alegremente com o lisonjeiro comentário da Senhora "Venham comigo, chamei-vos a Lóthlórien porque gostaria de vos mostrar uma coisa!" exclamou finalmente Galadriel.

A Elfa encaminhou-os para um jardim fechado, desceu os degraus até um regato onde, num pedestal baixo e esculpido como uma árvore bifurcada, havia uma bacia de prata, ao lado estava pousado um jarro de prata. Harry foi invadido por um grande entusiasmo ao perceber o que era aquilo.

"Oh!" fez Hermione sem se conseguir conter pois eles tinham seguido a Elfa em silêncio até onde se encontrava o espelho que mostrava o presente, o passado e o futuro.

"Este é o espelho de Galadriel e convido-vos, se realmente quiserem, a olhar para as suas profundezas." disse Galadriel fazendo-lhes um delicado sinal para que se aproximassem.

Harry, Ron e Hermione chegaram-se timidamente à frente enquanto Galadriel enchia a bacia de água do regato e respirava concentrada para ela. Quando a água ficou lisa a senhora virou-se para eles serenamente.

"Magia élfica!" murmurou Hermione fascinada. "Isto devia constar dos livros que estudamos em Hogwarts." Harry conteve a custo um sorriso trocista. Hermione já estava chateada com Ron e ele não queria que a amiga ficasse também zangada com ele.

Os três amigos entreolharam-se apreensivos. Harry sentia-se ao mesmo tempo lisonjeado e receoso. O que lhes mostraria o espelho?

"Então vamos a isso?" perguntou ele por fim e todos se inclinaram para observar a água sólida, límpida e escura com estrelas reflectidas na superfície. Foi então que tudo aconteceu, devagar o espelho ficou cinzento e depois clareou.

De súbito uma imagem deles no covil de Shelob surgiu na superfície límpida do espelho mas uma névoa interferiu na cena mudando rapidamente para mostrar uma casa-de-banho dentro da qual estava um Troll desmaiado no chão. Essa imagem transformou-se, dando lugar a outra de um rapaz com cerca de 17 anos vestido com roupas medievais e, finalmente, apareceu Hogwarts com Dumbledore sentado na mesa principal no salão nobre, rodeado por professores; as mesas das equipas repletas de alunos.

"O que é que significa tudo isto?" perguntou Harry ainda aturdido quando, sem aviso, a água voltou a ficar límpida.

"A isso não posso responder Harry Potter!" Galadriel parecia muito cansada "Por favor regressem comigo gostaria que aceitassem alguns presentes antes da partida.

Galadriel levou-os de volta para junto de Celeborn na sala oval onde eles ainda eram esperados com reverência. Hermione recebeu, fascinada, uma resistente corda Élfica das mãos da Senhora; Harry guardou orgulhosamente a sua oferta, um magnífico punhal Élfico feito daquilo que Hermione reconheceu ser Mithril com coloridas e ricas pedras preciosas; Galadriel contou-lhes ter pertencido ao próprio Fëanor. Harry tentou ao máximo não denotar que não fazia a mínima ideia quem era Fëanor mas Hermione percebeu e abanou a cabeça com impaciência. Que culpa é que ele tinha se só ouvira aquele nome quando Gandalf o dissera em Minas Tirith.

"E para ti o melhor destes tesouros, ser-te-á muito útil podes estar certo!" disse Galadriel entregando a Ron, Lembas, o pão-do-caminho dos Elfos e explicando-lhe o que eram com um sorriso bondoso. Ron fitou-a tentando esconder a sua indignação.

"Posso vê-lo só uma vez?" perguntou Hermione timidamente "Nenya, não tive coragem de pedir a Gandalf que me mostrasse Narya, o anel dele e não vou ter oportunidade de ver o Vylia que está com o Mestre Elrond. Gostava de pelo menos ver um dos três anéis Élficos feitos por Celebrimbor. Galadriel sorriu serenamente e mostrou o belo Anel Branco.

"Se assim desejarem poderão pernoitar em Lothlórien!" ofereceu a Dama enquanto Hermione admirava o anel com a estupefacção escrita no rosto.

"Agradecemos Dama Galadriel mas não podemos!" recusou Harry delicadamente. Por mais que lhe agradasse ficar naquela terra encantada por uma boa temporada não queria perder mais tempo.

"Que assim seja então nobres descendentes de Maiar, Elfos e Homens, sigam o vosso caminho e mantenham-se unidos, tudo o resto acontecerá naturalmente." Galadriel despediu-se deles com um breve aceno e um sorriso enigmático.

"Ide em paz e fortuna!" desejou Celeborn e eles despediram-se sem palavras que pudessem descrever o que lhes passava pelas cabeças.

Haldir e o seu grupo de Elfos acompanharam-nos no caminho de regresso ao local onde Gwaihir os esperava. Eles tinham-nos seguido em silêncio; estranhamente até Hermione parecia ter-se esquecido do que era falar. O que teriam eles que fazer em seguida? Que perigos estariam à espreita no caminho? Harry não sabia e de momento contentou-se com o conforto que Galadriel lhe tinha transmitido.

Quando chegaram junto a Gwaihir estavam completamente esgotados não obstante os Elfos parecerem bastante descansados.

A Águia levou-os velozmente até às Montanhas Nebulosas onde se despediram dela agradecendo por tudo.

"Que os Valar vos acompanhem e a protecção de Manwë não vos abandone!" disse Gwaihir à despedida.

"Igualmente!" disse Ron depois da Águia partir "Quem são os Valar, podem vir connosco e… esse Manwë é de confiança?" perguntou ele a sorrir para Hermione mas ela lançou-lhe um olhar superior e não respondeu, obviamente ainda estava zangada com Ron pelo que ele lhe dissera.

"Vá lá, ainda estás chateada comigo?" perguntou-lhe ele apaziguadoramente "Eu só disse aquilo porque tu não te calavas um bocado e eu estava cansado e aborrecido.

"O que acham que significou aquilo no espelho?" perguntou Harry tentando evitar a discussão que se avizinhava pois Hermione parecia ainda mais zangada depois do que Ron dissera.

"Não é óbvio?" ela suspirou exasperada mas não continuou.

"Então!" disse Ron olhando-a ansiosamente "Vais dizer-nos ou não?"

"OK!" rendeu-se ela e começou a sua dissertação, certa agora de que tinha ouvidos atentos a escutá-la "O espelho mostrou-nos o passado, certo? Viram o dia em que nos tornámos amigos?" Harry sorriu relembrando o momento "Mostrou-nos o presente, quando estivemos no covil da Shelob" Ron estremeceu ligeiramente mas não fez comentários. Hermione fez uma pausa e fitava-os como se não os visse.

"E…" arriscou Harry.

"Suponho que o resto fizesse parte do futuro!" terminou ela, parou mais uns segundos pensativa e Ron começou a suspirar com impaciência. "Aquele rapaz deve ser alguém ligado ao Feiticeiro que procuramos, ou seja a Merlin. Acho que o espelho nos tentou mostrar que tudo o que fizermos vai ser de alguma forma importante para o futuro por isso nos mostrou Hogwarts."

"Não nos deu grande novidade, pois não?" disse Ron desanimado "Se calhar essa Galadriel não é lá grande Feiticeira." Harry e Hermione riram-se um bom bocado com aquilo.

"Ela não controla o espelho, sabes!" esclareceu Harry sabiamente.

"Eu não disse?" continuou Ron "Se ela é incapaz de controlar o espelho dela como é que vai conseguir fazer outras coisas."

"Não vale a pena!" disse Hermione abanando a cabeça na direcção de Harry "O Ron é um caso perdido."

"O que é que queres dizer com isso?" perguntou ele chateado.

"Deixa lá!" respondeu Hermione limpando as lágrimas de riso sarcástico.

"Olha lá fazias as pazes comigo se eu te perguntasse quem são os Maiar e como é que nós descendemos deles?" a amiga fitou-o com superioridade mas quando falou tinha um tom muito mais suave.

"Bem antes do princípio dos tempos apenas existiam Ilúvatar, O Único e os Ainur, os filhos do seu pensamento. Só depois foi criada Ëa onde vieram a habitar os filhos de Ilúvatar os Primogénitos, ou seja os Elfos; e os Vindouros, os Homens. Muitos Valar vieram para Ëa para a preparar para a chegada dos filhos de Ilúvatar. Ora os Maiar são Ainur de grau inferior aos Valar e portanto sempre foram seus vassalos e muitos vieram para os ajudar. Os mais conhecidos de entre eles foram Ossë, vassalo de Ulmo; Uinen, A Senhora dos Mares; Olórin claro, que vocês conhecem como Gandalf. E Melian que casou com o Elwë Thingol, posterior Rei de Doriath. Ele era um Elfo, chefe de um dos grupos dos Teleri que partiram com Oromë do lago Cuiviénen rumo a Valinor. De Melian e Thingol nasceu Lúthien que casou com Beren, um homem; deles descendeu toda a estirpe dos Meio-Elfos. Portanto graças a Melian e Lúthien é que a magia se propagou entre os Homens; se nós somos Feiticeiros a ela o devemos, sabem? Portanto, aí tens Ron, o motivo pelo qual nós somos descendentes de Maiar." terminou ela com uma nota de arrogância. Ron tinha estampado no rosto que não tinha percebido uma palavra do que Hermione dissera mas não se atreveu a fazer perguntas limitando-se a acenar com a cabeça. E Harry tentou disfarçar o mais que pôde o interesse que a história de Hermione lhe tinha despertado. "Bem, Ron tens a certeza que aqui vai estar Camlot quando viajarmos para o futuro?"

"Tenho!" assegurou ele com firmeza mas o som de enormes pedras a rolar fê-los olhar para cima.

O que aconteceu a seguir foi muito rápido, Ron desviou Hermione de uma enorme pedra que rolava na sua direcção, atirou-a ao chão e tapou-lhe a cabeça.

"Impedimenta!" gritou Harry e a pedra desfez-se em mil pedaços. Mais pedras resvalaram e os três amigos rebolaram para uma parte da montanha resguardada. Quando finalmente a avalanche acalmou eles viram aproximar-se uns grandes pés de pedra e espreitaram para ver o que era

"Um Come-Rochas!" exclamou Harry ao ver o gigante levar uma pedra à boca fazendo-os recuar de novo.

"Eu pensei que fizessem apenas parte da História Interminável!" balbuciou Hermione incrédula.

"Deixa-me adivinhar, outro livro?" perguntou Ron com um ar cansado "Definitivamente tenho que começar a ler, de preferência livros Muggles."

"Boa!" disse Hermione a sorrir "Se quiseres eu tenho alguns muito bons para te emprestar. O Monte dos Vendavais, As 20 000 léguas Submarinas, O Velho e o Mar, As Minas do Rei Salomão…"

"Se calhar é melhor não começar a ler" disse Ron trocando um olhar trocista com Harry "pelo menos por enquanto."

Sentiram o Come-Rocha levar mais uma vez o pedregulho à boca e encostaram-se mais à parede para se proteger das pedras que inevitavelmente rolaram para o chão. Quando finalmente o gigante se foi embora dando grandes passadas que faziam o solo tremer eles suspiraram todos de alívio.

"Foi por pouco!" disse Ron saindo debaixo da parede e ajudando Hermione a levantar-se."

"É verdade!" disse ela a sorrir "Obrigada, se não fosses tu eu não me tinha safo."

"Deves-me uma!" disse Ron fazendo-lhe uma festa no nariz. "Ainda bem que o Hagrid não sai à família." continuou ele evitando o olhar de Harry que estava a controlar-se para não se rir.

"Agora é que eu percebi uma coisa!" disse ele para desanuviar o ambiente uma vez que Hermione estava muito corada e Ron parecia ter ficado um bocado atrapalhado. "Nós estamos a fazer o caminho inverso ao da Irmandade, quase como se estivéssemos a voltar para casa, para o Shire." continuou Harry com alguma nostalgia. Subitamente percebeu o olhar entre espantado e rancoroso de Hermione por não ter feito aquele comentário primeiro e o olhar trocista de Ron e arrependeu-se de ter aberto a boca.

"Bem eu lamento profundamente não ter tido tempo de conhecer Rivendell e o Shire!" disse Hermione a sorrir já recuperada da sua indignação.

"Eu não sei nada disso que vocês estão a dizer mas porque é que aquela Elfa vos deu as prendas boas a vocês e me deu bolinhos a mim?" perguntou Ron obviamente ainda a remoer na prenda de Galadriel. Desculpem lá eu tenho cara de quem come muito por acaso?"

"Cara não sei mas tu comes muito Ron, se calhar a Galadriel percebeu isso!" troçou Hermione e Harry desconfiou que ela ainda estava um bocadinho chateada com a ofensa que Ron lhe fizera em Lóthlórien.

"Pois claro, porque é que eu fico sempre com o pior?" murmurou ele mal-humorado.

"Ouve, a Galadriel sabe bem o que faz e não se engana no que diz" disse Hermione de forma muito mais simpática "E se ela disse que as Lembas te vão ser úteis é porque vão."

"A Hermione tem razão Ron, não te preocupes!" concordou Harry dando uma palmada nas costas do amigo. "Bom, estão preparados?" continuou ele olhando para ambos os amigos "Vamos embora? Hermione!" chamou-a ele pois a amiga estava a olhar tristemente para o horizonte." Passa-se alguma coisa?

"Eu nem acredito que fizemos parte desta história, sabes?" disse ela distraidamente " a História do Anel, a história de Frodo… a história da Terra Média…"

"Eu sei, eu sinto o mesmo!" concordou Harry amistosamente.

"Bem vamos embora!" disse Hermione decidida.

Harry e Ron enfiaram o fio ao pescoço e seguraram-se a ela, Ron muito mais descontraído agora. E, após uma última olhadela à maravilhosa paisagem das Montanhas Nebulosas, lá foram eles novamente, desta vez para o um passado menos longínquo.

N/A: Em primeiro lugar quero pedir imensa desculpa pela demora em publicar este capítulo. É que com a aproximação do Natal não tenho tido muito tempo para escrever. Espero que tenham gostado e que tenha valido a pena a espera. Quero agradecer a todos os leitores pelo tempo que dedicam a esta história e muito particularmente aos reviewers e apoiantes: Mimi; cris.carla; MellodyIngrer; Victor; Drika; Katyna Black-Nick Novo. É verdade Drika, eu sou portuguesa :), obrigada por perguntares! Eu sei que, tal como tu, a maior parte dos meus reviewers são brasileiros por isso podem fazer as perguntas que quiserem que eu respondo ;). Para todos os leitores: Por favor leiam e deixem a vossa opinião, é muito, muito, muito importante para mim! Tchau e espero que tenham tido um excelente Natal e que o ano de 2006 vos reserve tudo de bom:).