CAPITULO 4 – DETENÇÃO E MALFOY AO SALVAMENTO
Ouço de novo o silêncio, e nada mais. Encontro-me absorta nos meus pensamentos, no pequeno mundo de fantasia e alegria que eu criei. Os meus pensamentos.
O único local onde eu posso sonhar à vontade, até mesmo com coisas proibidas.
Proibições. Afinal, para que existem? Para nos chatear a cabeça?
Neste momento, estou a cumprir detenção, talvez seja por isso que falo assim sobre as regras. A minha detenção: limpar a casa de banho feminina do 3º andar. Motivo: fui apanhada a desenhar numa das portas. Eu não adivinhava que era proibido.
Eu desenhava um diabinho amoroso (eu sei que os diabos normalmente não são amorosos, mas fazer o quê?) e um anjo bem rebelde (anjos rebeldes? também sei que não existe, mas fazer o quê?). Eu não sei porquê mas esta ideia absurda não saía da minha cabeça, por isso comecei ali mesmo a minha obra de arte. O resultado foi esta detenção.
Acho que a culpa não é minha, quem mandou ele ser tão bonito e tão atraente? Ninguém, não é? Mas não, ele tinha que ser lindo de morrer, e fitar-me daquele jeito que só ele sabe, sempre olhos nos olhos, tanto a dizer "Odeio-te" quanto "Desejo-te".
E como não bastava, ele tinha ainda que ter aquele charme Malfoy, sempre jogando os seus cabelos para trás, e sempre alguns cabelos caindo nos seus olhos. Já para não falar que ele tem todas as meninas de Hogwarts a seus pés.
Oh, sim, esse cretino chamado Draco Malfoy ainda atormenta os meus mais escuros sonhos. Acho que estou a precisar controlar os maus pensamentos e os pensamentos sobre ele. Porque é que ele me faz ter pensamentos tão pecaminosos enquanto olho no cinzento dos olhos dele, que acalma a minha revolta? Acho que ele sabe disso.
ANALEPSE (ou flashback, como preferirem)
Estava eu descansadinha da vida (ok, é impossível eu estar descansada numa aula de poções, mas mesmo assim…), trabalhando na minha Poção Polisuco quando chega o Snape para ver a minha poção.
A cor está demasiado clara, a poção está pouco espessa. – oh, sim, ele reclamava da minha poção, quando algumas das poções dos Slytherin estavam tão finas quanto a água, outras tão duras quanto cimento, umas azuis, outras rosa. – É melhor que dê um jeito nessa poção, senão nem sequer conseguirá tirar um "Passável".
Eu esperava que ele chamasse o Malfoy, como sempre fazia, para não permitir que o Colin me ajudasse, mas ao invés disso, não disse nem fez nada, apensa se afastou.
Confesso que fiquei decepcionada, eu queria ser hipnotizada de novo por aqueles olhos cinzentos como o gelo, mas que me aquecem como se estivesse dentro de um vulcão.
Só então reparei que o Malfoy não estava mais quieto na sua cadeira, agora ele vagueava pela sala, tal como o professor, só que ele não corrigia os erros, apenas apontava algo.
Ele estava diante de uma garota dos Gryffindor, a apontar alguma coisa, e ela simplesmente babava-se perante ele. Eu vi mesmo ela tirar o casaco na frente dele.
Ai, que raiva. Já agora, ela que se atirasse para cima dele e que se despisse à frente dele. Ridículo.
Voltei a desviar o olhar para a minha Poção, parecia que ela finalmente estava a ganhar a consistência e a cor correcta. Continuei a mexê-la, no sentido dos ponteiros do relógio.
Weasley, Weasley, Weasley…. – disse uma voz arrastada à minha frente, no entanto eu conhecia aquela voz – Que hei-de escrever sobre ti?
Eu olhei para ele. Escrever? Como assim escrever?
O que queres dizer com escrever?
Então, Weasley, não sabes o que é escrever? Eu sabia que os Weasleys são burros, mas nunca imaginei tanto. – ele jogou os cabelos loiros para trás, eu começava a sentir-me irritada. Quem era ele para xingar a minha família? – Eu vou explicar-te o que é escrever. Escrever é o mesmo que redigir, escriturar, ortografar, grafar, imprimir, rabiscar, garatujar ou compor. Já percebeste? - esta última fala dele foi dita no meu ouvido, eu sentindo alguma coisa a subir pela minha coluna vertebral. Era uma espécie de pressentimento.
Então, qual é a duvida, Malfoy? – perguntei, também no seu ouvido. Oh, Deus, que pecado, só apetecia dar uma trinca.
Ele voltou a olhar para mim, olhos nos olhos, eu sentia o olhar dele queimar. Não aguentei com aquele olhar, desviei um pouco, mas o que encontrei era ainda mais tentador: os seus lábios. Eu vi a língua dele humedecer lentamente os seus lábios, eu sentindo-me extremamente tentada em o agarrar e beijá-lo mesmo à força, mesmo que ele fosse um Malfoy e eu uma Weasley, eu não queria saber, só queria poder beijar cada pequeno detalhe dos lábios daquele Deus Grego.
Acho que o meu olhar foi "pescado" por ele, porque eu senti uma das suas mãos levantando a minha cabeça, obrigando-me assim a olhá-lo olhos nos olhos, de novo, o único problema é que estava algo mais exprimido nos meus olhos: desejo. Eu desejava poder beijá-lo, tocar aqueles cabelos, sentir cada parte do corpo do loiro encostada ao meu.
Ele deu-me um sorrisinho, talvez um sorriso de troça, e apenas murmurou, bem junto ao meu ouvido, quebrando a ligação visual que nós tínhamos:
Tendo desejos pecaminosos, Weasley?
Ok, dessa eu não estava à espera. Como é que ele conseguiu ler a minha mente? E como é que ele sabe que é um pecado?
Louco – apenas murmurei, olhando para a minha poção. Quem ele pensava que era? Vi-o afastar-se ainda como aquele mesmo sorriso.
FIM DA ANALEPSE
Daí o porquê de estar a desenhar um diabo, quer dizer, ele próprio é um pecado para mim. Agora que penso nisso, não consigo evitar pensar que ele provavelmente está na Sala Comum dos Slytherin, provavelmente com a Pansy, aquela cara de buldogue, dando em cima dele.
Olho para o relógio. 00:05. Provavelmente ele já está a dormir. Ginevra Weasley, tira esse rapaz da tua mente.
Coragem, já só falta dois cubículos da casa de banho. Nunca, mas nunca mais eu escrevo nas paredes da casa de banho, qualquer que seja o motivo. Não quero voltar a ter que fazer este trabalho desagradável.
Finalmente, última aula de sexta-feira. Nunca pensei que uma semana pudesse ser tão desgastante. Que horror. Acho que o meu sono ainda está alterado com aquela detenção ridícula. As noites mal dormidas e as insónias não ajudaram. Um certo loiro dos Slytherin também não ajudou muito, pois estava constantemente a "invadir" a minha mente, os meus pensamentos, os meus sonhos.
Subo para o castelo, cansada das aulas de Cuidados com as Criatura Mágicas (CCM). Nem me apercebo que estou a ser seguida. Só me apercebo disso quando três rapazes me rodeiam, obrigando-me a ir contra uma árvore. Um aproxima-se perigosamente de mim, rodeando-me, pondo cada um dos seus braços de cada lado da árvore, de modo a eu não fugir.
Já podem ir, Kingsley, Jackerson.
Ouço a voz do rapaz, parecia ser da minha idade ou mais velho. Só então reparei de que casa é que ele e os colegas eram: Ravenclaws. Todos eles.
Nós sempre tivemos aulas de CCM com os Ravenclaw, nunca tinha imaginado que algum me podia fazer algo do género.
Olá Weasley, não sei se me conheces. Sou colega do Michael Corner, acho que esse conheces.
Claro que eu conhecia o invertebrado do Michael Corner, ele tinha sido meu namorado no 4º ano. No entanto, não respondi nada, queria saber o que é que ele queria comigo.
Ele disse-me que tu eras óptima, por isso, se tu não te importares, queria experimentar.
Óptima? Em quê? – perguntei, irónica. Sempre queria saber em que é que eu era óptima.
Ele não me respondeu, apenas sei que no momento seguinte eu sentia os lábios dele pressionados nos meus, eu pressionada contra a árvore.
Eu tentei afastá-lo, empurrava-o com toda a minha força, mas a verdade é que ele era bem mais forte do que eu, por isso conseguia segurar-me.
Comecei a sentir a mão dele dentro da minha saia, confesso que me sentia desesperada, ele não desgrudava dos meus lábios, eu tentava gritar mas não conseguia, eu tentava o empurrar e desviar e não conseguia.
Talvez devido a eu sentir que não conseguia fazer nada, que era impotente perante ele, lágrimas de desolação e desespero rolaram pela minha face. Eu não queria que a minha primeira vez fosse assim, um rapaz de quem eu nem sabia o nome me obrigando. Sentia que a minha alma se despedaçava interiormente, se partia em mil pedaços, os fragmentos dispersavam-se por todas as partes do globo. Não iria conseguir evitá-lo, já para não falar da sensação de nojo que iria ficar para sempre dentro de mim. Ficaria traumatizada para sempre, sentia que a doce Ginny ia morrer ali.
Tudo acabou tão rápido quanto começou. Senti o corpo dele ser arrancado do meu, de repente as mãos dele não estavam mais em contacto com a minha pele.
Quando abri os olhos, a primeira coisa que vi foi o rapaz que antes me tinha beijado deitado no chão, com alguns ferimentos, uns pareciam bem graves, pelo que pude ver, ele tinha batido contra outra árvore.
Alguém avançou para mim, nem eu sem quem, só sei que abracei essa pessoa com toda a força, e depois disso, não me lembro de mais nada, já tinha perdido a consciência.
Abri os olhos devagar. Primeiramente a minha mente estava vazia, mas depois alguns flash's do que tinha acontecido vieram à minha mente.
Finalmente acordaste, Ginny, já estava preocupada.
Olhei à volta, deparando-me com a Luna.
Luna, o que aconteceu?
O Ron já esteve aqui mas depois teve que ir para as aulas, sabes, ele parecia realmente preocupado contigo, disse coisas como: "Eu devia ter estado lá", "Porque é que tudo isto aconteceu com ela" e outras coisas. A Hermione também passou por aqui e disse alguma coisa sobre que não devias andar tão sozinha, que felizmente não tinha acontecido nada. O Harry deixou-te essas flores. – ela completou, apontando para um dos ramos de flores.
Ok, mas onde estou?
Na enfermaria.
Pois, como é que eu ainda não tinha reparado nisso? Sou mesmo burra.
E porque é que eu estou na enfermaria?
Não te lembras do que aconteceu? – ela perguntou, os olhos mais esbugalhados ainda, se possível.
Acho que sim, mas não me lembro de tudo.
Oh, mas foi lindo!
Lindo! A parte que eu me lembro não foi nada bonita – eu lembrava-me evidentemente de estar encostada à árvore com aquele rapaz tentando beijar-me à força.
Oh, até que parte te lembras? - eu contei-lhe mais ou menos até onde me lembrava. -Realmente perdeste a melhor parte.
Ah sim, e qual foi a melhor parte? – falei, sarcástica.
Bem, tu lembraste até ele te estar a beijar, mas depois as imagens que tens são todas muito desfocadas, não são?
Sim.
Bem, ele largou-te porque levou um soco.
Um soco!
Bem, não foi um soco, foi um gancho de direita. – os olhos dela brilhavam de excitação enquanto contava – ele estava lá, tu já a chorares, tentando gritar e te livrares dele, mas não conseguias, e então… - os olhos dela pareciam relembrar cada cena, um sorriso apareceu no seu rosto - …então apareceu o Malfoy vindo do castelo, a correr, e então ele deu um gancho da direita – ela fez o movimento – e depois sacou da varinha, os olhos dele lampejavam pura fúria e ódio, ouvi-o dizer alguma coisa sobre que não devia aproveitar-se das meninas inocentes de Hogwarts, e depois ele voltou a socar o Johan – que é o que te estava a beijar – até o deixar quase inconsciente. E depois, quando chegou junto de ti, tu abraçaste-o e desmaiaste ao mesmo tempo.
Por vezes o meu cérebro consegue funcionar à velocidade da luz, mas outras vezes ele funciona à velocidade de um caracol em marcha lenta. Nesse momento ele funcionava à velocidade de um caracol em marcha lenta, cada coisa era processada muito, mas mesmo muito devagar.
O Malfoy…. – eu falei, a voz quase num murmúrio – o MALFOY salvou-me daquele … daquele… daquele lesma?
Bem, sim, a menos que ele tenha um irmão gémeo.
Eu abracei-o?
Sim, um pouco antes de desmaiares.
Ele abraçou-me?
Bem, ele ia fazê-lo, só que tu desmaiaste.
ELE trouxe-me para a enfermaria?
Sim, podes perguntar à Madame Pomfrey.
Tens a certeza que era o Draco Malfoy? – eu sempre que estou nervosa ou com dúvidas, eu falo depressa. E nesse momento, eu estava a falar BEM depressa. – Draco Malfoy, filho de Lucius Malfoy e Narcisa Malfoy, rico, alto, louro, olhos cinzentos, Slytherin, sexy, bonito, gostoso, que odeia os Weasley?
Bem, quanto à parte do "sexy, bonito, gostoso", não tenho certeza – falou Madame Pomfrey que trazia uma poção rosa na mão e que nesse momento abria a cortina da minha cama e olhava para mim, que estava quase tão vermelha quanto o meu cabelo – mas que ele era Draco Malfoy, disso eu tenho a certeza.
"Draco Malfoy salvou-me, o que me obriga a ir agradecer-lhe. Ai, que ódio, porque é que simplesmente ele tinha que fazer isso? Agora vou ter que o procurar e agradecer-lhe voltando assim a encontrar-me com aqueles olhos tão lindos, vou ter que voltar a olhar aquele corpo tão perfeito e charmoso, vou ter que lhe resistir mais uma vez. Até quando vou aguentar?"
Esta foi a primeira coisa que me veio à cabeça, mas eu não o revelei a ninguém. O Malfoy nunca tinha sido do género de salvar alguém, porque é que ele fez algo do género logo comigo?
Para desviar a minha atenção, peguei no ramo de flores que, segundo a Luna, o Harry tinha me deixado. Mas foi ao pegar no ramo que percebi que eram dois, e não só um.
Luna, não tinhas dito…. – mas ela já tinha ido. Óptimo, logo quando precisava dela é que ela tinha que desaparecer.
Comecei por ver o ramo de rosas vermelhas, eu agora não tinha certeza sobre qual dos dois é que era do Harry, mas quando li aquele cartão, descobri logo:
"Ginny:
Espero sinceramente que saias depressa da Ala Hospitalar, as melhoras.
Ass.: Harry Potter"
Depois peguei no outro ramo de flores: este não continha apenas uma variedade de flores, mas sim várias, incluindo as minhas preferidas: margaridas. Era um ramo muito colorido. Por momentos desejei interiormente que aquele ramo me tivesse sido oferecido pelo loiro que me tinha salvo. Mas acho que ter salvo a minha vida bastou.
O ramo não tinha nem um cartão, nem nada, nada indicava quem tinha oferecido aquele ramo tão bonito.
Parei por momentos, para pensar, eu precisava sair rápido da Ala Hospitalar, eu queria agradecer ao Malfoy por tudo, queria agradecer ao Harry pelas flores, por momentos até tive saudades das minhas colegas de quarto.
Quando vou poder finalmente sair daqui? – perguntei, entediada, a Madame Pomfrey.
Talvez ainda hoje.
Suspirei. Precisava falar urgentemente com Draco Malfoy, sentir os olhos cinzentos dele nos meus.
N/a: Peço imensa desculpa por ñ ter postado antes, mas é quea minha Internet pura e simplesmente ñ está a funcionar lá muito bem PC marado -.-
O Draco foi um cavalheiro neste capitulo, mas isso ñ ker dzer k ele seja bonzinho…. Sem acção D/G neste capitulo, mas prometo k no próximo existe…
PiuPotter, como pudeste ler a fic lá no fórum? Agora provavelmente nem vais comentar pk já leste xora um poukinho… infelizmente a Ginny já o roubou…. Mas tbm kero um Draco alto, bontio e gostosão para mim (ñ é preciso ser loiro)… Bjus
Miaka, bater à Luna? Coitada O.o Prometo que o esperado beijo chega no próximo capitulo…. Bjus
BzalunGa, como posso agradecer? Axuh k vou deixar d importar com os reviews, msm….. Luna percebe as coisas rápidoO.o? Talvez, mas ela associou o Draco a mal…. Ela recompensa neste capitulo…. Inda bem k vai cmentar nos capitulos Bjus
Carol Malfoy Potter, cá está mais, vindo especialmente da Antárctica mentira…. Cntinue lendo, espero k gostes…
Helena Malfoy, brigadinho pelo review, eu já devia ter actualizado ontem, mas o PC não abria a Internet….. Mais uma participante activa do fórum? Talvez o cpitulo ñ seja novidade….. msm assim, bjus
Agora, vou fazer um pedido: DEIXEM REVIEWS acabou o pedido
Posto assim que puder….. Bjus
