CAPITULO 10 – NO ST. MUNGOS & PROBLEMAS COM ADULTOS

Indiferença. Era apenas isso que ele, Draco Malfoy, transmitia às pessoas. Indiferença pela aula de transfiguração, indiferença pelos Gryffindor, indiferença por estar Ginny Weasley no hospital. Indiferença pelo que os outros pensavam, indiferença pelos seus próprios pais. Apenas indiferença era o que ele transmitia.

Mas não era bem isso o que ele sentia. Havia uma certa ruivinha que estava a mexer com ele naquele exacto, preciso e conciso momento. O que ele desejava naquele momento poder saber como ela estava. Não é que ele se preocupasse, mas apenas queria saber. Aquela pergunta de Dumbledore ainda ressoava na sua cabeça: "Precisas dela, não é mesmo?"

O que é que ele tinha haver com isso? Ele não precisava dela, ele não precisava de ninguém, nem dependia de nada ou ninguém. Ele era Draco Malfoy.

Irritou-se por aquela súbita pergunta vinda do Director. Os seus olhos tornaram-se de um cinzento tempestuoso.

-Senhor Malfoy, será que pode me responder? – Vociferou a voz do professor de poções, Draco apenas o encarou.

-Não.

-E porque é que não me pode responder? – Snape tentava se manter calmo, os olhos faiscavam de raiva.

-Porque eu divaguei a aula toda.

-E então, se o senhor sabe que "divagou" a aula toda, porque é que não está com atenção? – Snape parecia que ia ter um treco a qualquer momento.

-Talvez porque não me apeteceu? – Retorquiu ele, com um dedo no queixo como se estivesse a pensar.

-Senhor Malfoy, menos 20 pontos para os Slytherin, e toda a semana com detenção.

-Óptimo. Mas se é assim, eu vou embora. – Concluiu Draco, atirando com os seus livros, penas e pergaminhos para dentro da mochila. Ao pegar no pergaminho que tinha estado a riscar é que reparou num estúpido desenho que tinha estado a fazer. Amarrotou o pergaminho e pô-lo no bolso. Depois, atravessou a sala a passos largos e saiu porta fora.

Ele encaminhou-se para a Sala Comum dos Slytherin. Parou junto a uma parede de pedra húmida.

-Avada Kedavra. – Falou ele, e uma porta de pedra, oculta na parede, abriu-se. Ele entrou, seguindo recto para o dormitório masculino do 7º ano. Quando lá chegou, atirou a mochila brutalmente contra a parede, totalmente descontrolado. Depois xingou Snape de todos os nomes que conhecia, por fim caindo exausto na cama. Passou os dedos pelo cabelo, respirando fundo. Iria ter problemas com Snape, sabia disso, mas não estava mais aguentando com ele. Precisava de desanuviar. E ao mesmo tempo queria mandar tudo para o inferno.

Com certeza ela saberia a solução. Mas ela não estava lá.

D&G–

-Nossa, será que ninguém saber cozinhar neste hospital miserável? Esta comida é horrível! – Queixei-me eu pela milionésima centésima quadragésima terceira vez à minha mão, Molly Weasley – Assim eles ainda me deixam mais doente. – Fiz uma careta para a mãe, ela riu-se.

-Oh, Ginny, não sabes o quanto eu fico feliz por teres acordado! – Ela levantou-se e abraçou-se tão forte que eu quase não conseguia respirar. Tinha acordado apenas nesse dia.

-À quantos dias é que estou aqui? – Perguntei, depois de ela alargar-me, ainda um pouco atordoada.

-Uma semana. – Eu arregalei muito os olhos, espantada. Uma semana! – Sabes, eu pedi a Dumbledore para ele deixar o Ron, o Harry e a Hermione faltarem às aulas para te virem visitar. Calculei que ficasses feliz.

Dei um sorriso, como se realmente ficasse feliz. Realmente, nada melhor que o Trio Maravilha para vir com coisas como: "Está bem, nós estávamos tãããããooo preocupados!", quando na realidade nem pensaram em mim.

No resto da manhã, Fred, George e Percy vieram me visitar. Fred e George contaram para mim como iam as vendas na loja de logros, e logo ali xingaram o Snape de tudo o quanto é nome. Percy entrou no exacto momento em que a mãe pregava um enorme sermão a Fred e George por eles terem xingado o professor de Poções. Percy contou-me todas as novidades do Ministério da Magia. Agradeci-lhe mentalmente por ele não me vir falara dos fundos dos caldeirões.

Na parte da tarde, Charlie e Bill fizeram-me uma visitinha rápida. Charlie falou um pouquinho sobre o que ele andava fazendo, qualquer coisa relacionada a impedir a caça aos Antipodean Opaleye (Antípoda-Opalino). Bill contou-me sobre como estavam a ser cansativos os seus dias de trabalho em Gringotes, os duendes estavam cada vez mais insuportáveis. A mãe voltou a aconselhar o Bill a cortar o cabelo. Eu acho que lhe fica bem.

O Trio Maravilha veio visitar-me ao final da tarde, provavelmente depois das aulas. Hermione fez a "delicadeza" de explicar porque vieram àquela hora (como se eu por acaso me importasse com isso). Eu aproveitei para lhes perguntar as novidades.

Parece que Snape arquitectou alguma desculpa sobre o porquê de eu ter ingerido a poção. É uma pena que ele não seja despedido. Eu acho que o Snape é demasiado bom com o Snape. Se eu fosse Dumbledore, nunca tinha confiado naquele Devorador da Morte maldito.

Todos os alunos de Hogwarts excepto os Slytherins acham que eu fui muito corajosa por enfrentar o Snape. Parece que alguns Ravenclaws foram mesmo defender-me perante o Director.

E por fim, e, segundo eles, o m ais surpreendente de tudo: Draco Malfoy desafiou o Snape, perdeu pontos para a própria casa e saiu da sala de aula sem ordem do Snape. Quando ouvi essa novidade, até me apeteceu saltar de alegria. No entanto, sabia que não me podia demonstrar feliz. É claro que esta tentativa saiu fracassada quando um sorriso aflorou nos meus lábios. O Trio Maravilha olhou para mim como se eu fosse doida por estar feliz por causa do Malfoy.

-Safadinho o Malfoy, hã? – eu sorri de novo, imaginando tudo interiormente.

-Ginny, não deverias estar do lado do Malfoy, o que ele fez foi errado – censurou Hermione.

-Pois, claro, eu devia antes estar do lado do Morcegão, mesmo depois de ele me ter feito ingerir a poção.

-Ginny, não se chama nomes aos professores!

-Puxa, Hermione, tu não és minha mãe! Será que não dá para me deixares em paz? – Gritei eu, os olhos faiscando. – Já sou grande o suficiente para saber o que fazer! Se era só isso que vieste aqui fazer, PODES SAIR! AFINAL, O RON É QUE É MEU IRMÃO, NÃO TU!

Levantei-me furiosa da minha cama, saindo em direcção à porta. Quando ia quase a atravessar a porta, senti de novo uma tontura e tudo a ficar negro de novo.

D&G–

-Explica-me, Malfoy, o que eu fiz para merecer isto? – vociferou Snape, olhando directamente nos olhos de gelo – O que eu fiz para merecer um aluno que decide me desafiar, que me obriga a tirar pontos à minha própria casa, que é desatento, que me responde! O que eu fiz para merecer um aluno como tu?

Draco sorriu, debochado: -Como eu, como? Assim tão perfeito?

-Senhor Malfoy, não tem piada!

-E eu nunca disse que tinha! – falou ele, como se estivesse ofendido.

-Senhor Malfoy, não acha que já chega desta mangação?

-Mangação? Qual mangação?

Snape deu um murro na mesa, furioso. – Não sabes com quem te estás a meter, Malfoy. Eu não sou o Potter e os amiguinhos dele. Acho que vou ter que escrever para Lucius, pedindo para que ele comece a dar mais educação ao filho. – Aproximou-se ameaçadoramente de Draco – Ou então terei que ser eu a dar essa educação à força. Sempre achei que os Slytherin não se podiam dar com Gryffindors, pois os Gryffindor sempre desencaminharam os Slytherins, com as suas tretas de "a coragem é a melhor coisa". E para piorar tudo, tu fizeste a pior traição que qualquer Slytherin pode fazer.

-E que traição foi essa? – perguntou Draco, exteriormente ele não parecia preocupado com nada, mas essa não era a realidade, ele sentia-se suar frio e engolir em seco.

-Eu não vou estar aqui a dizer-ta, tu sabes muito bem. Tu sabes muito bem que tens vindo a ver a Ginevra Weasley a já algum tempo.

-Não sei quem foi o idiota que inventou isso.

-Não foi nenhum idiota que me contou isto. Eu próprio vi com estes dois olhos que um dia a terra há-de comer. Eu vi tu e aquela Weasleyzinha a entrarem na sala precisa e a saírem de lá aos beijos. Eu vi tu a levá-la à Sala Comum dos Gryffindor. Eu vi vocês dois a despedirem-se.

-Deve-se ter enganado, aquele não era eu. Provavelmente era qualquer outro loiro com ela.

-Eu já estava desconfiado de vocês os dois. Sempre muito sorrisinhos nas aulas de Poções. Na aula em que eu te disse para fazeres a Poção, foi só um método de comprovar como vocês tinham um caso. Eu ouvi vocês a falarem de forma bem íntima, e tu impediste-a de errar na poção, assim como eu vi tu a pedir-lhe para não provar a poção quando eu mandei. Mesmo depois de saberes tudo o que eu sei, continuas negando que tens uma relação com ela?

-Continuo afirmando que não tenho nenhum caso com a Weasley.

-Muito bem, então. Eu vou informar o Lucius do que se está passando, assim como vou retirar mais 20 pontos aos Slytherin por estares a mentir. E não vou retirar a detenção. Podes sair.

"Draco:

É melhor que te afastes da Weasel, senão eu próprio tomarei medidas sobre isso. Eu já te avisei que Malfoys não se dão com criaturinhas dessa espécie. Isso é traição do nosso nome e sangue. O que é que eu e a tua mãe te ensinámos? Essa gente é a escória do mundo bruxo, o lixo jogado nas valetas, o contrário do que um Sangue-Puro deve ser. A tua vida já está programada desde o dia em que nasceste, e nela não está incluída nenhuma Weasley. Tu sabes muito bem que irás ser marcado como Devorador da Morte assim que saíres de Hogwarts, e depois vais casar com alguém como Pansy Parkinson, que é uma boa garota.

E desde já te adianto que caso tu não te afastes da Weasley, ela morrerá. Tu sabes muito bem que não me custa nada fazer isso, assim como tu sabes que TU ÉS MAU! Fui para isso que te educamos e criamos e é isso que vais ser. Quer queiras quer não.

Caso receba mais alguma carta ou reclamação de Hogwarts ou do Snape, ÉS DIRECTAMENTE TRANSFERIDO PARA DURMSTRANG.

É melhor que tenhas percebido o que eu escrevi, pois este é o MEU ULTIMO AVISO.

Lucius Malfoy"

Ele estava perdido, definitivamente e inquestionavelmente perdido. Aquela ruivinha nunca mais poderia ser sua, nem quando voltasse do St. Mungos. Ela já estava lá à duas semanas, e no entanto ela ainda não tinha voltado.

O que é que estava acontecendo com ele?

O que era aquele aperto no peito que sentia por não a ver há tanto tempo?

O que era aquele torpor que lhe invadia a alma por não ter noticias dela.

O que ele dava por uma notícia dela, uma visita a ela, para ver um sorriso doce preencher os olhos castanhos.

O que ele não dava para sentir o perfume delicado dela a passar involuntariamente para as suas roupas, depois de tanto tempo de contacto?

O que ele não dava para poder saborear os doces lábios dela, para sentir ela beijá-lo reticentemente.

O que ele não dava para sentir ela nos seus braços, a chorar no seu ombro por causa de um mau dia.

O que ele não dava para ouvir uma palavra doce dela, a respiração dela no seu ouvido, o hálito doce dela inebriando-o.

E agora, todo o sonho que ele vinha vivendo até ali dissipava-se, ele acordava demasiado cedo, numa altura em que não sabia nada sobre ela. Ele acordava sem nem ter oportunidade de despedir-se daquele anjo sofredor que o tinha feito ver a vida de uma maneira diferente.

Ele queria ter tido oportunidade de se despedir, de saborear os lábios cálidos e suaves dela por uma última vez, nem que fosse a derradeira vez.

Ele queria tê-la sentido envolta em seus braços uma última vez, o contraste do corpo dela contra o seu, transmitindo-lhe calor humano que ela tanto precisava e ninguém reparava nisso. Ela era uma sofredora como ele mesmo, mas, tal como ele, ninguém vislumbrava para além das aparências. Para todos ele era o rapaz frio e arrogante que todos deviam temer, e ela a doce menina ingénua que nem sequer se sabia defender.

Eles estavam os dois no mesmo barco, talvez fosse por isso que se conseguiam entender.

Olho e vejo minhas asas rasgadas

Manchadas de algo vermelho e viscoso

AS minhas asas foram estragadas

Manchadas de sangue ardiloso

Desci à terra para ajudar as pessoas

Mas elas destruíram a minha alma

Encheram o meu coração de crueldade

Destruíram o meu refúgio contra a humanidade

A brancura das minhas vestes foi maculada por elas

Despiram e tiraram o meu sentido angelical

Substituíram-no pela alma maculada delas

Fizeram-me tudo de mal

Passei a viver nas sombras

A só conhecer o lado do mal

A ser frio e cruel

Perdi o meu sorriso angelical

Passei a apenas saber viver da desgraça alheia

Mas não sou nem serei o único

Conheci um anjo ruivo adorável

Que é ingénua e não conhece a crueldade

Acredita que o mundo é feito de sonhos

Que apenas existe bondade

Que podemos fugir dos pesadelos medonhos

E apenas ela consegue

Repor um pouco da minha paz espiritual

Tirar-me do lado do mal

Devolver-me ao paraíso de onde caí


Beeeeem, cá está mais um capitulo. Não tenho palavras, é o meu primeiro capítulo com dois dígitos…. Vale a pena fomentar nas cabeças das pessoas que lêem isto que agora eles vão ter problemas…. Por vezes ficámos mais desatentos em certas ocasiões da nossa vida…

Brigado aos reviews de:

Nina, fiko feliz que esteja adorando

Miaka, Draco é tão fofo, quem diria que ele não descontaria a raiva nela? Ele está neste momento batendo com o candeeiro na minha cabeça por lhe fazer o que fiz, escrever aos pais dele. É, Snape tinha 2ª intenção escondida. Talvez o que sinta por ela seja realmente verdadeiro. Depois de todos os sentimentos expressos neste capitulo, não sei o que dizer. Talvez que no próximo capitulo ainda esteja mais sentimentalista consigo próprio.

Não foi bem chantagem, mas quase. Este Draco rebelde deixa-me doida para o agarrar. Que achou do capitulo?

Bjus

aNiTa JOyCe BeLiCe, Draco já admitiu, e agr ainda vai admitir mais! Só é pena que ele não agarre na Ginny e lhe diga logo "Eu te amo", mas fazer o quê? Malfoy é mt complicado… Hogwarts inteira ouvir? Isso é que já vai ser mais difícil.

A poção não estava lá muito bem feita… Não matou a Ginny, mas fez-lhe muuuuuiiiitttttttoooooo mal, é quase como se a poção tivesse sido feita pelo Neville. Basta apenas ver a cor dela, não é mesmo?

Mas a Ginny recuperou depressa, neste capitulo ela já estava normalzinha.

Bjus

Cá está o capitulo…. Curtinho, eu achei, mas fazer o quê? Revelações serão reveladas no próximo capitulo… E como eu sou boazinha, vou deixar um trechozinho:

"Enterrou a sua cabeça no travesseiro fofo, enquanto praguejava baixinho. Lá estava ele, sozinho no dormitório dos Slytherin, gazeteando a aula. E daí, se o Snape tinha escrito para os seus pais? O Snape até podia escrever ao Papá. Ele queria lá saber. Queria que o mundo todo se…

Alguém bateu na porta, interrompendo a linha de pensamento dele. Nova batida."

"-Eu O QUÊ? Nããããããããããããããooooooooooo, tu estás a brincar comigo, certo? Eu devo estar maluca, totalmente doida. – Levei a minha mão à testa, tentando medir a minha temperatura – Provavelmente o melhor é ir à Ala Hospitalar, a Madam Pomfrey deve ter a solução para este meu acesso de loucura – Levantei-me, e corri até à enfermaria, deixando para trás uma Luna que gritava algo como: «É totalmente normal estar-se apaixonado.»"

Bem, não vou dar nenhuma pista mais.

Bjus