CAPITULO 12: ENTRE O SONHO E A REALIDADE
"Querida Ginevra:
Nem imaginas o quão feliz eu fiquei sabendo que regressaste a Hogwarts. 'Precisámos mesmo de falar'? Uau, que menina tão esperta, descobriu a América!
E que tal também dizeres um lugar, uma hora e um dia? É que eu posso ser bruxo, mas ainda não consigo ler essas coisas na bola de cristal…
Espero a resposta.
Ass.: D"
Mesmo nada melhor que começar a tarde com uma resposta destas, não é mesmo? O toque de ironia ficou espectacular. Parece que hoje não é um bom dia para falarmos, Draco Malfoy não me parece estar de bom humor. Pelo 'Querida Ginevra', eu diria que ele está com um humor negro. E pela ironia, até parece que foi ele que esteve esta série de dias no St. Mungos, e não eu.
Eu sei que ele parece chateado, mas não há razão para isso. Quem é que percebe os Malfoys? Eu não.
Rabisquei uma resposta no verso do pergaminho.
"Querido Draquinho (é assim que a Parkinson te chama, não é?):
Consigo imaginar o quão feliz estás por me ver. Ainda bem que eu sou assim tãããão esperta, imagina se eu fosse uma loira burra como tu?
Lugar, hora e dia? Isso era presumível seres TU a marcares. Ou será que finalmente esse cabelo oxigenado está a começar a atingir os teus (poucos) neurónios?
Sim, era para tu veres na bola de cristal… Mas já que tu não consegues ler uma, eu própria consultarei a minha: Amanhã, 18:30, parte mais afastada junto ao lago.
Não espero nenhuma resposta.
Ass.: G"
Nada melhor que pagar ironia com ironia. Ninguém merece uma resposta destas. Até parece que eu tenho culpa por tudo o que se passa neste mundo. Mas, enfim, adiante (ou andante, como preferirem) o meu dia não foi nada como um primeiro dia de aulas deve ser.
Porque:
A)Os professores não foram super hiper mega simpáticos comigo;
B)Uma série de alunos(as) chatos(as) fizeram-me um trilião de perguntas
C)Porque ouvi comentariozinhos nojentos dos Slytherin
D)Porque não vi o Draco o dia todo (exceptuando quando o vi através da porta da enfermaria e levei com a porta na cara)
E)Porque o Colin está ainda mais estranho do que o costume.
E é por estas e por mais algumas razões (que agora não lembro) que estou assim. Porque, segundo a minha imaginação (pouco) fértil, a minha recepção devia ter sido muito calorosa, o Snape devi ter sido enviado de novo para a caverna de morcegos de onde veio (ou então devia ir até à casa de banho mais próxima lavar aquele cabelo seboso e horroroso), devia ter havido um jantar em comemoração a eu ter regressado viva da minha aventura no St. Mungos.
Mas é claaaaaaaaaaro, eu não sou o Potter logo não mereço nada disto, o que é extremamente injusto. Porque se eu pertencesse ao Trio Maravilha o Dumbledore até faria um discurso para mim, mas como eu sou apenas mais uma aluna desta escola, então nem sequer tenho recepção calorosa.
Mas enfim, isto é o resultado de nem poder falar com Draco Malfoy: uma pasmaceira para mim, uma chatice para os outros. E quando eu estou aborrecida, escrevo listas, pois claro, o que é que eu deveria fazer se não fosse isso?
Pois bem, vou escrever mais uma lista:
Porque é que eu não odeio Draco Malfoy mesmo ele sendo um estúpido comigo (o título ficou um pouquinho comprido, mas fazer o quê?
A)Porque quando ele quer, ele é um querido comigo
B)Porque ele é TDB (entenda-se por Tudo De Bom)
C)Porque ele pode me ajudar nas aulas de Poções
D)Porque ele é o garoto mais cobiçado da escola
E)Porque eu gosto de quando ele me beija
F)Porque eu gosto de como ele me abraça
G)Porque eu gosto de o ver sorrir (que se entenda o 'sorrir' por um sorriso não-sarcástico)
H)Porque eu sei que no final, depois de ele ter sido um estúpido comigo, ele compensa-me da melhor forma possível (ver alíneas E e F)
I)Porque ele é diferente
J)Porque ele me ouve
K)Porque eu estou farta de ser uma encalhada, por isso e só por isso dou-lhe uma chance
L)Porque apenas ele não me diz piropos foleiros (os piropos dele são bem mais exóticos que os outros)
M)Porque ele não olha para mim como se eu fosse um ET (excepto quando eu ajo como tal)
N)Porque ele enfrentou o Snape por minha causa (será? Será?)
O)Porque ele não vangloria o Trio Maravilha
P)Porque ele gosta da minha excentricidade
Q)Porque eu gosto da ironia e da excentricidade dele
R)Porque ele é maravilhosamente diferente
S)Porque ele não me olha como se eu fosse um pudim pronto a ser devorado (ele não me olha assim porque tem a honra de 'provar' o pudim)
T)Porque ele não é aborrecido
U)Porque ele alterou o meu visual para melhor, mesmo eu sendo uma Weasley
V)Porque eu não o consigo odiar
W)Porque já experimentei odiá-lo e o resultado foi nenhum
X)Porque, quando deixei de o odiar (tanto), deu um enorme resultado
Y)Porque eu gosto de discutir de forma civilizada com ele (entenda-se por: começámos aos gritos e acabámos aos beijos)
Z)Porque x é constante
Ok, eu gostei da forma que esta lista tomou. Só me pergunto de onde fui tirar a última alínea e o que é que ele significa ao certo. Agora, só tenho que esperar que chegue amanhã para pormos em prática a alínea Y e eu sentir de novo as alíneas E, F e H. Ou, qui ça, ele vai ser um estúpido comigo e não me pedir desculpas pelo seu extremo mau humor, e aí eu vou escrever a lista intitulada: Porque eu odeio Draco Malfoy. É claro que também existe a (muito) remota hipótese de ele ser um querido comigo, declarar-se e dizer que me ama (cof, cof) e aí nós vamos pôr em prática as alíneas E, F, H e Y, assim como adicionar uma nova alínea com os dizeres: Porque eu o amor e nós namorámos.
Mas como isso é tão impossível quanto o Draco ter um caso com o Potter, eu digo que isso não vai acontecer.
-Ginny! – Chamou o meu fiel escudeiro (quero dizer, amigo) Colin, dirigindo-se até mim – Vens jantar?
-Claro – eu respondi. Estava a ver que ele nunca mais chegava.
-Ei, que é isso que estás aí a escrever? – Ele perguntou, apontando discretamente para a minha lista intitulada: Porque é que eu não odeio Draco Malfoy mesmo ele sendo um estúpido comigo, o que me deixou um pouco tensa. E se ele tinha lido Draco Malfoy?
-Nada, Colin, nada de nada – retorqui, guardando apressadamente o pergaminho na mochila – Vamos ou não vamos jantar?
-É claro que vamos – objectou ele ainda desconfiado pela minha atitude (suspeita).
Saímos da Sala Comum, descemos a imensidade de escadas até ao Salão Principal, e sentámo-nos na mesa dos (nobres) Gryffindors.
Os meus olhos percorreram novamente a mesa dos Slytherins, tendo a certeza (quase) absoluta de que ele não estava ali, quando uns cabelos platinados e uns olhos cinzentos entraram no meu campo de visão, o que me fez dar pulinhos e gritinhos interiores de alegria. Exteriormente, isto só se manifestou por um sorriso de 1000W.
-O que foi? – perguntou o Colin, mas ele próprio respondeu – Ah, pois, ele.
E o ele do Colin, nesse momento, olhou para mim como se nem sequer me visse. Ou seja, o ele do Colin, MEU Draco, olhou para mim como se eu nem existisse. E, quando o meu sorriso já tinha desaparecido totalmente e dava lugar a uma expressão de fúria e desilusão, ele sorriu, sarcástico, como se dissesse um daqueles: "Ohhhhh, coitada, tenho taaaaaanta pena" sem ter pena nenhuma. Eu encarei-o com um olhar mortal, e aí ele olhou-me como se dissesse: "Qual é a tua?"
Eu, já farta desse jogo de olhares, levantei-me sem nem acabar a minha refeição e saí do Salão Principal. É claro que eu sentia o olhar dele seguir-me até eu deixar o Salão, por isso, fiz o que me pareceu mais lógico: Segui caminho para onde eu tinha dito para nos encontrarmos no dia seguinte.
Quinze minutos depois, ele chegava elegantemente perto de mim, que estava totalmente abstraída do meu mundo ao meu redor, visto estar embrenhada em pensamentos sobre… (adivinhem lá…) Trabalhos de casa em atraso.
-Bu – E eu saltei de susto, perante a forma de ele indicar que estava ali. Também saltei de susto porque eu já não esperava que ele aparecesse, por isso estava a aproveitar o meu tempo de solidão.
-Fogo, Malfoy, querias me matar de coração, é? – eu quase gritei para ele, com a minha mão por cima do meu coração.
-Primeiro, Weasley-Cabeça-de-Fogo, se está a arder algo mais que os teus cabelos, chama os bombeiros ou faz um feitiço que expele água, segundo, o meu objectivo não era matar-te de coração, a culpa foi tua, se tu não estavas atenta aos movimentos em teu redor.
-Por acaso eu já disse que te ODEIO?
-Nossa, Weasley, não sabes o quanto essas palavras me magoam – Draco falou, fingindo-se de pobre coitado (pobre que de pobre não tem nada).
-Ohhh, coitado de ti!
-Coitado é corno, Weasley, e se há coisa que eu não sou é corno, logo, eu não sou coitado. Mas vamos deixar-nos de Papo-Furado, afinal o que é que me querias falar? – eu limpei a minha garganta, fazendo um 'hum, hum'
-TU ENDOIDECESTE? – Ele olhou-me com a sua maior cara de espanto, incluindo, uma das sobrancelhas levantada e suavemente arqueada.
-Eu não, mas acho que tu sim. Qual é a tua de gritares?
-Qual é a tua de me beijar na Ala Hospitalar À FRENTE DO COLIN?
-Responder a uma pergunta com outra pergunta é falta de educação.
-Tu não me respondeste, ESTOU À ESPERA DE UMA RESP…
-Ok, ok, eu respondo, mas será que podes falar mais baixo? É que caso já te tenhas esquecido, nós NÃO estamos na Sala Precisa.
-Ok, eu falo mais baixo mas será que me podes responder?
-Bem… Não estava ninguém na enfermaria, Madam Pomfrey estava no escritório dela.
-Então como é que o Colin viu?
-Eu sei lá, pergunta-lhe a ele, eu por acaso ADIVINHAVA que ele me tinha seguido?
-Não adivinhavas, mas pelo menos tinhas visto se estava alguém à entrada da Ala Hospitalar, não achas? Agora, quem teve que aguentar a sessão torturante de perguntas fui eu, não tu, não é? E ele desconfiou logo sobre algo, afirmou logo que tínhamos um caso!
-Antes responder a ele do que responder ao Snape.
-COMO?
-Isso mesmo que tu ouviste, enquanto tu respondias alegremente às perguntas do Creevey, eu enfrentava a fúria do Snape.
-Do Snape? Mas o que é que fizeste para ouvires e responderes à "fúria do Snape"?
-Eu não sei como, mas o Snape descobriu sobre nós.
-"Sobre nós"? Como assim "sobre nós"?
-Beeem… ao certo, eu sei muito pouco, só sei que ele começou a fazer-me perguntas e a dizer que nós 'tínhamos um caso'. – ele pareceu pensar, se tinha se esquecido de algo – Ah, pois, e ele também escreveu para os meus pais dizendo que nós 'namorávamos', o que gerou um sermão da parte da minha mãe e outro da parte do meu pai. E não posso esquecer de contar que também resultou numa possível transferência para Durmstrang.
-COMO?
-Por amor de Merlin, Ginevra, tantos 'Como?' – ele imitou a minha voz no 'Como?'. – E além do mais, o que isso te importa? – completou ele, levantando suavemente uma sobrancelha, o que o deixou ainda mais sexy. Só me apetecia beijá-lo e agarrá-lo e mordiscar suavemente a orelha dele e…
-Alô? – ele movimentou a sua mão à frente da minha cara – Eu sei que sou gostoso, mas é escusado babares.
-Convencido egocêntrico – respondi-lhe. Ele deu um sorriso irónico, e no momento seguinte eu tinha-o agarrado para um beijo.
-Nossa, isso é tudo saudades? – ele falou, ainda ofegante, no momento seguinte a nos termos largado.
-Nem tu imaginas o quanto. – E, desta vez, quem me envolveu num beijo ardente foi ele. Envolveu-me num beijo desesperado, num beijo de saudade e distância. Ele tinha agarrado a minha cintura, pressionando o meu corpo contra o dele. As minhas mãos acariciavam suavemente o cabelo dele, e nós não estávamos o mínimo preocupados se alguém nos tinha seguido ou não.
-Senti tanto a tua falta – ele sussurrou no meu ouvido, passando logo depois a beijar calorosamente o meu pescoço. Os meus olhos já estavam fechados de deleite, enquanto que os meus dedos continuavam a acariciar os finos e sedosos cabelos loiros dele. Quando dei conta por mim, já estava deitado suavemente debaixo dele e contra a relva suave. Ele continuava a beijar-me, fervorosamente, descendo pelo meu pescoço em direcção ao decote da minha blusa, e deixando por vezes pequenas marcas vermelhas.
À medida que as carícias se tornavam mais íntimas, nós perdíamos o controle do nosso corpo, perdíamos o controlo das reacções e das respostas. Mesmo sem nos apercebermos, as nossas roupas iam sendo despidas dos nossos corpos, e nós entregávamo-nos um ao outro, sem nem nos importarmos quem éramos, de onde vínhamos, ou se éramos de equipas rivais. O que nos importava era apagar aquele fogo que ardia dentro de nós, era como se tudo o que ali se passava estivesse a ser surreal. Ou então era como se nada daquilo fosse real ou um sonho, era como se estivéssemos no limiar do sonho e da realidade. Nós estávamos Entre o Sonho e a Realidade.
E no fundo, tudo aquilo era uma despedida, eu tinha a certeza quase absoluta que seria uma espécie de despedida entre nós, eu pressentia que talvez aquela fosse a primeira e a ultima vez. Talvez tenha sido por isso que me tenha entregado a tudo, que não tenha recuado perante nada.
Nesse momento, entreguei a Draco Malfoy algo mais do que o meu coração, que já tinha sido roubado por ele. Eu entreguei-lhe o meu corpo, o meu coração e a minha alma. Naquele momento, eu permiti-me ser dele, entregar-me para ele. E tive numa certeza nesse instante: Eu amava-o, e por muito rude que ele fosse comigo, por muito antipático e grosseiro que ele fosse, eu não o conseguiria esquecer, não conseguiria arrancá-lo de mim, porque ele já fazia parte de mim, por muito que me custasse. Eu não o conseguiria esquecer pela vida toda.
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-Eu amo-te – sussurrei no ouvido dele, ele ainda acariciava o meu cabelo. A minha cabeça estava pousada suavemente no peito dele, enquanto eu olhava as estrelas.
-Eu sei.
-Bem, normalmente os rapazes devem responder com um "Eu também te amo".
Draco gargalhou da minha frase. É claro que ele não me diria isso.
-Tu sabes que agora as coisas não vão poder ser como dantes, não sabes? – Ele perguntou-me, com uma nota de tristeza e pesar na voz – Existem tantas pessoas a saber, está tudo cada vez mais difícil.
-Bem, não são assim tantas… quer dizer, é o Colin, o Snape, os teus pais, a Luna…
-A Lovegood? Como é que ela descobriu?
-Beeem, ela é a minha melhor amiga – eu argumentei.
-Tu contaste-lhe?
-Bem, literalmente não, ela descobriu tudo.
-Bestial – Draco falou, aborrecido. Eu levantei-me suavemente e depositei-lhe um beijo nos lábios.
-Não achas que é melhor irmos? – eu perguntei suavemente.
-Espera, eu… – ele hesitava – Eu… quero-te dizer uma coisa.
-Diz – eu respondi-lhe, dando um sorriso encorajador. Ele sorriu também para mim.
-Bem, Gi, é que eu quero que saibas que… Por muito esquisito que isto possa parecer, visto que é dito por mim, é a mais pura das verdades… Eu… Tu… Tu és especial para mim, tu és diferente, eu noto que não és como todas as outras raparigas com as quais eu já estive tu és… diferente.
-E eu sou diferente de forma boa ou má?
-Boa, é claro. Tu fazes-me sentir como se eu estivesse Entre o sonho e a realidade. – ele sussurrou, beijando-me ternamente.
Será que vale a pena dizer que adormeci neste dia com um sorriso nos lábios e que sonhei toda a noite com o Draco?
N/A: obrigado aos k komentaram, ñ vou estar aqui a citar nomes às fofuxitas k komentaram, por isso apenas um obrigado, k eu tou com pressa pa actualizar.
Já tenho o próximo capitulo pronto, por isso, se me enviarem muitos reviews, eu actualizo rapidamente…
Bjokitas ffxitas
FenixTonks
P.S.: Não, a fic ainda não cabou, ainda tem mt coisa pra vir
