(N/A: Este capitulo está todo narrado em terceira pessoa)
CAPITULO 17: O BAILE DE FINALISTAS
As enormes e pesadas portas de carvalho abriam-se, mostrando o Salão Principal decorado com as cores das equipas. Em vez das quatro mesas representando cada um das equipas, várias mesinhas de dois, quatro e seis lugares estavam espalhadas por todo o salão; no centro, a pista de dança, e ao fundo do salão, de frente às portas de carvalho, estava o palco, onde uma banda tocava uma música calma. No salão encontravam-se as famílias e amigos dos alunos do sétimo ano.
As quatro filas de alunos (cada uma das filas, com alunos de uma determinada casa) avançaram, entrando finalmente. A maioria dos alunos sorria ao vislumbrar os seus familiares e amigos ali presentes.
Mrs. Weasley limpava as lágrimas de felicidade, acenando para Ron e Harry; Mr. Weasley tentava em vão consolar a esposa; Percy divagava sobre a futura carreira de Ron no ministério; os gémeos, Fred e George, tinham nos rostos os mesmos sorrisos travessos, que indicava que iam aprontar alguma; Charlie e Bill trocavam opiniões sobre qual seria o discurso e as palavras mais doidas que o Director de Hogwarts, Albus Dumbledore, falaria desta vez; Ginny, por sua vez, procurava com os olhos algo, ou melhor, alguém, que ficava bem distante de Ron.
Os olhos castanhos da ruiva cruzaram-se rapidamente com os olhos cor de gelo, e um sorriso bobo formou-se nos lábios dele. Ela suspirou profundamente, tentando em vão, reter algumas das palavras que Charlie e Bill trocavam.
-… Eu continuo achando que as duas palavras que o Dumbledore disse, e que eram mais sem nexo, foram: Verrugas e presunto. Quer dizer, o que é que uma coisa tem haver com a outra?
-Talvez seja um porco verruguento, eu não acho assim tão sem nexo. Agora, no ano em que ele falou Farinha, Saltitante e Porco-espinho.
Ginny voltou a desviar a sua atenção, vendo que agora os alunos se colocavam em frente ao palco, onde o Professor Dumbledore aguardava a chegada deles. Ele sorriu benevolente para todos, chamando os oradores de cada casa.
Hermione Granger, Pansy Parkinson, Hannah Abbott e Justin Finch-Fletchey subiram ao palco, visivelmente nervosos. A primeira a fazer o seu discurso foi Hermione Granger.
-Caros colegas… Primeiro de tudo, quero dizer que é uma honra para mim ter sido seleccionada como oradora, assim como foi uma honra para mim estudar numa escola tão solene como Hogwarts. Quero agradecer aos meus pais por me terem trazido ao mundo, aos meus amigos por me darem apoio e a todos por me terem aturado durante estes anos – Hermione começou a debulhar-se em lágrimas – Eu vou sentir tanta falta de tudo isto! Falta até mesmo dos professores. E eu… - Ela não conseguiu controlar as lágrimas, saindo a correr do palco. Os alunos, pais e professores ficaram a olhar para o lugar onde antes estava Hermione.
-Hum… bem… – a professora McGonagall parecia ter ficado desnorteada com a súbita saída de Hermione – acho que vamos continuar.
Pansy Parkinson subiu ao palco, com um sorriso de desdém no rosto.
-Eu, ao contrário da Sangue-de-Lama, quero dizer que estou imensamente feliz por finalmente me livrar de tudo isto, principalmente por me livrar dos Gryffindorszinhos corajosos, do Babaca-Que-Sobreviveu, do Pobretão-Weasley, enfim, de todos estes babacas… – ela lançou os seus cabelos para trás, sorriu desdenhosamente para todos e saiu do palco, andando elegantemente. A professora, parecendo irritada, chamou mais um orador. Hannah Abbot subiu ao palco.
-Quero apenas agradecer a todos e dizer que vou sentir muita falta de todos. Obrigado. – Ela desceu, ouvindo o som de aplausos. A professora chamou, por fim, Justin Finch-Fletchey.
-Eu… Hum – do nada, ele esbugalhou muito os olhos, começando a falar coisas como «Nem acredito que me esqueci do meu discurso, nem acredito!» bem baixinho. – Quero… hum… agradecer aos professores, por me terem ensinado muito do que eu sei, aos meus colegas por me aguentarem todos estes sete anos, e à minha namorada – ele sorriu apaixonado, para uma das raparigas – por ser o amor da minha vida. Obrigado.
Nova vaga de aplausos, e o director discursou sobre a turma que se estava formando.
Uma música mais agitada era tocada pelas Weird Sisters (As Esquisitonas), que faziam bastante sucesso depois de terem lançado o seu segundo single. Os alunos agitavam-se ao som da música, no que podia ser considerado alguma espécie de dança.
Ginny Weasley olhava para todos os alunos que dançavam, com o queixo apoiado na sua mão, aborrecida. Vê-lo dançar sem ela já era mau, mas vê-lo com a idiota da Parkinson era ainda pior.
Soprou os cabelos que tinham ido de novo para a frente dos olhos, enquanto uma nova música começava. Desta vez era uma música mais calma, e vários parzinhos românticos iam se formando pelo salão. Ela achou extremamente romântico quando viu Ron envolvendo Hermione pela cintura, conduzindo-a calmamente pela pista de dança.
O seu olhar foi atraído novamente para o loiro, que conduzia Pansy Parkinson elegantemente.
«Quem devia estar lá era eu, não ela!» Falou uma vozinha irritante dentro da cabeça de Ginny «Mas afinal de contas, ele convidou-te, tu é que não aceitaste!»
«Eu fiz isso para o bem dele, se o Charlie e o Bill me vissem com ele, ele podia se considerar morto!»
«Mas ele não se importou com isso quando te convidou!»
«Isso porque ele não conhece o Bill e o Charlie!»
«Tu estás apenas a tentar arranjar motivos para não ficares com as culpas! Tu sabes muito bem que a culpa de não estares com ele é tua!»
-Ginny? – Falou uma voz, trazendo Ginny à realidade. Ela encarou as orbes verdes do moreno de óculos que estava à frente dela. – Estás bem? Pareces-me um pouco… avoada.
-Não é nada, Harry, apenas estava a pensar em outra coisa. – Ela sorriu gentilmente para ele, o que fez com que ele expandisse ainda mais o seu sorriso.
-Sabes, eu estava a pensar em… hum… será que… – Harry parecia constrangido com o que lhe queria pedir. Ginny sorriu para ele de forma encorajadora – Hum… será que queres dançar comigo?
Ginny ficou momentaneamente em estado de choque. Harry, a convidando para dançar? Harry, o Harry Potter?
-É claro que sim.
Como é que ela poderia dizer que não sem magoá-lo? Teve que aceitar o convite.
No momento seguinte viu-se sendo conduzida pelo Salão, e momentos depois Harry tinha as mãos na cintura da ruiva, conduzindo-a numa dança lenta.
Ginny ainda não acreditava que estava a dançar com Harry Potter. Se por acaso isso tivesse acontecido algum tempo antes, ela tinha amado o facto de estar a dançar com ele, mas agora tudo parecia tão errado! Era quase como se ela se sentisse fora daquela contextualização.
Procurou Luna com o olhar, e deparou-se com a loira a beijar Blaise Zabini. «Típico, ele é mesmo muito galinha!»
Sentiu um olhar nas suas costas. Ela sabia que era ele, conseguia perceber pela intensidade. Era Draco que a olhava.
Quando rodou, juntamente com Harry, pode finalmente encarar os olhos cinzentos. Ginny conseguia perceber mágoa naquele olhar, e então, tudo aquilo fechou-se como um forte. Nenhum sentimento, apenas indiferença. Indiferença para ela.
Ginevra baixou o olhar, encarando os seus pés. Nesse momento os pés pareciam realmente muito interessantes.
Com essa distracção, nem se apercebeu quando Harry a puxou para ainda mais perto. Não se apercebeu que os corpos estavam colados, até sentir a mão de Harry tocando a sua cara, fazendo com que ela levanta-se os olhos para ele e o encarasse.
Viu o Menino-Que-Sobreviveu aproximar o seu rosto do dela, com a intenção de beijá-la.
«Não, eu não posso deixá-lo beijar-me… Eu não gosto dele, não quero magoá-lo… Não posso magoá-lo…»
-Desculpa, Harry, mas eu não posso – falou Ginny, afastando-se dos braços dele.
-Mas… Ginny… Eu fiz alguma coisa errada?
-Não, Harry, sou eu, não és tu… Eu não quero te magoar, ok?
Ginny encaminhou-se para a mesa onde os Weasleys estavam.
-O que foi, Ginny? – Perguntou Charlie, fazendo com que todos os Weasleys olhassem para ela.
-Nada, não, apenas não… – Viu todos os Weasleys ficarem boquiabertos, fixando todos o mesmo ponto atrás dela. E então Ginny sentiu alguém cutucar suavemente o seu ombro.
Ginevra Weasley virou-se, apenas para encarar Draco Malfoy, que tinha no resto um sorriso entre o irónico e o sincero. Ela sorriu brandamente para ele.
-Danças? – A voz dele tinha saído baixa e suave aos ouvidos dela. Era quase como uma brisa.
Ela não respondeu, apenas enlaçou os seus dedos nos dele. Sentiu ele puxá-la para longe da sua família, para a extremidade oposta do salão.
-Tu és louco… – sussurrou Ginny, extasiada
-Já me disseram isso.
-Os meus irmão vão-te matar assim que te apanharem.
-Para isso, vai ser preciso que me apanhem.
-Continuo afirmando que és louco.
-Talvez, mas se for louco, só por ti. – Aproximou a sua testa da dela, ficando com os lábios quase colados nos dela. – Achavas mesmo que eu te ia perder para o babaca do Potter?
Os olhos dele, agora azuis, brilhavam intensamente. Ela sorriu, um sorriso meigo e bonito. Um sorriso inteiramente para ele.
-Ainda bem que isso não aconteceu – ela sussurrou, com os olhos já fechados, preparada para receber os lábios dele.
Ele agarrou a sua cintura mais fortemente, de uma maneira bastante possessiva, e apossou-se dos lábios dela. As suas línguas dançavam uma dança sensual, como se fizessem juras internas de amor.
Eles afastaram-se, petulantes, sorrindo ambiguamente.
-Parece que a caçula dos Weasleys é danadinha para a brincadeira…
-Nem tu imaginas o quanto… – Ela sorriu, um sorriso perverso. Depois, aproximou-se do ouvido dele e falou, num sussurro – Acho que está na altura de me apresentares à tua cama…
Draco apenas deu um sorriso malicioso como resposta, conduzindo-a para fora do Salão.
Ela acordou com um raio de sol que incidia directamente nos seus olhos. Praguejou baixinho, tentando voltar a adormecer, quando ouviu uma gargalhada divertida. Abriu finalmente os olhos, descobrindo-os com os lençóis de seda verde. Draco estava em pé, em frente dela, apenas com uma toalha enrolada na cintura.
-Draco – ela gemeu, ainda com a voz embargada pelo sono – Sê um querido e fecha a cortina…
-Não. - Ela respirou fundo, encarando-o. Ele estava com um sorriso divertido no rosto. – Não, porque Malfoys não são queridos – ele fez uma careta ao pronunciar a palavras queridos – Assim como Malfoys não recebem ordens de ninguém – Ele deitou-se na cama, por cima dela, beijando-a em seguida. – E também, só para constatar, o melhor era ires te arrumar, porque daqui a – olhou o relógio – Uma hora, partimos daqui da escola.
Ginny levantou-se de imediato quando ouviu que faltava apenas uma hora, derrubando Draco para o lado.
-E tu só me acordaste agora?
-Ei, alto aí, eu tentei acordar-te antes de ir para o banho, quer dizer, a minha intenção era NÓS irmos para o banho, mas tu falaste qualquer coisa sobre preferires Cerveja Amanteigada…
-Onde estão as minhas roupas? – Ela perguntou, atarantada. – Preciso de ir para a Torre dos Gryffindor, o Ron mata-me!
-Devias ter pensado nisso ontem, não hoje – ele espreguiçou-se e sorriu ironicamente – Devias ter-te cansado menos, para hoje acordares mais cedo. – O tom de deboche dele era facilmente perceptível.
Ginny começou a vestir-se rapidamente, ignorando propositadamente o que ele tinha dito. Estava tão ocupada que nem reparou no facto de ele também se estar a vestir, com o propósito de acompanhá-la.
Quando ela ia sair, ele falou:
-Espera um pouco, eu levo-te lá. – Ele acabou de apertar a sua gravata verde e prateada, calçou os sapatos e saiu em direcção à porta, juntamente com ela.
Passaram pelo dormitório masculino dos Slytherins (onde Ginny fechou os olhos para «Não ver cenas indecentes») e subiram em direcção ao hall de entrada.
Então Draco rumou até ao 4º quadro a contar da esquerda para a direita, onde duas senhoras idosas comiam Biscoitos e bebericavam os chás, enquanto falavam dos rumores de Hogwarts. Ginny seguiu-o.
-Biscoitos de canela – ele murmurou, fazendo com que o quadro abrisse uma passagem secreta.
-Para onde é que…?
-Directamente para o quarto andar – ele respondeu, fechando a passagem atrás deles. Enlaçou os seus dedos nos da ruiva e começou a andar rumo ao final da passagem. Abriu mais um quadro e saíram exactamente em frente ao Quadro da Dama Gorda.
-Pronto, já estás entregue – ele enlaçou-a pela cintura, beijando-a em seguida.
-Hum… Draco… Eu estou atrasada… - ela tentava resistir a ele, mas era parcialmente impossível. Num momento de maior loucura por parte de ambos, ela capturou os lábios dele num beijo terno e ousado.
-Obrigado, Draco – ela falou, assim que se separaram.
-Porquê?
-Por muitas coisas… Por estares aqui, por me teres dado uma noite maravilhosa, por no final de contas teres enfrentado tudo por mim.
-Estás enganada, Ginevra, eu ainda não enfrentei nada – ele falou, dando um sorrisinho de lado – Fugir contigo foi fácil, agora o mais difícil vai ser enfrentar a fúria dos teu coelhos… hum… quero dizer, irmãos Cabeças-de-fósforo…
-Draco! – Ela murmurou num ar ameaçador e quase cómico
-Hum? – O sorrisinho sarcástico característico dele.
-Nunca, mas nunca mais chames os meus irmãos de Cabeças-de-fósforo, porque, caso tu não te lembres, eu também sou ruiva – ela falou, com o dedo indicador no peito dele.
-Sim, mas lembra-te, tu és a minha ruiva – ele puxou-a para si – A minha Cabeça-de-fósforo – Colou os corpos, ainda sorrindo – Tu és minha – ele encostou a sua testa na dela – Só, e apenas minha.
No momento seguinte, ele tinha selado os lábios dela com um beijo ousado, mostrando-lhe o quanto ele a desejava.
-Draco, eu amo-te, meu furãozinho voador.
-Nem brinques com isso, minha querida Weasel (N/A: doninha).
Eles afastaram-se, ainda sorrindo.
-Sabes, eu acho que… tu sabes… entrar – ela assinalou o quadro, como se tentasse se despedir dele. Ele pôs as mãos ao ar, num sinal que tinha percebido que era para ele ir embora. Ginny virou-se de costas para murmurar a senha, quando a voz de Draco ecoou pelo corredor.
-Só uma coisa, Ginny. Aquela loira que o Zabini levou ao baile… Era a Lovegood, não era?
-Sim, porquê? – Ginny virou-se, encarando os olhos prateados.
-Nada, não, é só que…
-Que…?
Ele deu um sorriso misterioso e malicioso.
-Ela e o Zabini estão namorando, ele contou-me a novidade hoje de manhã, enquanto tu ainda dormias…
-Eles o QUÊ?
-Isso mesmo, estão namorando… E aliás, não foste a única a experimentar uma cama dos Slytherins, a tua pseudo amiga também dormiu numa…
-A Luna fez O QUÊ?
O sorriso de Draco expandiu-se ainda mais.
-Acho que tens de ir. Xau. – E deu de costas para ela, deixando uma Ginny extremamente estupefacta para trás. – Vejo-te no Expresso de Hogwarts!
O Expresso avançava a grande velocidade, rumando para a Plataforma 9 ¾. As várias carruagens estavam com várias pessoas, umas mais tristes que outras. Para algumas seria a última vez que estariam no Expresso, visto que estavam oficialmente formados. Este era o caso de uma das carruagens, onde nenhum falava nada. Nessa carruagem estava Draco Malfoy, Blaise Zabini, Crabbe e Goyle. Os dois últimos comiam alguns Bolos do Caldeirão, enquanto que os outros dois observavam a paisagem, sabendo que seria a última vez que o fariam.
-Draco – chamou a voz de Blaise, fazendo com que o loiro deixasse de olhar a janela para o encarar.
-Hum?
-Anda comigo.
-Aonde?
-Apenas vem.
Blaise levantou-se, fazendo sinal ao loiro para o seguir. Draco levantou-se, dando de ombros.
Saíram da cabide, seguindo em direcção ao fim do Trem. Draco observava Zabini em silêncio, enquanto eles seguiam, carruagem após carruagem.
Então, quase na última carruagem, Blaise parou subitamente, batendo duas vezes na porta da carruagem, e logo depois abrindo-a.
Lá dentro estava uma ruiva e uma loira, conversando animadamente, mas que tinham parado no exacto momento em que a porta se tinha aberto. Luna Lovegood (a loira), levantou-se, abraçando Blaise, agora seu namorado, beijando-o em seguida. Draco afastou-se dele, entrando na carruagem e sentando-se perto da ruiva.
-Parece que tinhas razão. – Falou Ginevra Weasley, sorrindo para ele.
-Exactamente em quê? – Perguntou Draco, puxando-a pela cintura.
-Hum, que menininho tão esquecido! Não sabes mesmo?
-Acho que não – ele puxou-a mais para si, colando os corpos. Sim, ele sabia do que é que ela falava, mas não queria estragar tudo que agora estava tão bom.
-Em relação ao Zabini e à Luna – a voz tremeu-lhe um pouco, quando ele começou a beijar o pescoço dela. – Tu sabes… Terem…hum – ela não concluiu a frase, pois beijou Draco sedentamente – Eles realmente estão namorando.
-Que bom para eles!
-Draco… E… hum… nós?
-Nós? Como assim, 'nós'? – Ele estava beijando-a de novo.
Ginevra afastou-se um pouco dele, baixando o olhar, parecendo constrangida por estar a tentar falar aquilo. Supostamente, quem o devia dizer era ele. Mas também, o que é que ela esperava? Ele era um Malfoy!
-Nada! – Ela falou, beijando-o de novo. E uma vozinha incómoda falava na cabeça dela.
«Vais ver, Ginevra, sua tonta, ele só te usou! O que é que esperavas, mesmo? Ele sempre falou que não era nenhum príncipe encantado. TU sempre falaste a Luna que tudo não passava de 'ficar'. E agora esperas o quê, principalmente quando ele sabe que para o ano tu ainda ficarás em Hogwarts, enquanto que ele não? Por amor a Merlin, tu já sabias que tudo isso ia acontecer!» Ginevra tentava ignorar aquela vozinha irritante, mas não conseguia.
Afastou-se do calor dos braços do loiro, sem olhar para ele.
-Porque é que tinhas que fazer isto comigo? – Ela murmurou, num tom magoado – Porquê?
Ele olhava para ela com um olhar interrogativo. O que é que ele tinha feito? Ele não sabia. Quando viu duas lágrimas escorrerem vagarosamente pelos olhos castanhos dela, o seu coração parecia ter-se partido em estilhaços.
-Ginny… O que é que eu fiz?
-Nada, Draco, nada. – Ela deu-lhe um sorriso triste – E talvez esse seja o problema.
Ginny saiu a correr da carruagem. O Expresso de Hogwarts continuava a avançar rapidamente.
Luna e Blaise separaram-se perante a cena que tinham acabado de ver.
-Acho que é melhor ires atrás dela – Falou a voz de Luna.
-Concordo. – Anuiu Blaise.
-Metam-se nas vossas vidas! – Ele gritou, no momento anterior a ele mesmo sair da carruagem a correr.
-Sabes, ele é um pouco mal-humorado, mas até que é uma boa pessoa. – Falou Luna, parecendo discordar das próprias palavras.
-Ele é MUITO mal-humorado – bradou Blaise, enlaçando a namorada pela cintura e beijando-a apaixonadamente.
Draco seguia atrás de Ginny. Atrás dos seus cabelos flamejantes, tal chamas de paixão. Depois de ela ter-se afastado dele, era como se o seu coração tivesse sido estilhaçado e arrancado do seu peito.
Felizmente para ele, e talvez, infelizmente para Ginny, ele era maior de que ela, e consequentemente, corria mais. Apanhou-a ao final da quarta carruagem.
-Ginny… Nós… Vamos… Conversar! – Ele arfava, um pouco cansado da perseguição. Abriu a porta da carruagem, encontrando quatro menininhas do primeiro ano a conversar animadamente.
-Fora daqui! – Ele ordenou com voz firme, fazendo as menininhas correrem de medo e susto.
Puxou a ruiva, para dentro da carruagem, fechando a porta. Fez-lhe sinal para ela se sentar, ao que ela obedeceu de imediato.
-Ginny… Eu não sei qual é o problema. O que é que se passa, afinal de contas? – Ele explodiu, parecendo irritado. – À dez minutos atrás estava tudo bem. De manhã, estava tudo bem. Ontem à noite, estava tudo bem. E agora, por um motivo que eu nem imagino, tu estás magoada comigo, como se eu tivesse acabado de te ter traído, ou assim! O que raio é que se passa!
Ela encolheu-se no assento, parecendo ainda mais uma menininha indefesa e frágil. Draco arrependeu-se no mesmo momento de ter gritado.
-Des…Desculpa – Ele falou, abraçando-a com força – Eu… Eu não queria gritar, mas é que eu descontrolei-me – Ele falava baixinho, apertando-a com força nos seus braços. – Desculpa! Por favor, diz-me o que é que aconteceu.
-Desculpa, Draco – a voz de Ginny saía baixa, ela tinha pousado a sua cabeça no ombro dele. – Desculpa, mas eu tenho medo.
-Medo? Medo de quê?
-Medo que tu me deixes… Quer dizer, para o ano não vais estar mais em Hogwarts… E eu…
-Shiiiuuuu… Nada vai acontecer… relaxa, tudo vai correr bem.
-E, Draco, é que… bem… eu não sei como to dizer… Mas… Tipo, quando eu vi o Blaise e a Luna, apercebi-me que… bem… eles só foram a um baile juntos, e mesmo assim eles estão namorando… E nós… Bem, nós já nos conhecemos à uma data de tempo, já estamos juntos à uma data de tempo, mas nada… Continuamos neste vai-e-vem, uns amaços nos corredores, e nada… Nada de concreto… Nada de substancial… Percebes o que eu quero dizer?
Draco sorriu, sem ela ver. É claro que ele percebia o que ela queria dizer. Afastou-se dela, levando uma das mãos ao bolso, enquanto falava:
-Bem, Gininha – ele ironizou o nome dela, com um sorriso sarcástico curvando-lhe os lábios – Eu, supostamente iria fazer isto mesmo em frente aos teus pais, coelhos… hum… quero dizer, irmãos, mas acho que assim corro menos perigo – Ele deu um sorriso zombeteiro, puxando do bolso uma pequena caixa de veludo negro, que abriu cuidadosamente – Ginevra Molly Weasley, queres namorar comigo?
Ginny cobriu a boca com as mãos, olhando para o anel que estava dentro da caixa. Era um anel de cor dourado, com uma serpente prateada a envolvê-la. No centro, uma pedra verde, que Ginny teve a certeza de tratar-se de uma esmeralda.
-Draco, é claro que eu quero namorar contigo, mas eu não posso… - Draco tinha pegado no anel e na mão direita dela, colocando-o no dedo anelar dela. - …Aceitar.
-Não podes aceitar o quê?
Ele tinha os seus lábios praticamente colados nos dela.
-O anel.
Ele deu um sorriso, beijando-a com volúpia.
-E não devias ter afugentado as pequeninas do 1º ano – completou ela.
Draco espreguiçou-se contra o banco, logo depois puxando-a para si e deixando-se cair no banco.
-Eu sei. – Ele respondeu-lhe, enquanto ela se posicionava por cima dele e começava lentamente a beijar o pescoço dele. – Mas eu não sou o Potter. – E sorriu de forma perversa, puxando-a para mais um beijo sedento de eles mesmos.
N/A: Antes de falar mais alguma coisa, peço desculpas por ter demorado tanto a postar este capítulo. Sei que provavelmente as pessoas que estavam acompanhando a fic pensaram que eu tinha desistido da fic ou assim, mas, eu quero informar que não, e a prova disso é este capítulo.
Já o tinha escrito faz tempo, mas ainda não tinha conseguido arranjar tempo para o postar, visto que a minha vida tem andado um pouco ocupada demais, devido aos estudos excessivos que me são exigidos, afinal de contas, a minha vida não é só escrever fics, e espero que compreendam.
Agora que já pedi desculpa, estou com a minha consciência livre para poder continuar a N/A: depois deste capítulo, só existe o epílogo, que postarei antes do final do ano.
Agora, os tão ansiados agradecimentos, que eu não vou responder individualmente por uma questão de falta de tempo:
Obrigado a:
PiuPotter
Nina Black Lupin
Miaka
Jullia Malfoy
cELaMaLfOy (vou responder só numa rapidinha, ok ? Sim, tenho outras fics, vê aí no meu perfil, é o mais prático… Sim, sou de Portugal ... Bjus , e desculpa ñ ter respondido por e-mail, mas estou super-ocupada :-/)
Para todas as pessoas que lêem esta fic... Um obrigado do fundo do coração... E um FeLiz Natal, tbm...
Kisses and Hugs...
FenixTonks
