ATOS DE VINGANÇA
Capítulo 7
Mansão Solo
Sorento está preocupado, desde que se livrou de Posseidon Julian Solo tem ficado completamente isolado de qualquer contato com esse mundo, mas os acontecimentos da noite anterior puseram essa cortina de fumaça em risco.
Para evitar que o jovem lembrasse do que fez quando governava os mares o marina de Sirene sugeriu que ele fosse a um cruzeiro onde ocorreria a festa de casamento de um de seus sócios na manhã imediata à chegada dos cavaleiros de Athena. Apesar de lamentar ter de ir sem o amigo, Julian se despediu dos cavaleiros já acordados e saiu. Isso foi há quatro dias.
Sorento, Dohko, e Kanon deram graças aos céus do rapaz ter se tornado tão distraído e gentil após sua experiência divina.
O motivo para tanta comoção está na adega mais profunda e distante da mansão Solo.
- SOLTEM-ME! O QUE FIZERAM COM MANU? MANDAREI TODOS VOCÊS PARA O MUNDO DOS DEMÔNIOS!
- Nenhuma evolução? – pergunta consternado Sorento.
- Ele parou de nos ameaçar com o mundo das chacinas...- Aioria sorri triste.
- Pessoal, acho bom pensarem em algo rápido – Milo olha para Shaka meio assustado meio com pena – se eu continuar a picá-lo nesse ritmo ele acabará desenvolvendo imunidade ao meu golpe.
Shaka estava sentado preso nas correntes dos escudos de libra, com os nunchakus servindo de algemas, sua armadura estava lacrada na urna pelas outras armas e o esquife de gelo de Camus garantia que não fosse sair dali por muito tempo. Sorento e Milo o anestesiaram com a sinfonia sem saída e a agulha escarlate, ainda assim Virgem se debatia.
- Perdoe-me, ó Buda! Não posso evitar que o ódio queime em meu coração! Tudo o que desejo agora é vingar a inocente chama apagada por essas criaturas...
- Sinto muito, Shaka...
Camus baixa a temperatura de tal forma que Virgem desmaia de hipotermia.
ooooooooo
Quatro dias antes
- Ma...Manu...eu...eu pensei que...
Shaka chora de felicidade, durante seu treinamento para sagrar-se como cavaleiro de Virgem fora forçado a renunciar aos apelos mundanos, mas isso não o impediu de amar. Amou e amou com intensidade como qualquer ser humano, a diferença é que não expressou esse amor de maneira física mas espiritual.
A jovem Manu de bom grado teria aceitado toda e qualquer provação e privação para ficar ao lado de seu amado, mas respeitou a decisão deste, aceitando-lhe o carinho como ele poderia lhe dar, sem pedir mais nada.
- Não fale, está tudo bem, eu estou aqui.- ela também chora – venha, consegue levantar?
Ele se ergue e permite que ela o ajude a ir até seu quarto, e lá a jovem o deixa por alguns instantes, enquanto volta com pomadas para suas queimaduras. Enquanto ela trata silenciosamente de suas feridas o cavaleiro a observa, ela está tão bela quanto ele se lembrava.
- Manu, como chegou aqui?
- Eu nunca saí de perto de você Shaka – ela responde sem encará-lo – quando você veio para a Grécia eu saí da Índia alguns anos depois.
- Mas...por quê?
- Não consegui me casar com outra pessoa, e a vida religiosa me fazia sentir você ainda mais próximo...eu tive de vir. – Ela acaricia seus cabelos.
- O quê você fez durante todo esse tempo? – ele está maravilhado com a possibilidade de vê-la novamente
- Trabalhei como pude e...bom...Instalei-me próximo ao Santuário. – diz ela – na esperança de vê-lo de vez em quando,mas nunca tive coragem de me aproximar. Depois do que houve com o Sr. Solo, dei um jeito de trabalhar aqui.
- Foi uma boa idéia- ele sorri – assim você fica próxima do Santuário, e em um ambiente até que saudável...vá para o Santuário.
- Ele segura-lhe as mãos.
- Como? – ela pergunta surpresa
- Vá para lá, Athena com certeza a acolheria.
- Não, eu não poderia. Eu acabaria atrapalhando seu trabalho como cavaleiro...- ela tenta se soltar.
- Isso quem decide sou eu, Manu
Sentando-se na cama ele faz sentar-se ao seu lado. Anos de distância e ele não vai perdê-la de novo.
- Olhe,- ele fala olhando-a diretamente nos olhos- você veio até aqui, deve ter passado maus momentos por minha causa, o mínimo que posso fazer é lhe levar para perto de mim.
- E sua função como cavaleiro? – Manu está esperançosa mas se mantém realista.
- Se for esse o problema posso pedir que Athena me libere das funções,- ele nem acredita no que está dizendo – após essa missão, eu treino um novo cavaleiro para me substituir e nós ficaremos juntos.
- O que você está falando? – a jovem se choca
- Fui ao inferno por Athena, me sacrifiquei como nenhum outro homem no mundo faria. Confrontei deuses e demônios face a face, cumpri minha missão. – Shaka parece decidido – Ela é uma deusa bondosa e compreensiva, com certeza atenderia meu pedido. Isso já aconteceu no passado
Manu não acredita no que está ouvindo, parece um verdadeiro sonho.
- Você...aceitaria? – Shaka pergunta.
- Sim, sim, sim! – ela o beija, com a fúria de um amor há muito reprimido.
ooooooooo
Aioria não conseguiu dormir. O combate no templo submarino o deixou apreensivo, o nível dos adversários parecia bem alto. O cavaleiro misterioso que atacara Milo era particularmente forte, apesar de ter caído com apenas um golpe foram necessários vinte pra atravessar-lhe a armadura. E o pior é que não conseguiram interrogar a nenhum deles.
- Espero que esteja se saindo melhor, irmão...
- AAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHH!
Um grito! Será que alguém os seguiu até a mansão? Sem perder tempo Aioria corre na direção do som, encontra-se com Sorento e Camus no corredor.
- Vocês ouviram também?
- Sim, vem do andar de cima! Vamos rápido.
Correndo pelas escadas eles alcançam o quinto andar, os gritos aumentam, desesperados, entrecortados com soluços não é possível que os heróis entendam o que a pessoa quem dizer, a única certeza é que está sofrendo.
Eles alcançam a fonte dos gritos é...o quarto de Shaka!
- NÃO...ahn...EU...IMPLORO...ahhhh...SENHOR SORENTO ,SENHOR SOLO,...ALGUÉM...POR FAAAAAAAAHHHHNN!
Do lado de fora os outros se entreolham surpresos, por que tais gritos viriam do quarto de Virgem?
- Shaka! Você está aí? – Camus bate repetidas vezes na porta
Sorento tenta abrir a porta mas ela se recusa a abrir.
- Não quer abrir...
- Sai da frente! LIGHTNING PLASMA!
Após arrombar a porta Aioria deseja não tê-lo feito, quase vinte anos como cavaleiro não o prepararam para aquela cena. Shaka, o cavaleiro de ouro de Virgem, tido como o homem mais próximo de Deus estava...estava...a idéia não se formava em sua mente, ele simplesmente não conseguia absorver o que via. O cavaleiro de Virgem estava violentando uma das criadas da mansão. E mais o mais incrível é que agia como se ela estivesse se entregando por vontade própria, completamente indiferente a seus gritos e convulsões.
- Shaka o que significa isso? – Camus pergunta boquiaberto
- Senhor...Sorento...so..AHHHHHHH...cor...ro...
Shaka nem ao menos alterou o seu ritmo quando a porta se estilhaçou com o golpe de leão, continuou como se nada houvesse acontecido. Os gritos de surpresa não lhe importavam, estava solenemente ignorando os recém-chegados.
Camus corre para ele e tenta tirá-lo de cima da jovem e aí, somente aí ele provoca uma comoção. Um violento golpe com o cosmo arremessa Camus contra a parede.
ooooooooo
- Sha...ka...eu senti tanto a sua faltaaangh...
- Shhhh...
Virgem está extasiado, não esperava que o tão sonhado reencontro fosse ocorrer naquela situação tão adversa, mas não importava, Manu era a luz que faltava nessa hora sombria.
- Espero que tenha se divertido cavaleiro por que agora a mulher vem conosco. – alguém lhe segura os ombros com força.
Um cavaleiro negro! Foram descuidados, deveriam ter tomado mais precauções ao abandonar o Santuário Submarino, agora puseram Julian Solo em perigo. Não, pior! Manu podia sofrer por esse descuido. Não, aquela visão demoníaca mostrada pelas Erínias não vai se realizar, ele não pode e não vai permitir.
BRAAAAAMMMM!
ooooooooo
- O que deu em você, homem? Pare com isso imediatamente. Não precisamos de um confronto entre dourados agora. – diz Camus se erguendo
ooooooooo
- Não adianta lutar, idiota, essa vagabunda virá conosco e você vai assistir.
ooooooooo
- Ouça minha voz, ser maligno, não permitirei que machuque essa jovem. – Shaka se ergue da cama ficando entre eles e a mulher.
- Machucá-la? Acorde, Shaka! Você é o único que a está ferindo.
ooooooooo
- De o máximo de si, lacaio de Athena, isto é, se ainda tiver fôlego...
ooooooooo
Sem pensar duas vezes Shaka ataca seus adversários, que se separam deixando que o cosmo de Virgem destrua o batente da porta e o quadro da mãe de Solo que estava no corredor.
Sorento aproveita a distração e dá a volta no quarto, pegando a jovem em seus braços.
- Senhor..Sorento...eu..não queria...eu..
- Vai ficar tudo bem, calma.
ooooooooo
- Socorro, Shaka!
- Você agora será minha hehehehee
ooooooooo
- Shaka, por favor fique calmo, e nos escute.
ooooooooo
- Oras, você já teve a sua parte agora é a nossa vez, somos tão legais que você até poderá assistir.
ooooooooo
O abuso dos cavaleiros negros não tem tamanho, eles estão dispostos a agredir sua amada na sua frente, quem eles pensam que estão enfrentando?
Shaka, apesar de comedido, não tem, como já havia dito a Shun nas doze casas, a mínima compaixão com seus inimigos, a grande diferença entre ele e Câncer nesse quesito é que o um mata por prazer e o outro por necessidade.
- Eu pretendia deixá-los vivos e interrogá-los, mas mudei de idéia, serão queimados nas chamas do inferno como pecadores que são!
- Shaka, pare, não queremos lutar! – Sorento nunca viu o cavaleiro em combate mas sabe que alguém com certeza morrerá se o enfrentarem.
- Se ele não houve a razão, Sorento, talvez a sinta. LIGHTNING BOLT!
Shakaé atingido e cai atrás da cama. Sorento corre para fora do quarto com a jovem. Camus puxa Aiolia pelos ombros e também saem correndo, foi a conta certa, quando viram a esquina do corredor Shaka simplesmente destruiu o quarto ao se erguer.
- Céus! – Aioria protege a cabeça – Precisamos detê-lo antes que ele comece a lutar pra valer.
- Chame Dohko e Milo, - diz Camus - Sorento você está com sua flauta?
- Sim. A peguei assim que ouvi o grito.
- Aioria vá! Pegue a menina e deixe em um quarto qualquer e chame Dohko e Milo. E que tragam as armas de Libra, eu tive uma idéia.
Shaka corre pelo corredor preparado para seguir os adversários escada abaixo, mas ao fazer a curva encontra Camus de braços erguidos e mãos entrelaçadas esperando por ele.
- EXECUÇÃO AURORA!
Pego de surpresa e à queima roupa Virgem é jogado pela janela.
- Agora, Sorento! Toque!
A música de Sorento começa, suas notas ecoam pela mansão chegando ao jardim. Ao ouvir a música Shaka pára de lutar tentando tampar os ouvidos. Como não funciona ele ataca a esmo tentando atingir a fonte do som.
Dohko e Milo chegam até eles pouco depois.
- Qual o motivo disso tudo, Camus? – pergunta o mais antigo dos cavaleiros
- Prestem atenção – diz Camus – Ao meu sinal atacaremos juntos. Shaka não está em seu juízo perfeito. Precisa ser detido.
- Mas porquê?
- Por que se não fizermos isso ele reduzirá a Mansão Solo a pó em um abrir de olhos. A flauta de Sorento sozinha não é páreo para Shaka, precisamos das armas de Libra e do veneno de Milo para enfraquecê-lo. Tudo será explicado depois. Preparem-se.
Camus sempre fora um homem razoável, se dizia que Shaka tinha de ser detido, Shaka seria detido.
Virgem abre os olhos, a energia liberada lança Sorento ao chão junto com parte da fachada do prédio.
- Agora!- diz Camus saltando sobre Shaka. – Execução Aurora!
- Agulha escarlate!
- Balanças de Libra!
Shaka é atingido pelas agulhas, envolvido pelas correntes das balanças e tem a pele congelada.
- Malditos...não vencerão um cavaleiro de Athena...
- Sorento, continue tocando, Milo dispare mais algumas agulhas – Camus continua a resfriar Shaka – não parem até desacordá-lo...
ooooooooo
Agora
Eram altas horas quando ela tinha acabado de ajeitar um dos cômodos superiores quando ouviu alguém gritar, se aproximando do banheiro viu o cavaleiro de Virgem se debatendo de dor no chão que parecia ter escorregado a atingido o espelho, e foi ajudá-lo. Como ele dizia coisas desconexas e estava com o corpo muito quente pensou que estivesse doente, levou-o para o quarto e lhe fez curativos para os cortes que sofrera com a queda.
Em seguida o homem começou a beijá-la e a despi-la, apesar de seus protestos ele a possuiu chamando-a continuamente pelo nome de Manu. Finalmente Aioria, Sorento e Camus entraram no quarto e a resgataram. Agora ela está em uma das suítes longe de qualquer dos cavaleiros achando que Shaka foi levado para longe por Sorento. Ficara traumatizada.
Kanon não consegue acreditar como Shaka foi capaz de agredira a jovem. Depois de ouvir o relato dela de seus salvadores e do descontrolado cavaleiro de Virgem tomou uma decisão.
- Afastem-se – ele diz – vou atingi-lo com minha ilusão, não sei que efeito isso terá em Shaka, ainda mais nesse estado.
- É arriscado...- Milo está inseguro
- Não me comparo a Saga nesse quesito mas se não fizermos isso ele se libertará mais cedo ou mais tarde- Kanon retruca afastando Milo- Além do mais ele é um dos mais fortes de nós, senão o mais forte. Precisamos saber o que aconteceu.
- Faça-o – dizem Aioria, Camus e Dohko.
Kanon observa o adormecido Shaka e sem mais esperar lança o ataque.Que Athena os proteja...
- Satã Imperial!
Continua...
Não ficou exatamente o que eu desejava, ainda assim espero que não tenha ficado muuuuuiiiiito ruim.
Agora que estou de férias terei mais tempo para escrever e revisar os capítulos.
Gostaria que mandassem reviews,mesmo que tenham detestado a história para que eu possa melhorar no futuro.
