Atos de Vingança
Capítulo 12
Peixes, Gêmeos, Sagitário, Áries, Capricórnio e Touro também estão com sua pequena dose de problemas pluviais. Por mais que os pilotos tentem subir com a aeronave para além da tempestade parece que as nuvens os seguem.
Afrodite está uma pilha de nervos, turbulência, um homem-borboleta voando do lado da aeronave, e Aldebaran roncando, babando e abraçando-o como se ele fosse um ursinho de pelúcia são demais pro Cavaleiro de Peixes.
- Alguém mais acha que há algo estranho com essa tempestade?
- Calma, Afro...- Aioros está tranqüilo – daqui a pouco nós atravessaremos a tempestade e...
"CÉUS! O que...scrrrriiiiiiierckkk...?"
"HOLLY MOTHER OF GOD….zzzchiiiiiiiierrrrrrrckkkk…!"
O avião treme violentamente, dessa vez as luzes se apagam de vez, as de emergência não funcionam direito, máscaras de oxigênio caem sobre os passageiros que entram em pânico. Lançando orações e súplicas às mais variadas divindades em todas as línguas que conheciam eles transformam a nave em uma verdadeira babel de vozes
- Oh, please god...please...!
- Madre de Dióoooos...!-Shura se agarra na cadeira.
Ohhhh Alá...!
- Se for pra gritar no meu ouvido façam em uma língua que eu entenda! –Urra Peixes se agarrando a Aldebaran – Ahhh, dane-se...UAAAAAAAHHHHHHHHH!
- AAAAAAAAAAhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh! – Aioros, Saga e Mu apelam ao clássico e internacional grito de pânico fazendo coro com Afrodite.
- RONC! – "diz" Aldebaran acima da balbúrdia.
A aeronave parece desgovernada girando sobre o próprio eixo. Fissuras se abrem na fuselagem, janelas arrebentam, a violenta tempestade invade o avião. A porta da cabine dos pilotos estoura sendo sugada para dentro, o vidro havia se partido.
- Saga, o que a gente faz? – Afrodite pergunta
- Por que você pergunta pra mim? – Gêmeos está fazendo o que pode para não voar junto com a cadeira.
- Você enrolou os cavaleiros por treze anos e se não fosse por eu ter fugido com Athena você estaria dominando o mundo agora, era assim que pretendia governar o planeta? – Aioros grita – VOCÊ TEM A OBRIGAÇÃO DE PENSAR EM ALGO !E RÁPIDO!
- Vai pro inferno, Sagitário! – Ares também está preocupado, afinal, os poderes de nenhum cavaleiro jamais foram testados a mais de dois mil pés de altura, em queda livre dentro de uma potencial bomba voadora.
Eles sentem um cosmo incrivelmente grande se aproximar em alta velocidade. Antes que eles pensem em invocar suas armaduras percebem em desespero que a cauda do avião e o compartimento de carga não estão com eles há mais de um quilômetro.
- Acho que posso desacelerar a queda com minha telecinésia, mas preciso de ajuda de todos vocês!
- Esquece o Aldebaran! – Afrodite fala - Ele só vai acordar no mundo dos mortos, se acordar.
- Vamos lá! Tem gente morrendo aqui. – o assento de Shura começa a se soltar.
- Unindo seus cosmos ao de Mu eles conseguem diminuir a velocidade da queda de incrivelmente absurda para estonteantemente fatal.
- Não está dando certo! – Aioros fala segurando um bebê que voara dos braços da mãe.
- Concentrem-se!
- Falar é fácil! Não é você que vai fazer vôo livre sem para-pente! - Shura está se segurando nas máscaras de oxigênio.
- Teleporte-nos!- sugere Saga
- E deixar essas pessoas morrerem na queda? Não posso salvar a todos!
- Não temos muitas escolhas! - Afrodite nota com pavor que sua janela vai estourar.
- Correção: vocês não têm nenhuma. – uma voz ecoa em seus cosmos
- Hã?
Após ouvirem a voz um pequeno e agudo silvo que se sobrepõe à gritaria de desespero dos passageiros e aos roncos do Touro, um feixe de luz atravessa uma das turbinas explodindo-a.O que resta da nave entrou em parafuso. Um raio termina o serviço explodindo o aeroplano nos céus.
- Athenaaaaaaaaaaaaaaaaaa... !
- ROOOONNNNC...!
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Após algumas horas de procura Máscara da Morte chegou à conclusão que deveria ter matado Corvo Negro com um pouco mais de crueldade, talvez lhe arrancado os testículos pela orelha só pra começar.
- Reze para eu ir para o céu, seu bastardo! Se eu for pro inferno outra vez, eu te mato. – diz encarando a cabeça decepada do inimigo - Vou inventar a sobremorte, em vez de arder em um lago de chamas você vai ficar pendurado com os intestinos amarrados ao pescoço enquanto cozinham suas unhas do pé com ácido sulfúrico fervendo e seus genitais são banhados com nitrogênio líquido!
- Por aqui! – um soldado dá o alarme
- Hm? Aaaaaaah...droga!
Máscara corre pelos corredores e usa as correntes para escalar uma pilastra ficando entre ela e a parede. Seus perseguidores chegam até o local, mas não o vêem.
- Tem certeza que ele veio por aqui?
- Absoluta. Olha, ainda tem sangue no chão. Não pode ter ido longe. Aquele Cavaleiro de Bronze não escapa.
- Cavaleiro de Bronze? – dizem os outros três soldados e Máscara da Morte do alto de seu esconderijo.
- Ué, não perceberam? Os cadáveres tinham marcas muito claras.
- Nãaaaaaaao, você NÃO vai falar isso. – Máscarapensa lá de cima.
- O homem que vimos tinha cabelos esverdeados e vestia rosa, os cadáveres tinham marcas de correntes. Logo...
- Rosa? Verde? – ele olha para o manto que roubara da estátua e para seus mofados cabelos.
- Andrômeda!
- Athena enviou os de bronze contra nós! Ela deve ter notado que os dourados seriam inúteis então lançou mão dos seus "cavaleiros divinos" de bronze.
Do alto de seu esconderijo Câncer vê uma imagem sua dentro da armadura de Andrômeda e não gosta nem um pouco dela.
- SEUS VERMES CEGOS, IMBECIS, DESGRAÇADOS, ACÉFALOS, FILHOS DE UMA GRANDESSÍSSIMA PUTA VELHA CHEIA DE PÚSTULAS!
Câncer lançou-se do alto da pilastra atacando os soldados furiosamente. A surpresa do ataque derruba um dos soldados com apenas um golpe.
- Olha só a corrente, é Andrômeda!
- COMO SE ATREVE A ME CONFUNDIR COM AQUELE FEDELHO IMBERBE CHEIRANDO A LEITE QUE MAL LARGOU AS FRALDAS?VOU TE ENSINAR A ME RESPEITAR!
- Ahhhhhh, meus olhos, meus olhos!
- Não funcionavam, vai ficar melhor sem eles. – diz Máscara jogando as bolinhas ensangüentadas no chão – Aliás, não vai. Por que eu VOU MATAR VOCÊ!
Os outros dois saltam agarrando-o, mas não a tempo de impedir que o soldado mutilado morresse. Máscara joga os outros ao chão e os surra com tal violência que quando os reforços chegam tudo o que encontram é um homem desvairado golpeando dois manequins com o rosto disforme.
- Vamos lá! Ataquem! O Cavaleiro de Bronze não vai fugir!
- Ainda com essa baboseira?
Máscara se joga contra os soldados, mas é derrubado pelo cansaço e pelo número. Um deles cria uma esfera de luz com seu cosmo e o lança contra o dourado que coloca um de seus inimigos na frente.
- Ahhhh!
- Fresco, não deve ter doído tanto assim!- joga o inimigo ao chão e continua a combater.
- Ei! Cavaleiro! – dizem os soldados- Esquiva dessa!
Machados, lanças e cosmos são arremessados contra o Cavaleiro de Câncer.
- Maldiçãaaaao...o quê?
- Como...como...
Ao ver os cosmos dos adversários sendo lançados em sua direção Máscara da Morte ergueu as mãos para se defender fazendo com que os projéteis parassem no meio de sua trajetória e fossem lançados contra a parede.
A telecinésia de Máscara da Morte nunca se comparou à de Mu, mas ainda assim era alguma coisa bastante razoável. Caminhar no ar, desaparecer através de uma cachoeira, erguer e arremessar uma jovem adulta a anos-luz de distância não são pouca coisa.
- Eu..eu...usei telecinésia...- diz, surpreso, o cavaleiro – Isso significa...
Ele fecha o punho direito e levanta lentamente o indicador, uma leve luminescência esverdeada emana de sua ponta.
- Feh..heheheheehehehehehahahahhahahahahahahahahahahahahaaaaaa! –ele ri observando o indicador – AGORA VOCÊS VÃO VER QUEM EU SOU!MWAHAHAHAHAHAHAHAAA!
- Agh!
Pressentindo o perigo iminente os soldados recuam alguns passos, um bom número deles está descaradamente fugindo.
- Aonde pensam que vão? A vida de vocês é curta...tentem se divertir mais...hahahahah!
- Desgraçado! – alguns poucos corajosos se lançam contra Câncer.
- Isso! Lutem, venham até mim seus idiotas suicidas!HAHAHAHA!MORRAM TODOS, SINTAM A IRA DE MÁSCARA DA MORTE DE CÂNCER, MWAHAHAHAHAAAA! ONDAS DO INFERNO...!
Máscara da Morte ergue seu cosmo ao máximo e se lança contra os guerreiros com fúria renovada. Sem o cosmo ele já era uma ameaça a qualquer pessoa mal treinada e mal armada, recuperado, ainda que parcialmente, Câncer se torna uma sentença de morte.
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Santuário
A chuva que castiga o Santuário grego foi tão inesperada quanto inclemente. Era impossível de se ver qualquer coisa. Quando ergueu as mãos para tirar os cabelos do rosto Misty de Lagarto percebeu que mal podia vê-las.
Shun se recuperara com relativa facilidade do impacto do raio, com a ajuda de Ikki encontrou sua amada tonta e com o busto marcado pelo colar que ele lhe dera no dia anterior.
- June, você está bem?
- Sim, Shun só meio tonta...- ela responde pondo-se de pé –...mas que chuva é essa?
Shiryu continua a encarar as doze casas. Uma sensação horrível de perigo crescendo em sua mente.
CLAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAANNNNNNNNNNNNNNNNGGGGG!
- Hã? Minha armadura? Mas o quê?
KRAKOOOOMMM!
Shun se espanta ao ver suas correntes aparecerem do nada para envolvê-lo bem como a June e Ikki. Teve pouco tempo para saborear seu espanto, pois quando o segundo trovão ribombou no céu lançando um poderoso raio sobre as doze casas a luz permitiu que eles vissem melhor o que acontecia.
- QUEM ACENDEU O RELÓGIO ZODIACAL? – Hyoga pergunta alarmado.
Shiryu olha para Shun, June e Ikki protegidos na redoma das correntes de Andrômeda e nessa hora ele descobre que é tarde demais.
- Rôzan Hyakuryû Ha!
Invocando os Cem Dragões Supremos de Rôzan, o último ensinamento de seu mestre, e lançando-os em direção ao céu chuvoso, Shiryu de Dragão soa o alarme mais eficiente da história do Santuário.
Ikki foi o primeiro a entender, antes mesmo que os dragões tivessem subido muito em seu vôo.
- ARMEM-SE! ESTAMOS SOB ATAQUE! – ele berra invocando sua armadura.
- SHUN! VÁ ATÉ O TEMPLO IMEDIATAMENTE! NÓS DAREMOS UM JEITO NO QUE VIER POR AQUI! – Hyoga fala tentando voar até a entrada.
- Certo! – Shun se vira para a amazona – June...
Ela o beija apaixonadamente
- ISSO NÃO É HORA DE TROCAR SALIVA! – Ikki fala esquadrinhando os arredores e apressando o irmão.
- Vai...- June diz empurrando Shun com um sorriso triste nos lábios –... prometo que vou estar aqui te esperando...só volte pra mim, ok?
- Sempre.
Shun dispara até a décima terceira casa sem olhar para trás, os olhos fixos no seu objetivo. Mesmo com a tempestade torrencial ele sabe onde está cada invasor. Seus cosmos se materializam do nada em vários pontos do Santuário provocando imediata reação dos defensores. Os quatro maiores cosmos invasores estão se dirigindo para Athena. A punição dos cavaleiros de Athena finalmente chegou.
- Vamos acabar logo com isso... – Ikki estala os dedos encarando um guerreiro louro que caminha até ele envolto em um manto sacerdotal.
- Que a destruição comece... - diz Thallas de Leviatã com um sorriso, abrindo os braços e aceitando o desafio de Fênix.
Saori está começando a ficar realmente preocupada, o Templo de Athena está completamente envolto por uma espessa bruma, ela só consegue ver alguma coisa quando um raio castiga a Terra. A deusa não sabe se deseja que um raio caia para que ela possa observar os arredores ou se prefere não ver, pois a cada raio ela sente o cosmo de um de seus defensores diminuir.
- Athena...
- Pode me chamar de Saori, Seyka. – ela responde ainda encarando a janela.
- Você...tem alguma idéia do que está acontecendo?
- Desconfio, mas não se preocupe. Meus cavaleiros irão nos proteger – ela se vira para o comatoso Pégaso na cama. – E, dessa vez, você não precisa lutar, Seiya. Protegerei você.
A deusa sai do aposento deixando Pégaso aos cuidados da irmã. Em seus aposentos veste sua armadura se dirigindo em seguida para o Salão do Grande Mestre. A cada passo ela ouve o soar de trovões, causados ora pela chuva ora pelos combates.
Quando da queda de Hades Athena e seus cavaleiros pensaram que os combates teriam acabado. Ledo engano, agora começa sim começa o verdadeiro combate, sem altruísmo, sem honra, sem glórias, só uma desesperada luta pela vida, uma corrida louca para escapar das conseqüências de seus atos.
- Se este for o único jeito...– murmura a deusa no meio do Salão do Grande Mestre enquanto espera que suas juízas entrem.
- Que assim seja!
Continua...
