Capítulo V – Um Aliado

"As coisas estão saindo realmente bem melhor do que o planejado!", pensou a garota irônica novamente. Mú sabia seu segredo e era seu dever de cavaleiro denunciar uma presença feminina num grupo masculino. Estava tudo perdido! Seria apedrejada em praça pública e o nome de sua família seria jogado na lama! Seu pai a renegaria como filha e ela morreria como uma indigente, tendo sua carcaça comida pelos cães! Tudo bem, isso é um exagero, mas quem sabe o que se passa na cabeça de adolescentes, não é? Então, ela resolveu fazer o que sempre fez de melhor: apelar. Pôs o sorriso mais angelical que pôde no rosto, afastou os cabelos para trás para usufruir de seu rostinho de boneca, fez uma carinha de anjo e apelou, com sua voz feminina normal mesmo:

- Por favor, cavaleiro! Não diz isso para ninguém! Por favor! A lei é severa e eu serei apedrejada em praça pública e envergonharei meu pai e o nome da família! Meus ancestrais terão seus nomes ridicularizados, sem falar, que, talvez, eu não chegue nem a ser apedrejada, porque, do jeito que o Mestre Kamus me odeia, ele próprio vai arrancar minha jugular com as mãos e comer meu fígado frito na manteiga! – e dito isso começou a chorar escandalosamente na Casa de Áries.

Mú ficou morrendo de dó da menina. Está certo que ela exagerou um pouco quanto ao Kamus, afinal, ele não a odiava, não era possível odiar uma garotinha com aquela carinha de anjo! Mas, quanto à parte de ser apedrejada, bem, isso era verdade... No entanto, o ariano, e isso já fazia algum tempo, desde a Batalha entre os Cavaleiros de Ouro e de Bronze, criou seus próprios conceitos sobre o que seria certo ou errado. Sabia que a menina, mesmo que não resistisse aos treinamentos, estava apenas tentando proteger o pai, e Mú achou que aquele era um ato muito nobre. Dar a vida, ou pelo menos ter grande sofrimento, por uma pessoa que se ama é uma coisa muito bonita. Foi então que o Cavaleiro resolveu que, não só manteria o segredo da garota, como tentaria ajudá-la, pois sabia que Kamus dizia que o amor era uma fraqueza, e não perdoaria a menina se descobrisse a verdade...

- Muito bem, seu segredo está salvo comigo. Mas, vamos começar pelo princípio. Como é o seu nome, menina? – perguntou o cavaleiro docemente.

- Natasha Lexus, Senhor. – respondeu a garota enxugando o rosto com a manga da roupa masculina horrorosa.

- Não precisa me chamar de senhor quando estiver só comigo, pode me chamar de Mú. Só me chame de senhor quando estiver com os outros, sabe, por motivos de autoridade... – disse o ariano sorrindo.

- Tudo bem, eu sei... Mú. – respondeu a garota envergonhada.

- Bem, quantos anos você tem? – perguntou o cavaleiro imaginando que a menina teria uns quatorze anos.

- Dezesseis.

- Dezesseis?! – espantou-se o ariano – Parece mais jovem. – disse Mú, que justificou a idade ser mais do que ele pensava por causa da carinha de inocente da menina – Pelo menos tem a idade mínima estipulada para o treinamento, não sei se você vai agüentar por ser uma garota...

- Pois é. – respondeu a garota ainda mais sem graça.

- Apesar de eu já ter uma idéia, eu quero que você me explique o porquê de ter feito isso. – pediu Mú.

- É que, eu... – dizia a garota nervosíssima quando foi interrompida pelo cavaleiro.

- Não precisa ter medo, eu não vou te fazer nenhuma mal, não sou o Kamus, não esqueça. – disse o Cavaleiro de Áries sorrindo.

- Meu pai é muito teimoso, e, mesmo sabendo que não tem condições de lutar, quis vir para o treinamento. Assim, ele não justificou a falta, e teria que vir, aí eu fiquei desesperada e resolvi vir no lugar dele...

- E a sua mãe, o que achou disso?

- Não sei, espero que tenha me apoiado e esteja me protegendo no Céu.

- Ah, sua mãe morreu, sinto muito. Posso perguntar quando ela morreu? – perguntou o ariano num misto de curiosidade e pena.

- Ela morreu assim que eu nasci, por causa do parto, sempre me senti meio culpada, e sempre quis agradar meu pai de todas as maneiras, ele é tudo que eu tenho. Eu o amo, e não queria perdê-lo nessa guerra por isso vim. Se ele não fosse tão teimoso... – disse a menina tristemente enquanto tirou uma foto do pai e da mãe do bolso, quando a mesma estava grávida dela. Era a única foto que a jovem tinha da mãe.

Mú sentiu ainda mais dó da menina quando viu que ela tinha um motivo realmente nobre. Disse para a jovem que tudo ficaria bem e que ele guardaria o segredo dela e tentaria protegê-la. A garota agradeceu e se retirou para voltar ao treinamento. O ariano resolveu acompanhá-la, não podia protegê-la em tempo integral, mas, pelo menos, podia livrá-la da ira inicial que Kamus sentiria ao vê-la novamente, depois de ter abandonado o treinamento sem sua permissão. O aquariano deveria estar furioso!

N.a.: Eh, como Frak's disse, o Mú é bonzinho, naum vai delatar naum. Ele jah independente o suficiente do Santuário para poder tomar a decisaum sozinho se deve ou naum ajudar a menina... Maix, valeuz pelos comments, maix se vcs axaram q ela tinha se ferrado legal no cap. passado, quero ver oq vaum axar no próx. cap.! Bjaum!!!!!!