Capítulo VIII – O Castigo

O treinamento ocorreu normalmente, quer dizer, se fosse normal carregar umas pedras de tamanho descomunal por quase duas horas e dar murros em paredes de montanhas bem sólidas, além de, enquanto se estava realizando essas tarefas "agradáveis", levar inúmeros gritos de Kamus... Natasha estava morta! E com dois "r", se fosse possível... Quando o treinamento acabou, ela olhou para os Céus e gritou um "aleluia!" baixinho, até que se lembrou que o seu dia não acabara por completo. Ela teria que agüentar seu Mestre com TPM eterna por mais algum tempo. Pensou em pedir ajuda a Mú, mas pensou melhor e viu que o ariano já fizera bem mais do que o necessário, e bem mais do que ele podia e deveria fazer. A garota resolveu que encararia aquilo de frente, não dissera a Kamus que suportaria o castigo por ela e pelo amigo? Pois ela o iria fazer! Ao fim do treinamento, ela foi falar com o Aquariano, com a sua habitual voz "engrossada":

- Mestre, estou aqui como o senhor pediu. – disse Nathan, ex Natasha.

- Muito bem, Nathan. Você fez uma piada muito sem graça sobre mim hoje durante o almoço,... – começou Kamus.

"Mas todo mundo riu, ou seja, não foi exatamente sem graça...", pensou a menina enquanto lembrava.

- ... mas sei que não foi você que fez- continuou o Aquariano – e sim, aquele seu amigo ruivo, o Dominick... E por isso será castigada, pois assumiu a culpa por ambos.

Natasha estava esperando no mínimo ser acorrentada a uma árvore e açoitada, como faziam com os escravos antigamente, e sabia que seu Mestre era capaz disso. Assustou-se quando sentiu que ele agarra seu braço com a mão, gesto esse que a fez estremecer... "Como um simples toque pode me causar uma sensação como esta?", se perguntava a garota. "Provavelmente, devo estar só aterrorizada com ele, afinal, ele é muito mal, quer dizer, pelo menos, mal-humorado ele é...", e continuou com aquilo na cabeça enquanto era conduzida por Kamus a um lugar conhecido, a cozinha. "Eu não estou sentindo nada por ele! Qual é a minha? O cara é um tiranoÉ cruel, sanguinário, e tem um coração de pedra! Sentir algo pelo Mú, eu até entenderia, mas o nervosinho aí? O Kamustress, o cara que tem essa TPM(Tensão Permanente de Macho) eterna! Ah não, isso é totalmente, incrivelmente e loucamente fora de questão! E...ué, por que ele está me levando para a cozinha! Será que ele vai me fazer limpar o chão com a língua! Ou pior, será que ele me trouxe aqui para poder cozinhar o meu fígado na manteiga! Ai, socorro! Mú!", pensou a garota em meio ao desespero, enquanto Kamus a fazia sentar num dos bancos da cozinha de modo nada delicado e lhe dizia:

- Está vendo aquelas batatas? – apontou para alguns sacos cheios de batatas – Normalmente os cozinheiros cuidariam delas, mas eu resolvi facilitar a vida deles, ou melhor, você vai facilitar, descascando aquelas 200 batatas, acho que é mais ou menos a quantidade que tem ali... – finalizou o Aquariano.

No início, a garota olhava para o chão esperando no mínimo uma sentença de morte ou um castigo físico doloroso, tipo, ter que queimar as mãos a ferro ou algo parecido, depois ele mencionou as batatas, apontando para elas. Nesse momento, Natasha pensou que ele a acertaria todas as leguminosas na cabeça, então, ele disse que ela descascaria as batatas? Calma, será que ela estava ouvindo bem? O grande e temido castigo era descascar batatas! O que!

- Perdão, Mestre, mas eu acho que não ouvi direito... – perguntou corajosamente. Afinal, aquilo não era castigo, especialmente para ela, que era acostumada em descascar alimentos, pois costumava cozinhar em casa.

- Você é surdo! – peruguntou Kamus "delicado" como sempre.

- Nãoé que, bem, isso não era exatamente o castigo que eu esperava... – ela estava querendo o que! Apanhar!

- Você está achando pouco!

- Não! Nãoé que eu imaginava algo pior...

- Esperava que eu fizesse o que! Lhe tacasse as batatas na cabeça!

"No mínimo!", pensou a menina.

- Não, nada, só achei que o castigo leve não fizesse seu...é, estilo... – tentou falar cuidadosamente.

É o seguinte: não gostei do comentário na hora do almoço e não aprovo sentimentos como compaixão, nem penam, amor muito menos, mas quando você assumiu uma brincadeira que não havia começado e ainda se sacrificou pelo seu amigo, não quis pegar pesado com você, Nathan. Mas não se acostume! Isso realmente, como você mesmo disse, não faz o meu "estilo"! Não espere castigos leves na próxima vez, e eu espero que não aja próxima! Descascar essas batatas vai desenvolver sua paciência, para ver se você pensa antes de repetir a besteira que os outros falam... Agora, vou lhe deixar sozinho com as batatas, boa noite! – e saiu sem esperar resposta.

- Boa noite, Mestre. – disse Natasha enquanto pegava a primeira das duzentas batatas, e pensava no porquê o Mestre ter sido tão anormalmente bonzinho.

Kamus, por outro lado, via-se num conflito enquanto caminhava de volta para sua casa. "Por que eu fiz aquilo? Não tenho costume de ser tão benevolente com garotos em treinamento, especialmente um soldado fraco com aquele! Ele é simplesmente o pior em todos os exercícios físicos! Mas, não sei porque, acho que se algum daqueles molengas tiver que ter cosmo energia, vai ser aquele fracote... Mas por que eu me sinto diferente ao lado dele? Eu o trato mal como todos, apesar de não gostar muito de fazer isso, mas tenho que manter as aparências, e grito com ele, mas o Nathan é o único que me fez hesitar antes de gritar. Eu saia gritando com todo mundo e quando chegava na vez dele, eu precisava de uma força a mais para ensurdecê-lo com meus berros. Aquela batalha com Hyoga nas Doze Casas deve ter me deixado seriamente perturbado, ou pior... pode ter me dado algum sentimento como compaixão, que eu sempre abominei! Amor, nem pensar, nem morto, afinal, isso é uma fraqueza das piores! E esse Nathan, de onde ele veio? Pelos deuses, não vou deixar um moleque me enlouquecer, muito menos me amolecer! Compaixão não serve para nadaé só mais uma fraqueza como tantas outras, que aquele tolo do Mú insiste em cultivar! Eu tenho mais é que continuar treinando esses piralhos com mão de ferro e tirar esse Nathan da minha cabeça!", e encerrou seus pensamentos quando entrou na Casa de Aquário depois de ter subido um bocado de escadas.

N.a.: Tá vendo, gente, o Kamus não é tão mal... Esse capítulo foi exatamente para dar um início aos sentimentos do Kamus, falar sobre o que ele está sentimento e para deixar claro de não foi apenas ele que provocou um efeito na Natasha, ela também provocou nele... Vai ficar mais complicado lá na frente, quando o Kamus pensar na hipótese de ser gay, mas ainda vai ter um capítulo muito massa em que a Natasha vai se meter numa situação embaraçosa, afinal, ter que ver coisas que ela nunca viu(mente maldosa trabalhando)... Fora isso, quero mandar um bjaum grande e um alô para:

- Danizinha-BA : Vai derreter mesmo, Dani, gostei mto dos elogios, tou até vermelha... Qnto a demore para atualização, mil perdões! Mas eu tenhu uma justificativa, foi o Carnaval e eu viajei, e as as atualizações talvez demorem tb devido ao meu desespero, pois é o ano do vestibular para mim e computador, só o mínimo possível. Mas eu vou prometer e para mim, promessa é dívida, eu não vou abandonara fic, nem que eu tenha que pôr uma cap. A cada 15 dias, mas vai sair ainda assim e eu vou terminar, pois sou uma pessoa que começar e gosta de terminar as coisas! Bjaum para vc!

- Ishtar Canavon Gemini: realmente, o Kamus estava malzão mesmo, mas esse capítulo serviu para as pessoas verem que ele não é assim tão mal, ele apenas quer se mostrar assim para afastar as pessoas, pois acham que sentimentos como amor tornam as pessoas fracas. Mas, assim como ele guarda esse segredo no coração de pedra dele, a Natasha também guarda o dela(ser mulher)...

- Frak's: Lógico que vc tb tinha que ter um bjaum especial, afinal, seus coments me fazm rir pacas, aquele do Kamus Satanás! Mas se bem que nesse cap, ele naum tah taum satanás assim, o bixin, ele soh acha que ser bom e ter sentimentos bons enfraquecem as pessoas! Bjaum!