Capítulo IX – O Cotidiano De Um Soldado Não Muito Macho
Os dias foram passando, e quando Natasha se deu conta, já fazia uma semana que estava naquele treinamento infernal. Parecia que piorava a cada dia, mas sabia que com o tempo se acostumaria àquele sofrimento. No entanto, o pior de tudo era, sem dúvida, o banho. Não é brincadeira, não, o pior era o banho mesmo. Como tomar banho se os soldados tinham poucos horários disponíveis, e nesses sempre havia muitos homens no banheiro tomando banho? Ela simplesmente não conseguira tomar banho no primeiro dia, pois sempre havia alguém no banheiro, mesmo que não estivesse tomando banho, essa pessoa estava fazendo outras "atividades" no banheiro, e como os chuveiros não tinham box, seu corpo feminino ficaria à mostra. Além disso, ela não queria ver ninguém nu! Cruzes! Credo! Ela, antes de entrar naquela encrenca, estava estudando para ser Sacerdotisa, e agora, estava cercada de homens, os quais via os abdomens praticamente o dia todo, e podia ver mais que isso se quisesse, mas, é lógico, ela não queria. Então, a solução para seu problema foi: ninguém mais, ninguém menos que Mú. Sabendo de sua condição, o ariano deixou que a garota utilizasse o banheiro de sua Casa para tomar banho. Bendito seja o ariano! Não fosse Mú, ela estaria perdida, além de fedida...
Contudo, não se sentia bem dando tanto trabalho ao ariano. Ele já fora tão bom em concordar em manter aquela farsa, que a garota não queria tirar-lhe a privacidade indo tomar banho na sua Casa todos os dias. Assim, decidiu que arranjaria outro lugar para fazer sua higiene. Foi então que naquele domingo, domingo mesmo, pois não existia dia de descanso, todo dia era dia de sofrer com o treinamento, depois do mesmo, andou um pouco além da parte principal do santuário, que era o local das Doze Casas, e viu um rio de águas cristalinas. Como ninguém nunca descobrira aquele lugar! Seu problema de banho estava resolvido. Não tomaria tomar banho nua, pois não "daria mole para o azar", mas se banharia com uma túnica branca de tecido levíssimo que usava por debaixo das roupas masculinas pelo fato de não gostar de sentir aquele tecido grosso diretamente em contato com a sua pele, coisas de mulher... Começou a despir-se, ficando apenas com a túnica. Entrou no rio, tirando os cabelos dos olhos e mergulhou naquele rio quase transparente. A água estava tão boa que ela se permitiu fechar os olhos e relaxar um pouco... Quando ouviu uma voz conhecida perguntar-lhe com altivez:
- Menina, o que está fazendo aqui? Não sabe que é proibido ficar nas terras do santuário! Como é seu nome? – era Kamus com seu habitual mau-humor.
Natasha virou-se de costas para ele, não queria que ele visse seu rosto, pois mesmo ele nunca tendo visto os olhos de Nathan, ele poderia reconhecê-la.
- Não ouviu o que eu disse, menina? Quero que saia agora desse rio, vista-se e me responda quem é! – disse o cavaleiro ainda mais autoritário.
Ela pensou em nadar para a borda e sair correndo de Kamus, mas sabia que o aquariano poderia facilmente congelar suas pernas, aí sim, ela estaria lascada! Resolveu fazer o que ele pedira e tentar não ser descoberta. Só tinha mais um problema: quando ela vestisse as roupas de homem, aí sim, estaria tudo perdido mesmo, pois ele não seria burro de não notar que aquilo eram trajes masculinos, e perguntaria o porquê daquilo. Ela engoliu a seco, e saiu do rio praticamente nua, pois o tecido era finíssimo, e estava molhado e colado ao corpo. Foi apenas nessa hora que Kamus notou que deveria ser no mínimo cortês e virar-se enquanto a menina vestia as roupas. Se ela fugisse, ele poderia congelar as pernas dela mesmo... Mas, por algum motivo que ele desconhecia, ele fitou o corpo da jovem insistentemente, observando todas as curvas, parecia um pouco magra demais, o que ele desconhecia ser por causa do treinamento, mas ainda sim era linda... Até que ele notou que ela estava com o rosto abaixado, vermelha como um pimentão e se virou.
Natasha não queria admitir, mas gostou de saber que ele a admirava daquela maneira tão despudorada até notar que aquilo era errado e sem vergonha da parte dele. No entanto, seu rosto ficou rubro de vergonha ao perceber isso. Quando ele se virou, ela se pôs a pensar no que faria, afinal, se vestisse a roupa se denunciaria, mas se não vestisse, estaria desobedecendo um cavaleiro de Santuário, e estaria em grandes apuros, pois poderia ser presa e o mundo cairia na sua cabeça... O que faria!
N.a.: Nossa! E agora! O que ela fará? Bem, águas vão rolar... Como eu tou com um pouco de pressa, eu só vou mandar bjos p/ todos, em especial, Ishtar Canavon Gemini, Danizinha-BA, Frak's, um bjaum pessoal! Próx. Cap., semana q vem!
