Capítulo X – E Agora?
Resolveu que não ia se vestir, tinha que arranjar outro jeito...
Já se vestiu? – perguntou Kamus ainda de costas.
Não... – respondeu a garota com a voz normal.
Então, vista-se! – disse ríspido.
É...que...roubaram as minhas roupas! – a desculpa era idiota, mas foi a única que veio à cabeça da garota.
Pelo amor dos Deuses, estamos no Santuário, ninguém vai se ocupar roubando as roupas de ninguém... – falou Kamus como se aquilo fosse óbvio.
Mas as minhas sumiram. – disse Natasha com sua habitual voz doce, que fez questão de deixar o mais angelical possível para diferenciá-la da voz de Nathan para que o cavaleiro não desconfiasse.
Se não estão aqui, devem ter voado. E aquelas roupas ali? – perguntou apontando para as roupas masculinas da menina.
Aquilo? – indagou meio nervosa – Não é meu!
Dai-me paciência, Athena! – ele se virou, o que fez a garota cobrir os seios com os braços, pois a túnica ainda estava molhada.
Kamus tentou não olhar de maneira alguma para a menina, apesar de tê-lo feito algumas vezes, e tirou sua capa branca para cobrir a jovem.
Bem, agora me responda: quem é você e o que está fazendo nessas terras nas quais você sabe que não pode entrar? – perguntou o aquariano soando bem mais suave na opinião da menina. Certamente, o fato de ela ser mulher, principalmente com uma carinha infantil daquelas, fez o cavaleiro ver que ela não era, nem de longe, uma ameaça.
Meu nome é Natasha e eu sinto muito, sei que não posso entrar nas terras do Santuário, mas como não há cercas ou placas que marquem as limitações, não sabia que esse rio fazia parte do mesmo. – respondeu novamente angelical.
Kamus só podia estar louco, mas acreditava no que a garota dissera. Como uma menina com um rosto tão puro podia mentir! Se bem que, o que tinha de puro no rosto, não se fazia presente no corpo, que não era de um anjo e sim de uma mulher feita, e aliás, muito bem-feita. Enquanto o aquariano se censurava pelos pensamentos, a garota imaginava mil maneiras de se livrar daquela situação, mas uma pior do que a outra.
Mesmo assim ,você deveria ter tomado cuidado ao andar por essas regiões, pois a pena é dura para quem entra no Santuário sem realmente ser autorizado. – disse Kamus.
Eu serei punida, senhor? – disse ela fazendo uma daquelas carinhas de apelo que só ela sabia fazer, como aquela que fizera quando pedira a Mú para guardar seu segredo.
Kamus olhou para aqueles olhinhos, e viu que era aquilo que a tornava tão angelical, e não conseguiu ser duro com ela.
Não, dessa vez, eu vou te deixar ir, mas não venha aqui de novo sem ser autorizada.
Ela sorriu e fez menção de devolver a capa do aquariano, ma foi impedida pelo mesmo.
Fique com a capa, já que suas roupas devem ter voado, e saia pelo mesmo local pelo qual entrou.
Está certo, obrigada senhor cavaleiro. Mas eu vou devolver a capa. – disse humildemente.
Meu nome é Kamus, e de nada, mas se quiser devolver a capa, basta ir até os portões da entrada do Santuário e pedir para algum dos guardas me entregar.
Certo, Kamus, e até mais. – e virou-se e desapareceu na mata.
Kamus sentou-se a beira do lago e ficou algum tempo ali, para o desespero de Natasha, que não via a hora de o aquariano ir embora para pegar as roupas e poder ir dormir.Quando o cavaleiro foi embora, a menina pegou suas roupas masculinas e foi dormir, mas não sem antes devolver a capa. Subiu as escadarias das Doze Casas até a décima primeira Casa, a Casa de Aquário. Empurrou de leve a porta e notou que a mesma estava aberta. Deu uma espiada e constatou que Kamus não tinha ido direto para a Casa após deixar o rio e isso era ótimo, pois poderia devolvera capa branca do cavaleiro. Entrou no quarto do aquariano, impecavelmente arrumado, assim como a própria vida de Kamus: tudo em ordem e do jeito que ele queria, sem a presença de sentimentos tolos como o amor e compaixão para atrapalhar. Procurou um pedaço de papel e caneta e escreveu um bilhete: "Obrigada pela capa, Kamus. Natasha.". Deixou a capa sobre a cama e o bilhete sobre a capa branca. Sentiu-se estranha por estar ali, normalmente não estaria tão preocupada em devolver a capa de seu rabugento Mestre, mas a verdade era cruel: ela estava se apaixonando por ele e percebeu o início desse pequeno sentimento rezando para estar errada, e tentando convencer a si mesma de que não podia estar começando a ver algo mais do que um homem rude e grosseiro em Kamus. Mas o pior, é que ela estava conseguindo ver por trás de toda aquela rabugice, que beirava crueldade, um homem esforçado, que queria que seus soldados se tornassem bons e corajosos em luta, e também justo e, até certo ponto, um "tiquinho de nada" piedoso. Contudo, ela também percebeu que ele deve ter passado por muitas provações na vida, muitos eventos desagradáveis e tristes devem ter acontecido e o cavaleiro deve ter ficado um tanto amargurado. Apesar de ter apenas vinte e um anos, ele parecia ter sofrido um bocado, e o fato de tê-lo feito calado, sem compartilhar seu sofrimento com ninguém fez dele o que ele era naquele momento: apenas um homem casca-dura e rude por fora, mas que, por dentro, só queria alguém para compartilhar de sua dor e confortá-lo. Amaldiçoou-se mais uma vez por pensar no Mestre daquela forma, pois ter desvendado a razão pela qual ele era frio e querer, até certo ponto, ajudá-lo e estar se apaixonando por ele, o que era o pior, não tornariam o convívio com ele melhor.
N.A.: Gente, mais um cap... Eu tou fazenu o possível p/ atualizar pelo menos uma vez por semana, mas naum se vai ser possível fazer issu toda semana, mas eu queru q fiue claro q eu vou fazer o possível, certo! Bjaum p/ Danizinha-Ba, p/ Frak's e p/ Ishtar Canavon Gemini e p/ todo mundo q tah tendu paciência de ler essa fic! Valeu galera!
