Capítulo 2: Pads, Wormtail e Prongs
James abriu os olhos ao ouvir vozes. Falavam coisas que ele não conseguia decifrar e ele sentia uma enorme dor de cabeça e seu braço latejava com força. Depois de algum tempo que ele foi perceber que estava de cabeça para baixo. O pai ainda estava ao seu lado.
- Pai... – Ele sussurrou com alguma dificuldade. – Pai... – O pai não respondia. Com cuidado o garoto tirou o cinto e caiu devagar no teto do carro se virando. – Papai...
James se aproximou do pai e tocou no rosto dele. Havia sangue e o pai não respirava. Ele sentiu uma lágrima escorrer pelo seu rosto enquanto tentava se lembrar do que houve. O pai olhava para ele e então tudo o mais não passava de um borrão. As vozes voltaram. James não sentia vontade de se deixara se visto e permaneceu ali parado perto do pai.
- Acho que os dois se foram. – Uma voz arrastada se fez ouvir. – E então senhor, o que fazemos?
- Uma ligação para a polícia de Dublin. Conte o que aconteceu, o homem foi falar com o filho e perdeu a direção do carro, morreram os dois. – Uma outra voz foi ouvida. Uma voz que James achou ser vagamente familiar.
- Certo, senhor. – As duas vozes afastaram-se novamente.
James parou para refletir sobre o que ouviu. Se o pai havia perdido a direção do caro por falar com ele, ele fora a causa do acidente. Em choque com a descoberta o garoto começou a chorar ainda mais. Sem pensar duas vezes o garoto abriu a porta do carro e saiu correndo.
Ele só foi parar de correr quando caiu cansado à porta de um casebre.
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- Sim, certo. – Lucius desligou o telefone. – Era a polícia, senhor.
- Encontraram os Potter? – Tom perguntou ansioso.
- Encontraram UM Potter, senhor. Apenas Sir William estava no carro quando a polícia chegou. Mas eles encontraram sinais do garoto, parece que ele fugiu. – Lucius se afastou esperando o ataque de Tom.
- Eu achei que havia se certificado que os dois estavam mortos, Lucius.
- Mas o garoto estava imóvel ao lado do pai, e havia muito sangue.
- O que você pode fazer para mudar isto, Lucius?
- Vou botar gente atrás dele agora mesmo. Ele não pode estar longe do local do acidente.
- Faça isto mesmo. E me apareça com o corpo do menino.
- Certo, senhor.
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- Será que ele acordou, Sirius? – Uma vozinha esganiçada acordou James.
- Não me chame assim, Wormtail. Já te disse. – Uma outra respondeu.
- Ele parece ter a nossa idade, Pads. – a vozinha esganiçada respondeu.
- É verdade. O Hagrid disse que ele quebrou o braço, e parece que machucou a cabeça. Mas olha, pelas roupas dele eu diria que ele é bem rico.
- E você também é.
- Sim, mas eu tenho meus motivos pra estar aqui. Agora, ele parece que não queria vir pra cá. – James finalmente se moveu e resmungou. – Ah, olha, ele está acordando.
- Será que ele vai se assustar?
- Me assustar com o quê? – James resmungou se sentando no chão onde estivera deitado.
- Com a gente. – A voz esganiçada revelou-se pertencente a um garoto da idade dele, com um ar que lembrava um rato e bem gordinho.
- Fale por você, Wormtail. Ninguém jamais seria capaz de se assustar comigo. – O outro rapaz deveria ter a mesma idade pelo que dissera o tal Wormtail, porém era mais alto e de um ar aristocrático que não combinava com o ambiente.
Estavam no que parecia ser um beco, banhado pelo luar e pelos postes da rua que o cortava. James olhou mais uma vez antes de falar novamente com os garotos.
- Onde estamos?
- Dublin. – Pads respondeu. – Encontramos você logo na entrada da cidade, e você parecia bem mal. Trouxemos você aqui para Hagrid dar uma olhada. Seu braço quebrou.
- Ah... Sim, foi... Um acidente. – James agora se sentia realmente triste.
- Você tem pais? – Wormtail perguntou.
- Eles... Estão mortos. – Não se sentia nem um pouco tentado a dizer a verdade por enquanto.
- Pode ficar conosco então. – Pads disse. – Mas vai precisar de um apelido. Que tal... Prongs? – Disse apontando para os cabelos sempre desalinhados de James. – Então, Prongs, qual o seu nome?
- James. James P... Não me lembro o resto.
- Eu sou Sirius Black e este é Peter Pettigrew.
- Onde vocês moram? – James perguntou.
- Aqui e ali. Mas normalmente ficamos com o velho Dumbledore perto do teatro. Ele nos ensina muitas coisas legais.
- Vamos levá-lo lá, Pads?
- Excelente idéia, Wormtail. Com certeza Dumbledore vai saber se conseguimos ajudar o Prongs aqui.
- Quem é este Dumbledore? – James perguntou sem ter certeza se deveria levantar-se ou não.
- Um velho nobre decadente. – Sirius respondeu. – Ajuda a gente com um bocado de coisas, e nos dá aulas de graça. Muito melhor que ir para a escola.
- Escola... – A lembrança de uma pequena ruiva pesou na mente do garoto. Ele provavelmente jamais a veria novamente e não pediria as desculpas.
- Vamos até ele então? Tenho certeza que Dumbledore pode dar uma melhorada no seu braço. – Sirius disse e só então James olhou para o braço.
Estava totalmente enfaixado em um pano velho, e totalmente imóvel, não parecia doer. Ele se levantou com alguma dificuldade e os três garotos saíram pelas ruas de Dublin.
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- Lucius. – Um rapaz que deveria ter a mesma idade do loiro se aproximou.
- Sim, Rodolphus.
- McNair acabou de voltar do bosque. Parece que o garoto desapareceu no ar.
- Como isso seria possível?
- McNair acha que ele está morto. Parece que os últimos vestígios dele acabam perto de um rio.
- E McNair acredita que ele caiu lá?
- Bem, aparentemente o garoto estava ferido, havia sinais de sangue.
- Acho melhor dar as notícias ao Senhor Tom, então. De qualquer maneira, ele quer que revistemos a fazenda dos Donnovan. – Um sorriso perigoso se formou nos lábios de Lucius.
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- Então, James. Você disse que sofreu um acidente? – Um senhor bem velho com uma barba enorme analisava o braço de James, que sem as ataduras, doía muito.
- Sim, um acidente. De carro.
- E quem estava dirigindo? – Neste ponto ele olhou do velho Dumbledore para Sirius e Peter.
- Quem dirigia o carro? – Ele suspirou e olhou para baixo. – Meu pai.
- Eu achei que tinha ficado órfão antes. – Sirius piscou. – Sua mãe estava no carro também?
- Minha mãe... – Ele suspirou de novo. – Na verdade não. Mas...
- O garoto deve ter seus motivos para querer fugir. – Dumbledore apenas sorriu, enquanto enrolava uma nova atadura ao redor do braço de James. – Bem, voltem aqui em duas semanas, pelo menos, apesar de eu ter certeza que os verei novamente. – Ele fez James se levantar da cadeira. – Afinal, ainda temos uma lição de geografia para terminar.
- E as outras crianças estão de férias. - Sirius observou.
- E vocês por acaso são crianças comuns? – O velho disse com um sorriso.
- Certo. – Pads resmungou.
James não pôde deixar de rir ao ouvir a conversa entre os dois, o garoto e o velho. Então sua vida seria assim a partir de agora? Não deixava de ser interessante, porém ele não pôde evitar de pensar na mãe. Não havia contado que a mãe ainda estava viva e nem por que estava fugindo. Mesmo assim, Sirius e Peter pareciam legais, haviam sido até agora totalmente compreensivos e não perguntavam mais do que James deixava saber.
Ele sabia que havia conseguido excelentes amigos, mas ainda assim, o passado que tanto o chamava de alguma forma era o que parecia mais fascinante. No entanto, ele se via forçando as memórias cada vez mais para trás. A maior parte delas não era realmente excelente e com certeza ela não era a pessoa que havia se tornado durante aquele mês na fazenda. Era a pessoa que ele queria esquecer. Talvez, se continuasse a empurrar essas lembranças para o fundo do consciente, talvez realmente as esquecesse. Isso era uma boa coisa para se pensar à noite.
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N/A: Então, aí está o segundo capítulo. Ainda falta um não? Hehe... Eu disse que ia começar a segunda parte no quarto capítulo, não? Mas não tenho certeza mais. Depende de como as coisas vão andar no terceiro, que eu ainda não escrevi... De qualquer maneira, não dmora muito P
