PARTE IV
Só quem ama pode entender!
"E eu vos direi: "Amai para entendê-las!
Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e de entender as estrelas.""
Quatro anos havia passado e a união d'Os Marotos só aumentavam. Durante quatro anos eles se dedicaram às aulas secretas de animagia, depois, é claro, de aprontarem algumas com os sonserinos. E, durante este tempo, eles estudaram muito e aprimoraram-se. Durante estes quatro anos, as transformações de Remus pareciam muito mais dolorosas, pois ansiava tanto em ter seus amigos por perto quando pelos perigos que esperava por eles. Ele também estudava animagia escondido. Dissera aos amigos que não precisava se transformar em animago porque, no final das contas, ele já se transformava em um animal todo mês. Mas, no fundo, ele queria seguir o caminho de seus amigos.
E assim passaram-se os anos. Ainda com seus 14 anos, Remus caminhava para o trem, muito mais confiante do que das outras quatro vezes que entrara nele. Agora sabia o que esperava por ele. Procurando por uma cabine vazia, ele trombou com Sirius, que parecia realmente excitado.
"Então" começou esfregando as mãos ", como está se sentindo? Ansioso? Excitado? Nervoso? Feliz?"
"Sim, nervoso... vocês vão se dar mal nessa..."
Sirius bateu nas costas de Remus e fez uma carranca. Nas férias, Remus soubera que eles concluíram os estudo de animagia. Ele concluíra o seu um ano antes e se transformava em um lobo, o que era bem conveniente. Sirius se transformava em um cachorro enorme e preto, que todos acharam que as garotas concordariam. Nos quatro anos em Hogwarts, Sirius parecia querer quebrar o recorde de namoros. James num belo cervo. Um veado, como disse Sirius, que fez James sair na porrada com ele. E Peter num rato. Remus achou o animal perfeito para Peter.
"Não se preocupe, amigo!" disse Sirius, piscando o olho azul.
Remus procurou não pensar que, o que eles estavam fazendo era mais do que infringir uma norma da escola, era infringir uma lei séria do mundo mágico; e que a punição deles seria mais do que limpar sem mágica a ala hospitalar, seria, no mínimo, uma estadia nada confortável em Azkaban. Nem foi muito difícil esquecer os "detalhes técnicos", como dizia James. Logo que os quatro se encontraram e acharam uma cabine vazia, começaram a bolar planos e mais planos de como usariam o mais novo recurso de infringir as regras.
"Eu tenho uma idéia!" disse Sirius, animado, levantando o braço. "Podíamos andar por Hogwarts e Hogsmead."
"Ah, certo! E ninguém notaria um cão, um veado, um rato e um lobisomem andando juntos por ai?" ironizou Remus.
"É CERVO!" gritou James.
"Deixa disto, Remus, é uma boa idéia. Primeiro, ele nem se aproximariam" defendeu Sirius.
Remus apenas deu de ombros e acomodou-se na poltrona no momento em que a porta se abria. A menina ruiva que James conversava animado no primeiro ano pediu licença.
"Posso entrar?" perguntou.
James logo se levantou, dando seu lugar para a ruiva e sentou-se entre Sirius e Remus, expremendo-os. O nome da garota era Lilly Evans e estava no mesmo ano que eles. No seu peito ostentava uma placa vermelha e dourada com uma enorme letra M. E era, de senso comum, claro que James sentia algo por ela. O que arrancava risos de Sirius toda vez que ela recusava algo ao amigo.
"Mesmo se não pudesse..." começou Sirius antes de ser calar com o olhar de James.
A conversa mudou totalmente de rumo depois que Lilly entrou na cabine. Os Marotos haviam feito um pacto que não falariam nada sobre suas aventuras ilegais para ninguém, nem mesmo para a namorada. E, também, Lilly não era chegada a aventuras, ilegais ou não. Sua frase preferida era: "Vamos estudar, o estudo é tudo!"
Enquanto a conversa desenrolava, Remus, que estava na janela, olhava o céu, viajando nos seus próprios pensamentos. Ele nunca dissera nada para os seus amigos, principalmente Sirius, mas desde o segundo ano, se apaixonara-se por uma corvinal do primeiro ano. Nunca se aproximara-se, no entanto. Havia sempre um impencílio no meio, um abismo entre os dois: o fato dele ser o que era. Que tipo de garota gostaria de namorá-lo?
"Remus" chamara a ruiva ", Sarah Fareis, sabe?, aquela do quarto ano da corvinal, estava te procurando. Eu falei que você certamente estaria com os amigos e falei para me seguir, mas ela recusou."
James e Peter sorriram maliciosamente enquanto Sirius fitava Remus. O coração de Remus deu um solavanco. Ele se controlou para não interrogar Lilly e só assentiu silenciosamente.
"Então" continuou Lilly ", não vai ver o que ela queria?"
Remus a fitou confuso e assentiu, saindo da cabine sem olhar os olhares maliciosos dos amigos. Fora da cabine, ele não sabia que rumo tomar e estava pronto a voltar para a cabine quando viu Sarah no corredor, encostada na parede de frente para uma janela. Era uma visão muito bela. Com seus cabelos longos, castanho alourado e esvoassantes, seus olhos verdes semicerrados e as mão nas costas, Sarah Fareis parecia ter mais que seus recém completados 14 anos. Remus fitava-a, enfeitiçado.
De súbito, a garota abriu os olhos e voltou-se lentamente para Remus. Quando o viu, sorriu. Remus ficou estático enquanto ela vinha em sua direção.
"Oi" cumprimentou ela.
Remus abriu a boca e fechou.
"Soube que me procurava" disse por fim.
Ela sorriu gentilmente, corando.
"É. Mas não se preocupe, era apenas por curiosidade. E as garotas da corvinal queriam te ver."
"Sério?" perguntou com indiferença.
"" ela deu de ombros. "Ah, sim" continuou animada ", queria te apresentar uma amiga minha, pode ser?"
"Claro."
E os dois seguiram pelo corredor até chegarem a uma cabine que estava ocupada por apenas uma garota. Para Remus, sua beleza não chegava aos pés da que estava ao seu lado. Com cabelos louro-mel e olhos mel, ele podia dizer que ela era muito bela. Entrando na cabine ele sentou-se ao lado de Sarah, de frente à garota, cuja cabeça jazia no vidro fechado da janela.
Sarah, muito animada, na opinião de Remus, começou as apresentações.
"Laure, este é Remus Lupin."
A garota, Laure, se ajeitou na poltrona, impaciente.
"Eu sei, Sarah" disse simplesmente e estendeu a mão para Remus. "Prazer, Remus, sou Laure Tavenier."
Remus apertou a mão da garota.
"Você é irmã de François Tavenier?" perguntou o garoto. François era um dos agora quintanistas da corvinal. Era uma pessoa adorável, porém, quem o via irritado, não era nem um pouco sortudo. Ele era bastante temperamental.
"Sim. Algum problema?"
Remus ia responder quando Sarah o puxou para fora da cabine.
"Mau-humor" murmurava ela.
O resto da viagem ocorreu sem maiores surpresas. Durante mais um tempo Sarah e Remus conversaram. Quase chegando em Hogwarts ela pediu licença quando as amigas dela a chamaram. Remus, então, voltou para a cabine e, logo que entrou, foi saudado pelos três marotos. Cada um fazendo uma pergunta.
"E aí? Como foi com a gatinha?" perguntava Sirius.
"O que ela queria?" perguntava James.
"Você viu a mulher da comida?" perguntou Peter.
Os dois primeiros olharam-no espantados.
"PETER!"
"Quê? Eu estou com fome!"
Remus sentou-se. Sirius logo se adiantou e sentou-se ao seu lado.
"Mas, me conta como foi lá com a tal Fary?" perguntou o moreno.
"É Fareis, Sirius!" retrucou Remus nervoso. Olhando os amigos à sua volta, esperançosos. "O quê? O que foi?" perguntou impaciente cruzando os braços. "Não houve nada com a Sar... Fareis" corrigiu-se apressado. "Nós apenas conversamos sobre, sobre futilidades."
"E blá-blá-blá..." ironizou James "e eu sou uma rainha..." e pôs as mãos nas ancas, fazendo cara de "delicado".
"Ah" Remus enrugou a testa e levou as mãos às têmporas. ", que visão dos infernos, Potter. E já sabia que você não era homem, mas, vê-lo assim, dá até um aperto no coração."
Sirius e Peter caíram na gargalhada. James sentou-se irritado, com os braços cruzados e a com uma expressão furiosa. Após um tempo até controlar o riso, Sirius deu um tapinha no ombro de Remus. O rapaz olhou para Sirius, que indicava a porta. Os dois se levantaram e, enquanto James e Peter começaram a brigar, saíram. Fora da cabine, eles buscaram uma janela, onde se apoiaram. Sirius encostou-se de costas na janela e Remus apoiou os braços, fechando os olhos e sentindo o vento que batia forte.
"Então..." começou Sirius.
Remus ficou calado.
"Aquela Fary" vendo que Remus ia corrigi-lo, acrescentou-se depressa ", ou seja lá como se chama. Ela é bastante bonita."
"É, muito" respondeu desinteressado.
"É mesmo. Então..." ele pausou.
"O que você quer saber, Sirius? Se eu estou... se eu gosto dela?" Remus virou-se, apoiando o quadril na janela. "É isso?"
Sirius moveu-se incomodado. Nunca pensou que seria tão difícil falar sobre garotas com Remus. Com James sempre fora algo espontâneo, normal, mas Remus era bastante reservado para não discutir sobre seus sentimentos. Por algum motivo, isto incomodou-o.
"Escute, Remus, você confia em mim?" perguntou sério, de fronte ao seu amigo. Remus atônito, assentiu com a cabeça. Sim, confiava, e era o único. "Então, você falaria para mim se estivesse a fim de alguma garota?" Remus expremeu-se contra a janela, se desequilibrando um pouco. Sirius estava o interrogando. "Você me contaria? Sim ou não?" Sirius colocou as mãos nos ombros de Remus, apertando-os um pouco.
"Sim... só esperaria... um tempo..." respondia devagar, tentando formular uma boa desculpa para não ter contado nada Sirius.
A porta do vagão se abriu.
"Wow, desculpe-me, não sabia que vocês eram..."
Remus e Sirius se afastaram o máximo, ficando de frente a garota. E lá estava Laure Tavenier com um sorriso divertido nos lábios. Seus olhos percorriam Remus por inteiro, depois passou para Sirius. Os dois rapazes ficaram parados, deixando-a examiná-los, com, porém, atitutes diferentes.
Remus estava um nervorso. Ela era amiga de Sarah, e se ela inventasse coisas sobre eles e falasse a ela? E se ela acreditasse? Sirius, por sua vez, cruzou os braços impaciente, apoiando-se numa perna e encarou Laure. Laure olhava para eles divertida.
"Olhe, pode olhar, oh frígida rebelde!" disse Sirius dando uma volta.
Laure o encarou.
"Não, obrigada, você é muito grosso e nem é tão bonito o quanto dizem. Além do mais, se eu sou frígida é porque ninguém é homem o suficiente para encarar meu irmão e também já estou interessada em outro. Por isso, oh mula preta playboy, pode tirar o seu cavalinho... te tirar... sair da chuva, pois comigo isto que você chama de 'charme' não funciona" e passou por eles, entrando no outro vagão. "Além do mais, diga ao seu amigo que, se ele estiver gostando da Sarinha, é melhor desistir!"
Remus ergueu a sombrancelha. Seria possível uma garota resistir ao charme do Sirius? No mesmo momento passou por sua cabeça as lembranças de todas as garotas que imploravam para ele, Remus, ajudá-las para juntá-las com Sirius. Esta Laure era realmente diferente de muitas garotas. Tinha um tom sarcástico e irônico que deixava até o mais musculoso e corajoso, com um medo inquestionável. E o olhar dela, aquele olhar. A intensidade dele era... incrível. Ela olhava tudo sem medo. Ele não pôde deixar de sorrir.
"Mula preta playboy? E ela acha que pode sair assim?" Sirius resmungava. "Pelo jeito não são só sonserinos que são um porre! Eu... eu já tenho um plano!"
Remus apenas concordou, todavia tinha a impressão que não seria nada fácil pegar Laure Tavenier.
Todas as suspeitas de Remus se confirmaram. Laure Tavenier estava mais para sabonete para Sirius do que frígida. Ela escapava de todas as armadilhas postas por ele, o que o fez recrutar todos os marotos para acabar com ela. Com o passar do tempo os marotos descobriram algo muito mais desafiador do que pregar peças nos sonserinos. Apenas Remus se divertia com toda esta situação. E apenas ele tomava cuidado o bastante para não receber o troco da Laure. Ela retornava todas as brincadeiras e, invariavelmente, todas acertavam em cheio os seus alvos, o que deixava os marotos cada vez mais raivosos.
Com toda esta perseguição pela Laure, muitos boatos nada agradáveis para os marotos, surgiam. Uma calorosa discussão entre Laure e Sirius no salão principal apimentou ainda mais estes boatos.
"É, certas mulheres-homens frígidas rebeldes não conseguem caras legais pelos meios normais, sabe? Elas sabem que não conse..." Sirius praticamente gritava para todos no salão principal ouvirem.
Na mesa da Corvinal, Laure parou de conversar com Sarah para ouvir.
"Pois é, Sarah, mulas pretas playboys, são um problema! Elas ficam no nosso pé!"
Sirius se levantou com raiva.
"Ora, sua... desde quando eu estou no seu pé?"
E a discursão continuou. Remus tinha a impressão que Laure tinha conseguido de novo o que queria: boatos sobre Sirius e ela. Por mais que se esforçasse, Remus não podia deixar de achar tudo muito engraçado e patético. A imagem de garanhão de Sirius, de certa forma, aumentou entre os garotos. Afinal, Laure, na opinião de Remus não era tão bonita, mas também não era nem um pouco feia , para os outros ela era um tesouro inalcançável. Laure sempre se escondia atrás do irmão forte e temperamental. E a prova que o irmão aprovava a reação de Laure e incentivava-a era a quantidade de vezes que ele, acidentalmente, quase matou Sirius e também as 'indiretas' sobre algo como teste ou duelo.
Era tudo realmente muito engraçado para todos. As brincadeiras, as piadas e outras coisas que, não só os sonserinos, mas como toda Hogwarts, falavam para Sirius eram realmente engraçadas. Sirius, entretanto, não estava gostando nada. Não era só o ódio que ele sentia pelo rumor sobre ele, era algo como frustração. Até Peter e James começaram a integrar no clube 'Vamos Zoar Sirius'. Remus ficava aparte. Não que não achasse graça, mas respeitava o que Sirius sentia, e se sentia meio culpado por tudo isso.
Sirius estava sentado com pernas cruzadas na sua cama com a cortina fechada quando Remus entrou no dormitório. Ele fez hora na sua cama, deitando-se e pensando em tudo que havia acontecido com ele entre seus cinco anos e os quinze de hoje, avaliando o quando crescera física e mentalmente. Cansado de pensar no passado, Remus levantou-se e caminhou para próximo da cama de Sirius.
"Sirius?" chamou. Nenhuma resposta. Ele insistiu mais três vezes até que, dando-se por vencido, puxou a cortina da cama do amigo com tanta força que quase a arrancou dos trilhos.
Sirius olhou para Remus.
"Que é? Vai dizer que eu procurei por isso?" perguntou Sirius secamente. "Eu sei que eu procurei por isso desde que a comecei a chamá-la de frígida no trem, mas eu não pensei que ela fosse tão difícil..." e pôs a mão na nuca e puxou-a, entre os braços, para baixo, martirizando-se. "Ah, isso não podia ter acontecido, eu sabia! Eu sabia que se sentisse algo..." calou-se.
Remus, curioso e intrigado, sentou-se à sua frente, enlaçando as pernas com os braços.
"Sentisse algo...?" repetiu Remus. Aproximando-se de Sirius ele perguntou calmamente: "Sirius, você - por - acaso - sente - algo - pela - Laure?"
Sirius ficou parado na mesma posição de martírio. Remus iria insistir, mas James e Peter entraram escandalosamente no dormitório. Após umas mais piadas sobre o caso do Sirius, James ficou sério e virou-se para Remus.
"Então" disse ", daqui a pouco, hm? A lua cheia" acrescentou quando viu que Remus não estava entendendo.
Na mesma hora Sirius levantou-se.
"É mesmo! Temos que combinar o que faremos" falou um Sirius afobado, parecendo uma criança fazendo muitos planos para algo que achava realmente valioso. "Nós poderíamos sair seguindo você e Madame Profey na capa de James."
"Ela ouviria os nossos passos" respondeu Peter. Pela primeira vez ele falara algo inteligente. Remus achava, contudo, que era mais por medo do que inteligência. Não gostava de Peter. Ele não soava verdadeiro, soava mais como um frangote que se esconde atrás dos fortes.
"Vocês realmente querem fazer isso?" perguntou Remus. Sirius e James assentiram, Peter apenas os seguiu. "Nada do que eu diga irá fazer vocês mudarem de idéia? Nem se eu dizer que não quero isto?" mais uma vez os três assentiram. "Então eu tenho um plano. Simples e prático. Vocês saem primeiro e ficam na orla da Floresta Proibida. Depois que eu entrar no salgueiro e Madame Profey sair de vista, vocês entram como animagos."
"Brilhante" explodiu James. "Faremos isto. Mas tem algo ainda que eu quero discutir com os Marotos: nossos apelidos!"
"Apelidos?" exclamaram todos.
"É, algum nome que poderemos usar para assinar nossas... 'brincadeiras'" explicou James, parecendo ofendido.
"Mas" começou Sirius, tentando achar uma ligação ", para quê? Todos de Hogwarts sabem que somos os Marotos."
"E daí? Não há nada provado em papel."
Como todos notaram que James realmente queria os apelidos e não desistiria, todos concordaram.
"Ok" disse James satisfeito ", eu já pensei no meu: Pontas."
"Pontas?"
"Sim. Ora, eu me transformo em cervo... SIM, SIRIUS, É CERVO E NÃO VEADO! Continuando, em me transformo em cervo, cervos têm chifres" Sirius riu baixinho ", chifres têm pontas..."
Remus franziu o cenho.
"Você realmente pensou nisto tudo só para chegar a um maldito apelido?" perguntou ele. James desdenhou a ironia dele. "Certo, eu serei... lobo... lua... aluado... é Aluado. É legal?"
"Muito" respondeu Sirius. "Agora sou eu. Hmmm... cachorro..."
"Conformado... almofada... Almofadinhas!" exclamou Remus. "Eu sou bom nisso!"
"É, gostei, não gostei do conformado, mas...! Agora um para Peter. Rato... rabo..."
"Rabicho" exclamou o próprio Peter.
"Isso!"
"Bem, amigos marotos, está aberta a caça aos sonserinos e os Tavenier! Os Marotos voltaram à ativa!"
Era noite de lua cheia. Daqui a poucos minutos Madame Promfey iria chamá-lo para ir ao seu esconderijo no salgueiro lutador para sua transformação. Como todos os anos. Este, porém, seus amigos estariam lá, com ele, como animagos. A noite veio rápida e a enfermeira chamou-o. Ele desceu para a enfermaria enquanto seus amigos se dirigiam ao salgueiro lutador debaixo da capa da invencibilidade de James.
Confiante, o garoto acompanhou a enfermeira pelos jardins de Hogwarts e entrou na passagem do Salgueiro. E sentou na cama desmantelada, esperando sua transformação e os amigos.
Não muito longe dali, os três outros marotos estavam espremidos, na orla da Floresta Proibida, debaixo da capa de James. Eles se esconderam na sombra da árvore e tiraram a capa, entreolhando-se.
"Bem" começou Sirius ", é agora ou nunca, galera."
"Vamos deixar a capa aqui?" perguntou Peter.
"Não, vamos levar."
"Peter" disse James ", você sabe o que fazer! Pule no nó! Agora deixe-me transformar."
James respirou fundo. E, antes de alguém falar algo, tomou a varinha e transformou-se num lindo cervo, espremendo os outros dois.
"OH, SEU VIADO!" berrou Sirius, afastando-se. Pegou a varinha e transformou-se num cachorro enorme com pêlos negros.
Peter, incerto, pegou a varinha e transformou-se num rato. Os três foram para a borda do salgueiro. Peter pulou no nó que fez a enorme árvore parar de se mexer. Passando pelo buraco, eles escorregaram pela entrada. James, que era um cervo um pouco grande para o diâmetro do buraco, ficou entalado, e teve que se transformar em humano de novo para escorregar. Só chegando dentro da casa ele se transformou de novo.
Sirius, na forma do cachorro, saiu em busca de Remus. Ele o encontrou já como lobisomem. Os dois ficaram se encarando por um tempo, até que Remus atacou Sirius, que, assustado, começou a correr pela casa, derrapando. Encurralado, Sirius revidou um ataque do lobisomem, travando uma luta.
Por dois meses, esta cena se repetiu, até que Remus tomava mais consciêncis humana. E assim passaram-se os meses, até que decidiram que era hora de aproveitarem a nova liberdade deles e começaram a sair por Hogwarts e Hogmead. Eles faziam cada vez mais descobertas e descobriam passagens secretas. Até que começaram a fazer um mapa de Hogwarts.
E assim passaram-se os dias de lua cheia. Remus estava cada dia mais feliz. Seus dias antes de tormento, agora se tornavam verdadeiras aventuras. Por vezes se sentia arrependido de toda a situação. Geralmente este sentimento batia quando encontrava Dumbledore. Ele havia o colocado na escola e ele induzia aos amigos a serem animagos. Mas, assim como vinham, estes sentimentos iam embora quando a lua cheia se aproximava.
"Oh, mula preta, sai da freeeeente!"
Sirius, que andava entre Remus, James e Peter, foi empurrado contra James. Recuperando o equilíbrio, virou-se pronto para uma briga com quem quer que fosse. Mas não esperava se deparar com Laure Tavenier. E pior, junto com a turma da Sonserina. Os três Marotos ficaram os encarando.
"Algum problema?" perguntou o loiro, Lucius Malfoy. "A garota não pediu para a... como é mesmo? Ah, mula preta..."
"Ora!" bradou Remus.
Um garoto de cabelos tão negros quanto os de Sirius, passou o braço pela cintura de Laure. Sirius crispou-se.
"O que é, Black?" perguntou o garoto.
"Nada, Snape. Só estava imaginando o que vocês estariam fazendo a essa hora da noite" respondeu.
"Nada menos do que vocês fazem! Aliais, eu sou um monitor, se vocês não sabem."
"O que você quer dizer?"
"Não é óbvio?" perguntou Laure. "Vamos, Black, não é tão difícil" e virou-se para Severus Snape, que apertou ainda mais o enlaço na cintura da garota. "Vamos, Severus" e o beijou nos lábios, saindo em seguida na direção oposta à dos marotos. Lucius os seguiu.
"Droga!" exclamou James.
"Ele é monitor? Quem nomeou aquela coisa monitor?" perguntou Peter.
"Ah, ele é inteligente..."
"Ora, Remus, você também " retorquiu Sirius.
Remus apenas deu de ombros enquanto Sirius virava-se para James.
"Sua namoradinha também é monitora, né?"
Na manhã seguinte ao encontro entre Os Marotos, Laure, Severus e Lucius, Sirius viu Laure entrar no salão principal junto com Sarah e caminhar direto para a mesa da Sonserina, sob os olhares curiosos e astutos de todos. Receoso que Sarah a seguisse para a mesa dos seus piores inimigos, Remus suspirou aliviado quando a viu segurar o braço da amiga e falou algo inaudível até para quem estava mais próximo, parecendo um tanto irritada. Laure apenas apontou para a mesa da Corvinal e continuou a marchar para a mesa da Sonserina. Sarah, muito aborrecida e contrariada, caminhou para a mesa de sua casa com passos fundos.
Laure aproximou-se de Severus Snape e abaixou a cabeça. O que Remus presumira que seria apenas um toque de lábios se tornou num intenso beijo entra a corvinal e o sonserino, que a puxou pela cintura, fazendo-a sentar ao seu lado. Sirius, que estava ao lado de Remus, gemeu baixinho. Remus apenas deu um tapinha no ombro do amigo, com o olhar pregado no casal da mesa da sonserina, um pouco enojado.
"Vamos, Sirius," disse Remus "não vale a pena" disse baixinho.
Sirius levantou-se infeliz com uma certa ajuda do amigo. James viu a cena e olhou para trás como se quisesse confirmar o que suspeitava.
Já fora do salão principal, os dois amigos continuaram a caminhar em passos extremamente lerdos. Calados, como se nada precisasse ser dito.
"Eu não..." começara Sirius, mas engasgara na própria fala.
"O quê? Laure e Snape? " Remus suspirou ", eu também não imaginava. Pensei que ela tinha um certo gosto, afinal ela te rejeitou feio, não é?"
"Ah, sem sarcasmo, Aluado" retrucou Sirius secamente, fitando o amigo por um breve segundo. "Tudo que eu não preciso agora é suas ironias."
"Certo, desculpe-me" Remus deu de ombros.
"Ah, tudo bem" e continuaram a andar silenciosos. "Não que não soubesse o resultado. Ela já havia me esnobado no ano passado e este ano. Mas ficar em amassos com aquela coisa!?"
"Sirius, se eu pudesse ajudar..."
"Isto dói, mais que eu queria. Mas deixem de falar de mim e meus problemas que eu vou atrás. Pelo jeito Fary não..."
"Pela última vez: é Fareis!"
"... aceitou a escolha da amiga, não é?"
"Não. Sirius, vamos por este corredor. Nós colocamos uma armadilha..."
"Armadilhas? Aluado, você deseja me ajudar?"
Remus deu de ombros. Já estava acostumado em participar das brincadeiras e armadilhas dos amigos. Contanto que Lilly Evans não descobrisse. Da última vez eles passaram horas tentado convencê-la a não colocá-los de dentenção, como era sua missão como Monitora. O resultado ainda ressoava nos seus ouvidos: três horas de palestra sobre como era errado o que Os Marotos faziam.
"Você não precisa fazer nada. Só continue sua vida, nas luas cheias..."
Um mês passara e mais uma lua cheia se aproximava. Estranhamente Sirius andava tendo muitos encontros com Snape, algumas vezes eles apenas discutiam, outras eles iam de insultos à declaração de morte. James e Peter achavam tudo muito normal, afinal eles declararam que Snape havia roubado a garota de Sirius. Remus, particularmente, sabia que disto nada de bom resultaria.
Por horas pensara no que exatamente compreendia o plano de Sirius para resolver o problema Snape-Laure. Por vezes questionava Sirius sem resultados positivos. Por noites, quando deitava-se na cama e via que Sirius estava montando o plano na escuridão do quarto, ele tinha medo. Sirius deixara claro que ele, Remus, teria uma certa participação no plano. E era isto que o preocupava.
Quando a noite de lua cheia chegou, Sirius estava com um enorme sorriso nos lábios. Ele chegou perto de Remus e sussurrou baixinho.
"Eu consegui" sussurrou. "O seboso não se esquecerá tão facilmente desta."
"Sirius," Remus sussurrou de volta "o que você..."
"Ei, o que vocês sussurram tanto?" perguntou James. Peter fitou-os.
"Nada" respondeu Sirius com um sorriso. "Então, Remus," disse virando-se para o amigo "nos vemos lá. A madame Promfey já te chamou."
Remus, nada feliz, caminhou até a ala hospitalar onde se encontrou com madame Promfey, que o acompanhou até o salgueiro lutador.
"Vamos" disse James pegando sua varinha. Sirius arrancou a varinha da mão do garoto.
"Não!"
"Almofadinhas..." então James vira. Severus Snape andava nas sombras em direção ao Salgueiro Lutador. "Sirius, o que você..."
"Hah, aquele idiota seboso caiu" exclamava Sirius. "Vamos ver quem irá se exibir por aí com uma garota..."
"VOCÊ É DOIDO, SIRIUS BLACK?" berrou James, já correndo na direção do Salgueiro Lutador.
Sirius apenas deu de ombros e caiu sentado na raiz da árvore. Peter sentou-se ao lado dele, encolhido de frio. O moreno via a cena.
Pontas corria como um louco para o Salgueiro. Snape pegara a vareta e apertara o nó, a árvore parara de se mexer. Ele passou pelo emaranhado de troncos e entrou. James já estava atrás dele, esticou a mão, mas não o alcançou. No desespero, entrou também. Após alguns segundos, o garoto aparecia de volta, com um Snape inconsciente atrás, flutuando. Sirius tentou não pensar no que fizera, levantou-se e foi ajudar o amigo, que lutava com os troncos ferozes da árvore. Um tronco atingiu Snape, o jogando fora do campo de ataque, outro atingiu James no ventre. Ele se curvou. Sirius saiu correndo, nem se importou com o Salgueiro e entrou em seu campo de ataque. Por um breve momento ele viu James cambalear, que foi escondido atrás de um tronco enorme que vinha em seu encontro. O tronco o atingiu na face e Sirius caiu, berrando de dor.
Dumbledore olhava de Remus para Snape, que estavam sentados, separados ao máximo, no sofá no fundo do diretor. O diretor andava em círculos. Remus abaixou a cabeça, cansado. Snape, com um curativo na têmpora e um pulso enfaixado, se esparramou no sofá, aparentemente cansado igual Remus. Depois que Sirius, James e Snape caíram pelos ataques dos troncos do Salgueiro Lutador, Peter correu para o castelo, até encontrar a Profa. McGonagall e Dumbledore. Eles tiraram os alunos do Salgueiro e os levaram para a Ala Hospitalar. Na manhã seguinte, Snape já estava consciente e recebeu alta. Sirius e James tinham fraturas expostas e teriam que ficar por um bom tempo de repouso. Remus, quando saiu do Salgueiro, encontrou com a diretora da Grifinória esperando por ele. Ela o levou para a sala do diretor, onde Snape já estava.
Dumbledore olhou para Remus com uma expressão de desapontamento.
"Então, você achou que seria uma brincadeira muito legal?"
Remus sobressaltou-se e começou a balançar a cabeça negativamente, parou e assentiu.
"Então," continuou o diretor "você assume toda a culpa? Da idéia até a prática?"
Remus suspirou fundo e assentiu.
"Eu acho que não..."
"Severus, não me interrompa. Sirius e James não são nenhum santo, Remus, eu sei disto. Você sabe disto e não adianta protegê-los. Por que você não me conta quem foi realmente que planejou isto tudo?"
"Eu... sinceramente não sei, professor."
"Pois bem" e voltou-se para Snape. "E você, achou bonito o que você fez? Andar pela propriedade à noite? Chegar perto do Salgueiro sendo que é proibido?"
"Eu chamaria isto de curiosidade, professor" respondeu Snape, ainda fitando o teto. Remus fitou intrigado. Ele respondia Dumbledore com se fosse ninguém. Snape virou-se para Remus. "Você é lobisomem."
Remus desviou a olhar rapidamente.
"So... sou..." respondeu infeliz.
"Snape, você levará uma dentenção. Remus, vá para a Ala Hospitalar e fale para James e Sirius que eles também cumprirão dentenções e que estejam aqui amanhã no nascer do sol. Podem ir, agora..."
Remus se levantara e caminhara para a porta, mas Snape continuou sentado, agora com as costas retas e um olhar de indignação.
"Por que o lobisomem não leva dentenção também?" perguntou.
Dumbledore, que sentara-se atrás de sua mesa, levantou o olhar.
"Porque ele não fez nada de mais. Ah, Severus, prometa que você não ficará chamando-o de lobisomem pela escola. E que não contará para ninguém o que você viu."
"Sem chances!"
Remus saiu rapidamente do aposento e correu para a Ala Hospitalar.
Uma semana depois.
"Remus?" uma voz o chamou no corredor.
"Sarah?"
Sarah Fareis estava na esquina do corredor, chamando-o roucamente e movendo as mãos. Assustado, Remus parou de caminhou olhando para os amigos que saíram na frente com olhares e sorrisos maliciosos. Remus preferiu ignorar a reação dos amigos e começou a ir em direção a Sarah, mas a mão de Sirius o parou. Puxando-o e falando ao seu ouvido.
"Pergunte a ela!" Remus fez cara de desentendimento. "Sobre Laure... algo sobre ela, qualquer coisa!" e o soltou, piscando um dos olhos azuis.
Se arrependendo muito por ter concordado em participar dos truques deles contra Laure, Remus caminhou até a garota linda na esquina. Ele a cumprimentou com um aceno quando, de repente, ela o puxou, beijando-o. Os lábios se tocaram com brutalidade. Sem saber como reagir, Remus deixou-se levar pela dança das línguas. O sabor do hálito quente de Sarah era algo que realmente viciava e, no momento que ela afastou-se, ele a puxou-a com uma força enorme, retornando o beijo, e participando ativamente.
Após algum tempo, os dois sem fôlego, se separaram, ofegantes. Remus abriu os olhos lentamente, nem notara quando os fechara. Sarah estava sorrindo para ele, aquele sorriso malicioso que geralmente os Marotos lançavam a ele. Ele sorriu de volta, sem muita convicção. Muitas coisas passavam por sua cabeça. Como, por que Sarah o beijara ali, daquele modo? Nunca imaginara que seu primeiro beijo com Sarah seria tão...
"O que houve? Qual o problema?" perguntou Sarah, notando que havia algo de estranho.
"Ah, nada" mas Remus logo mudou de opinião e se afastou de Sarah. "Por que você...? Aqui...? Desse jeito!"
Sarah pareceu intrigada.
"Você, você não gosta de mim?"
"Como? Quem te disse isso?"
Sarah se soltou totalmente, parecendo indignada.
"Ah, eu vou matar a Laure...!"
Remus engasgou-se e murmurou "Laure?", mas Sarah não ouvia.
"Como ela pôde dizer que você está apaixonado por mim?" continuava ela.
"Eu, eu apaixonado por você?"
No momento, Lily corria e passava por eles. Remus se afastava ainda mais de Sarah. Como se acordasse de um transe, a ruiva derrapou, voltando-se para Remus e correndo para ele. Vendo Sarah, ela parou e a cumprimentou. Virando para Remus, sorriu.
"Prof. Dumbledore está te chamando" disse.
"A mim?" Remus não gostava quando algum professor o chamava. Geralmente era para perguntar-lhe sobre a nova "brincadeira" que seus amigos estavam aprontando ou aprontaram. "Por quê?"
"Ah" fez um gesto de impaciência com a mão ", por que você não vai lá e vê? Mas, não se preocupe, não tem nada a ver com Ja... Potter e Sirius" disse corando.
Remus deve que sorrir. Lily tivera a preocupação de não falar o primeiro nome de James, mas falou o de Sirius. Era como ele em relação a Sarah. Lembrando-se da garota, virou-se, mas ela já estava a alguns metros, resmungando. Remus deu de ombros, meio triste, e seguiu até a sala do diretor. No caminho, ele foi pensando o que o diretor poderia querer com ele se não era para perguntar sobre as brincadeiras de James e Sirius. Talvez ele tenha descoberto que ele e os amigos se tornaram animagos... Remus sacudiu a cabeça. Era um absurdo. Nunca. E com este pensamento ele chegou à sala do diretor, subiu a escada e entrou.
Dumbledore estava acariciando uma fênix muito bonita com penas vermelhas muito vivas e douradas nas bordas das asas. Cuidadosamente, Remus fechou a porta, mas procurou fazer algum barulho, para chamar a atenção do diretor. O diretor virou-se para o rapaz.
"Desculpe-me" disse bondosamente ", só um minuto, por favor" e continuou a acariciar a fênix.
Remus esperou alguns minutos até o diretor virar-se completamente para ele, pronto a dar-lhe toda a atenção.
"Então" perguntou ", por que você veio aqui?"
Remus ergueu uma sobrancelha.
"Porque o senhor me chamou... Lily me disse..." acrescentou rápido.
"Ah, sim. Me desculpe mais uma vez, Remus" e foi-se sentar-se na cadeira atrás da mesa abarrotada de papéis. "Sente-se" disse, convidando-o a sentar-se na cadeira à frente dele. Remus sentou-se, apreensivo. "Ultimamente ando muito ocupado. Você sabe, Voldemort está..." Remus estremeceu. Em resposta Dumbledore balançou a cabeça. "Eu pensei que você era melhor que isso, Remus. Ter medo até do nome? Isto apenas aumenta o medo da coisa em si. Lembre-se disto."
Remus abaixou a cabeça.
"Me lembrarei" respondeu singelamente. Dumbledore olhou-o por cima dos óculos de meia lua.
"Mas eu não te chamei aqui por isto. Acho que você não sabe, mas um aluno morreu pelos ataques de Voldemort."
"Morreu?"
"Sim. Nada foi divulgado, mas aconteceu" disse. "E como ele era o monitor da Grifinória..."
"Grifinória?!"
Dumbledore assentiu.
"E como ele era o monitor, estava à procura de um novo" pegou um papel. "Sua ficha só diz bem de você, apesar de saber que nem tudo que acontece aqui em Hogwarts está na ficha. Então, você aceita?"
"Aceito o quê?"
"Ser monitor. Mas tem uma condição. Tente parar os seus amigos com as brincadeiras. A última, envolvendo Severus foi muito grave, e você teve de ser o primeiro a saber disto, não?" Remus abaixou os olhos. "Não estou culpando ninguém, Remus, entenda isso. Se Severus não fosse confiável..."
"Desculpe-me, professor, mas eu não acho..."
"Sim, ele é. Debaixo daquele temperamento..."
"Ele já deve ter contado para toda a escola sobre mim..."
"Não, não contou. Mas, Remus, você aceita?"
Remus assentiu.
Os dias e meses passaram-se assim como os NOM's. Para comemorar, foi planejado um baile para os quintanistas e seus pares. As outras séries pareciam fazer qualquer coisa para ser um convidado do baile. Até os quintanistas pareciam aflitos. O baile seria realizado no penúltimo dia de aula. Faltavam dois dias para o baile.
"E aí, já convidou alguém?" perguntou Sirius, deixando bem claro de quem ele estava falando: Sarah Fareis. Por dias ele pensou em convidá-la, mas não deve coragem. Não depois daquele beijo. Depois daquele dia, Sarah nem o cumprimentava mais, nem o olhava. "Ora, vamos..."
"Quem você vai convidar?"
"Hmm, qualquer garota por aí..."
"Ah" Remus o fitou. "Já convidou Tavenier?" Sirius piscou. Remus riu. "Tudo bem, eu convido Sarah e você a Tavenier-"
"Wow, de jeito nenhum, ela está com aquele seboso."
Remus saiu do dormitório, deixando Sirius com suas dores de cotovelos sozinho, com apenas um objetivo. Achar Sarah e convidá-la para o baile. Não queria perdê-la como Sirius perdera Laure. Está certo, Laure o tinha esnobado... Ele achou a garota no salão principal na mesa da... sonserina. Ela estava ao lado de Laure e Severus, ao seu lado também tinha um garoto que estava se esparramando todo nela. Remus suspirou fundo e caminhou para a mesa, ao se aproximar ele ouvia a conversa deles.
"Não, obrigada, Laure, mas não quero ir ao baile" Sarah respondia para Laure.
"Vamos, Sarah, você não pode deixar de ir só por causa daquela coisa" e acrescentou algo baixinho no ouvido da amiga. Remus se postou atrás da garota e ouviu o que a amiga falava. "Você não ouviu o que Sev falou? Ele é um lobisomem! Ele é a pior coisa que tem em Hogwarts, ele e aquela patota dele!"
Remus recuou um passo.
"Ah, você já me falou isto uma trezentas de vezes, Laure. Por favor, eu realmente gosto del...REMUS!"
Remus acenou.
"Oi..."
Laure, como todos da mesa da sonserina e de todas as outras casas, o fitou profundamente.
"Não retiro nada do que eu disse!" disse e voltou-se para seu namorado.
Remus a ignorou.
"Sarah, será que eu podia falar com... eu queria... você quer ir ao baile comigo?"
O sonserino ao lado da garota riu.
"Ele não ouviu... ela não quer ir no baile. Além do mais, se ela mudar de opinião, ela irá comigo, pois eu a convidei primeiro."
Sarah o olhou com desprezo. E, com um tom de divertimento, respondeu.
"Lógico, Remus" e deu o braço para o rapaz.
O tema era Ice. Tudo estava enfeitiçado para parecer transparente. Havia um espaço no centro do salão onde havia um vão, destinado aos dançantes. Rodeando o vão, havia mesas de quatro pessoas. Os professores apareciam de vez em quando, só para assegurar que tudo estava bem. O baile já havia começado há duas horas. Depois de duas danças, Remus e Sarah sentaram-se numa mesa e ficaram parados.
Sarah estava vestida com um vestido sensual prata. Seus cabelos estavam presos num coque frouxo, com madeixas cacheadas. Remus estava com um robe preto com detalhes pratas, para combinar com o par. Sarah ergueu os olhos para ele.
"Divertido, não é?"
"Eh" disse vendo Sirius na pista de dança com uma Lufa-Lufa e Laure e Severus. "Mas, vamos lá fora?" Sarah assentiu.
O lado de fora realmente era melhor. Eles acharam um lugar reservado para sentarem e começaram a olhar o céu estrelado. Remus fitou Sarah. Ele podia fazer aquilo. E, com um excesso de carinho, segurou o rosto da garota e deu-lhe um beijo longo. Sarah sorriu e deitou-se de costa na grama, colocando as mãos atrás da nuca.
"Então você é um lobisomem..." disse calma. Remus assentiu. Sarah levantou-se parecendo raivosa. "Olha aqui, Remus, acho melhor você perguntar logo."
"O quê?" perguntou Remus assustado.
"O que você quer perguntar. Se eu quero namorar você!"
Remus riu e levantou-se, ficando de frente para ela.
"Você é muito convencida! Bem," pegou a mão dela "você quer namorar comigo?"
"Sim... é, pode ser..." e riu baixinho, um pouco envergonhada. "Desculpe-me, Remus, eu não sou assim. Mas, se eu não tomasse uma iniciativa... Parece aqueles filmes trouxas, não é? Eles se amam, mas não dizem nada, e há muitos desencontros..."
"Eh" respondeu, puxou Sarah para mais próximo e a beijou, levantando-a um pouco do chão. De repente sentiu o peso todo de Sarah. Contorcendo-se. Fria, pálida... com uma expressão de dor.
N/A:Eu só não coloquei o epílogo porque eu acidentalmente perdir... eu pedi para minha beta me mandar de novo, mas até agora...
