EPÍLOGO
Naquele dia, Remus se lembrava bem, Sarah ficou tão fria quanto as pedras do chão onde estava agora deitado, anos depois. A cena toda fora violenta e sádica. Jatos verdes eram disparados em todas as direções possíveis. Pessoas caíam por todas as partes. Outras, com capas e capuzes cobrindo seus corpos e rostos, riam e se divertiam lançando mais e mais feitiços. Na época ele nem imaginou o que ocorrera, só depois de um bom tempo é que ele entendera. Os Comensais haviam invadido Hogwarts. Voldemort finalmente resolvera atacar de frente, não só ficar atingindo pessoas como Guilio Husfe, o monitor da Grifinória que Remus substituíra.
Nas férias tudo parecia tão surreal. Surreal demais, na opinião de Remus. Sarah ficara bem, no final das contas. Dumbledore achava que o feitiço que a atingira fora lançado por um aluno que apoiava Voldemort, mas que não tinha muita experiência. Ela parecia muito traumatizada e sempre mandava corujas e corujas para ele. O namoro deles durara muito, até depois de Hogwarts.
Remus se levantou do chão e deitou-se na coisa que chamavam de cama. Muitos já haviam passado por aquela cela, mas nunca duravam muito. Ele se perguntou quantos dias mais ele duraria. Não muito, respondeu a si mesmo. Não com o sentimento nostálgico que fazia ele ter vontade de vomitar. Dias naquela cela o endureceram e deram a ele muito tempo para rever toda sua vida.
No sexto e sétimo ano, tudo transcorrera normalmente, tirando, é claro, o fato que todos temiam que Voldemort atacasse Hogwarts de novo. James e Sirius continuaram com as brincadeiras e azarações. Peter sempre tão idiota, tão estúpido, levantava o ego de James e Sirius. Ele próprio não mudara nada, só o fato dele estar namorando. No sétimo ano, Sirius convidou Laure para o baile de formatura e, para a surpresa dele e de todos, inclusive de Snape, ela aceitou. E, com certeza, Snape não soubera da decisão da "namorada" até o baile, quando vira ela e Sirius dançando animados.
Era uma das cenas mais divertidas que Remus vira. Snape levantou a mão, com os punhos fechados, mas, em vez de acertar Sirius, acertou Laure, que caiu alguns centímetros longe, de bunda. Sirius ria também e Remus não podia reprimi-lo, era uma cena realmente engraçada. Sarah fora acudir a amiga e a levou para o banheiro. Quando voltou sozinha, começou a gritar com Sirius, perguntando o porquê ele não dera um soco no Snape. Remus ainda se lembrava da resposta dele.
"Porque foi realmente engraçado. E se ela não queria que algo assim acontecesse, seria melhor aceitar apenas um convite para o baile. Ou ela não sabe que, no baile, o par é uma dupla, um casal."
Remus suspeitara que Sirius armara aquela cena toda, convencendo a Laure a não falar para Snape que ia com ele e todo o resto. No momento ele riu muito. Nem percebeu que aí começaram seus problemas com Sarah.
Remus fechou os olhos. Não era hoje que ele queria se lembrar de dos seus problemas com Sarah. Por hoje já bastava de lembranças. Elas doíam mais do que o chão frio, mais do que o torcicolo com o qual acordava todos os dias, mais que as piores torturas que sofria naquele lugar. Não, definitivamente, não. Não seria hoje que se lembraria destas lembranças. Ele sabia que amanhã ele teria muito tempo para pensar nisto tudo. Teria a lua e as estrelas como companhia.
Ele virou-se de lado. Achava que nos sonhos ele estava livre de lembranças. Como ele estava errado...
N/A: Não, a fic não acabará assim. Não percam a Segunda Fase da série Sob a luz do luar: Desterro. (prometo que não demorará tanto assim...
