Ho Capito Che Ti Amo

Tu si''na cosa grande pe' me

'na cosa ca tu stessa non saie

'na cosa ca nun aggio avuto maie

'nu bene accussi, accussi grande

(Tu si' 'na cosa grande, R.Gigli)

Capitulo VII

Hermione não acordou bem disposta naquele dia. O estômago lhe pesava, graças às comidas gordurosas que havia comido na festa antes de Ron a recomenda-la algumas mais leves.

Precisava de chá, como uma boa e natural inglesa necessitava de chá. Esperava, no entanto, que naquele inferno tivesse chá. Bolachas também seriam bem vindas, nada daquele mingau ruim, que parecia mais um tijolo, que lhe davam.

Bolo! Um bolo decente e não tão pesado e estranho. Oras, o que vinham-lhe apresentando até então não era o que ela chamaria de bolo. E os biscoitos? Ela preferia nem comentar.

Suspirou, enquanto sentava-se na cama, estava maluca, simplesmente maluca, para se ver fora dali. Esquecia-se até de que se tivesse, ao entrar neste mundo, ido para uma família pobre, ela certamente não sobreviveria.

Até então não havia se preocupado em quão ridícula ela poderia estar sendo com toda aquela frescura, sua cabeça ocupava-se por inteiro em tentar achar uma forma de sair dali. Só havia se tocado disto, no dia anterior, com Ron, sem reclamar da comida, pois já se "adaptara".

"Oh, que posso fazer se o estômago dele aceita qualquer coisa?" Pensou, rabugenta. Nunca havia demonstrado muito isto aos meninos, mas era totalmente enjoada quando o assunto se tratava de comida.

- Hermi, já acordada? – Maria entrou no quarto radiante, de muito bom humor, e Hermione acreditou que deveria aproveitar isto ao máximo. – Pensei que não conseguiria acordar cedo depois da festa de ontem!

- Não terminou tão tarde quanto parecia que iria, ao menos.

- Mas deve ter sido cansativa para ti, certamente seus pés ainda doem, aqueles sapatos... Como os agüenta?

- Tenho de agüentar, não tem jeito, mas meu pé não dói tanto.- Levantou o pé, o mexendo. – E você, Maria? Depois de ter de correr para entregar o aviso aos participantes da ordem, também deveria estar com o pé doendo.

- Não, estou acostumada a este sapato, estou acostumada a correr... – Maria parecia estar longe.- estou ansiosa para hoje à noite, há quanto tempo não temos uma reunião? Isto será como lavar a alma.

- Oh sim, claro. Com certeza. – Hermione sorriu, sem graça, para a moça a sua frente que a olhava com admiração.

Pobre tola, Hermion pensou. Tinha uma enorme força de vantagem, para não dizer força física, boas faculdades. Uma pena que as desgastavam sendo uma simples criada e dedicando-se tanto a uma ordem estúpida.

Deste tipo de mulher é que saiam mães esforçadas que criavam um bando de filho mesmo que o marido fosse ausente, podiam ser tolas, mas guiavam-se pela dedicação que davam à seus filhos. Ou então mulheres revolucionarias, brigonas, que procuravam espaço na sociedade, em especial, aquelas feministas que Hermione tanto apreciava.

Era realmente uma pena que Maria desgastasse sua dedicação e lealdade à algo tão furado quanto aquela "ordem mágica". Cuidava daquilo como se fosse sua vida, como se fosse um filho, um projeto inteiramente seu.

Se ao menos ela encontrasse um sujeito com quem se casar, quem sabe tiraria aquelas tolices da cabeça e dedicava suas faculdades em algo mais nobre e útil: a criação de suas futuras crianças.

- Maria. – Hermione a chamou, enquanto esta arrumava seu quarto. – Arranja-me um chá com um ovo frito?

- Chá com ovo, senhorita? Mas que mistura inusitada! – Viu a feição impaciente no rosto de Hermione. – Sempre inventando. – Resmungou. – Já volto.

Saiu do quarto resmungando em como sua patroa era maluca, excêntrica e coisas do tipo, que Hermione estava acostumada a ouvir desde que chegara. "Idêntica à mãe" conseguiu ouvir ao longe, Maria resmungar.

Riu-se, Maria era até divertida. Hermione esperava achar um pretendente para a moça na reunião, quem sabe desta forma ela não parasse de resmungar. Como dizia sua tia-avó:

"Está vendo aquela senhora ali, querida Hermione? Ranzinza, e sabe porque? Falta de homem!".


- Minha querida! – O sr.Marcone exclamou, dando um beijo na testa da filha. – Dormiu bem? Maria disse que algo a molestava, seu estômago creio. Herdaste um complicado tal como o de sua mãe.

- Não te preocupas quanto a isto, papai. – Sorriu-lhe. – Nada que um chá não resolva.

- Hmm, curioso remédio. – O homem disse pensativo. – Bem, irei visitar algumas pessoas, deseja vir comigo?

- Oh, não, obrigada. Apresente minhas desculpas aos vossos amigos, mas não os diga o porque de minha ausência.

- E qual seria este porque?

- Um livro. Um livro magnífico que me prende atenção!

- Oras, esta é minha filha! – o sr.Marcone deu uma gargalhada. – Certo, desta vez passa!

- Como é bom comigo, papai.- Hermione sorriu-lhe.

- Não é mais que minha obrigação.

Parou em frente a porta, pegou sua bengala e virou-se para a filha:

- Ora, ora, já ia me esquecendo. Esta memória... já não é a mesma! Teremos uma visita hoje, acho que irá adorar isto.

- Mesmo? – Hermione disse, com os olhos brilhando, ao pensar que era Ron. – Quem vem?

- Sim. Quem mais? Paolo, querida, Paolo!

Hermione fechou a cara, não desejava ver este homem tão cedo, ou melhor, não desejava o ver. Um noivo, que ela nem conhecia! Lembrou-se do que Maria havia lhe contado sobre ele e tremeu. Se ele fosse tudo que Maria tinha dito...

Não acreditava, que se ficasse por ali até o tempo do casamento, que casar-se-ia com ele. Daria um jeito de ficar solteira, e se não, casar-se com outra homem, de preferência, com Ron.

Arregalou os olhos ao pensar nisto. Envergonhou-se, mas, pensando bem, se como pensava, estava dentro de um livro, deveria tentar dar uma história a esse. E se era um livro de romance, parecia-lhe sensato que a mocinha ficasse com o mocinho. Mas, Ron não era exatamente um mocinho, sendo assim, não poderia ser o personagem, sr.Capitello, o par da srta.Marcone! Poderia?

Ora, está bem, a quem ela queria enganar. E desde quando ela gostava de casais certinhos? E desde quando ela era uma mocinha, como as dos romances caretas?


Ron observava Mário brincar com Totó. Estava cuidando do afilhado, ou melhor, apenas o assistindo, enquanto sua mente vagueava longe.

Hermione dera-lhe uma porção de coisas a qual pensar. Dormira mal por passar um bom tempo em sua cama pensando até adormecer. Estava tão perturbado, que a agitação privou-lhe um bom descanso e foi um dos primeiros a acordar.

Por isso, resolveu ir ao jardim cuidar de Mario. Poderia pensar em paz enquanto isto. E num lugar como o jardim, não poderia se sentir sufocado pelas preocupações. Sentia-se, de alguma maneira, responsável.

Se amava Hermione como acreditava que amar, deveria ter sido mais cuidadoso em deixa-la aceitar o presente da maldita velha. Sim, era culpa do livro, não restava mais dúvidas para ele, após refletir durante a madrugada.

Deveria protege-la e achava que estava falhando neste pormenor. Mas o que ele poderia fazer? Era inexperiente, estourado, cabeça-dura, impulsivo e não tinha nem metade da inteligência e astúcia da amiga.

O que podia fazer? O que podia fazer? Sua cabeça apenas ocupava-se com esta questão.

Pobre Hermione, ele vira o desagrado que era, para ela, estar ali. Ter de comer a comida que ela não se habituara, ter de agüentar os odores, costumes... Mas também não havia muito jeito, o que ele podia fazer para ajuda-la a não ser dar os chocolates que compraram na Docesdemel? Ele realmente não se importava com os detalhes da comida, sim, de inicio, se importara, mas era normal, fora um choque.

Para ele era mais fácil pois era só ele comer algo e se acostumaria. Sua mãe o criara, assim como seus irmãos, para ser tolerável e aceitar o que fossem-lhes dado.

"Não quero saber de filho meu sendo um peso porque não come nada!"

Para além de que, ele tinha de comer algumas comidas de Ginny quando sua mãe estava doente. Ginny exagerava ora no óleo, ora na temperatura... A única coisa que ela realmente sabia fazer eram doces.

Ron podia cozinhar, sua mãe fizera questão de ensina-lo, bem como seus irmãos. Os filhos Weasleys eram um pacote completo para as esposas que desejam que seus maridos as ajudem nas tarefas de casa.

Pensando bem, ele poderia experimentar em cozinhar algo para Hermione. Mas, duvidava que conseguiria cozinhar naquela cozinha gigante da casa. Poderia tentar, ao menos, certo?

Está bem, mesmo que fizesse isso, e depois? Não havia jeito, tinham de ir embora e logo. Estranho, voltava, aos poucos, a sentir a vontade intensa de voltar, o mesmo que sentira quando chegara. Não conseguia compreender, porque, de alguma forma, se confortava com aquilo ali.

Bem, certo, pensando um pouquinho, ele poderia achar a resposta.

Ali ele podia esquecer dos seus problemas no seu mundo. Esquecer de qualquer problema, a não ser o de tentar parecer natural.

Porém agora arranjara um problema que parecia ser maior do que boa parte dos seus costumeiros problemas. Precisava ajudar Hermione, precisava voltar, nem que fosse por ela.


Na biblioteca, Hermione estava sentada, tentando ler um livro. No entanto, não conseguia, pois seus pensamentos não paravam em um só segundo. Não percebeu quando Maria entrou.

- Visita para você, Hermi. – A cara dela não era das boas. – O sr.Weasley...

Hermione saiu da cadeira em um pulo e rapidamente se dirigiu ao Hall, para encontrar Ron. Achou-o com um embrulho nas mãos e um olhar apreensivo.

- Olá, Ron. Irritou, Maria? Avisei-lhe para manter implicância com ela, mas não a esse ponto.

- Isto é para você. – Ron disse, sem ouvir o que Hermione havia lhe dito. Ergueu as mãos com o embrulho.

- Oh? Bem, obrigada. – Hermione pegou o embrulho. – O que é?

- Eu, eu, tentei! Realmente tentei! Acontece que os ingredientes foram difíceis de achar e não se tem um fogão decente por tanto...

Hermione não o ouvia. Abria o embrulho com curiosidade, pensando no que poderia ser. Não tinha qualquer idéia, e nem desejo algum, pensava que só por ser um presente de Ron já seria ótimo. Lembrou-se também de não dizer algo patético como "esse presente é tão não-usual" como dissera com o perfume.

- Um bolo! – Hermione exclamou, surpresa.

- De chocolate, pelo menos, a cozinheira disse que era chocolate. Espero que goste.

- Oh, Ron. Isso foi, realmente, muito gentil da sua parte!

- Bem, você disse que não agüentava mais essas comidas daqui, né? Tentei fazer algo mais atual.

- Então vamos ver qual foi o resultado.

- Ah, Hermione, se não se importa, eu gostaria de levar um pedaço para casa, para provar à cozinheira que eu posso cozinhar melhor do que ela.

- Sabe, Ron... eu não sabia que você cozinhava.

- Ginny nunca lhe contou que nós fomos obrigados, assim como os outros, por mamãe a aprender a cozinhar a ajudando? – Diminuiu a voz. – Provavelmente, não contou porque ainda se sente ofendida por eu saber cozinhar melhor que ela. – Deu um sorriso vitorioso.

- Porque nunca nos contou? A mim e a Harry?

- Vocês nunca perguntaram e qual a finalidade de contar? Que diferença faz?

Hermione preferiu não perguntar, entraram na cozinha com o protesto da cozinheira e suas auxiliares. Pegou a faca e partiu um pedaço do bolo levando-o a boca.

- Isso está maravilhoso!

- Está bom? Bom saber, duvidei que conseguiria um bom resultado com aqueles ingredientes. Tive de improvisar um pouco.

- É a melhor que como há um bom tempo, exceto os doces da Dedosdemel! Vejam, podem provar! – E Hermione ofereceu pedaços do bolo à cozinheira e suas auxiliares que pareceram gostar. – Realmente, Ron, fique sabendo que eu desejarei que cozinhes para mim quando voltarmos.

- Se você quiser... – Ron corou, nunca ninguém fizera festa com sua comida, nem nunca ouvira qualquer elogio.

- É claro que quero! Porque haveria de não querer?

- Oh, bem...

- Hermione, querida, o que faz aqui?

O sr. Marcone adentrou a cozinha, parecia animado, pois sustentava um grande sorriso. Parou entre os dois jovens, notou o desconforto de Ron, o que o fez estranhar:

- Interrompi, algo, meus jovens?

- Oh, não, papai. Ron apenas está com vergonha, apostamos que ele não cozinharia nada decente, mas veja só, creio que perdi, prove. – Hermione ergueu-lhe um pedaço de bolo.

- Oh, sr.Marcone, não é nada, não creio que irá gostar, afinal... – Ron começou, corando, enquanto o sr. Marcone comia o pedaço.

- Mas está uma delicia! Rosário que tomes cuidado! Se o garoto tentar pegar o teu lugar, creio que irá conseguir. Mas quem diria, que terias essa habilidade, meu caro? Há tempos não como algo tão... inovador!

- Inovador? – Ron perguntou, confuso.

- Sim, é algo novo, é um bolo diferente. De onde o tirou? Destes países exóticos que costuma visitar?

Ron abriu a boca para responder, mas foi interrompido com o barulho da porta se abrindo por um homem alto, com cabelos castanhos e olhos cor de mel. Carregava um sorriso no rosto e tinha um porte atlético.

Pode ouvir atrás dele, todas as auxiliares exclamarem admiradas: "Mas é o senhor Paolo? Jesus! Como emagreceu! Ele realmente deve gostar da senhorita Hermione". Não gostou daquele tipo de admiração, nem da expressão admirada de Hermione.

- Oh, o que temos aqui? – O sr.Paolo disse. – Um bolo? Posso provar? – Perguntou e antes que Hermione ou Ron respondessem, ele já pegara um pedaço. – Desculpem-me, mas a curiosidade é tão grande! – Comeu. – Magnífico! Rosário, melhoras dia após dia.

- Na verdade, quem fez foi o sr.Capitello. – Uma emburrada Rosário, respondeu.

- O sr.Capitello? Mais que surpresa... – Paolo dirigiu um olhar estranho à Ron.

- Bem, vamos para a sala de visitas? Receio que estejamos as atrapalhando. – O sr.Marcone sorriu para suas criadas. – Vamos, vamos...

Foi empurrando Hermione e Paolo na frente e postou-se ao lado de Ron. Quando considerou que estava distante o suficiente do casal dirigiu-se a Ron:

- Imagine minha surpresa ao ver Paolo, mas como emagreceu! Ele levou a sério quando Hermione comentou sua "gordura" acumulada. Espertinho, está querendo fazer com que Hermione se apaixone por ele antes de se casar.

- Sim, creio que sim. – Ron respondeu incomodado. – Senhor, se me permite, preciso voltar para casa, levarei um pedaço para mamãe e para a empregada. Ganhei a aposta de sua filha e acho que é isso. Até mais ver!

- Oh, sim, mas é uma pena! Não quer se juntar conosco? O sr.Lavienter não chegará tão cedo hoje.

- Quem sabe da próxima vez.

E Ron saiu o mais rápido que pode pela porta dos fundos.


Hermione estava cara a cara com seu "noivo" e não sabia como pensar, nem mesmo como reagir. Limitava-se a sorrir, e responder as perguntas. Ouvira falar tão mal do tal Paolo e formara uma péssima opinião, porém, ali ela estava, em frente a um belo noivo que lhe era cortês e agradável.

Confusa, Hermione tentava entender. Sabia que o único meio certo de sair de um livro enfeitiçado era completando a história. Até então jurava que a história resumia-se na sua personagem que fugia de um noivo feioso e ia para os braços do melhor amigo. Mas cá estava ela, o seu noivo "feioso" era um elegante noivo, talvez melhor do que o personagem de Ron.

Droga, mais do que nunca ela queria estar em Hogwarts. Já lhe bastavam os problemas que tinha lá, agora tinha que se envolver com os problemas de outra pessoa, ou melhor, personagem.

Ouvi com prazer a porta abrir-se, esperando ser Ron e o pai. Ao menos sentia-se melhor com Ron por perto. Sentia-se segura. No entanto, só aparecera seu pai.

- Ron tinha compromissos, perde perdão pela sua visita rápida. – O sr.Marcone sentou-se. – Então, conte-nos sobre suas viagens, Paolo!

- Ótimas, sem dúvida. Creio que Hermione iria aprecia-las. – Sorriu. – Infelizmente, vim tratar de um assunto indelicado.

- E o que poderia ser? – Hermione perguntou receosa.

- Terei de fazer uma longa viagem, que durará no mínimo uns cincos anos. – Parou, respirando fundo. – Por isso, sr.Marcone vim-lhe pedir que apressássemos o casamento.

- Oh, bem... – O sr.Marcone estava surpreso. – E para quando seria o casamento?

- No máximo daqui a três dias.

- Então assim será, precisaremos destes três dias para nos preparar.

Hermione encolheu, empalideceu e, nem ela sabia como, ficou muda. Dentro de si, porém, milhares de pensamentos de revolta berravam. Ela só sabia de uma coisa, ela precisava voltar, já.


A família Capitello desfrutava um enorme jantar com a companhia do sr.Lavienter, que recebera o convite de passar o dia com eles. Ron que achava-se bastante quieto, observava a sua família receber de bom grado o provável pretendente da irmã.

Percebera a mudança desta desde a festa. E com clareza via como seus pais empurravam o rapaz para cima da irmã, incentivando-o desde manhã, quando chegara na casa, a ficar sozinho com esta.

Catarina e Antoine pareciam ocupados em ficarem juntos, aproveitando a reconciliação. E Mário contentava-se com Totó. Ron os observava pensando em como se afeiçoara àquelas pessoas naqueles poucos dias.

Mas não havia jeito, com certeza, quando conseguisse voltar, os esqueceria rapidamente. Ou talvez não, afinal, estranhamente, ele ficara tão bem com aquelas pessoas, habituara-se a eles tão rapidamente.

Sem que ele percebesse a janta teve fim e ele logo pôs a se preparar para sair às escondidas para a casa dos Marcone.


Hermione e Maria esperavam, no jardim de trás da mansão dos Marcone, pelos membros daquela ordem. Hermione tinha a varinha para usar, qualquer coisa. Talvez fosse necessário fazer alguma magia para as pobres criaturas que esperavam ver magia.

Ao longe, ela pode ver duas pessoas dirigindo-se a eles. Era um casal, um homem alto de cabelos grandes com uma barba que lhe cobria parte da cara, o fazendo adotar uma imagem selvagem, brava. A mulher ao seu lado era baixinha e um pouco gordinha, cabelos presos em um coque, andava em um passo estranho, como se estivesse a correr.

Então, a direita deles, viu um jovem mais ou menos da idade de Maria com os cabelos curtos, que carregava um sorriso no rosto. Atrás dele vinha uma senhora acompanhada de uma moça, que deveria ser sua filha. Ambas tinham cabelos loiros e eram baixinhas.

- Todos vieram? – Hermione perguntou à Maria.

- Ainda faltam os dois irmãos da Sicília, e o senhor que costuma vir com aquele jovem, e ah, sim, Marcos. – Dizendo isto Maria corou. – Ah, o sr.Capitello parece, como sempre, que chegará atrasado.

- Não, não. – Hermione disse com um sorriso.- Ele está vindo daquela direção, vê?

- E atrás dele vem Marcos e os dois irmãos da Sicília. – Maria adicionou.

Hermione observou os três. Marcos tinha cabelos ondulados, como um anjinho, era alto e parecia simpático, os dois irmãos pareciam ser engraçados, um era mais alto do que o outro. Sendo um loiro e outro moreno.

Sentiu um calafrio na barriga, quando todos pararam em volta dela. Pensou no que poderia falar, mas não sabia por onde começar ao certo. Maria comentara que gostaria de ver tal magia que ela havia prometido realizar, mas Hermione não tinha certeza de que seria apropriado.

- Boa noite, companheiros! – Arriscou. – Hoje a pedido de nosso companheiro Ronald, irei tomar frente. Mas, a propósito, não nos vemos há algum tempo, não é?

- Os Inquisitores andam no nosso pé, prenderam o velho Paschoal. Está se tornando mesmo difícil, né, senhora?

Antes que Hermione pudesse responder, começou um burburinho que lamentava-se pelo "tal velho Paschoal". Procurou auxílio de Ron, mas esse parecia tão perdido quanto ela, por fim, Maria quem resolveu ajuda-la.

- Amigos! Todos lamentamos pelo velho Paschoal, era um ótimo companheiro, mas precisamos ir adiante, não é? Tenho certeza de que ele gostaria que fosse assim.Vamos ouvir a Hermi, pois tenho certeza de que ela tem alguma surpresa para nós.

- Ah... – Hermione pareceu engasgar. – Maria perguntou-me se podíamos tentar invocar passarinhos, o que acham disto hoje?

- Passarinhos? – A senhora em companhia da filha exclamou. – Mas isso parece genial! Passarinhos!

Hermione viu que a opinião de todos parecia ser positiva, portanto, tratou de bolar como faria a "farsa", a varinha estava em seu bolso e ela a utilizaria sem que eles vissem, mas parecia-lhe que era necessário algum tipo de verso para "invocar" o feitiço.

Pensando em versos de bruxas dos contos que sua mãe a contava quando criança, resolveu arriscar, usando toda sua imaginação brega possível, ergueu as mãos para cima e proclamou:

"Reino do Ar

Eu invoco até à mim um de seus filhos

As belas criaturas que voam sobre nossas cabeças

Pássaros! Venham até a mim!"

Mal acabou proferiu baixinho um feitiço, ninguém percebeu no brilho de seu bolso, apenas nos passarinhos que começaram a rodar sua cabeça. Evitou olhar à Ron, já que sabia que a cena deveria ter sido bem ridícula.

Seus colegas estavam muito ocupados em admirar os passarinhos ao redor de sua cabeça. Hermione suspirou, concordava com o vampiro Pietro, aquelas pobres criaturas eram estúpidas, tolas, sacais, mas não tanto quanto aquela ordem.

Qualquer esperança de conseguir voltar à casa por ajuda da ordem e seus "feitiços" sumiu.

(Continua...)