Disclaimer: Saint Seiya pertence ao Masami Kurumada, Bandai, Shonen Jump...
O nome Carlo di Angelis, os apelidos 'Mozão e Mozinho', os Chibi Saints e seus nomes pertencem à Pipe.
O nome Sukhi Pavlos, tal como a personagem pertencem à Dark Faye.
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QUESTÃO DE FIDELIDADE – CAPÍTULO 01
A VIDA COMO ELA É
Entrou devagar no quarto cor de rosa. Amata dormia profundamente. Não era nem um pouco tarde, mas a garota estava esgotada com o ritmo forçado que Shura imprimia em seus treinos. Suspirou. Ela estava crescendo, já não podia ficar enchendo-a de mimos. Matinha precisava aprender a andar com as próprias pernas e superar seus obstáculos sozinha. Afrodite não duvidava que, nessa relação de perdas e ganhos, era ele quem mais sofreria. Beijou com suavidade a testa da filha, que nem ao menos percebeu o toque carinhoso e preocupado de Peixes.
- Será que Moksha está cansado assim, também? Shaka deve estar adorando...
Riu do pensamento. Cinco anos se passaram. Os pequenos já não eram assim tão pequenos e já treinavam para ganhar suas armaduras. Aiorin era um orgulhoso discípulo de Aldebaran, tão grande e forte quanto seu mestre fora um dia... Dumas e Tessa seguiam Aioros onde ele fosse. Seiya no começo ficou enciumado, mas como era um "pai fresco", seus pensamentos invariavelmente se fixavam no filho, Mitsumasa. Mion preferiu treinar com Elektra.
Estralou os ombros e o pescoço em seqüência. Sentou-se pensativo no sofá. Amata e como o tempo passava rápido eram apenas uma vertente dos pensamentos de Peixes. Pensou no melanoma que tinha nas costas. Nem todo o protetor solar do mundo podia salvar a pele de um sueco do inclemente sol de verão do Mediterrâneo. Fosse na Grécia ou fosse na Itália, os momentos de descuido finalmente cobraram seu preço. Há quinze dias, Afrodite estava deitado de bruços na cama e Carlo percebera uma mancha escura pequena nas costas. Brincou com ele:
- Sabia que você tem uma excitante sarda nas costas?
Afrodite deu um pulo, assustado. Não, nunca tivera sardas ou qualquer outro tipo de mancha em sua tão cuidada pele clara. Foi examinar, sendo um sufoco ver tal mancha em um lugar tão inacessível. Carlo ficou maluco e arrependido por ter falado. Afrodite nem dormiu à noite de preocupação e no dia seguinte foi ao dermatologista, no centro de Atenas. O médico examinou uma vez, duas e pediu alguns exames. O resultado tinha chegado naquela tarde. Começo de um melanoma. Câncer de pele. Ainda bem que era bem no início, dava para retirar e se cuidando, nada mais aconteceria... Afrodite olhou para o relógio. Queria tanto o apoio do marido nessa hora... Onde ele estaria? Será que...
Afrodite não tinha ilusões sobre seu amado. Se, nesses anos todos havia algo que mantivera-se intacto, esse algo era seu amor por Carlo. Apesar dos atrasos, da infidelidade, das noites mal dormidas... Ele sabia e compreendia um pouco as necessidades do cavaleiro de Câncer. Por mais que doesse. Era algo que nunca deveria ser cobrado. Valia a pena. Não duvidava disso. Viveria aquela vida quantas vezes fosse preciso. E as viveria com gosto, com prazer. Não arrependia-se por um só momento de tudo o que fizera. Muito menos do tipo de relacionamento que mantinha com Carlo.
Enquanto isso, noutra parte do Santuário
A cada vez que sentia aquilo, tinha vontade de bater-se. Não podia ser tão indolente em relação aos sentimentos do esposo. No entanto, existem coisas que nem a razão e muito menos a emoção explicam. Era instinto puro e primitivo. Todas as inúmeras vezes era assim. Os dois únicos momentos de reflexão e em seguida, os beijos molhados e nada inocentes nas servas, amazonas e vadias que encontrava. Devia ser representante do pior espécime de ser humano. E ter consciência disso, é o pior de tudo.
Adiantava dizer que nenhuma daquelas transas significava algo? Adiantava dizer para si mesmo que não enganava Afrodite? Adiantava tentar se convencer que não sentia-se culpado a cada noite em que chegava tarde, e encontrava Dite dormindo no sofá o esperando? Não. Definitivamente, não.
Sem querer pensar em mais nada, avançou na cama com a serva, tirando rapidamente as incômodas roupas. Precisava ocupar-se para esquecer a maldita consciência que ficava aos berros. O que estava prestes a fazer não significava nada. Não tinha razão de ser. Não era Afrodite, mas sim, a mais vadia de todas as servas. Não precisava preocupar-se com nada, senão o próprio prazer.
E a consciência mais uma vez.
Tateou o bolso da calça caída no chão. Então, os bolsos da jaqueta. Nada. A serva (apenas mais uma, para que saber o nome?), estava impaciente e atrapalhava de todo o jeito sua busca pela prevenção. Não estava acreditando. Ele estava ali e não tinha um preservativo sequer. Nem deu-se o trabalho de perguntar se a mulher tinha. Sabia que não. Bem... Uma só vez... Em anos... Que mal havia?
CONTINUA...
N/A:
Pipe – Bom, vamos começar em definitivo... Primeiro, eu queria dizer que apesar dos personagens, este não é o final das Crônicas do Santuário, aquela seqüência de histórias que eu estou fazendo. É apenas um fic desafio à parte. Já deu para perceber do que eles vão sofrer? Pois é, vamos mexer com fidelidade e confiança. E tentar demonstrar como um único ato inconseqüente, apenas UM pode acabar com várias coisas que realmente são importantes na vida.
Dark Faye - Sim, esse é o primeiro capítulo. Não, o passado não é o último. Vamos só ver para onde a maré nos levará... Escritoras e leitores. Com coragem, gente...
