O dia amanheceu frio, as árvores e o chão cobertos de neve, allisson estava lá. Só o rosto pálido aparecendo em meio à neve, veículos trouxas passavam pela rua, ela tentou abrir os olhos, mas não tinha forças e ninguém a vira lá, seria enterrada viva e permaneceria ali até que alguém encontrasse seu corpo morto e congelado.
Estava se entregando aos braços aconchegantes da morte, quando sentiu alguém a puxando, eram braços fortes, como os de seu pai, talvez ele estivesse buscando-a para matá-la depois. "Ótimo, o sono eterno me livrará das lembranças! Um lampejo verde ou as mãos do papai me sufocando, tanto faz, da mesma maneira descansarei numa noite sem fim". Pensou enquanto sentia-se carregada, cansada e delirante, começou a achar que talvez fosse a morte carregando-a até o Templo de Hades, não que acreditassem em deuses gregos, mas na falta do que acreditar qualquer coisa servia.
Sua cabeça começou a girar e girou, girou, girou...e tudo ficou escuro.
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Não estava mais frio, aliás, sentia a pele queimando, não conseguia se mexer pela quantidade de cobertores sobre ela, também havia uma compressa em sua cabeça, estava quase torrando e nem conseguia se mover, ouvia vozes um pouco distantes, deviam ser trouxas. Não sabia se agradecia por ter sido salva ou se reclamava, pois queria morrer, então berrou simplesmente:
- BANDO DE TROUXAS! AAAH! EU QUERO MORRER! – suas palavras não faziam nenhum sentido, mas ela precisava delas, queria falar algo, sentir que pelo menos seu corpo estava vivo, já que a alma havia sido sepultada, porém a fraqueza era mais forte e desmaiou com o esforço de gritar.
Com o grito, as pessoas que cuidavam dela entraram no quarto.
- Pobrezinha, está delirando, espero que sobreviva... – lamentou uma mulher loira e alta.
- Não podemos ficar com ela, é bom que melhore logo pra que possamos mandá-la embora, para um orfanato talvez. – retorquiu friamente um homem baixo, e com braços tão musculosos que se tornavam desproporcionais ao corpo.
Os dois saíram e pouco mais de uma hora depois Allisson acordou murmurando algumas palavras sem nexo:
- Escola...casa...mala...varinha...TREEEEEEEEEM! – levantou-se de um salto fazendo os cobertoresvoarem em direção aochão, ela devia estar indo para Hogwarts, olhou para o relógio, dez horas, ainda tinha uma hora até pegar o expresso.
Olhou para um lado, olhou para o outro, se saísse pela porta corria o risco de se encontrar com os trouxas, o único jeito era pular pela janela, mesmo porque a casa possuía apenas um andar. Agora estava mais forte, conseguiu tirar as cobertas que estavam sobre ela, quando saiu da cama viu que suas vestes estavam molhadas de suor, precisava de um banho, mas agora não tinha tempo. Deu alguns passos e quando tinha acabado de abrir a janela ouviu alguns ruídos próximos, apressada para sair ela se jogou pra fora caindo de cabeça na neve, lá dentro estava quente, mas ao sair sentiu o que estava a sua volta girar pelo choque de temperatura, no entanto precisava ser rápida, ir embora. Se levantou meio cambaleante e saiu correndo em zigue-zague.
E Allisson correu, e correu, e correu, e correu mais um pouco, e mais, e mais, e ainda mais, não sabia por qual caminho andava, simplesmente seguia sua intuição. Até que chegou fatigada em sua casa e se deparou com uma multidão de pessoas na rua, jornalistas do Profeta Diário, o Ministro da Magia e tantos outros bruxos famosos. Também havia um bruxo amarrado cercado por 2 dementadores, o homem chorava e se jogava no chão, gritando e soluçando desesperadamente, era Hayden.
Uma lágrima escorreu pelo rosto da menina, apesar de tudo, ainda amava seu pai tanto quanto antes, embora sentisse ódio pelo que ele havia feito. Porém aquele não era um momento para reflexões, precisava pegar suas coisas e fugir, por sorte a oportunidade surgiu rápido. O Ministro e um outro bruxocomeçaram a tentar afastara multidão e os jornalistas.
Aproveitando a distração, ela saiu correndo para entrar pela parte dos fundos e subiu em direção a escada, escancarou a porta de seu quarto, pegou a mala imensa e uma mochila com a pequena fortuna que juntara desde os6 anos para quando fosse morar no seu lugar perfeito, tinha cerca de 68 galeões, fora os extras que recebia as vezes de sua mãe, ao todo deviam ser uns 100 galeões, o que era perceptível pelo peso da mochila.
Olhou para o relógio, eram 10h e 30 min, tinha que ir rápido, arrastou sofregamente o malão pela escada, a mochila fazendo com que as costas doessem, saiu correndo pela porta dos fundos, queria ver seu pai pela última vez mas não tinha tempo, começou novamente sua corrida, porém agora era mais difícil pois estava equipada, os minutos passaram como séculos e, quando finalmente chegou na estação ainda eram cinco para as onze em seu relógio. O coração batendo forte dentro do peito, durante toda a vida esperara por aquele momento. Facilmente localizou as plataformas nove e dez, correu para atravessar a parede e chegar a plataforma 9¾ e estava chegando quando: TAPUM!
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"- Papai! Faz tempo que eu queria te perguntar, por que as pessoas choram? Eu vi você chorando quando eu fiquei doente... – perguntou uma Allisson de 7 anos, que estava no colo do pai, descansando em seu peito.
- Ora, minha princesinha, as pessoas choram por vários motivos, as vezes choram de alegria por conseguir algo que desejavam muito, ou choram por tristeza, quando sentem medo de perder algo que amam muito.
- Então, você chorou porque me ama, papai? Tava com medo de me perder?
- Sim, querida, isso mesmo. Mas agora é hora de dormir, vamos já pra cama. – Hayden pegou a garotinha que já estava de pijama e colocou-a na cama, também cobriu-a e, quando estava saindo, foi chamado novamente.
- Papai! Quando a gente sabe que ama uma pessoa?
- É quando a gente se importa tanto com uma pessoa, que acaba se esquecendo da nossa felicidade só para ver ela feliz.
- Então... eu acho que amo o senhor, papai!
- Que bom querida, mas agora é hora de dormir. Bo...
- Espera, me promete uma coisa?
- Diz.
- Promete que nunca vai me fazer chorar e eu prometo que nunca vou te fazer chorar.
- Tudo bem, eu prometo.
- Então a gente vai ser feliz pra sempre?
- Sim, eu prometo que a gente vai ser feliz pra sempre.
- Agora você vai ter que cumprir duas promessas, se não vou colocar você de castigo!
- Claro! – disse Hayden rindo – Mas é hora de dormir! Boa noite.
- Boa noite, papai! Sonhe com os anjinhos.
- Você também. – ele fechou a porta e ela fechando os olhos, dormiu tranqüilamente."
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Esparramada no chão, a mala sobre as pernas, havia acabado de relembrar um fato de sua infância. Olhou o relógio de pulso, ainda eram cinco para as 11, depois levantou a cabeça para ver o relógio da estação de trem, era 11h e 05 min, seu relógio estava atrasado.
- Não! – murmurou.
Morta de raiva, ela pôs as mãos na cabeça, não tinha família, nem amigos, não tinha sequer para onde ir, sentia tanto ódio que queria gritar, ver as coisas se despedaçando ao seu redor, como havia se despedaçado a sua vida. Então pensou no que havia relembradoe, visualizando a imagem paterna, falou num sussurro inaudível:
- O senhor não cumpriu as promessas, papai. Me fez chorar e agora nós seremos infelizes para sempre.
Pessoas amontoaram-se ao seu redor, mas ela não se importava, começou a procurar na memória um lugar para onde ir, lembrou-se do Caldeirão Furado, mas seria estupidez ir pra lá, pois seria o primeiro local em que a procurariam, a única alternativa era um hotel trouxa, mas como faria isso se só tinha galeões? O jeito era ir pro Gringotes e trocar dinheiro bruxo por trouxa, mesmo que corresse o risco de ser encontrada.
Levantou-se pegou a mala, arrumou a pesada mochila nas costas e foi embora da estação sem nem ao menos olhar para os trouxas que observavam-na curiosos. As pernas pesavam e se não fosse a sua força de vontade já teria desistido, ao menos tinha a sorte de conhecer os lugares bruxos de Londres como a palma da mão, o Caldeirão Furado era longe, porém não tinha outra alternativa.
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Depois de duas horas caminhando e chamando atenção por onde passava, ela finalmente chegou aonde planejava, parecia não ter se cansado apesar de tudo. Entrou apreensiva, mas sentiu que não era notada, como se estivesse invisível... pronto, chegou em seu destino! Agora era só entrar no Gringotes e trocar alguns galeões, e estava quase na porta do banco quando viu o Ministro conversando com o duende que ficava na entrada. "Droga!", se ele estava ali, com certeza também devia haver alguém no Caldeirão Furado, por sorte não havia sido vista ao entrar, mas a sorte não iria se repetir e ela não podia voltar, o que faria agora?
Precisava sair dali, não podia continuar no Beco Diagonal, se voltasse para casa a achariam e, se o ministro falava com o duende, era porque sabiam que ela poderia pegar dinheiro trouxa, com medo de ser encontrada, viu um caminho escuro próximo ao Gringotes "É isso!", a Travessa do Tranco, o lugar perfeito, ninguém jamais procuraria uma garota de 11 anos entre os bruxos das trevas.
Esperançosa, ela caminhou por entre as ruelas, lembrava-se muito bem de quando seu pai lhe dissera para nunca ir aquele lugar. O ambiente era sombrio mas, por incrível que pareça, ela se sentiu melhor lá, o vento frio lhe fazia bem, a escuridão era sua amiga e fiel cofre para os seus muitos segredos, caminhou um pouco até encontrar o que parecia ser uma hospedagem, entrou e, se todos os bruxos das trevas fossem assim, eles realmente eram sofisticados, pois até as paredes eram de mármore negra, tochas com chamas verdes iluminavam a recepção, um relógio de prata na parede, poltronas de veludo verde escuro e uma mesa de vidro com talhes de prata, fora o balcão onde haviam três bruxas muito bem vestidas atendendo os hóspedes, Allisson se dirigiu a uma delas.
- Com licença, a senhora poderia me informar se há algum quarto vago?
- Sim Srta, por quanto tempo pretende se hospedar? – a mulher falava com se ela fosse uma adulta, parecia não se importar com sua idade.
- Por enquanto, um mês.
- Ótimo! O pacote inclui café-da-manhã, almoço e jantar, deixe-me ver, pode ser o nº 210?
- Sim. – disse puxando um molho de chaves, o que deixou Allisson muito supresa, porque não entendia a utilidade de 4 chaves.
- Então, precisamos preencher a ficha de cadastro.
- Cadastro? Mas pra quê? O que eu preciso escrever?
- Só seu nome e sua assinatura se comprometendo a pagar os dias que passar aqui.
- Ah...sim! – "Droga! Preciso de um nome rápido!" Não queria correr o risco de ser encontrada, então pensou em colocar Padma, mas ficaria um pouco óbvio, então pôs Jane Finn, pois se lembrou do nome da mulher que visitava o túmulo freqüentemente quando era criança. – Aqui está senhora, terminei.
- Seu nome é só Jane Finn?
"É só o que me faltava, como eu fui colocar o nome de uma morta? Talvez ela desconfie, preciso de mais um nome, só mais um..." Não sabia o que dizer e o tempo se esgotava, ela estava demorando demais, a mulher iria suspeitar.
"Gaunt." A palavra soou em sua mente.
- Gaunt! – repetiu – meu nome completo é Jane Finn Gaunt, perdão, eu achei que não era necessário.
Segurando as chaves firmemente na mão, ela foi em direção ao quarto, em poucos segundos subiu a escada e chegou ao nº 210, abriu a porta com a chave maior e teve uma surpresa incrível ao deparar-se com uma salinha com mesa, poltronas, paredes e relógio iguais aos da recepção, além de uma lareira que acendeu quando ela entrou, trancou a porta e abriu outra que fez seu queixo cair, era um quarto imenso: uma cama de casal com refinados cobertores verdes, ao lado um abajur de prata, fora as tochas iguais a da entrada e que se acendiam com seu simples comando, também havia um espelho grande e um armário. Abriu com a 3ª chave um escritório a direita do quarto com uma mesa de estudos e uma pequena estante. Com a 4ª chave abriu uma porta no lado oposto ao do escritório, era um banheiro tão grande que até assustou-a, tinha uma banheira de várias torneiras e tudo o mais que se pode esperar de um banheiro.
Allisson ficou realmente feliz, nunca em toda sua vida se imaginaria morando em um lugar como aquele, principalmente sozinha. Aquele lugar seria perfeito, poderia aprender muito mais do que qualquer aluno de Hogwarts e, como o ministério da magia era pouco ou nada influente na Travessa do Tranco, ninguém poderia provar que havia uma menor de idade fazendo bruxaria fora da escola.
Como tinha todo tempo do mundo colocou as roupas no armário, os livros na estante, arrumou o caldeirão, os ingredientes e todo o resto no escritório, depois pegou algumas roupas (aliás, percebeu que a maioria das suas vestes eram pretas) e foi tomar banho. Quando saiu olhou o relógio da sala e viu que eram 14:30, o que percebeu melhor quando seu estômago roncou fazia muito tempo que não comia. Com a mão sobre a barriga vazia ela desceu as escadas e foi até o lugar onde as pessoas deveriam estar almoçando, era um lugar diferente do resto, as paredes eram claras, não havia tochas, apenas mesas com toalhas verde-escuras (era realmente difícil entender a fascinação daqueles bruxos por verde).
Procurou a mesa mais distante, sentou-se, pegou o cardápio, havia tantas coisas que ela ficou indecisa, quando se decidiu e fechou o cardápio, tudo o que tinha pedido apareceu em seu prato, a princípio ficou meio envergonhada ao ver o prato transbordando, mas com a fome acabou deixando-o vazio rapidamente, quando enfim terminou, um sorvete enorme apareceu em sua frente e ela devorou-o em segundos.
Já estava quase subindo as escadas quando resolveu passear pela travessa do Tranco, colocou a mão no bolso, encontrou algumas moedas mais do que suficientes e partiu. Era forçada a admitir que o lugar era interessante apesar de muitas lojas macabras e umas pessoas meio sujas e esfarrapadas, mas a loja que mais lhe interessou foi "Livros de magia, você encontrará o que quiser aqui!", lá haviam todos os tipos de livros possíveis e imagináveis, mais em sua maior parte era dedicada as Artes das Trevas.
- Deseja alguma coisa, minha jovem? – perguntou um homem loiro de nariz seboso.
- É...eu...eu...queria um livro muito bom sobre...poções! – disse a primeira coisa que lhe veio à mente.
- Sim, sim, boa escolha. – o homem saiu e voltou rapidamente com um livro imenso. – Aqui a Srta. poderá encontrar todos os tipos de poções, muito poderosas.
Sentiu extrema curiosidade e acabou saindo da loja com dez livros enormes, se não fosse o feitiço do vendedor para diminuir o peso ela jamais conseguiria carregar tudo aquilo. Entretanto, tinha um livro especial, as páginas dele estavam em branco, pois ela pretendia guardá-lo para escrever algo muito importante. Quando saiu da loja andou um pouco mais até encontrar uma hospedaria que cobrava um preço mínimo, não que achasse a outra ruim, mas não pretendia passar mais do que 2 meses lá, tanto porque não queria esbanjar seu dinheiro quanto por ter certeza de que não seria prudente permanecer muito em um lugar só.
Após o passeio, voltou para o hotel e, ao abrir a prota, encontrou um pequeno bilhete com o nome da hospedaria e os seguintes dizeres:
"Gostaríamos de informar a Srta. Jane Finn Gaunt os seguintes horários:
Café-da-manhã: das 6:00 até as 9:00 horas.
Almoço: das 12:00 até as 14:50 horas.
Jantar: das 19:00 até as 22:30 horas.
Tenha um bom dia!"
Pela primeira vez desde que chegara naquele lugar começou a prestar atenção naquele último nome Gaunt, na hora estava tão preocupada em se livrar da mulher que nem deu muita importância, simplesmente deixou-se levar por um sussurro em seu ouvido que dizia "Por que não coloca Gaunt?", então sem um motivo exato decidiu aceitar a sugestão, embora não soubesse de quem fosse, pois não havia nenhuma pessoa perto que pudesse ter sussurrado para ela.
Entretanto, aquele não era o momento para pensar nisso, talvez algum dia pudesse responder a pergunta, o que queria agora era devorar seus livros, iria gravar e praticar com perfeição cada poção, cada feitiço, tudo! Não haveria uma palavra da qual ela não se lembrasse. Não podia perder tempo, foi correndo ao escritório, pôs os livros sobre a mesa e começou a estudar, também pegou o seu material de Hogwarts. Allisson se aplicaria muito, estudaria dia e noite para se tornar uma bruxa melhor que qualquer outro.
A garota estudou, jantou e dormiu, no dia seguinte acordou mais disposta. As sete horas estava descendo para tomar café quando um exemplar do Profeta Diário lhe chamou atenção, seu pai aparecia na capa, ela pegou o jornal e voltou correndo para o quarto, sentou-se na cama e leu:
"A RUÍNA DA FAMÍLIA SANDWINDARKNa noite do dia 31 de agosto, após sair do nº210 do Caldeirão Furado, Hayden Sandwindark matou a esposa e o filho. A tragédia chocou milhares de pessoas, a família Sandwindark é uma das mais tradicionais famílias bruxas, conhecida princpalmente pelo Grande Mago Enak Sandwindark, uns dos primeiros bruxos da história. Vizinhos e amigos não conseguem encontrar uma resposta para o que aconteceu.
"Hayden sempre foi uma pessoa admirável, passava horas admirando a esposa e os filhos com tanto amor que não entendo porque ele fez isso!", lamentou o Ministro da Magia, grande amigo e chefe do criminoso. O que aconteceu? Que coisa tão terrível pode ter causado isso? O que houve no Caldeirão Furado para provocar uma mudança tão drástica em um homem conhecido e respeitado como grande bruxo e ótima pessoa? São as dúvidas que o ministério tem procurado, inutilmente, solucionar.
Ao ser interrogado pelo Ministro, as únicas palavras que o Sr. Sandwindark disse foram: "Eu quero meus filhos e minha mulher, quero abraçar eles. Eu não quis fazer mal." O que significam essas palavras ditas enquanto Hayden se jogava no chão desesperadamente? Talvez sejam simples delírios de um louco psicopata.
HAYDEN FOI PARA AZKABAN! ESTAMOS LIVRES DESSE SER MALIGNO, QUE DEVERÁ PASSAR O RESTO DOS SEUS DIAS CERCADO PELOS DEMENTADORES. É O QUE ELE MERECE!
Quanto a filha mais nova, Allisson Lana Sandwindark, o ministério não quis divulgar o que aconteceu com ela. Talvez seja algo tenebroso demais para que as pessoas saibam."
A garotinha olhou a foto do pai, ele não mostrava aquele sorriso lindo que ela tanto amava, nem seus olhos tinham aquele mesmo brilho com o qual ela se encantava, ele mantinha uma expressão melancólica no rosto, como se sua alma estivesse dilacerada, tão dilaceradaquanto a dela. Entre soluços ela abraçou a foto do pai, queria que ele estivesse lá para pegá-la no colo, beijar-lhe a testa e dizer que tudo não passara de um pesadelo, mas era impossível. O coração da garota sangrava, porém não iria permitir que aquilo continuasse, jamais seria capaz de esquecer aquelas cenas, mas a ferida cicatrizaria e mesmo que essa cicatriz torna-se ela infeliz pra sempre, Allisson nunca mais choraria.
Limpou as lágrimas, levantou-se, colocou fogo no jornal, ergueu a cabeça, a pele fria, a boca sem sorrisos, os olhos negros sem brilho, o rosto não demonstrava nada além de indiferença e ódio. Seu coração estava congelado, morto e sepultado, trancado contra qualquer sentimento bom e puro. Quando seu coração renasceria? Talvez nunca, mas essa é uma decisão que só o destino pode tomar.
Foi tomar café, mas não era mais uma garotinha de 11 anos, era adulta, toda a sua infância havia se perdido desde o instante em que a felicidade e a esperança a abandonaram.
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Três dias depois ela foi visitar o cemitério onde sua família havia sido enterrada, se fosse encontrada daria um jeito de fugir, mas ela sentia que precisava ir lá uma única vez pra ter forças para prosseguir no destino que nem ela mesmasabia qual era.
Chegando no local onde jaziam seu irmão e sua mãe teve um ímpeto de chorar, mas resistiu, pois tinha de ser forte. No entanto, ao ver aqueles túmulos com o nome de duas pessoas que muito amava gravados nele, lembrou-se e um fato de sua infância.
"- Querida, você viu isso? – dizia Hayden para Padma – Está escrito aqui, no Profeta Diário, um homem matou a própria esposa.
- Que horror! Não entendo como podem existir pessoas assim. Ele já foi preso?
- Sim. Acho que homens como ele não devia apenas ir pra Azkaban, deviam ser mortos.
- Papai! – interrompeu a pequena Allisson.
- Diga, filha!
- Mesmo esse homem sendo malvado, não seria errado vingar a família matando ele?
- Não, minha filha, homens assim não merecem nenhum tipo de piedade!"
- Cínico! – balbuciou, as palavras carregadas de ódio. – É papai, aquele dia o senhor me disse que os assassinos mereciam morrer, e você cometeu muitos pecados, primeiro: quebrou a promessa de nunca me fazer chorar. Segundo: foi a causa de nós sermos infelizes para sempre. Terceiro: matou a mamãe e o Josh. – o olhar dela era frio e por um instante uma expressão demoníaca deformou seu rosto. – O senhor me ensinou a justiça e eu já escolhi seu castigo. O senhor vai morrer, papai. Eu vou te matar.
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Algumas semanas haviam se passado e os jornais ainda falavam sobre a ruína da família Sandwindark, quanto a Allisson, havia sido dada como morta, mas ela não se importava, agora era Jane Finn Gaunt. A garota estava deitada em sua cama, lendo um livro de feitiços que havia compradoe que parecia se dedicar apenas as Artes das Trevas, tinha um pergaminho cheio de anotações ao lado. Agarota estava fatigada, fechou os olhos de cansaço (já eram três da madrugada) e acabou dormindo.
Seus sonhos eram conturbados, ela via imagens que pareciam lembranças, sentia dor às vezes, masao despertarsimplesmente esquecia de tudo, como se tivesse perdido uma memória, então voltava a dormir, entretantonaquela noite o cenário mudou, não parecia mais uma lembrança e sim um coisa real que acontecia naquele exato momento. De repente sentiu-se jogada em um chão frio, estava em um quarto escuro, não ouvia nada, apenas alguns passos que pareciam se aproximar do quarto.
Ficou de pé, um vento gélido tocou seu rosto e a porta se abriu , tudo se mantinha escuro, porém via claramente um homem a sua frente, era jovem, tinha cabelos negros, um olhar frio e calculista.
- Oi Allisson! Eu queria muito falar com você.
- Quem é você? Como sabe meu nome? – sua voz tremia, tinha medo e não podia se defender.
- Meu nome é Tom, eu sou seu amigo, sei que você quer matar seu pai e pretendo ajudá-la.
- Não posso confiar em estranhos, mamãe me ensinou.
- Mas como? Se é exatamente por causa dela que quer matar seu pai? Me deixe lhe ajudar, sei que você tem medo de matá-lo, porque no fundo ainda o ama, portanto vou lhe ensinar a perder o medo e dominar a força que existe dentro do seu corpo.
- Eu quero matar meu pai sim, mas não sei se posso confiar em você.
- Venha comigo, ajudando-a vou provar que deve confiar em mim.
O homem abriu a porta, levando-a para um lugar ao ar livre, sem ter outra opção ela foi com ele, a porta desapareceu, haviam apenas árvores ao seu redor e algumas lápides, era um cemitério.
- Você gosta de aranhas?
- Não.
- Então veja! – ele pegou-a pelo braço delicadamente e aproximaram-se de uma lápide grossa, no topo dela tinha uma aranha grande e asquerosa. – Pegue. – ele entregou uma varinha à garota. – Mate-a.
- Eu não sei matar, nem tenho motivos pra matar esse bicho por mais horroroso que ele seja.
- Você viu seu irmão morrer, lembra-se das palavras?
- Le...lembro. – por um instante pensou que ia chorar, porém conseguiu manter a calma – Papai disse Avada Kedavra.
- Ótimo! Agora pensei que essa aranha é seu pai, lembre o que ele fez, ele fez algo imperdoável, merece morrer, sinta o ódio inundar sua alma, pense nas lágrimas que derramou, pense nos sorrisos que perdeu. ODEIE! MATE!
As palavras daquele homem pareciam infundir em Allisson uma energia sobrenatural, um poder descomunal, ela sentiu seu corpo todo se arrepiar de tanto ódio e uma vontade de matar preencheu tudo ao seu redor.
- Avada Kedavra. – um lampejo verde saiu de sua varinha, a aranha foimorta.
- Você sentiu o prazer de matar? O prazer de sentir que você tem controle sobre tudo, inclusive sobre a vida e a morte.
- Eu senti, mas me dá medo. Senhor Tom, por que matar nos deixa tão leves e tristes ao mesmo tempo? Acho que não gosto de me sentir assim.
- Não se preocupe, vou lhe ensinar a controlar seus sentimentos e no fim sentirá apenas a leveza de matar. Agora é hora de ir, quero que estude bastante para a nossa lição da próxima noite. E não me chame mais de Tom.
- E vou chamar o senhor como?
- Por enquanto quero apenas que me chame de...Mestre!
Allisson, agora Jane, deu um salto e viu-se em sua cama, o enorme livro permanecia sobre ela, suava frio, o rosto pálido, não sabia se aquilo tudo fora sonho ou realidade, quem era aquele homem? E por que ela tinha tanto medo e confiança nele ao mesmo tempo? Precisava livrar-se daquilo, não importava se era algo bom ou mau.
Fazia cerca deum mês que havia morado na hospedaria, já era hora de ir embora, principalmente por causa daquele homem que viu em seus sonhos, talvez essa fosse uma ótima maneira de fugir dele. Arrumou as malas, tomou café da manhã, acertou a conta e foi embora para a hospedaria que já havia investigado anteriormente, era barata, um pouco suja e pequena demais, mas era o suficiente.
Hospedou-se e, assim que arrumou o quarto, foi estudar, não porque o homem tivesse mandado, mas porque realmente desejava ser forte. Durante o dia nem sequer sentiu fome, os livros pareciam prendê-la, dedicava toda sua atenção a eles e não via o tempo passar. Quando chegou o anoitecer guardou os livros e arrumou-se pra dormir, no início teve medo de encontrar Tom, entretanto depois acalmou-se e, como não estava mais no mesmo lugar, deitou-se alegremente e dormiu.
De repente, sentiu uma presença aproximar-se dela, tentou abrir os olhos e não conseguia, então começou a correr dentro de sua mente fugindo dele, não via ninguém mais sabiaque ele estava lá,tentou de todas as maneiras escapar, mas a presença dele estava cada vez mais próxima como se tivesse domínio sobre a mente dela, até que num instante sentiu ele tocar seu ombro e ela voltou para aquele mesmo cemitério.
- Por que tentou fugir de mim?
- Me desculpe, Senhor Tom, mas não sei se confio no senhor.
- Já disse pra não me chamar assim. – apesar de seus olhos demonstrarem raiva, sua voz era suave, parecia querer assutá-la.– Você parece não entender que eu só quero ajudar.
- Desculpe To... Mestre! – Allisson estava apavorada e começou a tremer, tinha tanto medo que quase chorou sentindo-se completamente desprotegida.
- Não, não chore minha criança, quero ajudá-la enão vê-la sofrer, estou aqui e agora faço parte de sua vida. – puxando-a pra perto ele abraçou-a, não havia sentimento naquele abraço, mas ela sentiu-se calma, não sabia como nem porque, porémela sabia que ele exercia uma espécie de controle sobre ela.
- Perdão, mestre.
- Agora lembre-se: para onde quer que você vá, eu sempre estarei lá. De hoje em diante seu poder e sua obediência são unicamente meus.
x-x-x
Quando acordou estava mais calma do que da vez anterior, como se estivesse se acostumando e tambémsentia uma coisa por aquele homem, um sentimento forte, como se algum laço de sangue os unisse. Então ela olhou para ponta da cama, aquele livro com páginas em branco estava lá, ela o abriu e bem grande, em uma letra muito bonita, leu:
Manual das Trevas
E, na segunda página, um peque lembrete no fim da página:
Anote aqui tudo que aprender e lembre-se que todo o seu poder pertence a
MIM!
N/A: Por favor me desculpem por qualquer erro, mas por mais que eu tente concertar sempre continua errado quando eu passo pro fanfiction, eu também queria me desculpar pq as vezes o Tom parece com o Fantasma da Ópera, só q não tem nda a ver, eu posso garantir!
Eu queria q esse capítulo tivesse um final grandioso, mas eu acho q os finais não são o meu forte, pra ser sincera eu ainda não encontrei o meu forte, mas posso superar isso, também tem a quantidad excessiva de 'mas' e o monte de vírgulas, só q por mais q eu tent naum consigo concertar e, convenhamos, eu num sou nenhuma scritora (pra ser sincera, estou muito longe disso...).
Quanto aos capítulos, sou forçada admitir que tenho muita preguiça, os caps 1,2,3,4 e um pedaço do 5 já foram escritos a séculos, só falta continuar, mas o problema é q eu só sei o início e o fim e nem tenho muita certeza quanto ao segundo...mas td bem, acho q já falei d+ (tá aí outro defeito meu...).
Então, bjaum!
xauxau
