CAPÍTULO 13

"Eu disse que seria difícil" disse Chloe, desligando o computador.

"Acha que peguei pesado?" perguntou Clark encostado numa mesa em frente a Chloe no desértico departamento de classificados e obituários no Planeta Diário, tarde da noite.

"Não" respondeu ela. "Você agiu na medida certa. Afinal, estamos falando da Lois".

De repente, Chloe sorriu.

"O quê foi?"

"Bom, vejo que você encontrou sua verdadeira kryptonita" respondeu ela.

Clark sorriu. Realmente, Lois agora era sua maior fraqueza.

"Acho incrível o fato de você tomar a iniciativa num relacionamento" continuou a amiga, ajeitando sua mesa e se preparando para ir embora. "Você parece tão mais feliz"

Clark assentiu com um pequeno sorriso. Nem mesmo ele conseguia se reconhecer. As coisas aconteciam com tamanha espontaneidade que Clark nem se dava conta que, tempos atrás, jamais dirigiria a palavra a alguém como Lois, já que sequer conseguia se aproximar de Lana.

"Agora só falta você resolver as coisas com a Lana" continuou ela, como se tivesse lido seus pensamentos.

"Ela não vai querer me ver" comentou Clark. "Não depois de hoje"

"Bom, ela merece uma explicação, não acha? Mesmo que se trate de Lana Lang"

"Claro" concordou ele. "Eu vou falar com ela. Mas quando ela estiver pronta e quiser me receber"

Chloe quase não conseguia acreditar no que ouvia. Depois de anos, Clark finalmente parecia não se importar com Lana. Pelo menos, amorosamente. E Chloe ficou lembrando de todas as vezes que o amigo suspirava e sofria por sua paixão de adolescência. De repente, ele simplesmente havia se desligado daquilo tudo e tomava uma atitude, mostrando estar realmente disposto a conquistar Lois, uma pessoa completamente diferente. O que mais impressionava Chloe, era o fato de que Clark não temia seu segredo em relação a Lois, e enfrentava a situação com normalidade, com segurança. Sem medo de ser feliz. E isso a deixava orgulhosa e feliz pelo amigo.

"E tem mais uma coisa" comentou Chloe, quando os dois já estavam na frente do Planeta Diário.

"O quê é?" perguntou Clark, curioso.

"Lois não vai mais querer ficar na sua casa" respondeu Chloe, pegando as chaves do carro que estava estacionado do outro lado da rua. "Talvez nem mesmo em Smallville"

"Acha mesmo?" indagou ele, não muito certo disso.

Chloe apenas balançou a cabeça.

"Como eu disse, ela é uma incógnita"

Clark ficou pensativo. Tal fato, porém, não mudaria o rumo das coisas, pensou ele. Em Metropolis, em Smallville, ou em qualquer lugar do mundo em que estivesse Lois Lane, sabia bem que era ela o seu grande amor. E não desistiria tão fácil dela. Não agora que finalmente a encontrou.

Minutos depois, na Luthorcorp, em Smallville...

"Espero que tenha um bom motivo para me chamar no meio da noite, Dr. Kessler" disse Lex, aproximando-se do cientista que há várias semanas trabalhava num grande projeto da Luthorcorp. Sem lhe dar atenção, o estudioso permaneceu concentrado, analisando formulários contínuos e olhando para um grande monitor de plasma que mostrava o que parecia ser o esboço do maquinário de mais de cinco metros de altura que estava a poucos metros de distância, numa enorme redoma de vidro, onde outros dois membros de sua equipe analisavam mais dados.

"Conseguimos, Sr. Luthor" disse ele, finalmente se virando para fitá-lo. A julgar por sua aparência, devia estar há vários dias trabalhando no projeto. Seus cabelos estavam desgrenhados, sua barba por fazer, e o aspecto era de muito cansaço. "Dorothy D-2 finalmente está pronta!"

Inexpressivo, Lex se aproximou da redoma, olhando fixamente, e maravilhado, para a enorme máquina composta por sete esferas douradas que giravam lentamente em diversas direções entre duas colunas magnéticas. Semanas atrás, ainda não imaginava que pudesse dar certo. Aquele seria seu maior feito.

"Creio então que só nos resta agora conectá-lo ao satélite da Luthorcorp?" indagou Lex, com um pequeno sorriso de satisfação no canto dos lábios.

"E quando o fizermos, seremos as únicas pessoas no mundo a precisar quando e onde, em qualquer parte do globo, irá acontecer um terremoto!" respondeu ele, sem conseguir esconder o quanto estava orgulhoso de si mesmo.

"E, claro, poderemos impedir que aconteça!" continuou Lex, com um sorriso pretensioso, enquanto encarava o cientista, visivelmente envaidecido. "Quando podemos testá-lo?"

"A qualquer momento, Sr. Luthor. Eu o chamei justamente para testá-lo agora mesmo... claro, se o senhor quiser" respondeu.

"Muito bem" disse Lex. "Vamos marcar o teste para amanhã à tarde. Às quatro horas"

O cientista, mal conseguindo se conter, sorriu, e assentiu.

Continua...