Desígnios do Destino
Capítulo Cinco
Os dias se passaram rapidamente e a presença dos soldados pela vila já fazia parte do dia-a-dia da pacata comunidade. O sol ardia no céu, mas ainda não se encontrava no ápice de sua posição. Já passava das oito horas e Sakura encontrava-se na igreja, recebendo os últimos fiéis que iam pedir a bênção para iniciarem mais um dia. Estava organizando tudo calmamente, como fazia todos os dias, quando foi chamada pela Reverenda Madre na entrada da construção.
"Bom dia, Sakura." – a senhora cumprimentou-a. – "Escute... Temos um visitante e eu gostaria que você mostrasse o local a ele."
"Será um prazer, Madre. Onde ele está?" – a mulher indicou um homem que aparentava seus 30 anos, com cabelos castanho-claros e olhos negros. Um belo corpo que transparecia sua força física. – "Bom dia." – disse ela, aproximando-se.
"Bom dia, irmã." – ele cumprimentou educadamente. – "Meu nome é Osamu Kamiya, prazer em conhecê-la...".
"Kinomoto. Sakura Kinomoto." – fez uma reverência a ele. – "A Reverenda Madre pediu-me que lhe mostrasse os arredores, mas antes me diga: já tem onde ficar?".
"Sim, instalei-me ainda há pouco." – sorriu encantadoramente.
"Claro, então vamos começar..." – iam dar a volta na igreja, mas Sakura voltou-se ao ouvir a prima chamar-lhe.
"Sakura! Bom dia!" – ela chegou até os dois, ofegante.
"Bom dia, Tomoyo. O que a traz aqui?" – perguntou a freira, preocupada.
"Eu só queria falar com você..." – disse Tomoyo vagarosamente, não conseguira ainda pensar em uma desculpa boa para ficar com a prima.
"Tomoyo... Eu tenho meus afazeres aqui, podemos conversar após o almoço."
"Eu sei, mas..." – parou de falar ao ouvir a voz do marido.
"Sabia que a encontraria aqui..." – ele sorriu, vendo o desconcerto da esposa.
"Não avisou Eriol que saiu?" – questionou Sakura. – "Tomoyo, o que há com você?!" – repreendeu a prima.
"Eu a espero logo ali." – disse Osamu, afastando-se.
"Bem, sabe o que é..." – Tomoyo começou, obviamente sem vontade alguma de falar.
"Tomoyo está indo embora hoje à tarde." – interrompeu Eriol, sério.
"Como é?" – Sakura espantou-se. – "Não que eu não ache que seja certo, mas por que essa decisão repentina?".
"Na verdade não é bem repentina... Estamos tentando convencê-la já há algum tempo... Descobrimos que ela está grávida." – explicou Eriol.
"Que notícia maravilhosa!" – Sakura abraçou a prima, com lágrimas nos olhos. – "É melhor que vá mesmo, Tomoyo... Sabe que estou feliz por vê-la, mas nada é mais importante que a sua saúde e a segurança do bebê."
"Eu sei... Por isso estou indo." – ela sorriu e abraçou a prima. – "Vou sentir saudades... Quero que vá nos visitar, está bem?".
"Queremos que seja a madrinha, então não tem desculpa para não ir." – completou Eriol.
"Está bem, eu prometo." – suspirou. – "Agora eu tenho que ir, e acho que não vou poder vê-la até a hora da partida, então faça uma boa viagem e se cuide."
"Está bem, Sakura... Cuide-se também." – ela afastou-se com Eriol.
"Vamos então?" – Sakura chamou Kamiya e eles começaram a andar, mas Sakura não tinha mais o mesmo brilho no olhar. Ficara melancólica, mas ainda assim tentava manter a calma e não transparecer nada.
§§§
Estava escuro e todos já se encontravam recolhidos em suas residências, mas podia-se ver uma luz oscilando no vilarejo. Sakura estava de volta ao cemitério, mesmo lembrando-se do que ocorrera quando Shaoran a surpreendera visitando o túmulo dos pais, mas, após a partida de Tomoyo, sentia-se tão só que realmente não se importava.
Tudo estava silencioso, olhava fixamente para a inscrição no túmulo dos pais, com um ar melancólico. Sentiu uma mão tocar seu ombro e virou-se assustada.
"Kamiya! Não me assuste dessa forma!" – exclamou, com a mão sobre o peito. Tinham conversado um pouco durante a tarde, e Sakura estava aliviada por não ter colocado um vestido para sair do convento aquela noite.
"Desculpe,... mas achei estranho ver alguém andando por aqui essa hora." – ele sorriu. – "O que faz aqui?".
"Visitando meus pais..." – virou-se novamente para a lápide. – "E você? O que está fazendo aqui?" – questionou sem olhar para o homem.
"Estava indo para a pensão." – disse simplesmente, recebendo um olhar desconfiado.
"Mas a pensão é do outro lado do vilarejo..." – comentou casualmente.
"Perdi-me pelo caminho..." – ele sorriu, Sakura pôde notar algo estranho naquele sorriso. – "Que sorte a minha, não acha?".
"O que quer dizer com isso?" – perguntou ela, dando um passo para trás, receosa com aquele comportamento dele.
"Que o que eu queria era estar sozinho com você." – ele aproximou-se um passo.
"Por quê?" – perguntou a freira que, sem esperar por resposta, saiu correndo ao vê-lo aproximar-se mais ainda.
Sakura acabou por tropeçar na barra das vestes e sentiu-o cair sobre si, tentando tirar sua roupa. Ela começou a se debater e gritar, mas provavelmente ninguém a ouviria, o cemitério era um tanto afastado das residências. O homem segurou firmemente seus braços acima da cabeça com uma só mão e com a outra acariciou o rosto da freira, tirando o capuz de seus cabelos.
"Você é muito bonita para ter uma vida reclusa…" – sorriu maliciosamente, puxando o tecido do hábito para rasgá-lo. – "Não se preocupe, garanto que você vai gostar!".
Lágrimas escorreram encharcando seu rosto e Sakura fechou os olhos para não ter que encarar aquele monstro que tentava possuí-la a força. Sua mente estava enevoada, sentia-se sem energia e em seu desespero esperava que alguém aparecesse para salvá-la, que uma pessoa em especial viesse em seu socorro.
"Shaoran…" – o nome do capitão escapou de seus lábios em um murmúrio inaudível, vindo de seu coração.
Sakura sentiu o peso do corpo de Kamiya sair de cima do seu e suas mãos foram libertadas. Encolheu-se, instintivamente, no chão, abraçando o corpo com os braços. Não tinha coragem para abrir os olhos e ver o que acontecia, mas ouviu o som de algo cair pesadamente no chão. No instante seguinte, sentiu algo lhe cobrir o corpo e alguém afagar suavemente seus cabelos.
"Está tudo bem agora, Sakura!" – ouviu uma voz tranqüilizadora, enquanto seu corpo era levantado para que se sentasse no chão. Ela abriu lentamente os olhos ao sentir uma mão enxugar suavemente sua face e viu Li ajoelhado ao seu lado. Sem saber de que maneira agir e se sentindo desprotegida, tudo o que a jovem freira conseguiu fazer foi encolher-se nos braços do soldado chorando desesperadamente e soluçando, enquanto tinha seus cabelos acariciados.
Shaoran olhou para o corpo desacordado do homem que tentara violar Sakura e sentiu seu corpo inflamar de fúria pensando no que aconteceria se não chegasse ali a tempo. Apertou-a com mais força contra seu peito, perguntando-se como alguém poderia ser tão vil e começou a murmurar palavras de conforto, embalando-a suavemente para frente e para trás tentando acalmá-la.
Não soube quanto tempo permaneceu ali, no meio do cemitério, com a freira chorando em seus braços, mas demorou muito tempo até que ela se acalmasse. Quando o choro de Sakura finalmente cessou, Shaoran percebeu que ela havia adormecido. Suavemente, deitou-a no chão para amarrar Kamiya e, em seguida, pegou-a no colo, embrulhada em seu casaco, voltando para a vila.
Continuará…
§§§
N/A:
Miaka: #pigarreando# Então... #olhando para o público, ainda estupefato# Ué... O que foi que houve? #carinha inocente#
Yoru: #puxando a manga da camisa da Miaka# Ahm,... mãe, eu acho que eles não gostaram do capítulo... #vendo um grupinho se levantar, indo embora enquanto um outro erguia uma tora na horizontal, tentando derrubar a porta#... Que tipo de pessoa se arma de toras para ler um fanfic?... O.ó
Miaka: Será que não estão bravos pelo atraso do capítulo? Afinal, o que tem de mais nesse capítulo? #pensando um pouco# Será que foi por causa do Osamu?
Yoru: #pensativa# Sei lá?... E olha que acabamos nem usando o S.B.T., como era nossa intenção original, nessa cena...
Miaka: S.B.T.? O que foi que eu perdi nessa história toda, hein? #completamente confusa#
Yoru: #suspirando# O seminarista, mãe! O Seminarista Bêbado e Tarado,... lembra-se? o.ò
Miaka: Bêbado? Quem disse que ele estaria bêbado? u.u Isso não vem ao caso agora...
Yoru: É está certo, mas nós temos que conversar sobre isso, mocinha... u.u'... E agora?... Vamos ficar esperando que aquele pessoal consiga derrubar a porta?
Miaka: Não mesmo... Seu pai não está aqui para salvar a gente, melhor agradecermos e dar o fora...
Yoru: Você é quem manda! Meu MUITO OBRIGADA para MeRRy aNNe, Pety, Andréia e Dani Glatz. Mil beijos estalados e abraços apertados...
Miaka: E eu agradeço à Tamires Stuart, Isabelle Potter, Marjarie e Pequena Dama. Muito obrigada pelo carinho, desculpem o atraso e espero a opinião de vocês sobre mais esse pequeno trecho de nossa humilde história...
Yoru: É isso ae, galerinha enfurecida! Fui!!...
