Hello!!! Depois de um longo tempo pensando, analisando e alterando eu
finalmente consegui pensar nesse capítulo ^^". Outra coisa que fez eu me
atrasar foi o fato de ter outras fanfics que estão me rendendo mais coments
do que esse aqui, porém eu recebi alguns e-mails pedindo a continuação e
decidi finalmente escrevê-la. Mas não vou mentir, faço isso mais por mim do
que pelos leitores, acho que como eu comecei tenho que terminar, senão não
me sentirei realizada. As idéias ainda estão um pouco confusas para mim
mesma, então irei desenvolver conforme for escrevendo, se acharem muitos
erros, gommen.
Antes de vocês continuarem peço ATENÇÃO para com esse comentário que irei fazer agora. Um amigo meu disse-me que está um pouco alterada a realidade entre meu fic e o original Tenchi Muyo, logo entendi porque ele dizia isso. Ressalto que quem não conhece muito bem a série realmente não irá entender, pois eu misturei o anime com os ovas e o filme. Em primeiro lugar eu não inventei nada quando disse que Washu era uma deusa, ela realmente é, não me recordo se no Ova ou no filme. Existem três deusas, Washu, Tsunami e Tokimi. A terceira só aparece em um dos filmes. Outro, e mais conhecido, é o fato que fiz o avô de Tenchi ser jovem, aí também não inventei nada, realmente no Ova ele é jovem e só usa a face de velho pois seria estranho um homem com mais de 50 anos continuar com o rosto de um adolescente aqui na Terra. Acredito que essa eram as duas coisas que mais causaram dúvidas, mas Aiko é de minha autoria, esta com certeza não aparece no anime ^^ e se alguém quiser usá-la, o que acho muito difícil, falem comigo senão eu vou ficar extremamente brava ¬¬. Obrigada pela atenção.
Título: Quando o futuro e o presente se encontram.
Capítulo6: Lady Aeka e Lady Ryoko
***No capítulo anterior***
"_Há um buraco entre o futuro e o passado. Ou seja, como eu vim do futuro um buraco surgiu, e só irá sumir se alguém for para o futuro pois deve haver um equilíbrio no tempo entre o passado, o presente e o futuro, ao derrotar o mal não poderei voltar mais para o futuro, por motivos que depois irei explicar, outro alguém deverá ir para o futuro, e esse alguém deve ser vocês.
_ E porque nós? - perguntou Aeka.
_ É o que irei explicar. - e apertou um outro botão no aparelho e duas imagens surgiram. Duas imagens que assustaram Aeka e Ryoko."
***Capítulo atual***
Aeka e Ryoko não podiam acreditar no que viam, não era nada assustador, nem macabro, mas era surpreendente. Ficaram de boca aberta e se aproximaram mais da tela, mesmo que essa fosse grande, para terem certeza do que viam. A outra moça, por sua vez, continuou com o ar sereno e fitando as duas que permaneciam boquiabertas resolveu se pronunciar.
_ Esperavam por isso? - disse ela calmamente. Aeka que não tirava os olhos da tela se recompôs e disse em ar superior:
_ É apenas um holograma, você fez uma montagem muito bem feita. Por que disso?
_ Tu sabes muito bem que isso não é um holograma, Aeka. - pronunciou-se um dos dois indivíduos que apareciam na tela, tinha uma voz feminina, calma, mas madura e penetrante. Aeka se assustou ao ouvir aquilo.
_ Oras, não pode nos enganar assim tão fácil! Cadê o programa de voz que eu não tô vendo, hein? Isso só pode ser uma brincadeira de muito mal gosto. - disse Ryoko brincando.
_ Pare com isso, Ryoko. Não temos tempo para brincadeiras. - disse o outro indivíduo que também tinha uma voz feminina e um pouco menos grave, mas não menos penetrante e não menos séria que a outra. Aiko que, apesar de tudo, estava achando tudo aquilo muito divertido, resolveu dar as boas vindas às duas mulheres que apareciam na tela que projetou.
_ Lady Aeka, Lady Ryoko, fico muito feliz de poder vê-las novamente depois de tanto tempo. - disse ela calma. Aeka e Ryoko que já estavam transtornadas consideraram aquela frase como o baque final. Ficaram zonzas sem entender como estavam aparecendo naquela tela como se fossem outras pessoas, fora a aparência mais velha.
_ Como que isso pode estar acontecendo? Eu só posso estar sonhando. - disse Aeka colocando a mão na cabeça com os olhos fechados.
_ Minha cara, acho que Aiko já as avisou de sua origem, não? Ou será que ainda não entenderam o que se passa. - disse Lady Ryoko em tom displicente mas sem esconder o sorriso maroto que sempre estaria com ela, não importava a época ou a situação.
_ Nós somos do futuro, Aiko está aí para cumprir a função dela no vosso presente e vós deveis cumprir vossa função no nosso futuro. - disse Lady Aeka muito séria.
Ryoko não se pronunciava, apesar de sempre manter a aparente expressão de despreocupada era uma pirata e sabia analisar muito bem as situações que se apresentava para ela, por mais incrível que parecesse. Ela observava as duas figuras que estavam a sua frente, austeras, imponentes, mais do que nunca imaginou que um dia seria. Com certeza algo muito sério devia ter acontecido para ela ter ficado daquele jeito, se fosse verossímil que aquela na tela fosse ela anos mais tarde.
Lady Ryoko tinha longos cabelos, ainda azuis, presos em duas longas tranças baixas que no meio da cintura se encontravam e alterando seus lugares voltavam para até atrás da nuca dela prendendo-se ali, mostrando, pelo comprimento, que haviam se passado muitos anos, tinha vários fios soltos por sua face e as mechas que usava na frente continuavam as mesas, apesar de que agora eram presas em cima por presilhas como Aeka costumava usar, tinha uma tiara que estava em volta da cabeça e terminava em um pingente entre os olhos, um diamante cinza. Usava dois compridos brincos, com pedras azuis e diamantes cinzentos. O olhar que antes era brincalhão, agora mantinha um brilho sério. Suas roupas não eram as mesmas, usava um kimono, como Aeka vestia, mas possuía a barra e as mangas largas e compridas, apesar de que era muito mais elegante e divino. Era branco com o acabamento todo em azul marinho com várias estampas pelo kimono em azul também. Nunca Ryoko se reconheceria naqueles trajes se não fosse aquela uma situação tão crítica.
Por sua vez, Lady Aeka estava totalmente diferente da Aeka que Ryoko conhecia. Estava com um ar muito mais sereno do que costumava ter, mesmo quando dirigiu a palavra à Ryoko continuou com o ar calmo. Lady Aeka também possuía longos cabelos, mas estes não eram mais presos em duas fitas e estava todo no mesmo comprimento. Ele estava preso no meio da cintura dela e as duas medeixas que mantinha agora estavam mais compridas, mas estas estavam jogadas para trás, parecendo a todo momento que cairiam para frente (estilo Kikyou). Também usava uma tiara na cabeça idêntica a de Ryoko, a não ser pelo fato de que antes de chegar no pingente formava um triângulo fechado deixando a mostra a marca que ela tinha na testa, o pingente de diamante também era um pouco menor. Usava brincos iguais aos de Ryoko, apenas as pedras, que em Ryoko eram azuis, nestas eram em um lilás claro. Vestia um kimono como o de Ryoko, a diferença também estava na cor que era lilás. Tinha o olhar tão sério ou mais do que o de Lady Ryoko. A expressão no rosto de Lady Aeka era uma que Ryoko jamais havia visto ou previsto ver no rosto mimado da garota que estava ao seu lado.
_ Tem algo a dizer, Ryoko. - disse Lady Ryoko sem ao menos olhá-la para perceber que era analisada. Ryoko deu um sorriso meio debochado.
_ Não mudei tanto quanto achei que tinha mudado. - disse Ryoko se referindo a percepção aguçada que ela parecia manter mesmo com os anos.
_ Agora vamos direto ao ponto. - disse Lady Aeka voltando o olhar para as duas moças, que antes estava em Aiko enquanto a cumprimentava. Ao simples tom usado por ela foi suficiente para Aiko desmanchar o sorriso que tinha no rosto e ficar tão séria quanto as duas mulheres que apareciam em sua tela. - Não temos muito tempo e acho que vós já entendestes a situação, não?
_ Sim, mas não decidimos ainda. - disse Aeka já séria também.
_ Não há o que se pensar. Mandamos Aiko para o passado porque infelizmente não podemos resolver a situação sozinhas. Vós não percebestes ainda, mas não somos mais feitas de matéria, apenas em espírito, o motivo será dito futuramente. Precisamos de vós tanto quanto precisastes de Aiko no vosso presente. - disse Lady Ryoko calma e seriamente.
_ Ainda não entendi em que ajudaríamos aí. Essa aqui - disse Ryoko fazendo sinal com a cabeça para Aiko - disse que nós é quem devemos ir para o futuro, mas porque justamente nós?
_ Precisamos voltar a forma material para agirmos contra o mal que existe em nosso presente - disse Lady Aeka - e apenas podemos fazer isso usando do corpo de vocês. Parece profano dizer isso, mas não penseis que estamos apenas usando de vós, podemos ter envelhecido um pouco, mas nossas mentes e espíritos são os mesmos, apesar de que os nossos espíritos são mais poderosos do que os vossos. Quando nos unirmos, vós não mudareis em nada, apenas ficarão com a nossa aparência que estão vendo agora. Além de mais experiência, pois apesar de imagens diferentes atualmente, somos um só ser - antes que as interrompessem Lady Ryoko continuou o que a primeira começou.
_ Queremos salvar o nosso Universo. Somos a única esperança. Mas também queremos Tenchi salvo, por isso enviamos Aiko para vosso presente, ela tem poder suficiente para salvá-lo. - Aeka e Ryoko se assustaram ao ouvir isso. Percebendo isso Lady Ryoko continuou. - Sim, Aiko é mais poderosa do que vós juntas. Mas o poder dela ainda não se compara ao de uma deusa. O que provavelmente nos tornaremos ao nos unirmos a vós.
_ E se não aceitarmos? - disse Ryoko desconfiada. Lady Ryoko suspirou e respondeu.
_ Como Aiko ainda não liberou seu poder no vosso presente a traremos de volta para, futuramente, termos poder suficiente para vencer o mal. Mas o vosso presente será destruído assim como o nosso foi. E Tenchi não sobreviverá. - Ryoko e Aeka se exaltaram.
_ Por quê? - gritou Aeka - Por que ele irá morrer? Isso não pode acontecer, isso não está acontecendo. - disse quase chorando.
_ Sinto muito, minha pequena. - disse Lady Aeka a olhando com carinho - Mas ele será o único que terá forças a medir com o mal, mas este ainda será mais forte do que ele e Tenchi não irá resistir. - fez uma breve pausa. - Como já devem ter percebido, o nosso presente não é o vosso futuro, é uma outra dimensão. O passado não pode ser alterado, apenas o nosso futuro, através de nossas escolhas. Cabe a vós decidir o futuro daquele que amam. - Ryoko e Aeka se entreolharam depois de momentos de meditação.
_ Certo, eu concordo. - disse Aeka. - Eu também - continuou Ryoko. Lady Aeka e Lady Ryoko sorriram. - Mas antes - Aeka voltou a falar - quero saber se poderemos rever Tenchi. - o sorriso de Lady Aeka e Lady Ryoko se desfez.
_ Sinto muito, uma vez que forem para o futuro jamais poderão voltar. A barreira que separa nossa dimensão da vossa só pode ser aberta duas vezes, a de ida, e a de volta. Nada mais, pois a quantidade de energia que foi e voltará é muito grande. - fez-se um demorado silêncio.
_ Não faz mal - disse Ryoko - por ele, faria qualquer coisa. Aeka concordou com a cabeça.
_ Muito bem. Quando o sinal do inimigo vier, vocês deverão partir. Até logo. - terminou Lady Aeka.
_ Esperem! - disse Aeka se adiantando antes que a tela se fechasse - Quem é o inimigo que nos separará de Tenchi? - Lady Aeka e Lady Ryoko tomaram feições um tanto quanto sombrias e resolveram responder a questão.
_ Ele será o maior inimigo que já enfrentaram. Maior do que Kagado, maios do que Yugi, Yuzuha, K.A.I.N. ou Lady Tokimi. Ele... - quando iria continuar, a tela de Aiko começou a falhar, Aiko tentou recuperar a imagem mas esta começou a vacilar, Lady Aeka se apressou - Aiko! Você ainda não sabe quem é ele! Ele é ... o - e a tela sumiu. O olhar de Aiko que antes era sério agora refletia certa preocupação. _ Perdemos tempo demais com explicações - disse ela em vós baixa. E com um ar um tanto quanto sombrio. Olhou para as duas a sua frente. - Agora terei que enfrentar um inimigo não conhecido por mim. Ryoko se exaltou.
_ Mas porque ela, nós, quer dizer... Ah! Aquelas duas não te falaram antes quem era? - disse com certa confusão ao se referir a elas mesmas.
_ Por que a única que sabia da identidade dele era Lady Washu. - disse ela séria - E ela se recusou a nos dizer quem era até o último instante antes de eu partir para esse presente. Só que tivemos que apressar as coisas e Lady Washu não se encontrava na Terra e estava incomunicável. Lady Aeka e Lady Ryoko disseram que quando ela voltasse entrariam em contato comigo. Mas acho que agora isso será impossível. - disse ela preocupada voltando os olhos para a pequena máquina que estava em sua mão - Não foi normal essa falha nos sistemas do meu comunicador. Alguém percebeu algo de anormal na dimensão de vocês. - disse ela voltando o rosto, antes sério agora quase desesperado, para as outras duas jovens. Mas esta expressão desapareceu tão rápido quanto surgiu. Voltando às feições calmas que ela sempre deixava a mostra. - Vamos, temos que preparar vocês para a partida - disse ela caminhando de volta para a casa dos Masaki. Aeka e Ryoko a acompanharam sem se pronunciarem.
***FIM DO FLASHBACK***
Aiko olhava as duas jovens a sua frente com certa expectativa. Elas já haviam concordado com o destino delas, mas tinha medo que voltassem atrás. Conhecia o amor de Lady Aeka e Lady Ryoko por Tenchi, mas era muito difícil entender como duas pessoas podiam amar tanto alguém como elas o amavam a ponto de fazer qualquer coisa para vê-lo bem. Nunca havia sentido nada por homem nenhum, sua função nunca permitiu que se aproximasse de ninguém, apesar de que para qualquer um da sua época era difícil ter um relacionamento. Em sua época todos viviam escondidos e se limitavam a unir- se a outra pessoa apenas para dar continuidade a sua família, esperando dias melhores. Pensando nisso agora, ela percebia que jamais levou em consideração que precisava de um companheiro. Sentia-se feliz, apesar de tudo, com a companhia das suas amigas e mentoras, mas sempre faltou algo, até agora não tinha percebido. Pensou que talvez um dia pudesse encontrar alguém, se tudo terminasse bem. Alguém gentil, simpático, bondoso e que não fosse apenas um amante, mas seu amigo. Sentiu suas faces corarem quando a imagem de um certo rapaz tímido, de cabelos negros e olhos escuros, que havia conhecido a tão pouco tempo, mas que a havia encantado, veio-lhe a mente. Achava que tinha ficado louca.
_ Ow, garota! Você tá bem? - perguntou Ryoko cutucando a menina de faces coradas e que parecia estar sonhando acordada. - Não tá escutando não? A preocupação queimou seus neurônios, é? - disse carrancuda.
_ Desculpem-me, estava distraída. E então? - perguntou para as duas que a olhavam com curiosidade e de quem não entendia o que estava se passando.
_ É, os neurônios dela não andam bem. Já dissemos que concordamos e que partimos assim que você quiser. - disse Ryoko com as mãos na cintura. Aeka continuava quieta. Aiko percebeu. _ E você Aeka. Parece que está vacilando. - Aeka pareceu voltar de seus devaneios e encarou Aiko meio desnorteada tentando lembrar do que falavam, mas isso foi rápido e ela logo se pronuncio.
_ Não é isso. Tenho certeza do que estou fazendo. - disse ela com o olhar vago. Aiko percebeu que ela não iria dizer mais nada e resolveu não prosseguir com o assunto. Aeka continuou quieta enquanto se afastavam dali para um lugar onde ninguém os visse. Estava triste em deixar sua época, seus amigos, sua família e Tenchi. Conseguiu se despedir dele e de sua irmã, estes ficaram um tanto quanto confusos com a atitude da garota, mas não perguntaram. Só que dos outros não se despediu, com um triste semblante falou quase em um sussurro, para apenas ela e o vento escutarem "Adeus mamãe, papai, meus amigos... adeus Tenchi, meu amor." E derramou uma lágrima solitária no alvo rosto, mas só esta e mais nenhuma, iria permanecer firme na sua escolha.
************
Kyone estava alcançando sua nave, estava realmente nervosa com a displicência do rei, mas resolveu ficar calada, para seu próprio bem. Enquanto se preparava para embarcar um homem da guarda real veio correndo em sua direção a chamando. Ela se virou e ele falou algo baixo em seu ouvido, ela se espantou um pouco e voltou pelo mesmo caminho de onde viera, para o palácio jurai.
Caminhou por algum tempo, o mesmo que gastou enquanto ia embora, passou pelo mesmo corredor e avistou a mesma porta pelo qual saíra tão brava a poucos minutos. Entrou por ela e olhou para o mesmo trono que agora estava vazio, não entendendo ficou parada no mesmo lugar, com um ponto de interrogação na cabeça.
_ Espero não estar sendo muito inconveniente, menina. Mas resolvi reconsiderar. - Kyone olhou um pouco espantada para o lado e encontrou o soberano com quem estava a falar naquela tarde alimentando alguns pássaros na mão em um canto próximo, perto de uma das árvores que haviam no interior da enorme sala.
_ De maneira nenhuma, majestade. O senhor irá nos ajudar? - perguntou ela com esperança na voz.
_ Sim - a isso Kyone sorriu - e não. - Kyone desmanchou o sorriso para dar lugar a um rosto confuso. O rei percebeu o desentendimento da moça, era normal depois da frase pouco concreta. - Resolvi ajudá-los sim, mas não de maneira direta. Não posso enviar nenhum exército ou força, pois a maior vocês já possuem, apesar de eu não querer admitir. Este inimigo que enfrentam, é meu inimigo também - e fez uma pequena pausa - É difícil admitir, mas não posso vencê-lo, nem ninguém desse reino. Apenas... irei tentar colaborar de alguma maneira, caso consigam enfrentar o mal beirando igualdade com este.
_ Como assim, meu senhor? - Kyone não estava entendendo muito bem.
_ Irei lhe explicar, tenha paciência. - disse ele calmamente - É fato que não posso vencê-lo, mas se ele for controlado posso prendê-lo, condená-lo a morte, uma pior que qualquer outra. Até agora ele foi apenas selado em outra dimensão, mas se puderem contê-lo talvez eu possa prendê-lo no universo do caos, onde será destruído por uma força maior que existe lá. - Kyone arregalou os olhos - Sim, não se trata de Deus todo poderoso, e como deve saber, de nossas deusas, como Tsunami, pois estas são apenas representantes dele aqui no nosso Universo. Trata-se do guardião do caos, o renegado, ou se preferir, o próprio demônio. Irei enviá-lo para o inferno sem precisarem matá-lo, pois se este tivesse vida concreta e pudesse morrer, certamente iria para lá. - Kyone finalmente compreendia.
_ Então o senhor quer dizer que não podemos matá-lo, pois ele não é de carne e osso. Mas pode enviá-lo para o inferno para não voltar mais. O lugar daqueles que não foram dignos e já faleceram. Certo?
_ Sim. Tecnicamente iremos matá-lo. Mas não da maneira convencional. - ele fez outra pausa - Talvez consiga abrir o portal e repito, talvez. Mas ele, em toda sua força, jamais será forçado a ir para lá. Por isso, alguém deverá vencê-lo, espero que ele possa vencê-lo. - disse com uma certa carranca - Pois nem mesmo Yosho, meu filho, poderá.
_ Refere-se a Tenchi, não? - o soberano fez outra careta e Kyone, mesmo que sem ouvir as palavras, soube que sim. - E onde eu entro nisso?
_ Como disse, não posso dispensar nenhum dos meus servos para lá, você deverá avisar Yosho e ele do mal... e deverá convocar Azaka e Kamidake para mim. Diga para eles vierem imediatamente para cá.
_ Mas eles não devem proteger suas filhas na Terra? - perguntou Kyone.
_ Elas sabem se proteger sozinha. Se quer mesmo ajuda, deve fazer o que mando. - disse severamente.
_ Como quiser, majestade. - disse Kyone se reverenciando polidamente - Mais alguma coisa?
_ Sim - e agora ele voltou o olhar para moça com certa emoção nos olhos - diga a minhas filhas e meu filho que os amo e estou com muitas saudades. Irei fazer o possível para salvá-los. - Kyone sorriu e voltando da reverência olhou para o soberano, que apesar da pose, era tão humano quanto qualquer um, era pai, e amava seus filhos.
_ Sim, senhor. Adeus. - e se retirou sem se voltar, mas se o fizesse perceberia que o sereno rosto do rei continha certa angustia, mas que ele mesmo não sabia porque, sabia que seria difícil vencer o inimigo, mas sentia como se estivesse perdendo alguma coisa e de certo modo estava, o rosto de Aeka lhe veio na mente subitamente e ele sentiu os olhos marejarem.
_ Aeka... o que está fazendo? - e voltou o corpo para uma das árvores oferecendo uma mão para que um dos belos pássaros do lugar descansasse nela.
*********
Ela estava, como todos os dias, cozinhando para aquela enorme família, sim, família, pois era assim que considerava todos que moravam naquela casa, seus amigos. Fazia algum tempo que não via sua família mas isso não a impedia de todo dia transmitir alegria para todos a sua volta, com sua juventude e seu sorriso contagiante. Mas nesse dia ela não sorria como fazia todos os dias, estava quieta e pensativa, mesmo com o aquele estranho coelho brincando com ela a todo momento ela não se sentia apta a compartilhar da alegria dele. Já fazia algum tempo que sentia que algo estava acontecendo, não sabia o que, mas era grande. Estava ficando preocupada.
Enquanto cortava algumas cenouras para fazer uma sopa sentiu os terremotos e constatou que havia um grande poder, não natural, por trás deles, agora tinha certeza que havia algo importante acontecendo, enquanto raciocinava viu Aiko sair de casa sem falar nada, ficou com um ponto de interrogação na cabeça. Parou de fazer o almoço e fechou os olhos se concentrando para poder entender o que acontecia. Pois sabia muito bem que percebeu aqueles poderes não por ser forte, mas sim por ter quem tinha junto de si.
"Preciso aparecer, pequena Sasami. As coisas estão sérias e não posso continuar apenas assistindo. Espero que não se incomode se eu usar seu corpo, mas desta vez será, talvez, por um bom tempo. Você me permite?" - perguntou carinhosamente uma voz dentro da pequena menina de cabelos azuis, uma voz calma e penetrante, bela e meiga.
"Se é preciso, tudo bem. Sabe que sempre que precisar estarei a disposição" - Sasami falou com a voz dentro de si apenas com o pensamento, sua voz soava preocupada mas ao mesmo tempo respeitosa e tão carinhosa quanto a que a outra voz usou para com ela.
"Obrigada, minha querida." - respondeu a voz em Sasami. Esta começou, de repente, a brilhar de maneira intensa. O pequeno e frágil corpo, começou a crescer e formar belas curvas. A pequena menina começou a tornar-se uma bela mulher. A luz que emanava dela sumiu e os olhos, que estavam fechados, se abriram revelando não mais um olhar juvenil e inocente, mas um maduro e sério. Aquela que antes era a segunda princesa do poderoso planeta Jurai, tornou-se a soberana Lady Tsunami, a deusa protetora do planeta juraiano, que se fundiu com uma pequena garotinha para salvá-la da morte prematura em um acidente infeliz. Aquela que permaneceu em silêncio por tanto tempo, desde que se revelou para um garoto assustado e preocupado, mas corajoso e destemido, que havia salvado muitas vezes o planeta Terra e até mesmo o Universo, agora voltava de seu descanso para novamente tentar ajudar no que pudesse. Mas agora ela tinha medo no olhar, o inimigo agora era mais poderoso, e podia ser sentido a distância, um poder nocivo e feroz, perigoso e venenoso.
Olhou para a porta a sua frente e a atravessou, para logo em seguida entrar em um pequeno quarto, ignorado pela maioria, mas talvez maior do que a própria casa onde se encontrava.
*************
Os dois conversavam já fazia algum tempo, tentavam confirmar suas suposições. Ela tinha quase certeza de quem era o inimigo, mas não ousava dizer. Ele sentia isso e tentava, aos poucos, convencê-la. Era fato de que os dois possuíam muitos inimigos, devido a importância e poder deles, não havia como ter certeza de quem ele era, mesmo porque havia muitos deles que estavam presos na prisão da polícia galáctica. Porém, devido a força deste, muitos eram descartados, mas ainda assim não poderiam saber ao certo qual de seus inimigos era aquele. Ele sabia que ela tinha a resposta, mas esta se negava a dizer. Ela não queria dizer, e ainda por cima tinha que se preocupar com uma anomalia no tempo que estava indecifrável para ela ainda.
_ Por favor, Lady Washu. Preciso saber quem é nosso inimigo para tomar as devidas providências. Tem certeza que não quer me dizer? - perguntava ele quase aflito.
_ Mesmo que soubesse quem é, não poderia vencê-lo, Yosho. Ele está além do meu ou do seu poder, acima do poder de qualquer um desse Universo. Só um milagre poderia salvar-nos. E se você não pode fazer nada, não irei falar nada. - disse Washu sem vacilar, ele estava praticamente vencido pela mulher a sua frente, não sabia mais o que falar - Além disso, temos um outro problema. - Yosho, que mantinha os olhos no chão, voltou estes para a poderosa mulher a sua frente - Sim, outro problema. Descobri uma anomalia no tempo. E tenho motivos para crer que não foi obra de nosso inimigo.
_ Como tem tanta certeza? - perguntou ele tentando esconder o sorriso.
_ Se você se concentrar perceberá um grandioso poder aqui, talvez não tão forte quanto o do nosso inimigo, mas extremamente poderoso, talvez maior do que o meu ou das outras deusas. Mas, por algum motivo, não consigo perceber de quem se trata. Se puder descobrir quem é ou o que é essa anomalia, talvez tenhamos uma chance de vencer. - os olhos de Yosho brilharam - Mas para isso preciso descobrir várias coisas. Então ao invés de... - ela parou de repente se levantou rapidamente e foi até seus computadores, parecia que tinha uma idéia.
_ O que foi? - perguntou Yosho.
_ Estou tentando localizá-lo, então fique em silêncio. - Washu permaneceu alguns momentos mexendo, com maestria, em seus computadores. Depois voltou- se para Yosho com o olhar de desagrado. - Maldito! Conseguiu me despistar. - disse ela com quase ódio no olhar.
_ Não encontrou-o, não é mesmo? - perguntou desanimado.
_ Infelizmente. O maldito foi mais rápido do que pensei. Achei que se seguisse a energia que agiu no centro de Okayama poderia seguir o rastro dele, mas ele conseguiu eliminar qualquer vestígio de poder naquele lugar. Preciso achar logo a poderosa força que se encontra aqui. Por isso me ajude.
_ Já sei quem é. - respondeu ele calmamente. Washu arregalou os olhos, ele achou engraçado. - Mesmo sendo a toda poderosa, não conseguiu percebê-la? Você pode ser forte, mas às vezes é uma distraída. - disse ele em tom de deboche. Ela se irritou.
_ Seu atrevido! Ainda sou uma deusa, ouviu! Posso fazê-lo em pedaços. - disse ela fuzilando-o.
_ Sei.... tá bom tá bom, não falo mais nada. Não é a toa que não percebeu quem era, quase nunca sai desse bendito laboratório - disse ele abanando com a mão em desdém.
_ Quem é? - disse ela diretamente.
_ Oras, esse todo poderoso é ninguém mais ninguém menos que... - ele parou. Ela sorriu.
_ Parece que Tsunami também sentiu a energia nos terremotos. - disse a deusa.
_ Sim, e parece que também nos sentiu. - disse isso enquanto via a porta do gigantesco laboratório ser aberto por uma bela imagem, em divinas formas e poderosa aura.
**********
Tenchi havia andado algum tempo, estava preocupado com Aeka e Ryoko e pensava em uma maneira para ajudá-las quando sentiu aqueles tremores que causaram tamanho estrago nas vilas próximas. Caminhou um pouco mais apressado para casa e ter certeza que todos estavam bem. Não encontrou ninguém na casa, mas esqueceu de procurar no laboratório de Washu, senão levaria um grande susto, ao ver cena tão exótica: Um homem de cabelos verdes, que parecia seu avô, com roupas jurainas. Uma Washu adulta e com uma roupa totalmente fora dos padrões dela e uma Sasami em formas de mulher, com roupas parecidas com as de Washu. Talvez, quem sabe, fossem cantar juntas em algum show.
Ao invés de sair para procurar seus amigos e familiares resolveu subir para seu quarto e refletir um pouco. Subiu as escadas e foi para seu quarto, ainda deu uma olhada para ver se alguém estava ali, mas nem mesmo Ryo-ki ele achou. Entrou em seu quarto e se deitou para pensar um pouco. Sabia que algo muito estranho estava acontecendo. Fechou os olhos e quase cochilou, mas algo o impediu. Subitamente sentiu um grande poder se manifestar, assustou-se e levantou-se rapidamente. Desceu as escadas em um pulo e seguiu para o local em que sentiu aquela energia.
************
Ela parou em frente da porta e encarou por alguns momentos o casal que ali se encontrava. Não pensava em vê-los tão cedo. Teoricamente convivia com eles, mas em formas falsas talvez não pudesse ser considerado um convívio direto. Caminhou até eles com o semblante sério. Percebia que havia perdido o começo da reunião, mas este não deveria ter sido muito importante levando- se em conta que já imaginava sobre o que se tratava.
_ Ora, ora. Não pensei em revê-la tão cedo, Lady Tsunami. - disse Yosho reverenciando-se.
_ Meu querido guerreiro - começou ela carinhosamente - problemas extremos pedem medidas extremas. Não pensava em incomodar Sasami tão cedo, mas foi preciso. E acredito que vocês estavam conversando justamente sobre isso, não?
_ Se se refere aos "problemas extremos" acertou. Vejo que você já percebeu a poderosa força maléfica que se encontra na Terra e talvez você também tenha percebido a anomalia que há no tempo. Acredito que seja alguém e Yosho estava para me dizer quem era. - disse ela olhando para ele.
_ Não me diga que não sabe quem é. - disse Tsunami e sorriu quando a outra deusa olhou ela com incredulidade na face.
_ Eu não acredito que você também saiba quem é e não me falou!!! - disse ela com revolta. Tsunami riu um pouco.
_ Oras, querida Washu, imaginei que sendo quem é havia percebido. - Washu estava começando a ficar brava com as brincadeiras dos dois amigos para com ela.
_ Desembuchem! - disse ela com uma cara carrancuda.
_ Se trata de... - e Tsunami parou subitamente. Washu iria reclamar da pausa se não fosse pelo fato de que também sentiu.
_ Vamos! - foi o que Yosho limitou-se a falar já seguindo para a saída do laboratório. Logo em seguida foi acompanhado pelas duas deusas.
************
Era checado o momento. Ela temia que os outros percebessem, mas aquela era a única maneira de poder realizar parte da sua missão. Chegou até a grandiosa árvore no meio do lago e fez uma reverência em sinal de respeito, as outras duas moças apenas a acompanharam com o olhar.
_ Vamos terminar logo com isso. - disse uma impaciente Ryoko. Aiko não respondeu, caminhou um pouco mais para frente e tirou um pequeno instrumento parecido com seu comunicador. Apertou alguns botões e colou o instrumento na árvore até que esta começou a brilhar. Ela voltou-se para as duas paradas a certa distância.
_ Espero que saibam que agora não tem mais volta. Irei abrir o portal aqui pois ainda não posso usar meu poder e este processo requer energia. Como esta árvore é a maior fonte de poder próximo a nós irei usá-la. - a árvore que antes estava brilhando começou a desaparecer quando um grande portal começou a surgir, era um grande círculo de talvez vinte metros que girava interiormente em multicores. Podia se sentir a distância o enorme poder - Andem logo, antes que percebam. Saibam que não há volta. Se quiserem eu ainda posso voltar, mas acontecerá tudo o que está acontecendo no meu presente.
_ Já tomei minha decisão. - adiantou-se Ryoko.
_ E eu a minha. - disse Aeka tomando a frente da outra e já se encaminhando para o portal. Ryoko a seguiu. E Aiko apenas as acompanhou com os olhos.
_ Esperem!!!
Aiko, Ryoko e Aeka voltaram-se e se surpreenderam ao ver Tenchi descendo correndo. Aiko deu um discreto sorriso e percebeu que aquele realmente era o poderoso guerreiro de quem tanto suas amigas lhe falavam, pois sentiu o portal muito rápido, até mesmo para alguém bem preparado, e não era o caso dele. Tenchi vinha rápido e tinha o olhar assustado. Via a sua frente três garotas perto de uma grande "coisa" que parecia que iria sugá-las a qualquer momento. Parou em frente a elas ofegando, colocou as mãos no joelho e começou a respirar rápido para recuperar o ar. Depois voltou os olhos para elas.
_ O que pensam que estão fazendo? - disse ele sem entender nada.
_ Tenchi... - foi o que Aeka pronunciou com um triste e marejado olhar.
_ Senhor Tenchi, eu sinto muito, mas precisamos ser rápidos por que... - e Aiko foi cortada por um nervoso Tenchi.
_ O que pensa que está fazendo, hein?! - via-se fúria em seus olhos - Minha família te recebe com os braços abertos e você tenta - ele não sabia como nomear aquilo - "tacar" minhas amigas dentro desse... desse... "troço" aí?! - Aiko estava constrangida, mas entendia perfeitamente o garoto, uma garota desconhecida chega, entra nas vidas de pessoas felizes e depois tenta tirar duas pessoas queridas do convívio dos outros sem mais nem menos.
_ Eu sinto muito. - disse ela com os olhos tristes. Tenchi se arrependeu profundamente de ter gritado com a moça, via que ela se segurava para não chorar, nunca a tinha visto daquela maneira. Mas o que poderia fazer? Estava confuso com tudo aquilo.
_ Deixe-a, Tenchi - disse uma voz masculina e séria. Era Yosho que vinha acompanhado de duas mulheres que deixaram Tenchi mais confuso ainda.
_ Quem é você? E essas aí? Washu? Tsunami? - perguntou ele incrédulo. Enquanto isso Tsunami e Washu chegavam. "Então é ela a fonte de tanto poder. Como fui distraída, em baixo do mesmo teto do que o meu e não percebi" disse olhando para uma séria, porém calma Aiko.
_ Tenchi. Eu sou seu avô, ou melhor, eu sou Yosho, o príncipe herdeiro do trono jurai, seu avô. - disse ele olhando para Tenchi de forma grave. Tenchi arregalou os olhos, como podia ser aquele seu avô, aquele ali parecia ter quase a sua idade! Mas olhando bem, percebia-se que eram parecidos.
_ Vovô??? - disse ele meio que acreditando, meio que não.
_ Não posso explicar agora. Aeka e Ryoko devem partir logo antes que ele as perceba. - disse Yosho sério.
_ Mas...
_ Sem mas... Elas precisam partir - e fez uma pausa - Para sempre. Acho melhor você se despedir delas.
Tenchi não podia acreditar que aquilo estava acontecendo. Suas amigas, queridas amigas, estavam partindo, para onde? Por quê? Queria saber mas compreendia que não tinha tempo. Caminhou até elas para despedir-se.
_ Eu sinto muito, Tenchi. - disse uma, surpreendente, chorosa Ryoko. - Eu não queria partir assim, mas é preciso.
_ Eu entendo... Saiba que eu gosto muito de ti. - disse com um carinhoso sorriso. E os dois se abraçaram ternamente.
_ Queria pedir para que me beijasse, mas eu já fiz isso uma vez. - disse ela em um sussurro - Acho que tem outra pessoa que ainda precisa saber como é gostoso beijá-lo - disse ela com um sorriso malicioso nos lábios. Tenchi entendeu o recado e se limitou a sorrir, soltando ela.
_ Saiba que jamais irei esquecê-la.
_ E eu a ti. - disse ela com um sorriso triste. - Diga tchau para Ryo-ki e os outros para mim, queria me despedir, mas não foi possível.
_ Certo. - disse Tenchi.
_ Adeus. - despediu-se dele quase se virando, mas primeiro acenou para seus amigos. E antes de entrar no portal olhou para Aiko seriamente e disse, em um sussurro, para apenas ela ouvir - cuide bem dele, senão não me interessa de que jeito, eu volto e acabo com você. - Aiko sorriu e acenou com a cabeça em confirmação.
_ Adeus, Ryoko.
Ryoko entrou no portal e desapareceu. Tenchi sentiu uma grande tristeza e olhou por algum tempo para o portal. Depois voltou o olhar para Aeka, que permanecia com a cabeça baixa. E se aproximou dela, esta levantou o rosto para olhá-lo nos olhos, com receio dele ficar bravo por ela não ter dito nada.
_ Senhor Tenchi, eu sinto muito por... - e foi cortada por Tenchi que a beijou. Ela primeiramente ficou totalmente assustada e paralisada. Mas ao sentir aqueles lábios nos seus não conseguiu resistir e correspondeu. Enlaçou o pescoço do rapaz e ele a cintura dela. Trocaram um caloroso beijo por alguns segundos e quando eles se separaram, ela lamentou. Olhou com espanto para Tenchi que a olhava com carinho.
_ Vou sentir muito sua falta, Aeka. - disse ele.
_ E eu a sua... Tenchi. - disse ela já com os olhos marejados. Olhou para os outros e voltou a olhá-lo - Por favor, se despeça dos outros por mim e peça a Sasami que diga para meus pais que os amo muito e sempre os terei em meu coração.
_ Sim.
_ Adeus, Tenchi. - disse ela olhando-o sofregamente e, temendo desistir, virou-se rápido e andou com passos firmes até parar em frente do portal. Olhou novamente para Tenchi e depois para os outros. Sorriu tristemente e quando se virava novamente para o portal parou durante o processo para encarar Aiko. Mas dessa vez não olhava com desprezo e sim como uma irmã mais velha. - Quero que saiba que não há nenhum homem como Tenchi no mundo. Boa sorte. - disse ela e Aiko piscou algumas vezes em confusão, não entendendo as palavras da moça, esta, por sua vez, virou-se para o portal, respirou fundo e entrou. Quando ela entrou, logo que desapareceu, o portal começou a exibir alguns raios coloridos e começou lentamente a desaparecer, diminuindo de tamanho enquanto a árvore de Aeka reaparecia.
_ Adeus, minhas queridas amigas. - respondeu Tenchi enquanto uma lágrima escorria por sua face.
**********
Depois dos terremotos ele resolveu descansar. Não havia usado muito do seu poder, mas prevenir era melhor do que remediar, pois faltava pouco para atingir seu alvo e precisava estar preparado.
Sentou-se na enorme cadeira no alto daquele obscuro salão e fechou os olhos, em meditação. Passou-se poucos minutos até que abriu os olhos e resolveu dar uma olhada no que se passava na casa de suas vítimas depois do que fez. Esticou um dos braços com a palma da mão aberta e virada para baixo, enquanto um círculo, de tamanho considerável, se formava em sua frente. Depois levantou-se e, com a mesma mão, tocou com um dedo o círculo. Este tremeu como água quando uma folha cai em cima do lago e começou a tomar formas. Ele pôde perceber duas formas poderosas, não tanto quanto ele, pensou sorrindo, mas poderosas, estavam em casa. Porém não conseguia ver quem eram, se tratava de duas sombras, apenas isso, nem mesmo se eram sombras femininas conseguiu perceber. Sentiu-se desgostoso com a situação e ficou a observar por alguns momentos. Quando estava prestes a fazer o círculo sumir sentiu um outro poder, um tanto quanto familiar. Depois de olhar novamente para a círculo viu outro vulto ir de encontro com os outros dois e se revoltou de não conseguir ver quem era. Fiou ali por mais algum tempo, mas não pôde continuar pois a imagem começou a embaçar mais ainda e pouco a pouco foi sumindo. Ele olhava preocupado, pois ao mesmo tempo que isso acontecia podia sentir uma grande energia surgindo. Tomado pela curiosidade resolveu averiguar, mas desta vez teria que ser ao vivo. Caminhou até parar perto de seu trono e com a mão na cabeça fechou os olhos e repentinamente sumiu.
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Estava no meio de uma floresta não muito densa, esta ficava próxima a um templo e uma modesta casa. Mas não caminhou para nenhum dos dois locais, sua atenção foi atraída para um outro ponto, em outra direção, começou a caminhar para aquele lago que existia ali perto.
Quando olhou para ele pode sentir a enorme energia e sorriu com gosto ao sentir tamanho poder. Mas não poderia possuí-lo, percebeu logo, pois este era temporário. Em seu campo de visão podia ver um enorme portal no meio daquele lago e alguns pontos indistintos ao longe. Depois, o sorriso se desfez e deu lugar a um olhar, talvez preocupado. Estreitou os olhos e observou por algum tempo até que aquele portal foi diminuindo de tamanho até sumir.
_ Então eles não estão tão desprevenidos assim. Acho que já sabem da minha presença... Talvez deva tomar mais cuidado. - virou e caminhou por entre as árvores até sumir de vista.
(Continua)
Mary Marcato
18/05/03
Comentários da autora: Que feliz! ^^ Finalmente consegui terminar o sexto capítulo. E... que legal! Saiu maior do que pensava. Talvez eu esteja melhorando, não é mesmo? Aiai, falsas esperanças, tá tão chato quanto os outros -_- affs. Só que a emoção finalmente está começando e... como eu amei fazer aquele beijo entre o Tenchi e a Aeka, mesmo que tenha sido tão rápido, prefiro ela a Ryoko ¬¬. Mas voltando ao assunto de estar uma porcaria... não custa nada vocês me darem algumas dicas, não? ^___^ Mail me!!! Quem não sabe qual é (puts, acho que até já decoraram ^^") prettymaryms@bol.com.br não se esqueçam, hein! Pode ser crítica, blz... eu aceito numa boa, pois são as críticas que nos fazem melhorar, mas não vale xingar, viu! Senão.... Affs, nem falo nada... Vocês nunca me viram brava de verdade.
Agradecimentos: Aiai, em primeiro lugar a Deus, meus pais e depois algumas outras pessoas... O Shinji-kun, o Ishii, o Arkanum e alguns outros amigos que vêm me incentivando. Valeu! ^^
Antes de vocês continuarem peço ATENÇÃO para com esse comentário que irei fazer agora. Um amigo meu disse-me que está um pouco alterada a realidade entre meu fic e o original Tenchi Muyo, logo entendi porque ele dizia isso. Ressalto que quem não conhece muito bem a série realmente não irá entender, pois eu misturei o anime com os ovas e o filme. Em primeiro lugar eu não inventei nada quando disse que Washu era uma deusa, ela realmente é, não me recordo se no Ova ou no filme. Existem três deusas, Washu, Tsunami e Tokimi. A terceira só aparece em um dos filmes. Outro, e mais conhecido, é o fato que fiz o avô de Tenchi ser jovem, aí também não inventei nada, realmente no Ova ele é jovem e só usa a face de velho pois seria estranho um homem com mais de 50 anos continuar com o rosto de um adolescente aqui na Terra. Acredito que essa eram as duas coisas que mais causaram dúvidas, mas Aiko é de minha autoria, esta com certeza não aparece no anime ^^ e se alguém quiser usá-la, o que acho muito difícil, falem comigo senão eu vou ficar extremamente brava ¬¬. Obrigada pela atenção.
Título: Quando o futuro e o presente se encontram.
Capítulo6: Lady Aeka e Lady Ryoko
***No capítulo anterior***
"_Há um buraco entre o futuro e o passado. Ou seja, como eu vim do futuro um buraco surgiu, e só irá sumir se alguém for para o futuro pois deve haver um equilíbrio no tempo entre o passado, o presente e o futuro, ao derrotar o mal não poderei voltar mais para o futuro, por motivos que depois irei explicar, outro alguém deverá ir para o futuro, e esse alguém deve ser vocês.
_ E porque nós? - perguntou Aeka.
_ É o que irei explicar. - e apertou um outro botão no aparelho e duas imagens surgiram. Duas imagens que assustaram Aeka e Ryoko."
***Capítulo atual***
Aeka e Ryoko não podiam acreditar no que viam, não era nada assustador, nem macabro, mas era surpreendente. Ficaram de boca aberta e se aproximaram mais da tela, mesmo que essa fosse grande, para terem certeza do que viam. A outra moça, por sua vez, continuou com o ar sereno e fitando as duas que permaneciam boquiabertas resolveu se pronunciar.
_ Esperavam por isso? - disse ela calmamente. Aeka que não tirava os olhos da tela se recompôs e disse em ar superior:
_ É apenas um holograma, você fez uma montagem muito bem feita. Por que disso?
_ Tu sabes muito bem que isso não é um holograma, Aeka. - pronunciou-se um dos dois indivíduos que apareciam na tela, tinha uma voz feminina, calma, mas madura e penetrante. Aeka se assustou ao ouvir aquilo.
_ Oras, não pode nos enganar assim tão fácil! Cadê o programa de voz que eu não tô vendo, hein? Isso só pode ser uma brincadeira de muito mal gosto. - disse Ryoko brincando.
_ Pare com isso, Ryoko. Não temos tempo para brincadeiras. - disse o outro indivíduo que também tinha uma voz feminina e um pouco menos grave, mas não menos penetrante e não menos séria que a outra. Aiko que, apesar de tudo, estava achando tudo aquilo muito divertido, resolveu dar as boas vindas às duas mulheres que apareciam na tela que projetou.
_ Lady Aeka, Lady Ryoko, fico muito feliz de poder vê-las novamente depois de tanto tempo. - disse ela calma. Aeka e Ryoko que já estavam transtornadas consideraram aquela frase como o baque final. Ficaram zonzas sem entender como estavam aparecendo naquela tela como se fossem outras pessoas, fora a aparência mais velha.
_ Como que isso pode estar acontecendo? Eu só posso estar sonhando. - disse Aeka colocando a mão na cabeça com os olhos fechados.
_ Minha cara, acho que Aiko já as avisou de sua origem, não? Ou será que ainda não entenderam o que se passa. - disse Lady Ryoko em tom displicente mas sem esconder o sorriso maroto que sempre estaria com ela, não importava a época ou a situação.
_ Nós somos do futuro, Aiko está aí para cumprir a função dela no vosso presente e vós deveis cumprir vossa função no nosso futuro. - disse Lady Aeka muito séria.
Ryoko não se pronunciava, apesar de sempre manter a aparente expressão de despreocupada era uma pirata e sabia analisar muito bem as situações que se apresentava para ela, por mais incrível que parecesse. Ela observava as duas figuras que estavam a sua frente, austeras, imponentes, mais do que nunca imaginou que um dia seria. Com certeza algo muito sério devia ter acontecido para ela ter ficado daquele jeito, se fosse verossímil que aquela na tela fosse ela anos mais tarde.
Lady Ryoko tinha longos cabelos, ainda azuis, presos em duas longas tranças baixas que no meio da cintura se encontravam e alterando seus lugares voltavam para até atrás da nuca dela prendendo-se ali, mostrando, pelo comprimento, que haviam se passado muitos anos, tinha vários fios soltos por sua face e as mechas que usava na frente continuavam as mesas, apesar de que agora eram presas em cima por presilhas como Aeka costumava usar, tinha uma tiara que estava em volta da cabeça e terminava em um pingente entre os olhos, um diamante cinza. Usava dois compridos brincos, com pedras azuis e diamantes cinzentos. O olhar que antes era brincalhão, agora mantinha um brilho sério. Suas roupas não eram as mesmas, usava um kimono, como Aeka vestia, mas possuía a barra e as mangas largas e compridas, apesar de que era muito mais elegante e divino. Era branco com o acabamento todo em azul marinho com várias estampas pelo kimono em azul também. Nunca Ryoko se reconheceria naqueles trajes se não fosse aquela uma situação tão crítica.
Por sua vez, Lady Aeka estava totalmente diferente da Aeka que Ryoko conhecia. Estava com um ar muito mais sereno do que costumava ter, mesmo quando dirigiu a palavra à Ryoko continuou com o ar calmo. Lady Aeka também possuía longos cabelos, mas estes não eram mais presos em duas fitas e estava todo no mesmo comprimento. Ele estava preso no meio da cintura dela e as duas medeixas que mantinha agora estavam mais compridas, mas estas estavam jogadas para trás, parecendo a todo momento que cairiam para frente (estilo Kikyou). Também usava uma tiara na cabeça idêntica a de Ryoko, a não ser pelo fato de que antes de chegar no pingente formava um triângulo fechado deixando a mostra a marca que ela tinha na testa, o pingente de diamante também era um pouco menor. Usava brincos iguais aos de Ryoko, apenas as pedras, que em Ryoko eram azuis, nestas eram em um lilás claro. Vestia um kimono como o de Ryoko, a diferença também estava na cor que era lilás. Tinha o olhar tão sério ou mais do que o de Lady Ryoko. A expressão no rosto de Lady Aeka era uma que Ryoko jamais havia visto ou previsto ver no rosto mimado da garota que estava ao seu lado.
_ Tem algo a dizer, Ryoko. - disse Lady Ryoko sem ao menos olhá-la para perceber que era analisada. Ryoko deu um sorriso meio debochado.
_ Não mudei tanto quanto achei que tinha mudado. - disse Ryoko se referindo a percepção aguçada que ela parecia manter mesmo com os anos.
_ Agora vamos direto ao ponto. - disse Lady Aeka voltando o olhar para as duas moças, que antes estava em Aiko enquanto a cumprimentava. Ao simples tom usado por ela foi suficiente para Aiko desmanchar o sorriso que tinha no rosto e ficar tão séria quanto as duas mulheres que apareciam em sua tela. - Não temos muito tempo e acho que vós já entendestes a situação, não?
_ Sim, mas não decidimos ainda. - disse Aeka já séria também.
_ Não há o que se pensar. Mandamos Aiko para o passado porque infelizmente não podemos resolver a situação sozinhas. Vós não percebestes ainda, mas não somos mais feitas de matéria, apenas em espírito, o motivo será dito futuramente. Precisamos de vós tanto quanto precisastes de Aiko no vosso presente. - disse Lady Ryoko calma e seriamente.
_ Ainda não entendi em que ajudaríamos aí. Essa aqui - disse Ryoko fazendo sinal com a cabeça para Aiko - disse que nós é quem devemos ir para o futuro, mas porque justamente nós?
_ Precisamos voltar a forma material para agirmos contra o mal que existe em nosso presente - disse Lady Aeka - e apenas podemos fazer isso usando do corpo de vocês. Parece profano dizer isso, mas não penseis que estamos apenas usando de vós, podemos ter envelhecido um pouco, mas nossas mentes e espíritos são os mesmos, apesar de que os nossos espíritos são mais poderosos do que os vossos. Quando nos unirmos, vós não mudareis em nada, apenas ficarão com a nossa aparência que estão vendo agora. Além de mais experiência, pois apesar de imagens diferentes atualmente, somos um só ser - antes que as interrompessem Lady Ryoko continuou o que a primeira começou.
_ Queremos salvar o nosso Universo. Somos a única esperança. Mas também queremos Tenchi salvo, por isso enviamos Aiko para vosso presente, ela tem poder suficiente para salvá-lo. - Aeka e Ryoko se assustaram ao ouvir isso. Percebendo isso Lady Ryoko continuou. - Sim, Aiko é mais poderosa do que vós juntas. Mas o poder dela ainda não se compara ao de uma deusa. O que provavelmente nos tornaremos ao nos unirmos a vós.
_ E se não aceitarmos? - disse Ryoko desconfiada. Lady Ryoko suspirou e respondeu.
_ Como Aiko ainda não liberou seu poder no vosso presente a traremos de volta para, futuramente, termos poder suficiente para vencer o mal. Mas o vosso presente será destruído assim como o nosso foi. E Tenchi não sobreviverá. - Ryoko e Aeka se exaltaram.
_ Por quê? - gritou Aeka - Por que ele irá morrer? Isso não pode acontecer, isso não está acontecendo. - disse quase chorando.
_ Sinto muito, minha pequena. - disse Lady Aeka a olhando com carinho - Mas ele será o único que terá forças a medir com o mal, mas este ainda será mais forte do que ele e Tenchi não irá resistir. - fez uma breve pausa. - Como já devem ter percebido, o nosso presente não é o vosso futuro, é uma outra dimensão. O passado não pode ser alterado, apenas o nosso futuro, através de nossas escolhas. Cabe a vós decidir o futuro daquele que amam. - Ryoko e Aeka se entreolharam depois de momentos de meditação.
_ Certo, eu concordo. - disse Aeka. - Eu também - continuou Ryoko. Lady Aeka e Lady Ryoko sorriram. - Mas antes - Aeka voltou a falar - quero saber se poderemos rever Tenchi. - o sorriso de Lady Aeka e Lady Ryoko se desfez.
_ Sinto muito, uma vez que forem para o futuro jamais poderão voltar. A barreira que separa nossa dimensão da vossa só pode ser aberta duas vezes, a de ida, e a de volta. Nada mais, pois a quantidade de energia que foi e voltará é muito grande. - fez-se um demorado silêncio.
_ Não faz mal - disse Ryoko - por ele, faria qualquer coisa. Aeka concordou com a cabeça.
_ Muito bem. Quando o sinal do inimigo vier, vocês deverão partir. Até logo. - terminou Lady Aeka.
_ Esperem! - disse Aeka se adiantando antes que a tela se fechasse - Quem é o inimigo que nos separará de Tenchi? - Lady Aeka e Lady Ryoko tomaram feições um tanto quanto sombrias e resolveram responder a questão.
_ Ele será o maior inimigo que já enfrentaram. Maior do que Kagado, maios do que Yugi, Yuzuha, K.A.I.N. ou Lady Tokimi. Ele... - quando iria continuar, a tela de Aiko começou a falhar, Aiko tentou recuperar a imagem mas esta começou a vacilar, Lady Aeka se apressou - Aiko! Você ainda não sabe quem é ele! Ele é ... o - e a tela sumiu. O olhar de Aiko que antes era sério agora refletia certa preocupação. _ Perdemos tempo demais com explicações - disse ela em vós baixa. E com um ar um tanto quanto sombrio. Olhou para as duas a sua frente. - Agora terei que enfrentar um inimigo não conhecido por mim. Ryoko se exaltou.
_ Mas porque ela, nós, quer dizer... Ah! Aquelas duas não te falaram antes quem era? - disse com certa confusão ao se referir a elas mesmas.
_ Por que a única que sabia da identidade dele era Lady Washu. - disse ela séria - E ela se recusou a nos dizer quem era até o último instante antes de eu partir para esse presente. Só que tivemos que apressar as coisas e Lady Washu não se encontrava na Terra e estava incomunicável. Lady Aeka e Lady Ryoko disseram que quando ela voltasse entrariam em contato comigo. Mas acho que agora isso será impossível. - disse ela preocupada voltando os olhos para a pequena máquina que estava em sua mão - Não foi normal essa falha nos sistemas do meu comunicador. Alguém percebeu algo de anormal na dimensão de vocês. - disse ela voltando o rosto, antes sério agora quase desesperado, para as outras duas jovens. Mas esta expressão desapareceu tão rápido quanto surgiu. Voltando às feições calmas que ela sempre deixava a mostra. - Vamos, temos que preparar vocês para a partida - disse ela caminhando de volta para a casa dos Masaki. Aeka e Ryoko a acompanharam sem se pronunciarem.
***FIM DO FLASHBACK***
Aiko olhava as duas jovens a sua frente com certa expectativa. Elas já haviam concordado com o destino delas, mas tinha medo que voltassem atrás. Conhecia o amor de Lady Aeka e Lady Ryoko por Tenchi, mas era muito difícil entender como duas pessoas podiam amar tanto alguém como elas o amavam a ponto de fazer qualquer coisa para vê-lo bem. Nunca havia sentido nada por homem nenhum, sua função nunca permitiu que se aproximasse de ninguém, apesar de que para qualquer um da sua época era difícil ter um relacionamento. Em sua época todos viviam escondidos e se limitavam a unir- se a outra pessoa apenas para dar continuidade a sua família, esperando dias melhores. Pensando nisso agora, ela percebia que jamais levou em consideração que precisava de um companheiro. Sentia-se feliz, apesar de tudo, com a companhia das suas amigas e mentoras, mas sempre faltou algo, até agora não tinha percebido. Pensou que talvez um dia pudesse encontrar alguém, se tudo terminasse bem. Alguém gentil, simpático, bondoso e que não fosse apenas um amante, mas seu amigo. Sentiu suas faces corarem quando a imagem de um certo rapaz tímido, de cabelos negros e olhos escuros, que havia conhecido a tão pouco tempo, mas que a havia encantado, veio-lhe a mente. Achava que tinha ficado louca.
_ Ow, garota! Você tá bem? - perguntou Ryoko cutucando a menina de faces coradas e que parecia estar sonhando acordada. - Não tá escutando não? A preocupação queimou seus neurônios, é? - disse carrancuda.
_ Desculpem-me, estava distraída. E então? - perguntou para as duas que a olhavam com curiosidade e de quem não entendia o que estava se passando.
_ É, os neurônios dela não andam bem. Já dissemos que concordamos e que partimos assim que você quiser. - disse Ryoko com as mãos na cintura. Aeka continuava quieta. Aiko percebeu. _ E você Aeka. Parece que está vacilando. - Aeka pareceu voltar de seus devaneios e encarou Aiko meio desnorteada tentando lembrar do que falavam, mas isso foi rápido e ela logo se pronuncio.
_ Não é isso. Tenho certeza do que estou fazendo. - disse ela com o olhar vago. Aiko percebeu que ela não iria dizer mais nada e resolveu não prosseguir com o assunto. Aeka continuou quieta enquanto se afastavam dali para um lugar onde ninguém os visse. Estava triste em deixar sua época, seus amigos, sua família e Tenchi. Conseguiu se despedir dele e de sua irmã, estes ficaram um tanto quanto confusos com a atitude da garota, mas não perguntaram. Só que dos outros não se despediu, com um triste semblante falou quase em um sussurro, para apenas ela e o vento escutarem "Adeus mamãe, papai, meus amigos... adeus Tenchi, meu amor." E derramou uma lágrima solitária no alvo rosto, mas só esta e mais nenhuma, iria permanecer firme na sua escolha.
************
Kyone estava alcançando sua nave, estava realmente nervosa com a displicência do rei, mas resolveu ficar calada, para seu próprio bem. Enquanto se preparava para embarcar um homem da guarda real veio correndo em sua direção a chamando. Ela se virou e ele falou algo baixo em seu ouvido, ela se espantou um pouco e voltou pelo mesmo caminho de onde viera, para o palácio jurai.
Caminhou por algum tempo, o mesmo que gastou enquanto ia embora, passou pelo mesmo corredor e avistou a mesma porta pelo qual saíra tão brava a poucos minutos. Entrou por ela e olhou para o mesmo trono que agora estava vazio, não entendendo ficou parada no mesmo lugar, com um ponto de interrogação na cabeça.
_ Espero não estar sendo muito inconveniente, menina. Mas resolvi reconsiderar. - Kyone olhou um pouco espantada para o lado e encontrou o soberano com quem estava a falar naquela tarde alimentando alguns pássaros na mão em um canto próximo, perto de uma das árvores que haviam no interior da enorme sala.
_ De maneira nenhuma, majestade. O senhor irá nos ajudar? - perguntou ela com esperança na voz.
_ Sim - a isso Kyone sorriu - e não. - Kyone desmanchou o sorriso para dar lugar a um rosto confuso. O rei percebeu o desentendimento da moça, era normal depois da frase pouco concreta. - Resolvi ajudá-los sim, mas não de maneira direta. Não posso enviar nenhum exército ou força, pois a maior vocês já possuem, apesar de eu não querer admitir. Este inimigo que enfrentam, é meu inimigo também - e fez uma pequena pausa - É difícil admitir, mas não posso vencê-lo, nem ninguém desse reino. Apenas... irei tentar colaborar de alguma maneira, caso consigam enfrentar o mal beirando igualdade com este.
_ Como assim, meu senhor? - Kyone não estava entendendo muito bem.
_ Irei lhe explicar, tenha paciência. - disse ele calmamente - É fato que não posso vencê-lo, mas se ele for controlado posso prendê-lo, condená-lo a morte, uma pior que qualquer outra. Até agora ele foi apenas selado em outra dimensão, mas se puderem contê-lo talvez eu possa prendê-lo no universo do caos, onde será destruído por uma força maior que existe lá. - Kyone arregalou os olhos - Sim, não se trata de Deus todo poderoso, e como deve saber, de nossas deusas, como Tsunami, pois estas são apenas representantes dele aqui no nosso Universo. Trata-se do guardião do caos, o renegado, ou se preferir, o próprio demônio. Irei enviá-lo para o inferno sem precisarem matá-lo, pois se este tivesse vida concreta e pudesse morrer, certamente iria para lá. - Kyone finalmente compreendia.
_ Então o senhor quer dizer que não podemos matá-lo, pois ele não é de carne e osso. Mas pode enviá-lo para o inferno para não voltar mais. O lugar daqueles que não foram dignos e já faleceram. Certo?
_ Sim. Tecnicamente iremos matá-lo. Mas não da maneira convencional. - ele fez outra pausa - Talvez consiga abrir o portal e repito, talvez. Mas ele, em toda sua força, jamais será forçado a ir para lá. Por isso, alguém deverá vencê-lo, espero que ele possa vencê-lo. - disse com uma certa carranca - Pois nem mesmo Yosho, meu filho, poderá.
_ Refere-se a Tenchi, não? - o soberano fez outra careta e Kyone, mesmo que sem ouvir as palavras, soube que sim. - E onde eu entro nisso?
_ Como disse, não posso dispensar nenhum dos meus servos para lá, você deverá avisar Yosho e ele do mal... e deverá convocar Azaka e Kamidake para mim. Diga para eles vierem imediatamente para cá.
_ Mas eles não devem proteger suas filhas na Terra? - perguntou Kyone.
_ Elas sabem se proteger sozinha. Se quer mesmo ajuda, deve fazer o que mando. - disse severamente.
_ Como quiser, majestade. - disse Kyone se reverenciando polidamente - Mais alguma coisa?
_ Sim - e agora ele voltou o olhar para moça com certa emoção nos olhos - diga a minhas filhas e meu filho que os amo e estou com muitas saudades. Irei fazer o possível para salvá-los. - Kyone sorriu e voltando da reverência olhou para o soberano, que apesar da pose, era tão humano quanto qualquer um, era pai, e amava seus filhos.
_ Sim, senhor. Adeus. - e se retirou sem se voltar, mas se o fizesse perceberia que o sereno rosto do rei continha certa angustia, mas que ele mesmo não sabia porque, sabia que seria difícil vencer o inimigo, mas sentia como se estivesse perdendo alguma coisa e de certo modo estava, o rosto de Aeka lhe veio na mente subitamente e ele sentiu os olhos marejarem.
_ Aeka... o que está fazendo? - e voltou o corpo para uma das árvores oferecendo uma mão para que um dos belos pássaros do lugar descansasse nela.
*********
Ela estava, como todos os dias, cozinhando para aquela enorme família, sim, família, pois era assim que considerava todos que moravam naquela casa, seus amigos. Fazia algum tempo que não via sua família mas isso não a impedia de todo dia transmitir alegria para todos a sua volta, com sua juventude e seu sorriso contagiante. Mas nesse dia ela não sorria como fazia todos os dias, estava quieta e pensativa, mesmo com o aquele estranho coelho brincando com ela a todo momento ela não se sentia apta a compartilhar da alegria dele. Já fazia algum tempo que sentia que algo estava acontecendo, não sabia o que, mas era grande. Estava ficando preocupada.
Enquanto cortava algumas cenouras para fazer uma sopa sentiu os terremotos e constatou que havia um grande poder, não natural, por trás deles, agora tinha certeza que havia algo importante acontecendo, enquanto raciocinava viu Aiko sair de casa sem falar nada, ficou com um ponto de interrogação na cabeça. Parou de fazer o almoço e fechou os olhos se concentrando para poder entender o que acontecia. Pois sabia muito bem que percebeu aqueles poderes não por ser forte, mas sim por ter quem tinha junto de si.
"Preciso aparecer, pequena Sasami. As coisas estão sérias e não posso continuar apenas assistindo. Espero que não se incomode se eu usar seu corpo, mas desta vez será, talvez, por um bom tempo. Você me permite?" - perguntou carinhosamente uma voz dentro da pequena menina de cabelos azuis, uma voz calma e penetrante, bela e meiga.
"Se é preciso, tudo bem. Sabe que sempre que precisar estarei a disposição" - Sasami falou com a voz dentro de si apenas com o pensamento, sua voz soava preocupada mas ao mesmo tempo respeitosa e tão carinhosa quanto a que a outra voz usou para com ela.
"Obrigada, minha querida." - respondeu a voz em Sasami. Esta começou, de repente, a brilhar de maneira intensa. O pequeno e frágil corpo, começou a crescer e formar belas curvas. A pequena menina começou a tornar-se uma bela mulher. A luz que emanava dela sumiu e os olhos, que estavam fechados, se abriram revelando não mais um olhar juvenil e inocente, mas um maduro e sério. Aquela que antes era a segunda princesa do poderoso planeta Jurai, tornou-se a soberana Lady Tsunami, a deusa protetora do planeta juraiano, que se fundiu com uma pequena garotinha para salvá-la da morte prematura em um acidente infeliz. Aquela que permaneceu em silêncio por tanto tempo, desde que se revelou para um garoto assustado e preocupado, mas corajoso e destemido, que havia salvado muitas vezes o planeta Terra e até mesmo o Universo, agora voltava de seu descanso para novamente tentar ajudar no que pudesse. Mas agora ela tinha medo no olhar, o inimigo agora era mais poderoso, e podia ser sentido a distância, um poder nocivo e feroz, perigoso e venenoso.
Olhou para a porta a sua frente e a atravessou, para logo em seguida entrar em um pequeno quarto, ignorado pela maioria, mas talvez maior do que a própria casa onde se encontrava.
*************
Os dois conversavam já fazia algum tempo, tentavam confirmar suas suposições. Ela tinha quase certeza de quem era o inimigo, mas não ousava dizer. Ele sentia isso e tentava, aos poucos, convencê-la. Era fato de que os dois possuíam muitos inimigos, devido a importância e poder deles, não havia como ter certeza de quem ele era, mesmo porque havia muitos deles que estavam presos na prisão da polícia galáctica. Porém, devido a força deste, muitos eram descartados, mas ainda assim não poderiam saber ao certo qual de seus inimigos era aquele. Ele sabia que ela tinha a resposta, mas esta se negava a dizer. Ela não queria dizer, e ainda por cima tinha que se preocupar com uma anomalia no tempo que estava indecifrável para ela ainda.
_ Por favor, Lady Washu. Preciso saber quem é nosso inimigo para tomar as devidas providências. Tem certeza que não quer me dizer? - perguntava ele quase aflito.
_ Mesmo que soubesse quem é, não poderia vencê-lo, Yosho. Ele está além do meu ou do seu poder, acima do poder de qualquer um desse Universo. Só um milagre poderia salvar-nos. E se você não pode fazer nada, não irei falar nada. - disse Washu sem vacilar, ele estava praticamente vencido pela mulher a sua frente, não sabia mais o que falar - Além disso, temos um outro problema. - Yosho, que mantinha os olhos no chão, voltou estes para a poderosa mulher a sua frente - Sim, outro problema. Descobri uma anomalia no tempo. E tenho motivos para crer que não foi obra de nosso inimigo.
_ Como tem tanta certeza? - perguntou ele tentando esconder o sorriso.
_ Se você se concentrar perceberá um grandioso poder aqui, talvez não tão forte quanto o do nosso inimigo, mas extremamente poderoso, talvez maior do que o meu ou das outras deusas. Mas, por algum motivo, não consigo perceber de quem se trata. Se puder descobrir quem é ou o que é essa anomalia, talvez tenhamos uma chance de vencer. - os olhos de Yosho brilharam - Mas para isso preciso descobrir várias coisas. Então ao invés de... - ela parou de repente se levantou rapidamente e foi até seus computadores, parecia que tinha uma idéia.
_ O que foi? - perguntou Yosho.
_ Estou tentando localizá-lo, então fique em silêncio. - Washu permaneceu alguns momentos mexendo, com maestria, em seus computadores. Depois voltou- se para Yosho com o olhar de desagrado. - Maldito! Conseguiu me despistar. - disse ela com quase ódio no olhar.
_ Não encontrou-o, não é mesmo? - perguntou desanimado.
_ Infelizmente. O maldito foi mais rápido do que pensei. Achei que se seguisse a energia que agiu no centro de Okayama poderia seguir o rastro dele, mas ele conseguiu eliminar qualquer vestígio de poder naquele lugar. Preciso achar logo a poderosa força que se encontra aqui. Por isso me ajude.
_ Já sei quem é. - respondeu ele calmamente. Washu arregalou os olhos, ele achou engraçado. - Mesmo sendo a toda poderosa, não conseguiu percebê-la? Você pode ser forte, mas às vezes é uma distraída. - disse ele em tom de deboche. Ela se irritou.
_ Seu atrevido! Ainda sou uma deusa, ouviu! Posso fazê-lo em pedaços. - disse ela fuzilando-o.
_ Sei.... tá bom tá bom, não falo mais nada. Não é a toa que não percebeu quem era, quase nunca sai desse bendito laboratório - disse ele abanando com a mão em desdém.
_ Quem é? - disse ela diretamente.
_ Oras, esse todo poderoso é ninguém mais ninguém menos que... - ele parou. Ela sorriu.
_ Parece que Tsunami também sentiu a energia nos terremotos. - disse a deusa.
_ Sim, e parece que também nos sentiu. - disse isso enquanto via a porta do gigantesco laboratório ser aberto por uma bela imagem, em divinas formas e poderosa aura.
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Tenchi havia andado algum tempo, estava preocupado com Aeka e Ryoko e pensava em uma maneira para ajudá-las quando sentiu aqueles tremores que causaram tamanho estrago nas vilas próximas. Caminhou um pouco mais apressado para casa e ter certeza que todos estavam bem. Não encontrou ninguém na casa, mas esqueceu de procurar no laboratório de Washu, senão levaria um grande susto, ao ver cena tão exótica: Um homem de cabelos verdes, que parecia seu avô, com roupas jurainas. Uma Washu adulta e com uma roupa totalmente fora dos padrões dela e uma Sasami em formas de mulher, com roupas parecidas com as de Washu. Talvez, quem sabe, fossem cantar juntas em algum show.
Ao invés de sair para procurar seus amigos e familiares resolveu subir para seu quarto e refletir um pouco. Subiu as escadas e foi para seu quarto, ainda deu uma olhada para ver se alguém estava ali, mas nem mesmo Ryo-ki ele achou. Entrou em seu quarto e se deitou para pensar um pouco. Sabia que algo muito estranho estava acontecendo. Fechou os olhos e quase cochilou, mas algo o impediu. Subitamente sentiu um grande poder se manifestar, assustou-se e levantou-se rapidamente. Desceu as escadas em um pulo e seguiu para o local em que sentiu aquela energia.
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Ela parou em frente da porta e encarou por alguns momentos o casal que ali se encontrava. Não pensava em vê-los tão cedo. Teoricamente convivia com eles, mas em formas falsas talvez não pudesse ser considerado um convívio direto. Caminhou até eles com o semblante sério. Percebia que havia perdido o começo da reunião, mas este não deveria ter sido muito importante levando- se em conta que já imaginava sobre o que se tratava.
_ Ora, ora. Não pensei em revê-la tão cedo, Lady Tsunami. - disse Yosho reverenciando-se.
_ Meu querido guerreiro - começou ela carinhosamente - problemas extremos pedem medidas extremas. Não pensava em incomodar Sasami tão cedo, mas foi preciso. E acredito que vocês estavam conversando justamente sobre isso, não?
_ Se se refere aos "problemas extremos" acertou. Vejo que você já percebeu a poderosa força maléfica que se encontra na Terra e talvez você também tenha percebido a anomalia que há no tempo. Acredito que seja alguém e Yosho estava para me dizer quem era. - disse ela olhando para ele.
_ Não me diga que não sabe quem é. - disse Tsunami e sorriu quando a outra deusa olhou ela com incredulidade na face.
_ Eu não acredito que você também saiba quem é e não me falou!!! - disse ela com revolta. Tsunami riu um pouco.
_ Oras, querida Washu, imaginei que sendo quem é havia percebido. - Washu estava começando a ficar brava com as brincadeiras dos dois amigos para com ela.
_ Desembuchem! - disse ela com uma cara carrancuda.
_ Se trata de... - e Tsunami parou subitamente. Washu iria reclamar da pausa se não fosse pelo fato de que também sentiu.
_ Vamos! - foi o que Yosho limitou-se a falar já seguindo para a saída do laboratório. Logo em seguida foi acompanhado pelas duas deusas.
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Era checado o momento. Ela temia que os outros percebessem, mas aquela era a única maneira de poder realizar parte da sua missão. Chegou até a grandiosa árvore no meio do lago e fez uma reverência em sinal de respeito, as outras duas moças apenas a acompanharam com o olhar.
_ Vamos terminar logo com isso. - disse uma impaciente Ryoko. Aiko não respondeu, caminhou um pouco mais para frente e tirou um pequeno instrumento parecido com seu comunicador. Apertou alguns botões e colou o instrumento na árvore até que esta começou a brilhar. Ela voltou-se para as duas paradas a certa distância.
_ Espero que saibam que agora não tem mais volta. Irei abrir o portal aqui pois ainda não posso usar meu poder e este processo requer energia. Como esta árvore é a maior fonte de poder próximo a nós irei usá-la. - a árvore que antes estava brilhando começou a desaparecer quando um grande portal começou a surgir, era um grande círculo de talvez vinte metros que girava interiormente em multicores. Podia se sentir a distância o enorme poder - Andem logo, antes que percebam. Saibam que não há volta. Se quiserem eu ainda posso voltar, mas acontecerá tudo o que está acontecendo no meu presente.
_ Já tomei minha decisão. - adiantou-se Ryoko.
_ E eu a minha. - disse Aeka tomando a frente da outra e já se encaminhando para o portal. Ryoko a seguiu. E Aiko apenas as acompanhou com os olhos.
_ Esperem!!!
Aiko, Ryoko e Aeka voltaram-se e se surpreenderam ao ver Tenchi descendo correndo. Aiko deu um discreto sorriso e percebeu que aquele realmente era o poderoso guerreiro de quem tanto suas amigas lhe falavam, pois sentiu o portal muito rápido, até mesmo para alguém bem preparado, e não era o caso dele. Tenchi vinha rápido e tinha o olhar assustado. Via a sua frente três garotas perto de uma grande "coisa" que parecia que iria sugá-las a qualquer momento. Parou em frente a elas ofegando, colocou as mãos no joelho e começou a respirar rápido para recuperar o ar. Depois voltou os olhos para elas.
_ O que pensam que estão fazendo? - disse ele sem entender nada.
_ Tenchi... - foi o que Aeka pronunciou com um triste e marejado olhar.
_ Senhor Tenchi, eu sinto muito, mas precisamos ser rápidos por que... - e Aiko foi cortada por um nervoso Tenchi.
_ O que pensa que está fazendo, hein?! - via-se fúria em seus olhos - Minha família te recebe com os braços abertos e você tenta - ele não sabia como nomear aquilo - "tacar" minhas amigas dentro desse... desse... "troço" aí?! - Aiko estava constrangida, mas entendia perfeitamente o garoto, uma garota desconhecida chega, entra nas vidas de pessoas felizes e depois tenta tirar duas pessoas queridas do convívio dos outros sem mais nem menos.
_ Eu sinto muito. - disse ela com os olhos tristes. Tenchi se arrependeu profundamente de ter gritado com a moça, via que ela se segurava para não chorar, nunca a tinha visto daquela maneira. Mas o que poderia fazer? Estava confuso com tudo aquilo.
_ Deixe-a, Tenchi - disse uma voz masculina e séria. Era Yosho que vinha acompanhado de duas mulheres que deixaram Tenchi mais confuso ainda.
_ Quem é você? E essas aí? Washu? Tsunami? - perguntou ele incrédulo. Enquanto isso Tsunami e Washu chegavam. "Então é ela a fonte de tanto poder. Como fui distraída, em baixo do mesmo teto do que o meu e não percebi" disse olhando para uma séria, porém calma Aiko.
_ Tenchi. Eu sou seu avô, ou melhor, eu sou Yosho, o príncipe herdeiro do trono jurai, seu avô. - disse ele olhando para Tenchi de forma grave. Tenchi arregalou os olhos, como podia ser aquele seu avô, aquele ali parecia ter quase a sua idade! Mas olhando bem, percebia-se que eram parecidos.
_ Vovô??? - disse ele meio que acreditando, meio que não.
_ Não posso explicar agora. Aeka e Ryoko devem partir logo antes que ele as perceba. - disse Yosho sério.
_ Mas...
_ Sem mas... Elas precisam partir - e fez uma pausa - Para sempre. Acho melhor você se despedir delas.
Tenchi não podia acreditar que aquilo estava acontecendo. Suas amigas, queridas amigas, estavam partindo, para onde? Por quê? Queria saber mas compreendia que não tinha tempo. Caminhou até elas para despedir-se.
_ Eu sinto muito, Tenchi. - disse uma, surpreendente, chorosa Ryoko. - Eu não queria partir assim, mas é preciso.
_ Eu entendo... Saiba que eu gosto muito de ti. - disse com um carinhoso sorriso. E os dois se abraçaram ternamente.
_ Queria pedir para que me beijasse, mas eu já fiz isso uma vez. - disse ela em um sussurro - Acho que tem outra pessoa que ainda precisa saber como é gostoso beijá-lo - disse ela com um sorriso malicioso nos lábios. Tenchi entendeu o recado e se limitou a sorrir, soltando ela.
_ Saiba que jamais irei esquecê-la.
_ E eu a ti. - disse ela com um sorriso triste. - Diga tchau para Ryo-ki e os outros para mim, queria me despedir, mas não foi possível.
_ Certo. - disse Tenchi.
_ Adeus. - despediu-se dele quase se virando, mas primeiro acenou para seus amigos. E antes de entrar no portal olhou para Aiko seriamente e disse, em um sussurro, para apenas ela ouvir - cuide bem dele, senão não me interessa de que jeito, eu volto e acabo com você. - Aiko sorriu e acenou com a cabeça em confirmação.
_ Adeus, Ryoko.
Ryoko entrou no portal e desapareceu. Tenchi sentiu uma grande tristeza e olhou por algum tempo para o portal. Depois voltou o olhar para Aeka, que permanecia com a cabeça baixa. E se aproximou dela, esta levantou o rosto para olhá-lo nos olhos, com receio dele ficar bravo por ela não ter dito nada.
_ Senhor Tenchi, eu sinto muito por... - e foi cortada por Tenchi que a beijou. Ela primeiramente ficou totalmente assustada e paralisada. Mas ao sentir aqueles lábios nos seus não conseguiu resistir e correspondeu. Enlaçou o pescoço do rapaz e ele a cintura dela. Trocaram um caloroso beijo por alguns segundos e quando eles se separaram, ela lamentou. Olhou com espanto para Tenchi que a olhava com carinho.
_ Vou sentir muito sua falta, Aeka. - disse ele.
_ E eu a sua... Tenchi. - disse ela já com os olhos marejados. Olhou para os outros e voltou a olhá-lo - Por favor, se despeça dos outros por mim e peça a Sasami que diga para meus pais que os amo muito e sempre os terei em meu coração.
_ Sim.
_ Adeus, Tenchi. - disse ela olhando-o sofregamente e, temendo desistir, virou-se rápido e andou com passos firmes até parar em frente do portal. Olhou novamente para Tenchi e depois para os outros. Sorriu tristemente e quando se virava novamente para o portal parou durante o processo para encarar Aiko. Mas dessa vez não olhava com desprezo e sim como uma irmã mais velha. - Quero que saiba que não há nenhum homem como Tenchi no mundo. Boa sorte. - disse ela e Aiko piscou algumas vezes em confusão, não entendendo as palavras da moça, esta, por sua vez, virou-se para o portal, respirou fundo e entrou. Quando ela entrou, logo que desapareceu, o portal começou a exibir alguns raios coloridos e começou lentamente a desaparecer, diminuindo de tamanho enquanto a árvore de Aeka reaparecia.
_ Adeus, minhas queridas amigas. - respondeu Tenchi enquanto uma lágrima escorria por sua face.
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Depois dos terremotos ele resolveu descansar. Não havia usado muito do seu poder, mas prevenir era melhor do que remediar, pois faltava pouco para atingir seu alvo e precisava estar preparado.
Sentou-se na enorme cadeira no alto daquele obscuro salão e fechou os olhos, em meditação. Passou-se poucos minutos até que abriu os olhos e resolveu dar uma olhada no que se passava na casa de suas vítimas depois do que fez. Esticou um dos braços com a palma da mão aberta e virada para baixo, enquanto um círculo, de tamanho considerável, se formava em sua frente. Depois levantou-se e, com a mesma mão, tocou com um dedo o círculo. Este tremeu como água quando uma folha cai em cima do lago e começou a tomar formas. Ele pôde perceber duas formas poderosas, não tanto quanto ele, pensou sorrindo, mas poderosas, estavam em casa. Porém não conseguia ver quem eram, se tratava de duas sombras, apenas isso, nem mesmo se eram sombras femininas conseguiu perceber. Sentiu-se desgostoso com a situação e ficou a observar por alguns momentos. Quando estava prestes a fazer o círculo sumir sentiu um outro poder, um tanto quanto familiar. Depois de olhar novamente para a círculo viu outro vulto ir de encontro com os outros dois e se revoltou de não conseguir ver quem era. Fiou ali por mais algum tempo, mas não pôde continuar pois a imagem começou a embaçar mais ainda e pouco a pouco foi sumindo. Ele olhava preocupado, pois ao mesmo tempo que isso acontecia podia sentir uma grande energia surgindo. Tomado pela curiosidade resolveu averiguar, mas desta vez teria que ser ao vivo. Caminhou até parar perto de seu trono e com a mão na cabeça fechou os olhos e repentinamente sumiu.
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Estava no meio de uma floresta não muito densa, esta ficava próxima a um templo e uma modesta casa. Mas não caminhou para nenhum dos dois locais, sua atenção foi atraída para um outro ponto, em outra direção, começou a caminhar para aquele lago que existia ali perto.
Quando olhou para ele pode sentir a enorme energia e sorriu com gosto ao sentir tamanho poder. Mas não poderia possuí-lo, percebeu logo, pois este era temporário. Em seu campo de visão podia ver um enorme portal no meio daquele lago e alguns pontos indistintos ao longe. Depois, o sorriso se desfez e deu lugar a um olhar, talvez preocupado. Estreitou os olhos e observou por algum tempo até que aquele portal foi diminuindo de tamanho até sumir.
_ Então eles não estão tão desprevenidos assim. Acho que já sabem da minha presença... Talvez deva tomar mais cuidado. - virou e caminhou por entre as árvores até sumir de vista.
(Continua)
Mary Marcato
18/05/03
Comentários da autora: Que feliz! ^^ Finalmente consegui terminar o sexto capítulo. E... que legal! Saiu maior do que pensava. Talvez eu esteja melhorando, não é mesmo? Aiai, falsas esperanças, tá tão chato quanto os outros -_- affs. Só que a emoção finalmente está começando e... como eu amei fazer aquele beijo entre o Tenchi e a Aeka, mesmo que tenha sido tão rápido, prefiro ela a Ryoko ¬¬. Mas voltando ao assunto de estar uma porcaria... não custa nada vocês me darem algumas dicas, não? ^___^ Mail me!!! Quem não sabe qual é (puts, acho que até já decoraram ^^") prettymaryms@bol.com.br não se esqueçam, hein! Pode ser crítica, blz... eu aceito numa boa, pois são as críticas que nos fazem melhorar, mas não vale xingar, viu! Senão.... Affs, nem falo nada... Vocês nunca me viram brava de verdade.
Agradecimentos: Aiai, em primeiro lugar a Deus, meus pais e depois algumas outras pessoas... O Shinji-kun, o Ishii, o Arkanum e alguns outros amigos que vêm me incentivando. Valeu! ^^
