Depois de décadas sem continuar esta fic (hehehe :P), está aqui mais um capítulo. Está longo e blá blá blá... Mas se voces ainda estao a fim de ler, saibam que este é o penúltimo, entao nao vou torturá-los muito mais. Divirtam-se!
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Capítulo12: O Portal Lunar
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Como um raio a nave cruzou o espaço entre Urano e Netuno, agora só faltava pouco mais de meia hora para que conseguissem finalmente alcançar o Planeta Azul.
Corriam contra o tempo, era óbvio, e o monarca ali presente mantinha-se em seu eterno silêncio, milhares de pensamentos dominando sua mente. A piloto olhou de esguelha para este que sentava-se a alguns metros de si e logo voltou sua atenção para o painel de controles, ignorando o barulho próximo ao insuportável que sua companheira, a qual deveria estar auxiliando-a neste momento, infernizava a vida dos dois guerreiros mais uma vez ressucitados: Azaka e Kamidaki.
Eles já teriam alcançado a Terra há mais de um dia se o soberando do Planeta Jurai não tivesse exigido que voltassem ao planeta em que seus maiores guerreiros descansavam em seu sono eterno. Pelo o que a piloto de longos cabelos verde escuro entendera, sem eles, de nada adiantaria o rei Jurai ir em auxílio dos terráqueos.
Kyone deu um susprio cansado. Não era a primeira e provavelmente nem a última vez que passavam por uma situação tão crítica. No entanto, seu coração estava menos confiante desta vez. Antes não lhe fora necessário perder duas companheiras, se não amigas, para terem, ao menos, esperança de vencer.
Sim, ela era uma cadete da Polícia Galáctica, já vira mortes, destruição e as vezes até mesmo carnificina. Mas nunca fora algo tão próximo, tão víviod prara ela. Em sua vida humana, Kyone jamais pensou que falhas de milhares de anos atrás iria interferir tão drasticamente no presente, no seu presente.
- Quinze minutos para a órbita terrestre ser alcançada. – a voz robotizada do monitor pareceu despertar a jovem policial, que mais uma vez voltou sua atenção para o painel, obsevando e consertando algum erro nas coordenadas.
- Altere o curso para o Satélite. – Kyone pulou na cadeira ao som súbito da voz profunda e grave do home próximo de si. Desviou seu olhar parra observar o soberano Jurai, que agora se encontrava de pé, ao seu lado, olhos fixos no visor da nave. Antes que ela pudesse fazer qualquer pergunta, o homem continuou. – Nosso destino não é a Terra, jovem policial. Altere o curso da nave para o Satélite Natural do Terceiro Planeta, a Lua. – concluiu, voltando seu olhar para a moça, que ainda o encarava confusa.
- Mas... Com todo respeito, majestade, achei que estávamos indo em auxílio de meus amigos e... – Mas o juraiano interrompeu-a.
- E estamos indo ajudá-los, jovem. Todavia, como já disse antes, em nada irei contribuir em uma batalha corpo-acopro com o inimigo. – Kyone manteve o olhar no senhor por mais alguns segundos, sem conseguir entender os propóstios do rei. Contudo, voltando seu olhar para o painel, com um suspiro deu seu comando final.
- Coordenadas 1, 58, 3 canceladas. Alterando código para 1, 58, 4; destino: Lua.
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- ... Matar sua própria neta – As palavras fluíram na mente daquele que um dia pudera ser chamado homem, deixando-o confuso pela primeira vez, sem encontrar em sua razão "louca" de vingança, forças para raciocinar e não vacilar.
Aiko... Era esse o nome de sua, mais que provável, neta... E era esta mesma garota que ele tentara matar minutos antes.
A vida mais uma vez lhe pregava peças. Contudo, não era apenas nele, isso ele podia ver claramente. A garota que lutrava segundos atrás com ele, encontrava-se em estato catatônico, sem saber o que fazer, ao menos dizer. Provavelmente o mesmo dilema passava-lhe pela mente. Quase, ou pelo menos assim ela tentara, matara alguém de quem o sangue corria em suas próprias veias... E assim o faria, se tivesse chancess, esso ele tinha absoluta convicção. E fora justamente a revelação súbita da "avó" desta, revelação recém revelada, que a fizera parar.
A linha de racioncínio recuperada neste mesmo momento fizeram os olhos do Lorde Negro brilharem em malícia...
Aiko... Sua neta... Poderosíssima... Era a aliada e sua futura herdeira... Que ele perdera em seu filho por culpa daqueles malditos jurais... Agora chegara a hora que ele jamais imaginou que encontraria. Chegara o momento de ter, ao seu lado, a governar o mundo, altuém forte, poderoso e acima de tudo, alguém que trazia nas veias o mesmo sangue que ele.
Aiko deveria, não... Ela iria tornar-se seu braço direito, sua herdeira, sua força para continuar... A chance de ser pai novamente presente na forma de um avô... E dessa forma ele venceria tudo e todos, como uma vez tentara e fora impedido.
Dessa vez não seria assim... Ele garantiria que não seria assim... Pois agora... Agora ele garantiria que não haveria mais ninguém neste ou em qualquer outro mundo vivo para poder impedi-lo...
- Aiko... – o nome saiu levemente rouco pela boca do poderoso gueerreiro e todas as atenções voltaram-se para ele, austero e novamente frio como seu costume. – Minha neta... Descendente da poderosa família real Niwase... Junte-se a mim... Junte-se a seu avô, seja minha herdeira... Seja...
Aiko observava o homem com o mesmo olhar perdido que encontrava-se segundos antes, talvez não conseguindo encontrar lógica naquilo e conseqüentemente não achando nada lógico para dizer ou fazer. Estava muda, ao lado de Tenchi, que a amparava com um de seus braços, o menos ferido.
Contudo, ao ouvir estas últimas palavras de Niwase, os olhos de Washu, ainda sustentada por Tsunami e Yosho, arregalaram-se... Não... Ele não podia fazer o que ela sabia que ele pretendia... Não de novo...
- Não! – O grito desesperado da deusa da Sabedoria alertou a todos, que voltaram sua atenção para ela, com exceção de Mikamo, que encarava com olhos astutos e sagazes a figura pequena, porém poderosa, da jovem Aiko.
Esta, por sua vez, olhava para Washu de forma totalmente desconexa, ora cheios de pavor, ora cheios de confusão. Olhos que tremiam a todo instante, ainda no mesmo estado de choque que lhe fora provocado quando a mulher de longos cabelos rosas revelara seu mais íntimo segredo...
Por quê? Como? Qual a verdadeira razão daquilo? Aquele homem... Aquele homem por quem desenvolvera tamanho ódio, nunca antes sentido por outro ser... Tanto ódio... Desde que viera a vida... A quem ensinaram a enchergar como o mal encarnado em ser humano... Contra quem devotara seu rancor sempre reprimido, com todas as suas forças, pelo o que fizer à Terra e àquele povo, além de para com suas próprias mentoras, e... Finalmente, principalmente... O ser contra quem fora treinada a vida toda para lutar... Lutar e matar...
Os olhos da moça tremiam em desespero... Seu maior inimigo... Pai de seu pai... Carne de sua carne, sangue do seu sangue...
Tudo era confuso... Tudo era embaralhado... Pela primeira vez em sua vida Aiko se sentiu despreparada para tudo e todos... Sozinha em seu próprio mundo, em sua própria mente... Sem saber ao que ou a quem recorrer...
Em outras palavras...
Desesperada...
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Assim que Washu gritou em negação, Tenchi pareceu acordar do torpor em que fora colocado, mesmo depois de Niwase ter dito algo sem muito sentido para ele. Nesse instante, entretanto, sentiu suas mãos segurarem algo e abaixou seu olhar para a figura que era sustentada por um de seus braços...
Pelos céus... Aiko...
Em toda a sua surpresa, provocada pelo total inesperado que o que Washu dissera provocara, esquecera no final das contas, que a mais afetada era quela jovem... Aquela jovem que, sempre lhe pareceu tão comum e, por fim, era a mais complexa e diferente daquelas que tinha conhecido.
Viu os olhos dela tremerem no que ele dedeuziu ser pura confusão e desespero. E conseqüência disso era o próprio corpo da moça que tremia levemente, por mais que ela parecesse tentar se controlar. Aquilo era mais do que ele esperara... Mais do que qualquer um poderia esperar e que Aiko poderia suportar. Ele sabia... Sabia que ela iria desabar a qualquer instante.
Apesar de toda sua preocupação, o rapaz também se via em estado semelhante ao da garota, pura confusão. Afinal de contas, se Washu não queria contar a verdade, por que permitiu que os dois se enfrentassem? Por que permitiu que Aiko lutasse com seu próprio avô? Aquilo era contra qualquer princípio que ele conhecia e, por mais que ele soubesse o quão excêntrica a cientista era, também sabia que ele não parecia disposta a brincar quando se tratava de sua família.
Olhou mais uma vez para Aiko, sentindo os braços trêmulhos dela. Logo, levou o seu outro braço, o machucado, ao outro ombro da jovem, e com as duas mãos apertou levemente os ombros dessa. Tenchi pode ver o temor nos olhos da garota, a confusao e o medo do que estava acontecendo, apertou-a um pouco mais entre os bracos, tentando mostrar-lhe que estaria em qualquer circunstancia ao seu lado.
Todavia, Aiko nao parecia distinguir qualquer ato ou fala ao seu redor, seu rosto só demonstrava uma confusao que até agora nao parecia existir em sua alma... O que estava acontecendo... O que deveria fazer...!
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- Não ouse fazer isso, Mikamo! – A voz de Washu mais uma vez chamou a atenção de todos e assim como os outros, Aiko e Tenchi prestavam total atenção naquela conversa. – Não vai fazer isso de novo! Não vai corrompeê-la! Eu não permitirei! – As palavras eram desconexas na opinião de todos, com a exceção de Washu e de, provavelmente, Mikamo também. Mas, apesar da falta de compreensão, parecia que tinha alguma razão para a cientista proferir o dito, sua face alterada e sua reação demonstravam claramente isso.
E antes que Tsunami ou Yosho pudessem pará-la, a deusa da Sabedoria levantou-se subitamente, correndo como um raio contra seu inimigo, ativando mais uma vez sua espada de luz, pronta para desferir um golpe fatal... Um golpe faltal contra um inimigo que, nem ao menos, levantou um dedo contra sua oponente, seu rosto frio e neutro como sempre.
A espada de luz desceu com força desconmunal contra o inimigo, cujo golpe, com toda certeza, feriria-o gravemente.
Entretanto...
A espada energética da poderosa deusa da Sabedoria parou repentinamente a poucos centímetros do vilão... Batendo contra uma barreira até agora invisível para todos, de pura energia, mas que agora facilmente era distinguida a rodear Mikamo. A espada foi impedida a meio caminho de seu alvo e, sem muita resitência, foi jogada longe, juntamente com sua dona, contra o chão a mais de dois metros de distância.
Uma carga negra de força energética rodeava a deusa nesse instante, fazendo-a gritar em agonia e dor por vários segundos, ao chão, antes de finalmente cessar. Deixando sua vítima ferida gramevente e, sem muitas dúvidas que, a beira da inconsciência.
- Lady Washu! – Tsunami correu para junto da cientista, jundamente de Yosho. Agachando-se e segurnado a outra nos braços para ampará-la. – Argh! – O súbito grito com um certo tom de sofrimento de Tsunami partiu assim que tocou Lady Washu, fazendo-a soltá-la imediatamente.
- Lady Tsunami... – falou Yosho em tom preocupado, agachando-se próximo às duas deusas.
A deusa da Bondade apertava suas mãos uma na outra e, assim que o príncipe Jurai agachou-se, olhou para a palma de suas mãos em contida dor. Os olhos de Yosho arregalaram-se.
- Mas o quê...? – A frase não foi concluída, mas Tsunami entendia a pergunta. Suas mãos, antes imaculadas, estavam agroa vermelhas, inchadas e queimadas... Os olhos da deusa contraíram-se seriamente, enquanto ela apertava seus punhos, mesmo com toda dor que emanava de suas mãos, voltando o olhar para seu inimigo. Por sua vez, Mikamo também a encarava, um sorriso discreto e de malvada diversão em seus lábios.
- Então você conseguiu dominar a arte das Trevas enquanto confinado em sua prisão, não é mesmo? – A voz séria da deusa comprovava que aquela era mais uma afirmação do que uma mera pergunta. E, enquanto falava, seus punhos brilhavam numa aura azulada, quase branca, e assim que o brilho cessou Yosho pôde ver que não mais havia feridas na pele celestial de Tsunami.
Os olhos do príncipe Jurai voltou-se para o corpo de Washu, quase inconsciente ao chão. Vez ou outra ele podia ver ondas negras passarem pelo corpo da cientista e mais nenhuma dúvida havia em seu olhar.
Assim que a deusa da Sabedoria atacara seu inimigo, este usara de seu escudo energético em contato com a espada também energética de Washu para atingi-la com seu poderoso golpe negro... Sim, só podia ser isso... E se Washu tivesse resistido mais um pouco ao invés de ser jogada longe, provavelmente estaria...
- Tsunami, Tsunami... – começou Mikamo com o mesmo tom de quem está dando uma bronca em uma criança – Acha mesmo que eu ficaria inativo por tanto tempo mesmo preso naquela maldita prisão! – sua face contraiu em pura raiva ao fazer a pergunta. – Como acha que eu alcancei força suficiente para abrir um portal entre este e o universo paralelo daquele lugar, apenas com minha própria energia, sem arma alguma, para escapar! – Cruzou os braços, enquanto fechava os olhos para acalmar-se da súbita raiva que a lembrança daquela prisão lhe trazia.
Tsunami e os outros mantinham os olhos no homem, e Yosho e Tsunami tremiam com o ódio que aquele homem era capaz de provocar neles...
- Ou... Você acha que os portais para esse mundo com a Prisão Galáctica não são protegidos e, deixe-me acrescentar, pela tecnologia de Washu e do Poder de Jurai? – continuou o Lorde, enquanto abria os olhos lentamente. Contudo, logo encarou sua inimiga, soltou uma longa risada, seca e sem humor algum. – Não seja ingênua! Eu dominei muito mais do que você possa imaginar! Sou mais forte do que você pode imaginar! E pode ter certeza que não irei vacilar em usar deste poder adquirido em tantos anos de sofrimento sem fim!
Tsunami encarou o guerreiro por mais alguns segundos, sem pronunciar palavra alguma, apenas fitando aqueles olhos vazios com os seus cheios de vida e brilho, agora um brilho de gravidade... No entanto, logo voltou seu olhar para Washu ao chão... ela precisava ajudar a outra deusa... Ou a energia negra de Niwase com certeza destruiria toda a força vital, corporal e espiritual da deusa da Sabedoria...
Entretanto, o poder que consumia lentamente a cientista não era comum e, se ela ajudasse Washu... Sabia que não teria força alguma para lutar contra Niwase...
E o dilema começou a dominar a mente da deusa da Bondade...
- Lady Tsunami... – A voz súbita fez a deusa piscar levemente, como se acordando de um transe, antes dela voltar seu olhar para o possuidor daquela voz solene e grave, o lendário príncipe Jurai. Encararam-se por um momento antes dele continuar. – Faça o que tens de fazer... Seu papel aque não é de destruir nada, nem ninguém...
A deusa arregalou os olhos, pronta para argumentar, sabendo que aquela era uma questão muito mais séria e aquela batalha muito mais perigosa do que se podia imaginar para o juraiano dizer-lhe aquilo. Contudo, o olhar sério e convicto de Yosho lhe deu certeza de que ele sabia do real estado de Washu e que, como guerreiro e amigo, lutaria até o fim por si, por Washu e por ela, se isso significasse poupar a vida de seus queridos amigos e parentes...
Argumentar estava fora de questão, ela já sabia disso e, por mais que quisesse ajudar, Yosho lhe dera a resposta que ela buscava para seu dilema... Sim, ela finalmente aceitaria seu papel naquela batalha e, mesmo em sua preocupação, acenou em serena afirmação antes de se dirigir mais uma vez para o corpo da deusa da Sabedoria, pronta para cumprir suas obrigações...
Mikamo acompanhou com os olhos a deusa da Bondade que agachava-se ao lado da outra deusa e um sorrisso maldoso ressurgiu em seu rosto...
- Vai abdicar de sua luta contra mim em favor desse... Lixo? – falou em deboche, com o mesmo sorriso zombeteiro na face. Tsunami, por sua vez, desviou lentamente seus olhos de Washu para Niwase, cheia de seriedade e sem nenhuma palavra liberou seu spoderes brancos sobre a cientista ao chão, voltando a olhara para esta e ignorando totalmente seu inimigo e as palavras deste.
Mikamo soltou uma risada zombeteira diante da cena que presenciava.
- Sua piedade estúpida irá destruí-la, deusa... – disse a última palavra com nojo na voz e, sem mais delongas, levantou uma mão, pronto para disparar contra as duas deusas desprotegidas no momento. Acabando, em parte, com o ligeiro aborrecimento que aqueles seres estavam lhe causando.
- Sua luta não é contra elas, Niwase... – Mikamo parou por um segundo, subistituindo seu sorriso zombeteiro por uma expressão mais uma vez neutra ao encarar quem lhe falava. – E sim contra mim, um juraiano. – Diante das plavaras proferidas por aquele que um dia desistira do trono mais poderoso e cobiçado do universo, Mikamo sentiu-se mais uma vez possesso de ódio e sede de vingança.
Sim... Um juraiano... Sua vingança...
- Você acaba de assinar sua sentença de morte, princípde Jurai... – falou Mikamo séria e secamente. Encarando com olhos cheios de fúria o homem que o encarava com seriedade e gravidade, pronto para cumprir o seu próprio destino como guerreiro Jurai... Seu destino como alvo da vingança de Niwase Mikamo...
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Aiko ainda estava quieta, atónita com tudo o que estivera escutando. Seu avô... Seu avô era o responsável por toda tristeza que seus amigos sofreram. Havia matado milhares, milhões de pessoas. No entanto... Ouvira sua história também... Ouvira, por mais que estivesse confusa, seu pedido para unir-se a ele... Ele tivera um motivo para tudo o que fizera, certo? Não havia agido por impulso, certo? Agira assim porque mataram seu filho, o pai dela... Talvez seu avô não fosse uma má pessoa, não é? Talvez devesse juntar-se a ele... E talvez assim pudesse ajudá-lo e poupar seus amigos... e...
"Aiko... Aiko..." A moça começou a sair de seus pensamentos apenas quando um par de mãos começaram a balançá-la, gentilmente, mas com certa urgência. Voltou-se ainda perdida, para o rosto ligeramente preocupado de Tenchi .Em seguida, com um barulho que lhe chamou a atenção, voltou-se para o outro lado, onde via Washu caída ao chão, sendo amparada por Tsunami, enquanto o príncipe Yosho lutava com Mikamo... Piscou duas vezes, como se não assimilasse direito o que estivera acontecendo.
"Paft"
Aiko sentiu o rosto arder e seus olhos arregalaram-se. Voltou lentamente o rosto na direção de onde sentira um tapa vir de encontro ao seu rosto, sua mão cobrindo o vermelho que se formava em sua face. Olhou para a mão que lhe acertara e em seguida para o dono da tal mão... Seu peito se contraiu ligeramente ao ver a face mais séria do que nunca do sempre tão calmo e gentil Tenchi, mirando-a.
- Aiko! Por favor, reaja! Não tem o direito de ficar assim enquanto seus amigos estão lutando com tudo o que tem para protegerem a todos nós! Como pode! – A face do rapaz estava tensa e rígida, como Aiko nunca havia visto antes. A garota vinda do futuro ficou calada, sem saber exatamente o que falar. Estava confusa! Não queria mal aos amigos, mas... Seu avô...
Olhou para o local onde a luta ocorria. Yosho ainda lutava bravamente, mesmo que em desvantagem, enquanto Washu permanecia ao lado de Tsunami, ainda fraca. Aiko fechou seus olhos por um segundo e, finalmente, levantou-se, saindo dos braços de Tenchi, seus olhos abriram-se cheios de determinação.
Tomara sua decisão.
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Os dois seres brilhavam intensamente, vermelho e azul, enquanto liberavam uma tremenda carga de energia para o alto do espaco. A tercera figura alí presente, um pouco mais adiantado entre os outros dois, levantou seus braços para o alto e energia branca imediatamente saiu de suas mãos, seguindo para o alto também. Subitamente, enquanto a enorme rajada branca atingía certa altura, ela parou e brilhou mais forte e as duas outras luzes, a vermelha e a azul, antes subindo de lados opostos, foram atraídas para a luz ao centro, curvando-se lentamente até se unirem.
As duas mulheres que ali se encontravam, olhavam boquiabertas o espetáculo de pura energia que ali ocorria, no pequeno satélite natural da Terra. Kyone e Miyoshi olhavam admiradas o enorme portal que se abria projetado pelo poder de Asaka, Kamidake e do poderoso rei Jurai, Asuza.
- Mulher! – O rei jurai chamou com a sua grave e imperiosa voz e Kyone, sem precisar ouvir uma segunda vez, correu em direação ao Senhor. Assim que o alcançou, Kyone pode perceber o enorme esforço que o rei fazia para falar e ao mesmo tempo controlar a gigantesca onda de energia que liberava. – Vá a Terra, agora... Avise-os que o Portal está sendo aberto.
- Mas... – Kyone estava confusa. O rei ainda não havia lhe dito como deveriam fazer uso do portal, como poderiam empurrar o grande mal que se encontrava na Terra em direção ao portal... Como prende-lo ali! Entretanto, o rei parecia não se importar com o "pequeno" detalhe e antes que Kyone pudesse continuar, interromperam-na.
- Fale com Yosho ou Washu... Eles saberão! Agora vá! – A moça não precisou ouvir mais, acenando afirmativamente com a cabeça, partiu em direção a sua nave, puxando uma ainda abobalhada Miyoshi pelo braço.
- Vamos, Miyoshi! Não quero que faça nenhuma besteira aqui. – E em pouco segundos a nave da Polícia Galáctica partia, enquanto os dois guardiões e o rei Jurai usavam de todas suas forças para abrir o Portal Lunar.
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Washu estava começando a recuperar-se fisicamente de sua batalha, graças aos poderes de cura de Tsunami, mas o suor misturado com sangue em sua face e várias partes do corpo lembravam-na de que não estava em uma situação nada comum. Mantinha os olhos abertos por pura teimosia, pois a realidade é que não aguentava muito mais que isso. A alguns metros de si, Washu observava com peso no coração a luta entre Yosho e Mikamo. Não era a toa que o príncipe Jurai era lendário em toda a galáxia, mas mais óbvio ainda é que não tinha o poder necessário para vencer seu inimigo. Não havia muito mais a se fazer, parecia que a vinda de Aiko fora inútil.
Aiko... O nome sôou na mente de Yosho enquanto via seu corpo cedendo levemente para um dos lados. Respirava com certa dificuldade, enquanto via seu inimigo parado a alguma distância, apenas alguns ferimentos em seu corpo.. Desde a primeira vez que a vira soubera que ela não era normal. Logo, chamara-a no primeiro dia para uma conversa em particular, onde até mesmo tiveram uma luta de espadas no dojo do templo, com certeza ela era poderosa. Não havia lhe dito exatamente qual era sua missão ali, mas suspeitara de algo grande. Todavia, não imaginara que fosse algo tão perigoso e poderoso como seu inimigo estava demonstrando-se ser.
O poderoso ser a quem Yosho enfrentava observou seu inimigo por um segundo, seu rosto neutro como se nenhum sentimento passase por seu corpo, seja de ódio ou até mesmo de diversão. O fato era que Mikamo não mais se importava com quem ou quantos estava para matar, a única coisa que lhe interessava agora era que mais uma vez teria um herdeiro ao seu lado, algo que nunca mais haiva imaginado que teria. Logo, sem mais delongas, o homem levantou sua espada de energia, pronto para acabar com aquela luta enfadonha.
- Pare! – Mais a voz do que o ordenado fez com que o poderoso separasse meio caminho de seu alvo. Levantou sua face lentamente em direção a voz e um brilho de alguma emoção, seja boa ou ruim, passou por seus olhos ao confirmar quem havia gritado. Mikamo abaixou clamamente sua espada ao seu lado, sem nunca desviar o olhar da figura parada a vários metros de si.
Logo, todos estavam a observar a figura feminina que levantara sua voz para o inimigo. Ao lado de um Tenchi agachado e surpreso, estava a esbelta figura em pé de Aiko, olhos nos olhos com Mikamo. O homem sorriu.
- Então, minha querida neta chegou a sua decisão, sim? – Diante do dito, todos expressaram em seus olhares sua expectativa e certa surpresa, sendo de Washu e Tenchi a maior intensidade de sentimentos. Aiko, por sua vez, não os olhou sequer um segundo, ao invés, abaixou a cabeça momentaneamente e levantou-a em seguida, determinada.
- Já tomei minha decisão... Eu... – Todos arregalaram os olhos, enquanto um enorme e maligno sorriso aparecia no rosto de Niwase Mikamo.
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Tenchi observava a luta a sua frente, horror diante de seus olhos ao ver seu avô prestes a ser transpassado por Mikamo, e não havia tempo de alcançá-los.
- Pare! – O rapaz arregalou levemente os olhos ao identificar a voz ao seu lado de quem interrompia. Viu que a espada do inimigo havia "escutado" o pedido da moça e parara a meio caminho de seu alvo, perdendo intensidade. Voltou mais uma vez seu olhar para a pessoa que havia feito o inimigo parar, levantando-se ao seu lado... Aiko...
- Então, minha querida neta chegou a sua decisão, sim? – As palavras cortaram o ar e entraram nos ouvidos de Tenchi como prólogo de algo que fazia seu coração apertar. Observou atentamente a expressão determinada de Aiko.
- Já tomei minha decisão... Eu... – Os olhos de Tenchi se arregalaram e... A palavras seguinte, pronunciada quase em um sussurro, finalmente provocou reação em seu corpo momentaneamente paralizado de expectativa e apreensão. – Aceito.
"Não!"
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Os olhos de Aiko permaneceram baixos enquanto ela prounciava sua decisão.
"Aceito"
Sua voz por um segundo não pareceu sua, enquanto, logo após dizer suas últimas palavras, um sonoro "Não" vir daquele a quem tanto suas amigas queriam proteger. E ela também...
Todavia, todo e qualquer som que possa ter ouvido pareceu sumir de sua mente, como se tudo fosse preto e branco, em "slow motion". A única coisa que importava agora era cumprir sua missão, fazer o melhor para todos, salvar a todos, não importava que o único método...
- Então virás comigo. – A frase e a voz em questão fizeram-na acordar de seu tupor. Voltou seu olhar para aquele que falava e sua mente pouco mais registrou um rapaz ao seu lado que levantava-se e vinha ao seu encontro, sendo subitamente jogado para trás por uma força invisível e uma mulher de cabelos rosas sendo impedida de se mover por outra de cabelos azuis. Os dois pareciam observá-la com afinco, enquanto sua atenção direcionava-se apenas aquele que lhe falara.
- Sim... – Sua voz parecia fraca e seu olhar levemente translúcido. Contudo, um pouco de vida pareceu retornar quando continuou. – Com uma condição... - O rosto antes malignamente alegre de Mikamo tornou-se lentamente sério e sombrio com as últimas palavras da garota.
- E o que seria isso? – A voz era grave e baixa, um quieto sinal de seu poder e periculosidade. Aiko fechou os olhos por um instante, depois abrindo-os novamente para encarar seu "avô".
- Não irá ferir meus amigos e nem a este planeta... Nunca mais... – Seu tom era suave, porém, a determinação estava na sua voz, assim como em seus olhos que observavam atentamente a reação de Mikamo. O rosto deste, por sua vez, era sério, quase meticuloso, como se medisse as palavras e o significado destas. Em seguida, um novo sorriso largo e cru surgiu-lhe na face.
- Como quiser... minha princesa... – E fez uma longa saldação, levando o tronco até meio caminho do chão, o sorriso sempre presente.
- Não, Aiko! – Mais uma vez a voz de Tenchi se fez ouvir e Aiko não pode deixar de finalmente tomar consciência de sua presença e olhá-lo. O rapaz estava ofegante, ao chão, aparentemente havia sido jogado ao longe pelos poderes de Mikamo ao tentar parar Aiko durante sua decisão. Contudo, parecia que ainta possuía forças para protestar e toda a sua súplica encontrava-se em seus olhos, assim como em Washu. E, por um momento, Aiko sentiu presente a aura de todos seus amigos ali, podia sentir o peso do olhar deles, um pedido mudo de que não fizesse aquilo.
- Não seja estúpida, Aiko! – A voz autoritária de Washu se fez presente e Aiko não pode evitar de olhá-la. O olhar severo da mulher pesou mais do que qualquer um até o momento e Aiko se viu desviando lentamente a face para, mais uma vez, encarar a Deusa da Sabedoria quando esta voltou a falar. – Mikamo não conhece limites! Acha que ele irá parar! Pelo amor de Deus, Aiko! Foi ele quem causou a morte de seus pais!
- Já chega! – A voz grave e firme de Mikamo mais uma vez se fez presente, cortando o ar como faca afiada. Aiko voltou novamente seu rosto para ele e pode presenciar a expressão severa e contorcida do homem, era óbvio que se controlava para não atacar Washu. – Se continuar vou esquecer imediatamente o pedido de Aiko!
- Não, por favor! – A jovem implorou, dando dois ou três passos, olhos cheios de dor e lágrimas. Mikamo calou-se e voltou-se para ela, sua face suavizando-se ligeirmanete. Aiko abaixou a cabeça, suas longas mechas sombreando e logo escondendo seus olhos, seus braços como mortos ao londo do corpo. – Por favor, meus amigos... – Uma longa pausa antes que concluísse, levantando o rosto, seus olhos totalmente inexpressivos. – Não se intrometam.
E com isso, seguiu em direção daquele que lhe faria herdeira de todo um Universo.
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Mikamo observou com um largo sorriso no rosto a jovem guerreira caminhar em sua direção, enquanto fazia um leve movimento com uma de suas mãos para impedir que Washu ou aquele outro garoto pudessem se mover e intrometer-se novamente em seu caminho. Ganhara, finalmente... Ganhara três vezes...
Ganhara contra todos os Jurai, ganhara contra Waashu e ganhara uma herdeira que nunca mais sonhara em ter...
A vingança era doce... E era toda dele.
- Venha, minha herdeira... – Disse Mikamo extendendo um de seus braços em direção a Aiko, que caminhava de cabeça baixa em sua direção. Com a outra, fez um largo gesto, jogando Yosho que tentava partir de encontro contra ele para longe, próximo de Washu e Tsunami, sem nem uma vez desviar o olhar de sua neta.
Colocou a mão no ombro desta quando finalmente ela o alcançou, enquanto Aiko virava-se em direção aos seus amigos. E, antes que qualquer um pudesse dizer ou fazer algo para impedi-lo de levar Aiko consigo, Mikamo rapidamente criou uma redoma ao seu e ao redor de neta, começando a flutuar no ar. Podia ver Tenchi e Washu tentando protestar – assim que já os havia liberados de seu poder quando não mais podiam alcançar Aiko – tentando se levantarem e o impedirem de levá-la. Viu Tsunami segurar Washu, enquanto Yosho corria em direção a Tenchi, segurando-o também e olhando em seguida para ele e Aiko.
Mikamo e sua neta começaram a subirem lentamente em direção ao espaço, enquanto os outros permaneciam ao chão, olhando-os. Tsunami amparando Washu e já indo em direção a Tenchi e Yosho, provavelmente curar qualquer ferída que ele tivera causado aos dois. O senhor negro estreitou levemente os olhos, observando com ódio seus inimigos que pareciam que sairiam ilesos daquela guerra...
A vingança era doce... Mas ainda não estava completa.
Aiko, até agora impassível com o que acontecia, levantou o rosto para seu avô ao sentir certa energia crescendo ao seu lado. Diante do que via, tudo o que pode fazer foi arregalar os olhos, enquanto Mikamo quebrava sua promessa.
"Não!"
"..."
O brilho de energia foi intenso e por um segundo não se pode ver nada nem ninguém. A explosão foi quase ensurdecedora e ondas de pressão foram formadas. Os olhos de Mikamo brilharam de expectativa, enquanto Aiko permanecia perplexamente muda, horrorizada.
Todavia, não mais um segundo se passou até que os olhos de Mikamo se arregalassem em surpresa e ódio diante do que via, uma enorme nave se opunha entre o espaço aéreo seu e de seus inimigos, um escudo energético rachado bloqueando o que teria causado sua total vitória.
No mesmo instante, Aiko também arregalou os olhos e logo sentiu o alívrio correr por seu corpo. E, antes que Mikamo pudesse agir de qualquer maneira, uma das entradas inferiores da nave se abriu, alguém saltando de dentro da nave para perto de Tenchi e seus amigos.
- Kyone! – A supresa na voz de Tenchi era evidente, assim como o alívio e alegria em sua expressão. Kyone olhou-o com um sorriso maroto no rosto, contudo, sua entrada maestral foi totalmente destruída quando uma estabanada Miyoshi caiu em cima de si...
Gotas desceram pelatesta de todos, enquanto Kyone tentava se recuperar do "ataque".
- Miyoshi! – Foi o estrondoso som da voz de Kyone ressoando aos quatro cantos do Templo Masaki.
# # # -
Mikamo tinha sua face contorcida em raiva ao ver que não conseguira, mais uma vez, destruir seus inimigos. Seu ódio louco refletia em seus olhos e, logo pois, foi incapaz de pressentir o golpe de sua neta certeiro contra si.
- Mas o quê! – Foi sua exclamação quando sangue desceu pelo braço que segurava Aiko firmemente pelo punho, logo fazendo-o soltá-la. Sua supresa, mais do que dor, o fizera perder a concentração por apenas um segundo, mas o suficiente para seu campo energético que lhes rodeava sumisse um momento permitindo que Aiko saltasse para longe do seu alcance. Logo sem seguida, recuperou o foco e olhou com supresa Aiko a metros abaixo, no chão, a espada de energia da garota firmememnte segura em seu pulso. – O que está fazendo!
- Mentiroso! – A voz antes suave e controlada de Aiko sôou alta e levemente estrangulada, sua face vermelha. – Prometeste que não os feriria!
- Mas eu não ia ferí-los... – Disse o mais uma vez calmo Niwase Mikamo, com um leve sorriso no rosto. – Ia matálos. – Concluiu sinistramente. Aiko arregalou levemente os olhos com as palavras do homem, em seguida, ficou séria, cenho fechado.
- Monstro... – A única palavra fez o sorriso de Mikamo sumir imediatamente, tomando uma expressão sombria. – Seja um sacrilégio ou não matar meu próprio avô... Não me importa mais... Você é um ser insando das Trevas, não posso permitir que continue a trilhar este caminho de sangue. – E tomou posição de luta, enquanto Mikamo cerrou levemente os olhos para continuar.
- Você virá comigo, criança, queira ou não... – E partiu para cima dela.
Contudo, o inimigo parou subitamente, desviando-se aprenas segundos antes de um flash de luz cortar o espaço onde estava anteriormente. Olhou para tal direção e a figura austera e firme do lendário príncipe Juari apareceu.
- Acho que ainda não concluímos nossa luta. – Disse Yosho séria e calmamente, Niwase fechou ainda mais sua expressão.
- Ainda se atreve a levantar-se contra mim!- Vociferou Mikamo, Yosho pouco pareceu afetado.
- Aiko... – Falou Yosho, sem desviar os olhos o inimigo. – Eu assumo por aqui. – E antes que Aiko pudesse protestar, o príncipe partiu contra o inimigo.
- Yosho-san! – Disse já partindo ao encontro daqueles que lutavam, sendo imediatamente impedida por uma mão em seu pulo. Olhou para trás. – Kyone-san! Eu... – Mas Kyone a interromepeu.
- Tua tarefa aqui é outra, venha! – Disse já puxando-a ao encontro dos outros.
As duas pararam próximas de Tenchi, Washu, Tsunami e Myoshi. Aparentemente Tsunami curara qualquer ferida remanescente neles, mas era visível que estavam descatados, principalmente Washu. Kyone parou e soltou Aiko, voltando-se para esta.
- Em poucas palavras, o rei de Jurai está no Satélite Natural da Terra e neste exato momento está abrindo um portal para uma dimensão inabitável e sem volta. – Aiko arregalou levemente os olhos.
- A senhorita quer dizer que... – Kyone a interrompeu, enquanto afirmando com a cabeça.
- Exato. Vamos prender o criminoso Niwase Mikamo na chamada "Dimensão Vazia!".
- Kyone-san... – Começou Tenchi. – Mikamo não estava em outra Dimensão e conseguiu fugir assim mesmo? O que faz dessa vez diferente?
- A Dimensão Vazia não é a mesma utilizada pela Polícia Galáctica. – Começou Washu, sabendo que Kyone não sabia mais do que já falara. – A prisão Dimensional pode ser aberta, porque as vezes é necessário retirar o prisioneiro, mudança de sentença ou coisas do tipo. A Dimensão Vaiza, por sua vez, é totalmente diferente. Uma vez fechada não se abre de novo para quem entrou lá. E... – Olhou para Aiko e Tenchi. – É um tipo único em todo Universo, só pode ser aberto ou fechado por Poder Jurai... – Os outros, com exceção de Tsunami, arregalaram os olhos em surpresa.
- E porque Yosho-san me pediu para chamar Aiko? Não é só o Rei Jurai abrir e fechar o Portal e pronto? – Kyone perguntou e Washu abaixou a cabeça, balançando em negativa.
- Infelizmente, não... Azuma abrirá o Portal, mas se precisa de Poder Jurai para poder obrigar alguém a entrar e mais Poder Jurai para fechar o Portal. Azuma não tem poder suficiente para fazer tudo isso. – Continuou e levantou a cabeça para encarar os outros. – Visto o poder de Mikamo, creio que se precisará de muito poder para forçá-lo e depois muito mais poder ainda para fechar o Portal, isso faz de toda ajuda possível necessária.
Antes que alguém pudessa falar, Washu continuou.
- Yosho foi substituir Aiko porque assim que Kyone chegou e mencionou seu pai ele teve idéia do que iria acontecer e a função de cada um aqui. Tenchi, sei que você ainda tem muito mais energia e, por tanto, preciso que vá ajudar seu avô que já está quase no limite de suas forças. Mikamo precisa estar distraído enquanto nos preparamos para prendê-lo e você é o mais indicado já que se Aiko for ele simplesmente irá prende-la e levá-lo consigo, acabando com qualquer de nossas chances de vencê-lo...
Tenchi simplesmente acenou afirmativamente com a cabeça e Washu continuou.
- E você, Aiko, terá que fechar o portal... – A garota olhou sua recém descobera "avó" por um segundo e logo acenou afirmativamente. Washu olhou-a um momento mais e logo voltou a encarar a todos em geral. – Eu e Tsunami iremos prender Mikamo no momento indicado para Tenchi e Yosho atingirem-no e empurrá-lo para o Portal para que, por fim, Aiko posso trancá-lo. Kyone, Miyoshi, voces serão nosso suporte caso Mikamo tente alguma coisa. – As duas acenaram afirmativamente também.
Ouviram uma explosão no momento seguinte e voltaram-se para a batalha. Yocho levantava-se do chão onde fora jogado pelo tremendo poder de Mikamo. Washu voltou o olhar para seus amigos de novo, face séria e determinada.
- É agora. – Falou Washu e viu os outros afirmando com a cabeça. Tenchi partiu em direção ao seu avô e Tsunami, Kyone e Miyoshi foram se posicionar. Antes que Aiko pudesse partir também, washu colocou a mão em seu ombro, fazendo-a voltar-se para ela. Washu fechou os olhos por um segundo antes de falar.
- Sei que este não é o momento, mas... Peço o seu perdão pelo sofrimento e confusão que o meu silêncio sobre sua origem possa ter-lhe causado... Sei que sua decisão para partir com Mikamo foi tomada grande parte pelo súbito que os fatos foram para você... – Completou, olhando nos olhos da outra. Aiko permaneceu impassiva por um segundo e, por fim, sorriu levemente.
- Não há porque guardar mágoas... Sei que só quis me proteger de uma verdade tão dolorosa. E... O erro foi meu em pensar que um ser perverso como Niwase Mikamo iria deixá-los em paz se eu o seguisse... – Concluiu olhando para o lado, cabeca meio baixa, pensando por um momento no que quase ocorreu ao seus amigos devido a sua ingenuidade. Washu sorriu levemente, colocando sua outra mão no outro ombro da garota. Aiko voltou o olhar para ela e ambas encaram-se de frente.
- Aiko... Quero que fique ciente de algo... Fechar o portal vai exigir mais poder do que para abrir, isso é, em partes, o motivo de tê-la chamado ao invés de Yosho e até mesmo Tenchi. – Aiko arregalou levemente os olhos diante das súbitas palavras. - Você é a filha da mulher que foi exilada pelo próprio pai devido ao seu grande poder. Asuza também é filho desse mesmo homem e engoliu seu orgulho vindo nos ajudar abrindo o portal... É seu dever como filha de Sasuma Jurai celar este ato de perdão e nova união. Todavia... – Disse olhando Aiko nos olhos – Deve saber que como aquela que fecha o Portal para a Dimensão Vazia, voce será para toda sua vida uma chave para este, assim como seus descendentes o serão também. Pois a única forma de se abrir o Portal da Dimensão Vazia – aquele criado e controlado pelo povo Jurai, o mais poderoso de todo o universo – para alguém que foi trancado lá... É sacrificando em ritual quem o trancou. – Os olhos de Aiko se arregalaram mais uma vez em surpresa, todavia, isso durou apenas um momento e, a pesar do destino que isso lhe causaria, logo a face determinada de Aiko retornou, e ela acenou afirmativamente com a cabeça.
- Não me importa qual meu destino será daqui para frente... Meu único objetivo é vencer o inimigo de minha família e de meus amigos. – Washu a olhou por um instante e um leve sorriso surgiu em seu rosto, enquanto ela soltava Aiko, virando-se, pronta para partir para o campo de batalha. Contudo, um momento antes, Washu voltou seu rosto para Aiko, um leve sorriso de lado em seu rosto.
- É bom ter minha neta de volta. – As súbitas palavras fizeram Aiko arregalar os olhos mais do que antes. Washu, todavia, não pareceu se importar. E antes que Aiko tivesse alguma reação, Washu partiu para sua posi ção.
Aiko olhou-a por um instante e sorriu levemente, era a primeira vez que recebia um cumprimento de sua família...
E sem mais delongas, partiu para a luta.
Sim... Iria vencer o inimigo de sua família e de seus amigos... Fosse quem fosse...
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Foi por questão de milésimos que a espada energética de Mikamo não transpassou o corpo de Yosho. E, antes que pudesse se dar conta, Tenchi estava batalhando junto a seu avô contra o mesmo inimigo. Uma ajuda que não iria adiantar de nada, pensou o senhor das trevas.
Contudo, mesmo com tal pensamento Mikamo não era estúpido, na verdade, mais astuto do que se poderia imaginar e era óbvio que percebera que seus inimigos tramavam algo. Contudo, sua gana de matá-los era tanta que, se realmente havia percebido, não estava se importando nem um pouco.
A luta seguia longa e duramente e e atenção era tanta que Mikamo não se deu conta de uma alteração negra em forma de espiral surgindo muito ao alto no céu, do espaço. Se tivesse visto, saberia imediatamente o que era, mas não era esse o caso.
Subitamente, Mikamo viu seus dois inimigos posicionando-se um ao lado do outro, a alguns metros de si. Estreitou os olhos quando os viu começarem a formar duas bolas de energia, uma cada um. Eles realmente pensavam que conseguiriam acertá-lo com aquilo? Quase imediatamente, como se lendo seus pensamentos, Tsunami e Washu apareceram uma de cada um dos seus lados, segurando-o nos braços com duas correntes de energia.
- Tolos! Pensam que um golpe desses pode me derrotar! – Disse ele assim que se viu preso pelas duas. Mas ninguém parecia escutá-lo, invés disso, Washu e Tusnami começaram a flutuar e a levantá-lo juntas, enquanto Yosho e Tenchi miravam seus golpes de acordo com a mudança de altura.
Um estalo se deu na mente de Mikamo e uma leve idéia do que estava acontecendo começou a lhe ocorrer. Voltou sua cabeça rapidamente para o alto do céu... E seus olhos se arregalaram...
- Não pode ser... – Falou ele em tom baixo, a enorme espiral negra crescendo cada vez mais, começando a tomar conta de todo o céu, como se estivesse na própria Terra. Negro e mais negro era o que havia, reflexos de estrelas de outra dimensão era tudo o que se diferenciava de escuro ali e a Terra comecou a ser apagada em sombras. Washu aproximou sua boca do ouvido de seu inimigo.
- Dessa vez nenhuma de suas tramóias vai te ajudar... – Comecou Washu em um sussurro, enquanto o rosto de Mikamo voltava para a terra, já alguns metros de si. Seus olhos toparam com os de sua neta, que estava entre os outros dois Jurai, seus olhos se arregalaram ao ver que ela também formava energia em suas mãos. – É hora de pagar eternamente por seus crimes... Maldito.
E antes que ele pudesse dizer ou fazer qualquer coisa, Tsunami e Washu saltaram para longe dele, ainda o prendendo em suas correntes de energia. Em seguida, Yosho e Tenchi saltaram e pararam apenas a uma pequena distancia abaixo de Mikamo, a vários e vários metros do chao. E, em sua total surpresa, Mikamo foi incapaz de amparar as duas bolas de Poder Jurai que o atingiram diretamente no peito.
- Naaaaão!- O homem começou a ser jogado longe, mais e mais, cada vez mais rápido, enquanto as duas bolas de energia já esticavam-se como dois raios, unindo-se em seu peito e continuando a empurrá-lo rapidamente contra o abismo de outra dimensão. – Nao irão conseguir, não irão me vencer! – A mistura de sua loucura com sua determinação de vencer, começou a fazer com que Mikamo começasse a resistir ao golpe, enquanto todos arregalavam os olhos diante do que acontecia.
- Kyone! Miyoshi! – Gritou uma desesperada Washu, enquanto ela e Tsunami tocavam o chão, logo seguida por Yosho e Tenchi, que tentavam com toda sua vontade e força continuar a empurrar Mikamo. Aiko ainda concentrando sua energia em suas mãos.
Mais do que depressa, Kyone e Miyoshi entraram em sua nave e seguiram em direção ao inimigo. Lasers comecaram a ser disparados quase que imediatamente pela nave assim que focalizou seu alvo. Era óbvio que o poderio não era suficiente, mas pelo menos poderia distrair ou atrapalhar Mikamo enquanto Aiko se preparava.
Mikamo ainda continuava a ser jogado contra a enorme dimensão negra que girava em espiral muito alto no espaço, mas o poder continuava a ficar mais e mais fraco, mais um pouco e ele poderia acabar com mais esta tentativa inútil de vencê-lo.
O senhor negro, enquanto atirado contra o espaco, mirou sua neta, que, aparentemente já reunira todo o poder que possuía para prendê-lo... Como ela podia fazer isso! Como sua própria neta podia fazer isso com ele!
- Como pode, Aiko! Eu sou seu avo! Eu sou sua família! Como pode! – Gritava quase que loucamente, talvez sendo essa a única razão que ainda o impedia de se libertar do golpe. Seu passado, seu filho morto, sua prisão, seu desejo de poder, tudo se misturava como uma grande bola de neve que cresce e cresce cada vez mais até atingir um momento que não mais se pode suportar. Estava no limite da sanidade e da loucura. E, subitamente, finalmente respondendo as perguntas de alguém já totalmente consumido por sua ganancia e ambição, loucura e trevas, Aiko disparou sua enorme rajada de energia, direto contra aquele que clamava ser seu avô. Mikamo arregalou os olhos.
- Você nao é minha família! – E a enorme rajada atingiu-o finalmente, empurrando com força renovada o inimigo que tanto lhes causara sofrimento.
- Não, não, não! – A energia negra de Mikamo explodiu, surpreendendo a todos, e energia negra e branco comecou a lutar por supremacia. Faltava apenas mais um pouco, mais um pouco e aquilo acabaria...
Aiko sentiu o enorme poder contra si e tentou com todas suas forças resitir. Em sua visão periferial podia ver Tenchi e Yosho lutando para ajudar a empurrar Mikamo.
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- Não desistam! – O súbito grito de Washu fez Aiko desviar ligeiramente os olhos para a direção da voz. Tudo o que pode ver foi dois longos pares de braços esticados para o alto e energia vermelha e azul sendo disparada em direcão ao inimigo. – Não desistam! – Gritou mais uma vez Washu, liberando todo seu poder contra seu inimigo. Tsunami ao seu lado, as duas resistindo firmemente ao súbito encontro de suas energias com a gigantesca onda de poder de Mikamo.
Aiko olhou para o céu e pôde ver a nave de Kyone e Miyoshi ainda disparando seus lasers contra Mikamo, desse jeito iriam acabar toda a energia da nave em pleno ar...
Não podia desistir... Não podia... Voltou seus olhos para o inimigo e com surpresa viu que ele cedia pouco a pouco ao ataque conjunto de todos.
- Aiko! Agora! – Em seu estupor Aiko não vira que finalmente Mikamo atingira a Dimensão Vazia... Mas todos ainda lutavam firmemente... Porque nem tudo estava acabado...
- Eu não vou permitir isso! Eu vou vencer! Eu serei o senhor incondicional de todo o Universo! – Eram os gritos inflamados de Mikamo, resistindo ainda em grande parte ao ataque de seus inimigos.
- Voce não irá ganhar... Voce não pode ganhar... – Sussurrou Akio, quase cedendo aos seus joelhos...
"Mãe... Se está em algum lugar olhando por mim... Empresta-me teu grande poder... Por favor..."
Aiko pressionou com mais força ainda, enquanto tentava expandir seu poder para alcançar as enormes bordas do Portal para a Dimensão Vazia e continuar a segurar Mikamo.
- Eu irei vencer! – Berrou por uma última vez Mikamo, enquanto seu próprio poder negro começava a crescer mais e mais, em uma última tentativa de liberdade. Aiko arregalou seus olhos e fechou-os firmemente, tensionando todo o seu corpo diante de tamanho poder...
"Aaaaaaaaaaaaaaahhhhhhhhhhhh!"
Foi o grito de entrega máxima de Aiko... Era tudo ou nada...
E uma enorme onda de energia prateada se expandiu velozmente por toda a expansão do céu, clareando tudo o que antes era sombras... Cegando todos para o desfecho daquela guerra...
# # # -
(Continua)
30/09/2005
Mary Marcato
# # # -
Comentários da autora: Eu disse... Eu disse que não tinha parado... Aqui esta o penúltimo capítulo. Demorei pra caramba, eu sei... Mas não é como se vocês estivessem insistindo taaanto pela continuação, né, hehehe. Mais um capítulo e acabou, assim como minhas duas outras fics. Será que Mariana irá cerrar carreira de fanficwriter depois disso? Who knows :P
Agradecimentos: Tow com preguiça... Entao só vou agradecer a Laís muito mesmo por ter revisado este cap pra mim (já que aqui no mex não tem algumas acentuaçoes fica difícil escrever certinho, né... affs...), se ainda tiver erros, culpa minha pq fiquei com preguica de ler pela quinquagésima vez :P e o resto eu agradeço no próximo e último capítulo. Arigatou minna-san! Ja ne!
