Capítulo 11: Pêssego ou sândalo?

Musica: I miss you, Incubus

To see you when I wake up

(Ver você quando eu acordo)

Is a gift I didn´t think could be real

(É uma dádiva que eu acho que não poderia ser real)

To Know that you feel the same as I do

(Saber que você sente o mesmo que eu)

Is a Three fold, utopian dream

(É um triplo sonho utópico)

You do something to me that I can´ t explain

(Você faz algo para mim que eu não posso explicar)

So would I be out of line if I said

(Então eu sairia da linha se dissesse)

I miss you. (?)

(Eu sinto sua falta(?))

I see your picture, I smell your skin on the empty pillow next to mine.

(Eu vejo a sua imagem, eu sinto o cheiro da sua pele no travesseiro vazio ao meu lado)

You have only been gone ten days, but already I´m wasting away

(Você se foi a dez dias, mas eu já estou arruinado)

I know I´ll see you again

(Eu sei que te verei de novo)

Whether far or soon

(Quer longe ou logo)

But I need you to know that I care

(Mas eu preciso que você saiba que me preocupo)

And I miss you.

(E eu sinto sua falta.)

Nem sabia mais há quanto tempo estavam abraçados, mas sentia tanta falta de estar junto dela que poderia ficar ali a eternidade e não seria o suficiente. Gina o soltou e ele quase protestou por ela ter afastado seu corpo do dele, mas ao encarar os olhos castanhos voltou a se deitar e afundou a cabeça no travesseiro. Seu orgulho sempre falou mais alto.

- O que faz aqui? – Perguntou com rispidez tentando não se importa com o rosto aflito dela.

- Você está bem? – Gina tentou sorrir.

- Estou. E você já pode sair.

- Quer parar de uma vez com isso. Sabe o quanto eu fiquei preocupada com você, Draco? Por que tentou fazer isso? – Passou a mão no rosto enxugando as lágrimas.

- Tentei fazer o que? – Draco olhava entediado para o teto, controlando a vontade de voltar a abraçá-la. Por que ele não podia ser menos complicado e esquecer a magoa?

- Você não tinha esse direito, Draco. – Ignorou a pergunta dele.

- Não tinha o direito de que? Dá para explicar, Weasley? Ou então pode sair daqui, nem sei o que você está fazendo aqui.

- Draco, eu já disse para você parar com isso. Por que torna tudo mais difícil para nós dois, eu não quero te perder. – Deixou escapar mostrando-se, o quanto estava frágil. Draco ainda encarava o teto. – Por que tentou se matar? – Ele arregalou os olhos para a pergunta que ela tinha feito para si mesma e se sentou na cama.

- Eu não tentei me matar. De onde você tirou isso?

- Eu te encontro com os pulsos cortados e você quer que eu pense o que? Eu não sei nem como consegui te encontrar lá, ninguém entra naquele banheiro... você não podia... eu achei que... – Deixou mais lágrimas caírem pelo seu rosto, voltando a enxugá-las inutilmente.

- Eu não tentei me matar, Gina. – Draco a encarou e fazendo com que tivesse a velha sensação de que estava sendo perfurada por aquele olhar. – Eu não sei o que houve, mas não tentei me matar.

- Como não? Agora você não vai admitir? Eu sei que nós não estamos juntos, mas não tinha o direito de fazer isso.

- Weasley, você não é tão especial assim para eu querer acabar com a minha vida por sua causa.

- Draco, eu... – Não tinha nem noção do que falar, nem sabia mais se falava algo, controlava as lágrimas ou saía de uma vez dali. – Eu sei que fiquei de te ajudar, mas eu não sei como... – Foi puxada com certa brutalidade para perto dele, que segurava seus pulsos com força.

- Vou ter que dizer de novo que não tentei me matar? – Perguntou frio. – Não fiz isso e você não pode chegar aqui e me acusar de uma coisa que não fiz, e pior ainda é ficar ai com essa cara de pena e culpada. Já disse que você não é especial ao ponto de fazer com que eu tente acabar com a minha vida, mas... é ao ponto de eu não querer acabar com ela. – Sussurrou com o rosto próximo ao dela. – Você acredita em mim, Virginia? Eu preciso que você acredite, só você. Acredita, Virginia? – Se perdeu dentro dos olhos castanhos, sabia que toda aquela proximidade iria afetá-lo, mas o que isso importava agora?

Não soube explicar por que, mas sabia que ele falava a verdade. Draco não faria aquilo, não seria fraco para desistir de tudo e ir pelo caminho mais fácil#. Viu toda a verdade o nos olhos acinzentados. Apenas balançou a cabeça afirmando que acreditava nele, não conseguia falar nada, só se via ali naqueles olhos.

- Então para de chorar. – Pediu com suavidade e encostou o rosto ao dela, enxugando suas lágrimas com os lábios. Gina fechou os olhos, sem querer parar de chorar, talvez só assim tivesse os lábios de Draco em seu rosto com tanto carinho. – Para de chorar, detesto isso, não agüento te ver triste.

- Se eu parar... – Fechou os olhos com força, sentindo uma das mãos de Draco acariciar sua nuca. – Se eu parar, você vai parar de me beijar. – Afirmou, apertando os braços em volta dele.

- Não. – Os lábios desceram para o canto da boca, com o gosto salgado. – Não posso parar, não agora que comecei. – Sussurrou com os lábios quase roçando nos dela. Fechou os olhos e deu leves beijos, sem intenção de ser mais ousado, mesmo sentindo falta dela. Gina o apertou mais ainda e decidiu que não queria só os carinhosos beijinhos.

Draco afastou os lábios para depois direcioná-los no rosto da garota, passando pelas bochechas e queixo, voltou a se aproximar da boca. Gina subiu as mãos até o pescoço dele, beijando com força, demonstrando a falta que sentia, Draco entreabriu os lábios, entendendo o pedido mudo da garota e mais uma vez se deixou levar pelas sensações. Era somente isso que ele precisa. Dos toques macios das mãos dela, dos lábios pousados sobre os seus, poder envolver com um o dedo uns dos cachos na ponta do cabelo ruivo, e sentir o calor aquecendo. Parou beijá-la antes do que pretendia. O que estava acontecendo com ele? Queria tanto continuar, mas se sentia tão exausto.

Gina sorriu e abriu os olhos, ajudou Draco a se deitar melhor na cama, ajeitando os travesseiros. Viu o garoto fechar os olhos enquanto ela voltava a se sentar na cadeira. Era tudo mais confuso ainda, não quis pensar mais sobre o que havia acontecido com Draco, já era o suficiente saber que ele estava bem e sem explicação nenhum ela conseguiu acreditar no que ele disse, mesmo achando algo sem sentido. A única coisa que importava era ele estar bem e não ia ser ela que acabaria com isso mais uma vez. Olhou para Draco, que parecia ter voltado a dormir, apoio os cotovelos na cama incomodada com o sono dele. Já tinha dormido tanto, por que não podia ficar com olhos abertos junto dela, gostava tanto de olhar aqueles olhos. Mexeu um pouco a cama, bem de leve, na intenção de ver se ele acordava. Nada. Mexeu mais uma vez e nada. Agora resolveu mexer com mais força e Draco abriu os olhos.

- O que foi dessa vez? Por que você não para de mexer na cama? – Perguntou meio impaciente.

- Você estava acordado? Pensei que já estivesse dormindo.

- Eu estou tentando, mas você não deixa. – Draco se sentou olhando intrigado para ela.

- Bom... é que você já dormiu tanto... Achei que já tivesse sido o suficiente. – Tirou os cotovelos da cama passando a mão pelos cabelos. Draco pareceu entender o que se passava e perguntou meio cauteloso.

- E o que tem de mais eu continuar dormindo?

- Nada. – Desviou os olhos.

- Agora você vai ter que falar.

- Nada... só estou com saudades. – Murmurou.

Draco não conteve o pequeno sorriso que se formou nos seus lábios, Gina de cabeça meio baixa não viu, mas notou o garoto indo mais para o lado da ponta da cama se aproximando de sua cadeira. Sentiu as mãos dele brincar com seu cabelo, depois deslizar por sua nuca tocando com as pontinhas dos dedos, estremeceu um pouco e levantou a cabeça encontrado os olhos dele. Os lábios tão próximos...

- Já acordou Sr. Malfoy? – Madame Pomfrey entrou no quarto fingido não notar a proximidade comprometedora dos dois. Draco voltou para a cabeceira da cama e Gina se ajeitou melhor na cadeira. – Acho que pode ir agora – Disse se dirigindo-se a Gina. – Ele já acordou e você disse que ficaria aqui até ele acordar.

- Mas...

- Venha querida! O diretor quer falar com o Sr. Malfoy.

Automaticamente Draco e Gina olharam para a porta vendo Dumbledore, com os olhos distraidamente para cima, o diretor também presenciou aquela aproximação dos dois, mas resolveu fazer que nem a enfermeira e fingir não ver nada.

Sem discutir Gina se levantou e saiu do quarto, dando uma ultima olhada para Draco que não retribuiu o olhar, Madame Pomfrey a acompanhou e fechou a porta do quarto. Gina pensou em perguntar o que o diretor estava fazendo ali, mas era algo tão obvio que achou melhor sair logo de uma vez da enfermaria. Tinha certeza que logo Draco sairia dali e ela poderia ficar junto dele sem ninguém por perto para atrapalhar.


Draco já estava irritado com os olhares que Crabbe, Goyle e Zabine lançavam a ele, já havia saído da sala comunal justamente para evitar isso, mas os três colegas acharam de acompanhá-lo. Zabine mexia nervosamente no bolso do suéter e parecia impaciente com a presença de Crabbe e Goyle ali. Draco resolveu parar de ligar para aqueles três, pegou o livro de Poções e começou a folheá-lo sem muito interesse. Na verdade pensava no que tinha ocorrido. Todos achavam que ele havia tentado suicídio quando na verdade alguém tentou matá-lo, e o que achava mais estranho era qual a finalidade daquilo, ainda mais sabendo que a pessoa devia ser um comensal, tinha que comunicar aquilo a seu pai o mais rápido possível. Já sabia que o pai tinha sido avisado do seu suposto suicídio e que a qualquer momento receberia uma carta exigindo explicações. Estava tão distraído pensando que não notou que Zabine deu um jeito de mandar Crabbe e Goyle para fora do quarto.

- Draco? – Zabine chamou, tirando uma carta do bolso. Draco olhou para ele e para a carta dobrada nas mãos do colega.

- O que foi? Se for qualquer tipo de perguntas saiba que eu não vou responder.

- Quero mostrar uma coisa e saber por que você fez isso? – Zabine estirou a carta para Draco, que a pegou.

- O que é isso? – Zabine apenas fez sinal para que ele lesse a carta.

Draco começou a ler achando que se tratava de uma brincadeira, não escreveu aquela carta, mas era sua letra que estava ali. Compreendia cada vez menos quanto mais lia.

"Nem sei porque estou escrevendo isso. Talvez seja só para deixar uma explicação ou para que alguém se conforme, isso se alguém se importar de verdade comigo. Não vejo sentindo em mais nada, deve ser assim que todos pensam quando já não tem vontade de viver. Acho que quero me ver livre de tudo, saber que não estou mais preso ao que ocorre ao meu redor. Não tenho ninguém em especial para me referir, nem para dizer que não sintam a minha falta ou qualquer coisa desse tipo que deve constar em uma carta assim. Então, deve ser por isso que não vejo sentindo em continuar."

Draco Malfoy

Largou a carta. Tudo o que estava ali era mentira. Está bem, talvez algumas partes fossem verdades ou fariam sentindo há um tempo atrás, a única coisa difícil de aceitar era o fato de dizer que ninguém sentiria a sua falta ou que não tinha ninguém em especial para se referir. Até sentiu vontade de sorrir ao ler essa parte.

- Por que você tentou fazer isso, Draco? Sei que ai diz que você não vê sentindo em mais nada, mas eu não acho que você desistiria assim.

- Eu não fiz nada, Blás. Nem sequer escrevi essa carta. – Respondeu dando de ombros. Na realidade não se importava se as pessoas pensavam que ele era um suicida, não ligava para isso.

- Como não? É a sua assinatura que está ai e você foi encontrado naquele banheiro por mim e pela Weasley, eu só consegui chegar lá a tempo porque vi essa carta e levei o professor Snape. Weasley ajudou também já que foi quem te encontrou primeiro e tentou te socorrer, mesmo sendo aos modos trouxas.

- Modos trouxas? – Perguntou franzido a testa.

- Acho que ela não estava com a varinha e tentou estancar o sangue sem mágica. Mas isso não vem ao caso agora, Draco. Eu só não entendo. Sei que você não anda lá muito feliz em se tornar comensal e ter que continuar seguindo as ordens do seu pai e do Lord, mesmo assim não acho que...

- Blás, eu não estou com vontade de ouvir essa ladainha. Você não vai dar agora uma de amigo grifinório que vem conversar com o amigo suicida e tentar convencê-lo que esse é o modo errado de se resolver os problemas. – Zabine não soube o que responder depois disso, só queria ajudar. Talvez seu pai tivesse razão quando dizia que ele era "bonzinho" demais.

- É que eu nunca achei que você fosse ser fraco ao ponto de ir pelo caminho mais fácil. – Disse deitando na cama.

Draco quis retrucar dizendo mais uma vez que não fez aquilo, mas pensando bem, não era justamente isso que ele pensava em fazer a um bom tempo? Quando notava que nada era do jeito que queria, que o que vivia não passava de uma farsa ou quando era frustrado de alguma maneira. Nunca teve coragem de ir fundo com os cortes e de acabar de uma vez com aquilo, e agora se perguntava se era falta de coragem ou o contrario, já que toda vez decidia continuar tentando, esperando que um dia tudo se acertasse.

- Blás, como você soube que eu estava no banheiro feminino do segundo andar? Aqui na carta não diz isso. – Tinha que começar a descobrir o que se passava.

- Eu não sabia. Não foi difícil te achar. Avisei ao professor e saímos pelo castelo a sua procura, quando chegamos no segundo andar ouvimos a Weasley pedindo socorro e fomos ver do que se tratava. – Respondeu calmamente.

- Sei. – Draco tentou analisar as feições do colega, se havia algum vestígio de mentira. Ele parecia dizer a verdade, só que sabia que quando queria, Blás podia ser dissimulado e um bom ator.

Engatinhou até a ponta da cama abrindo o baú e colocando a carta dentro, teria que descobrir qual a finalidade daquilo. Voltou a se deitar na cama e desligou a luz sem pedir licença a Blás, que saiu do quarto indignado e o deixando sozinho. Ainda pôde ouvir Pansy batendo na porta do quarto e perguntado se ele estava acordado, não respondeu e minutos depois de Pansy desistir de perturbá-lo acabou dormindo.


Gina saía de mais uma aula olhando para os lados a procura de Draco, não tinha visto ele o dia todo naquela segunda, nem mesmo quando apareceu perto das masmorras, onde sabia que a Grifinória tinha aula conjunta com a Sonserina, com a desculpa de perguntar ao seu irmão se havia recebido alguma carta de casa. Não foi muito convincente, mas não levantou suspeitas. Thamy e Eve conversavam animadamente ao seu lado e seus pés a levavam automaticamente até a sala comunal, ainda tinha treino antes do jantar e Harry vinha exigindo bastante. Pediu para Thamy levar sua mochila para o dormitório, estava atrasada para o treino. Desceu as escadas com pressa mesmo assim olhava para os lados tentando avistar qualquer sinal de Draco. No segundo andar sentiu ser puxada quando passou por uma das salas vazias e só não gritou porque reconheceu as mãos geladas.

- Draco? Que susto. – Olhou para ele meio aborrecida. – Por onde andou o dia todo?

- Por ai. – Deu de ombros. – E você? – Gina cruzou os braços irritada com o cinismo dele. Passou o dia todo preocupada com ele e quando ela pergunta por onde ele esteve apenas responde como um simples "por ai".

- Você não vai me dizer onde esteve?

- No meu quarto. Não assisti às aulas hoje. E não venha dar uma de mãe e me censurar. – Acrescentou antes que ela dissesse mais alguma coisa. – Vamos sair daqui, pode aparecer alguém. – Segurou na mão dela.

- Ei, eu tenho treino agora.

- Depois você treina.

- Não posso, Draco. – Se soltou da mão dele e saiu em direção as escadas que levavam ao saguão de entrada. Draco andou até ela resmungando algo e parou de frente para ela segurando em sua cintura e a beijando sem que ela esperasse. Quando notou já estava respondendo ao beijo. Draco se afastou um pouco e voltou a segurar em sua mão a arrastando para as escadas que levavam as torres.

Acabou se deixando levar, depois de ser beijada sabia que era inútil tentar resistir e sentiu tanto a falta dele o dia todo, estava tão preocupada que não podia deixar de ficar com ele para ir treinar, teria outro treino amanhã e resolveu parar de pensar na bronca que levaria do time todo caso não comparecesse.

- Draco, você não está fazendo isso para que eu não treine e acabe prejudicando meu time, está? – Perguntou brincando.

- É, talvez essa seja a intenção. – Sorriu malicioso. – Na verdade eu preciso conversar com você. – Terminou sério, continuaram subindo e Draco nem notava alguns alunos nos corredores adiante, olhando bem para ver se aqueles eram uma Weasley e um Malfoy de mãos dadas.

Chegaram em uma das torres, a que ficava perto do corujal. Draco entrou em uma das salas vazias, tinha certeza de que ninguém apareceria ali àquela hora. Passou as mãos em volta da cintura da garota, a trazendo para mais perto e começou a dar suaves beijos no pescoço alvo. Intercalando entre os beijos suaves algumas chupadas marcando a pele.

- Draco, espera! Sobre o que você quer conversar. – Tentou manter o fio daquilo ali.

- Nada muito interessante... sabe, até já me esqueci o que era. – Aproximou os lábios dos dela.

- Você vai ter que lembrar. – Tentou se esquivar dele. – Diga logo, porque eu ainda tenho que descer para ir ao treino.

Draco deu a costumeira revirada de olhos e mordeu o lábio inferior.

- O treino é mais importante do que eu?

- Não acredito nisso. Você está tentando fazer chantagem emocional.

- Bom, depois do que você fez seria uma forma de se redimir. – Se sentou no chão se certificando de que não estava muito sujo.

- Isso foi cruel. – Gina sorriu e se sentou ao lado dele, mas sem se importar se o chão estava sujo ou não. – Você vai começar a passar isso na minha cara?

- Se for preciso. – Disse desdenhoso.

- Você não presta.

- Senti sua falta. – Soltou sem que ela esperasse e mexeu distraído em uma das mechas ruivas.

- Precisamos conversar. – Olhou bem para a imagem do sonserino que mexia em seu cabelo. Não podia esquecer tudo o que aconteceu, aquilo não estava parecendo algo real e há tempos ela tinha deixado de ligar para o que não era real.

- Eu sei. Você começa? – Perguntou parecendo meio cansado só de pensar em tentar conversar.

- Então tá. Vou começar explicando o que houve entre eu e o Harry...

- Não precisa. – Draco tentou demonstrar pouco caso, mas Gina notou que ele afastou um pouco o corpo.

- Precisa sim.

- Não, não precisa. Você não estava comigo quando... não foi uma traição nem nada, eu nem liguei.

- Não ligou? E que cena foi aquela? Sabe, tudo bem você não querer falar sobre isso, mas ai mentir sobre o que sentiu...

- Eu não sinto.

Detestava quando ele era frio e agora era uma das piores horas para ele agir assim.

- Você sente sim, e não tem como dizer que não. Podia se mostrar mais maduro em relação a isso.

- Você é insuportável.

- Devo me sentir ofendida? – Fingiu estar chocada.

- Você sente demais.

- Melhor do que fingir que não sinto. – Encostou nele.

- É, acho que estar sentando nesse chão imundo significa alguma coisa.

- Não tá tão sujo assim. – Olhou para o chão. – Só um pouquinho.

- Virginia, temos mesmo que conversar? – Gina franziu a testa e ele tratou de explicar. – Estamos bem assim, não estamos? Então, acho que não tem o porque de conversar. Me deixa só ficar aqui sentindo esse perfume. – Voltou a mexer nos cabelos com o rosto muito próximo ao dela.

- Só me promete que não vai fazer nenhuma besteira, Draco. Eu mesma não entendo o que é isso e já pensei em desistir de entender, mas eu tenho que saber que você não vai tentar nada de errado.

- Como assim? Eu já disse que não tentei me matar...

- Eu sei. Mesmo assim você promete?

- Prometo.

Draco encarou os olhos castanhos e passou uma das mãos no rosto dela, tentou ignorar a vozinha que o avisava que não poderia cumprir aquela promessa. Mesmo que Gina não tivesse falado sobre o que exatamente se referia ele percebeu que se tratava sobre o fato dele poder se tornar uma comensal. Mas era mais fácil tentar enganar a si mesmo e esquecer tudo ao seu redor, tudo o que aconteceu. Não queria se sentir machucado e toda vez que estava junto dela isso não acontecia. Deu um discreto sorriso antes de beijá-la com avidez. Sentiu a pele queimar, era perfeito ficar assim com ela. Deixou que as mãos passassem pela nuca dela e sentiu a mãos delicadas de Gina em suas costas. Derrepente parou o beijo meio sério.

- Qual o seu perfume?

- O que? – Gina não entendeu de imediato, podia dizer que nem deu tempo de notar que haviam parado de se beijar quanto mais a pergunta.

- Pêssego ou sândalo? Qual a essência do seu perfume?

- Eu não sei.

- Você não sabe qual o próprio perfume que usa?

- Anh, a essência não, mas por que você quer saber.

- Vamos! – Draco se levantou

- Vamos aonde? – Gina não entendia mais nada.

- Descobrir qual a essência do seu perfume.

- Draco, você está bem?

- Claro que estou. Vamos Virginia! Antes que o seu irmão volte do treino. – Segurou a mão dela e a ajudou a se levantar.

- Droga! O meu treino!

- Agora já era, vamos logo!

- Draco, você enlouqueceu.

Ele só podia ter enlouquecido mesmo, viu o garoto sorrir de maneira tão sincera que se perguntou se aquele ali era mesmo Draco Malfoy. O que isso importava afinal? Só soube dizer que ele ficava lindo sorrindo daquele jeito e que era bom ver os olhos gélidos brilharem com algo que parecia alegria. Se isso tudo era por causa da essência do seu perfume, então que dessem um jeito de ir até o seu dormitório e descobrir qual era a tal essência.


N.A: Quase um mês sem atualizar e isso é pura falta de tempo, sem contar que quando sobra um tempinho geralmente eu vou dormir, acho que a para compensar a crise de insônia que eu tive no começo do ano XD. É eu sei o cap. terminou meio incompleto, mas deixa ele assim mesmo... e o Draco não está com 200 intenções como a Bel fez questão de dizer, bom... talvez ele esteja com algumas, mas não 200. Estou sem poder usar a net, então não dá para responder as reviews, mas qualquer dúvida eu respondo aqui mesmo. E não pensem que por demorar a atualizar eu esteja desistindo da fic, é que eu não tenho encontrado tempo, mas não pretendo desistir dessa fic.

Então, as reviews tem me deixando muito feliz e eu tenho mais é que agradecer: Dea Snape, Miaka (você entende tudo bem direitinho, é até bom porque eu mesmo passo a entender melhor o que escrevi), Nathy Malfoy, Jully-Li (a pessoa que atacou o Draco é mulher, ok, e acho que as coisas melhoram para eles dois. Na minha terrinha isso também se chama burrice), Chi Dieh (o Lee era macho sim. E quem tentou matar o Draco você fica sabendo mais para frente, não foi dessa vez ainda), Fefs Malfoy (não tenho nem o que dizer, só que fiquei pulando com o que você disse e vou ficar com saudades já que não vou aparecer por um tempinho para falar com você), Ellen Potter, Naty Wood (entendi, mas não sei se vou fazer isso, posso pensar... ), Nostalgi Camp (ei moça, eu sempre lembro de vocês), Maki, Vivian Malfoy, Luiza Wolf, Bel 4, Bebel (nada de pensar em 200 intenções, sua pervertida).

Acabei colocando uma música de novo, achei que tinha haver, então já foi...