Capítulo 14: Despedidas... e sorrisos

Tentou pensar rápido. O destino estava pregando peças demais nele, se é que acreditava em destino. Tentou apoiar Carlinhos melhor. Poderia entregá-lo a Bellatrix e sair dali com Gina, sabia que eles não a queriam. Mas se fizesse isso estaria magoando o seu anjo. Não podia entregar o irmão dela. Estava perdido!

Bellatrix lançou seu olhar ao corpo de Carlinhos quase caindo no chão. Mesmo ela estando com a máscara, Draco podia saber perfeitamente qual a feição dela. Contorcia-se de orgulho por ter certeza que agradaria ao Lord. Somente ela conseguiu pegar o prisioneiro. Sem ajuda de ninguém. Bellatrix se aproximou, os olhos negros pousados em Draco, como se falasse mentalmente com ele, pedindo que entregasse o Weasley.

Ouviram ao longe um dos dragões. Carlinhos se contorceu e Draco se desequilibrou com o peso, distraído com os olhos de Bellatrix. Era o fim! Ela pegaria Carlinhos, e Gina nunca o perdoaria. No entanto quando ela já estava próxima demais, ouviu um lampejar de varinha em direção a eles, passando por perto de Draco e atingindo a parede.

- Solte a varinha! – Gina ordenou apontando a própria varinha para Bellatrix.

- Mas olhe que esplendido. – Os olhos desvairados de Bellatrix pareceram brilhar com o que via. – Outro Weasley. Hoje vou ser duplamente recompensada. Você fez mesmo um bom trabalho, Draco. Seu pai vai adorar saber que todo esse tempo com a Weasley pode ter servido de algo. – Ela gargalhou, vendo a confusão no olhar de Gina.

Então quer dizer que ela estava sendo usada mesmo? Que não passava de uma armação? Por um segundo deixou que a varinha afrouxasse em sua mão, mas logo se recompôs e apertou com firmeza. Furiosa com tudo aquilo, querendo acabar com aquela comensal a sua frente e com Draco.

- Você não atiraria, ruivinha! – Bellatrix sibilou, dando ênfase no ruivinha. – É assim que ele te chama, não é?

- Qualquer um me chama assim. – Respondeu sem olhar para Draco. – E eu vou lançar qualquer feitiço forte o suficiente que te derrube se você não soltar essa varinha.

- Ah, não vai, não! Se fizer isso pode atingir o seu irmão. E olhe para ele, já não está muito bem, qualquer feitiço e ele já era.

Draco tentou se levantar com Carlinhos, mas era quase impossível, o corpo do ruivo estava desfalecido em seus braços. Olhou para Gina tentando se comunicar, dizer para que ela não acreditasse em nada que Bellatrix dissesse. E foi nesse momento que viu mais alguém aparecer no beco. A varinha já em punho e dessa vez não era um comensal.

O brilho nos olhos de Bellatrix sumiram durante alguns instantes, mas logo em seguida ela se pôs a gargalhar mais ainda, olhando despreocupadamente.

- Tanta gente para aparecer e tinha que ser logo você, Nymphadora. Então, como vai minha irmã Andrômeda?

- Você não tem nada melhor para fazer do que tentar atacar crianças, incluindo seu sobrinho?

- Quem? O Draco? Não, não estou atacando ele. E você não vai atacar sua tia, vai Nymphadora?

- Se você me chamar mais uma vez assim pode ter certeza que vou.

- Ah faça me o favor, sua sangue ruim. Você é a vergonha da família. Já acabei com um e posso acabar com você também. Ai só estará faltando a minha querida irmã Andrômeda.

Sem hesitar Tonks lançou o primeiro feitiço errando por pouco a comensal. Draco aproveitando a distração de Bellatrix, tentou pegar Carlinhos, Gina veio para perto dele, a varinha apontada, pronta para tomar o irmão de Draco.

- O que está fazendo, Virginia?

- Você está com ela.

- Claro que não. Não ouviu o que eu disse antes dela aparecer? Temos que sair daqui, aproveitar que ela esta duelando com essa outra ai.

- Me dê o Carlinhos, Draco.

- E posso saber como você vai levá-lo? Não seja burra, eu vou te ajudar. Você acha que se eu não fosse já não tinha entregado o seu irmão assim que a Bella apareceu? Vamos, já disse que conheço um local, eles não vão achar o seu irmão lá.

- Você está mentindo.

- Não estou. E pare de ser estúpida e acredite em mim. Eu só quero te tirar daqui, e se quer saber de uma coisa, por mim eu deixava o seu irmão e tirava só você, mas eu não posso fazer isso, sei que você nunca me perdoaria. Então confie em mim. – Falou exasperado. Notou que mesmo duelando Bellatrix estava de olho neles. A qualquer momento outro comensal poderia aparecer e eles não teriam chances.

- E vamos deixar a Tonks aqui? – Pareceu finalmente acreditar em Draco.

- Ela é uma auror, não é? Vai saber se virar. – Draco arrastou Carlinhos, que parecia voltar a si e agarrava com força na blusa dele.

Sentiu algo corta seu ombro. Bellatrix o atingiu em um momento de distração de Tonks.

- O que pensa que está fazendo, Draco? – Berrou para o sobrinho, mas não pode dizer mais nada, Tonks lançava um Expelliarmus em Bellatrix.

Gina pensou que finalmente aquilo iria acabar, Tonks tiraria Carlinhos dali, mas rapidamente Bellatrix se levantou, a varinha longe, mas seus olhos brilhavam de fúria.

- Vamos, Gina. Bella consegue se sair dessa sem varinha.

- Então a Tonks...

- Esquece a Tonks. Nós temos é que tirar o seu irmão daqui.

- Mas, Draco...

Não deu ouvidos a ela, recomeçou a andar vendo que Gina o seguia. Hogsmeade estava um caos, e tudo isso para pegar o Weasley. Andava pelas ruas torcendo para que nenhum comensal aparecesse, que conseguisse chegar a tempo no local que pretendia, mas estava tão difícil, Carlinhos não ajudava muito e começava a pesar. Parou de andar e tentou colocá-lo de pé.

Carlinhos tremia, agora sendo segurado por Gina e Draco. A dor tinha diminuído, seu corpo não latejava, mas seu peito ardia como se o tivessem cortando. Com a visão turva, não soube dizer para onde o levavam. Sentia os dragões se distanciando, como se fossem parte de si, como se o procurassem. Até que sua visão ficou mais escura e ele não conseguia sentir mais dragão nenhum. Um frio passou pelo seu corpo, murmurou algo desconexo, e logo em seguida foi suavemente colocado no chão gelado. As mãos de Gina em sua testa acariciando de leve, como se quisessem fazer sua dor passar.

- Tem certeza que não vão nos achar aqui?

- Eu espero que não.

Ouviu as vozes ao longe, fechou os olhos e abriu na tentativa de poder enxergar algo. Ainda sentia o cheiro de sangue, manchando a sua pele. Por breves instantes teve a sensação de que as coisas ao seu redor passavam rápido, para depois voltarem ao normal.

- Estou sangrando. – Gina o ouviu dizer mais uma vez. Dessa vez menos agitado, deitado quieto no chão, conseguiu desabotoar o sobretudo que ele usava e puxar a blusa um pouco para cima, verificando se ele sangrava.

Não havia sangue. As marcas no peito que ela ainda não tinha visto, pareciam cicatrizar. Carlinhos fechava as mãos com força.

- O que ele tem?

- Foi a poção. – Draco respondeu vagamente.

- Você sabia de tudo? – Perguntou ríspida.

- Já disse que não. Mas fiquei sabendo de algumas coisas esses dias desde que seu irmão apareceu.

- Que coisa?

- A uma poção, não sei do que se trata exatamente, mas é uma espécie de elo, seu irmão está ligado a um desses dragões.

- Isso é impossível. – Olhou descrente para ele.

- Magia negra. Isso é mais do que possível.

- E o que vai acontecer com ele?

Draco baixou os olhos, sem querer responder a pergunta.

- Não, Draco, isso não vai acontecer.

- Talvez não aconteça mesmo. Tem uma maneira de romper o elo. Mas tem que ser logo, uma hora ele não resisti mais a dor.

Levantou os olhos para ver a reação dela. Gina foi até o irmão e se deitou ao lado dele abraçando-o, sem querer deixá-lo, sem querer perdê-lo.

- Escute, Gina. – Foi até ela, e mexeu delicadamente nas pontas do cabelo dela. – Eu disse que ainda há um jeito. Vai ficar tudo bem com o seu irmão, é só não deixarmos que os comensais peguem ele.

- Então já deixamos.

- Não, eles não vão nos achar aqui...

- Você é um comensal.

Frieza. Lembrava a si mesmo aquele tom de voz. Tirou as mãos do cabelo dela e olhou ao redor do local. Gostava tanto dali. Descobriu a pequena casa abandonada no sexto ano. Era escura e sempre fria, como ele. Como se sentia. Se isolava ali sempre que ia a Hosgmeade, nem que fosse por poucas horas. Era uma maneira de fugir do mundo, de esquecer o seu futuro, e só pensar em coisas sem importâncias, até mesmo se permitir sonhar. Aprendeu, analisando a si próprio, que se não podia viver do jeito que queria, podia ao menos sonhar, criar o próprio mundo, e para isso precisava de um lugar só seu e que fosse que nem ele.

Sentia-se tão perdido. Achou que com ela pudesse se achar, encontrar algo a se apegar. Achou que pudesse aprender o que era aquele sentimento que todos falavam e que pudesse senti-lo. Até aquele momento. Agora ele percebia que era preciso muito mais do que um amor para ver sentido na vida. Precisava dele mesmo. Não podia depender dela, por mais apegado que fosse, por mais que a amasse. Levantou-se. Viu Gina virar o rosto, ainda abraçando o irmão, os olhos castanhos, vermelhos.

- Seu irmão vai ficar bem.

Saiu da casa. Avisaria a alguém da Ordem da Fênix onde Gina e Carlinhos estavam. Ouviu ao longe o barulho no povoado. Sorriu. Não havia fogo, eles tinham mesmo aprendido a controlar os dragões. Sorriu e sentiu algo quente no seu rosto. Passou as mãos limpando as lágrimas, tentando impedi-las. Colocou as mãos nos bolsos da calça, vendo que era inútil tentar conte-las. Que chorasse e se permitisse ser fraco. Sentiu uma dor e um misto de alivio. Havia aprendido.


Levantou os olhos sentindo o ar faltar, a cabeça doía. Não conseguia parar de chorar. Afastou os cabelos, tentando prendê-los inutilmente. Tudo já tinha terminado há tanto tempo, porque não conseguia esquecê-lo. Se livrar daquele fantasma que sempre a atormentava. Ouvi alguém bater na porta do seu quarto, não ia responder, sequer conseguia falar algo. A porta se abriu devagar e depois alguém sentou na sua cama. Quem quer que fosse que a deixasse em paz.

- Gina! – Ouviu a voz de Hermione, torcendo para que não fosse sermão por não ter descido para o jantar. – Gina, você não quer conversar?

- Mione, eu estou com um pouco de sono e dor de cabeça, queria ficar sozinha.

- Você tem passado tempo demais sozinha, não acha? Por que não conversa um pouco? Sei que não estou sempre com você, mas posso pelo menos ouvir. Prometo que não darei sermão nenhum e nem comentarei nada com ninguém. Você vai se sentir melhor, não deve guarda isso sozinha.

Sentou na cama se virando para Hermione. Precisa mesmo falar, todos aqueles meses restantes ela guardou para si. Não sabia como começar, era difícil dizer o que se passava, as vezes nem entendia. Era estranho como conseguia ficar bem aos olhos dos outros, a continuar vivendo normalmente, mas sempre que se via sozinha desabava.

- Sei que deve estar sendo difícil para você. Por que não começa contando o por que de ter se envolvido com Malfoy?

Ficou em silêncio, não sabia responder aquela pergunta. Lembrar dele machucava. Fechou os olhos e as lágrimas vieram mais uma vez.

- Foi a Eve que fez com que vocês dois ficassem juntos? – Achou melhor mudar a pergunta, Gina não parecia ter a resposta da primeira.

- Acho que ela nem sabia. – Lançou um olhar para cama que Eve ocupava. – Ainda não acredito que a Eve era uma comensal. – Se referiu a amiga que junto com a irmã saíram de Hogwarts antes mesmo de serem interrogadas por Dumbledore.

- Gina, sei que não é era para dizer isso, talvez você nem queira saber. – Hermione parou de falar um pouco escolhendo as palavras. – Eu não quero que você e Malfoy fiquem juntos...

- Muito menos eu, Hermione. – Interrompeu.

- ...Mas acho que certas coisa devem ser esclarecidas. Como o fato dele não ter tido nenhuma participação com o que aconteceu com o Carlinhos e que também não devia saber da Eve, quer dizer, quando ele soube contou tudo para Dumbledore. E foi ele que disse onde você e Carlinhos estavam, avisou a Lupin. Mas não que ele tenha ficado do nosso lado.

- Como você sabe de tudo isso?

- Bom... eu e os meninos estávamos quando ele disse onde você e Carlinhos estava, e depois o Harry descobriu o que ele tinha dito da Eve, que tentou matá-lo.

- E ai vocês souberam que eu o Draco estávamos juntos.

- Na verdade eu e o Harry já sabíamos. Só o seu irmão que não. Boa parte de Hogwarts já sabia Gina, vocês eram indiscretos demais. Eu fiquei sabendo quando estava na biblioteca estudando e ouvi uma das garotas do quinto ano comentando que tinha visto vocês dois ali. Francamente, Gina, ficar se agarrando com Malfoy na biblioteca.

- Você disse sem sermão, lembra?

- Ah sim, me desculpe. Mas se queriam esconder essa relação deveriam ter sido mais cautelosos. Como puderam achar que não seria descoberto se encontrando na biblioteca e pelas salas?

- Eu sei, fomos imprudentes em relação a isso, só não achei que toda Hogwarts soubesse e que a gente nem desconfiasse disso.

- Isso não vem ao caso agora. Contei tudo isso do Malfoy porque eu acho que você devia saber que ele não te usou, mas ele ainda continua sendo quem é, nunca vai mudar. Você sabe que não daria certo, mesmo que ele tenha provado que não faria mal nenhum a você. Me arrisco a dizer que ele gostava de verdade de você. Acho que as atitudes dele comprovam isso. Mas o melhor que tem a fazer é esquecê-lo.

- Não posso... já tentei... eu não sei o que fazer. Quando estou rodeada de gente é como se esquecesse de tudo, como se eu e Draco nunca tivéssemos existido, mas quando não tem ninguém por perto eu me vejo perdida, como se somente eu não existisse, mas ele sim, ele está lá. E eu odeio me sentir assim.

Hermione a abraçou.

- Então se for preciso eu ficarei o tempo todo ao seu lado.

- Obrigada, Mione.

- Você vai gostar de saber que eu estive conversando com o Rony e ele não aprece mais relutante em falar com você. Acho que ele percebeu que você precisa da gente por perto e que ficar dando uma de irmão magoado porque você se envolveu com Malfoy, não dava muito certo.

- O Rony é uma criança mesmo, mas não sabe o quanto eu senti falta de ouvir ele brigando comigo.

- Agora, por que não vamos até a cozinha pedir algo aos elfos, aposto que eles conseguem animar você. Acho que posso fazer esse sacrifício e não ficar dando discurso do F.A.L.E. enquanto estivermos lá.

Gina concordou. Tinha que começar a esquecê-lo. Levantou da cama indo até o banheiro lavar o rosto. O que tinha vivido com Draco havia acabado e agora tinha que seguir em frente, assim como ele vinha fazendo. Ficou feliz ao pensar que o tinha ajudado de certo modo. As vezes costumava ler a última carta que havia recebido dele justamente só para se orgulhar do que havia feito. Não se arrepender.

Voltou para o quarto. Hermione já estava na porta esperando ela sair.

- Espera só um pouco, Mione, eu vou prender meu cabelo e já vou, me espera na sala comunal.

- Está bem. – Hermione saiu e Gina foi até o baú procurar algo.

Tirou de dentro de um dos livros a carta que Draco lhe mandou no dia em que deixou ela e Carlinhos naquela casa. Desdobrou o pergaminho com cuidado e se sentou no chão, lendo mais uma vez.

"Ola Virginia!

Gostaria de começar essa carta como é de costume, perguntando como você está, mas eu já sei a resposta, seria desnecessário. Não sei se vai me entender. Sei que não devia tê-la deixado naquele lugar sozinha com seu irmão. Fiz isso porque sabia que se sentia mais segura sem eu estar por perto, pois como disse eu sou um comensal. Sei que você e seu irmão já estão seguros e espero que você nunca mais precise ir aquele lugar, apesar de ser um dos meus favoritos. É lá onde eu encontro paz.

Acho que terminamos assim, não é mesmo?Nós dois sabíamos que não daria certo e acho que continuar a partir de agora só iria nos machucar. Quero que saiba que tudo que disse relacionado a nós é verdade. Eu precisava da sua ajuda, precisava de você. E você não negou isso, mesmo sabendo quem eu era, sabendo que havia a possibilidade de ser alguma armação. Ficou comigo, cuidou de mim. Eu mudei de certo modo, e ainda não me acostumei totalmente com isso, mas você é a única pessoa que pode ouvir isso de mim.

Ainda não entendo como me apaixonei por você, nem sabia que era capaz disso. Acho que tudo começou quando esbarrei com você em um corredor escuro e senti o suave perfume que já descobri se tratar de sândalo. Você me fez querer continuar, tentar descobrir o por que estou aqui. Vou fazer isso, mesmo que você considere o meu caminho errado, eu sinceramente não me importo com isso agora. Eu só preciso me descobrir. Acho que a partir de agora eu tenho que continuar sozinho, talvez assim eu consiga percebe o real significado de estar aqui.

Draco Malfoy"

Guardou a carta prometendo a si mesma que aquela era a última vez que a lia. Daqui a uma semana as aulas terminariam, não o veria mais. Era a chance que tinha de esquecê-lo. Saiu do quarto indo ao encontro de Hermione, vendo-a com Harry e Rony. Deu um sorriso para o trio e desceu para a cozinha agarrada a mão de Rony.


A cabine do trem agora estava silenciosa. Rony havia adormecido com a cabeça no colo do Hermione, que mexia nos cabelos dele, e Harry jogava xadrez com a distraída Luna. Apoio a cabeça no vidro da janela. Nem acreditava que tinha mesmo conseguido ficar todos aqueles meses restantes afastados de Draco. Lembrou das cartas de Carlinhos pedindo para agradecer ao garoto loiro que o havia ajudado duas vezes. Seu irmão agora estava em casa sendo cuidado pela mãe. Lupin sempre dava um jeito de ir a Toca vê-lo e levar as poções que Snape preparava para evitar a dor.

Não tinham conseguido fazer muita coisa em relação a Carlinhos. Snape ajudava a controlar a magia negra através de poções, e Lupin estava confiante que logo descobriria a finalidade da ligação entre Carlinhos e um dos dragões. Estavam todos preocupados, mas mais esperançosos em relação a Carlinhos. Ele vivia normalmente, com a exceção da Sra. Weasley não ter deixado que ele voltasse para Romênia enquanto não estivesse totalmente bem e que de vez em quando ficava de cama por conta das varias poções que tomava. Não via a hora de poder chegar em casa e ver como ele estava.

O trem finalmente chegou em Londres, parou na estação e os alunos começaram a descer. Saiu do trem junto com Thamy e Julia, marcando de se encontrarem essas férias. Com a ajuda de Harry e Rony tirou a sua bagagem do trem pronta para atravessar a plataforma 9 ¾. Antes disso foi se despedir das amigas. Abraçou Thamy e depois olhou para Julia que parecia meio sem jeito.

- Me desculpe por ter sido muito mais inconveniente do que sou com você esse ano, Gina.

- Sem problema, Julia. – Sorriu para a garota.

- Agora que eu e o Harry terminamos percebi umas coisas, sabe. Não tem culpa dele gostar de você...

- Ah que isso, Julia, o Harry só gosta de mim como uma irmã.

- Você sabe que não e eu sempre soube, mas acho que me deixei levar por certas pessoas.

- Está falando da Eve? – Thamy perguntou meio emburrada. – Aquela traidora, eu sabia que ela andava envenenando a sua cabeça, Julia. Aquelazinha com cara de sonsa que não queria mal a ninguém.

- Acho que não é hora de falarmos sobre a Eve.

- Tem razão, Gina. Você vai mesmo me visitar essas ferias?

- Vou. E só não lhe chamo para ir lá em casa porque aquilo lá está um caos, mamãe anda muito preocupada com o Carlinhos.

- Depois de todo esse tempo ainda não sabem o que há com ele?

- Sabemos alguma coisa, e o professor Lupin está ajudando.

- Espero que seu irmão fique bom logo. – Julia disse sorrindo sinceramente. – Meus pais estão ali, tenho que ir. A gente se vê nas férias.

Se despediram de Julia e depois foi a vez de Thamy avistar os pais e ir embora. Gina ia para junto de Rony, atravessar a barreira e encontrar seus pais, quando vislumbrou de relance os olhos acinzentados em sua direção.

Draco a observava de longe. Queria falar com ele, dizer algo. Sabia que não podia, Rony a olhava, atento a qualquer movimento dela e de Malfoy. Sentiu algo apertando dentro de si, queria poder tocá-lo e ver que estava tudo bem entre eles. Ouviu a voz de Rony chamando, e antes de se afastar e quebrar o contato com os olhos de azul gelo, Draco sorriu suavemente.


N.A: Mais um capítulo, e daqui a pouco estamos chegando ao fim, agora só restam três. Duvidas em relação ao que está acontecendo? Explicarei tudinho daqui pro final.