Aqui estou eu de novo!!!!!! Aiai, eu estou entediada... por isso resolvi
escrever :p Como eu já fiz um rascunho na escola da primeira parte do
capítulo (que esclarecerá algumas coisas), eu acho q não será tão difícil
escrever, né? Bom, vcs é q vão me dizer o q acharam do resultado, e é pra
dizer mesmo, hein?! ¬¬ O comentário de vcs é deveras (deveras "deveras")
necessário! :)
Ai! Quase eu esqueço. Queria pedir desculpas para vcs pois acho q não fui
clara o bastante no cap anterior. Sakura foi treinar em 1917 e agora nós
estamos em 1924, ou seja, já faz 7 anos q ela tinha ido treinar mas há
apenas 5 anos que ela sofreu aquele "acidente", então qnd ela estava
treinando ela ainda não era paraplégica. Eu acho q muita gente não tinha
entendido isso pois eu apenas mencionei as datas no começo do capítulo, por
isso, é bom terem um pouquinho de cuidado ao ler (o erro tb foi meu!!! Mas
é um bom conselho manter a atenção, ok? :)) Me desculpem novamente.
Capítulo4: Reencontro
Voz feminina (alterada): 'O quê?!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!'
Tomoyo (com uma gota na cabeça): 'É isso mesmo, Saki-chan. Touya veio falar comigo e disse que um primo de Meylin, cujo nome é Li Syaoran, virá para Tomoeda, ficará hospedado em tua casa.'
Sakura (estática e de olhos arregalados): 'Eu ... não... acredito...
Tomoyo (sorrindo inocente): 'Este Li Syaoran não foi seu companheiro de treinos no templo Hong Kung?' Sakura, ainda estática, balança a cabeça lentamente em afirmação...
Tomoyo (sorrindo com os olhos brilhando): 'Que lindo! Saki-chan vai rever seu amigo querido depois de tanto tempo!'
Sakura (parecendo acordar do seu transe): 'Amigo? Querido?.... Você está delirando, Tomoyo-chan?!!!
Tomoyo (desmanchando o sorriso confusa): 'Ele não é seu amigo?'
Sakura (perdendo o controle): Mas é claro que não!!! Como eu poderia ser amiga daquele cabeça dura, arrogante e machista?!' Sakura fica vermelha de raiva ao se lembrar do chinês 'Nunca!!!'
Tomoyo sorriu enigimaticamente. Estavam as duas sentadas na cama de Sakura, logo, a menina não precisaria se movimentar muito caso tivesse um ataque e desmaiasse de nervoso já que estava pálida como gesso ao receber a notícia. Tomoyo sorriu divertida com o temperamento volátil da amiga quando se tratava do antigo companheiro de treinamento. Piscou um pouco tentando mudar o pensamento que lhe ocorreu e continuou.
Tomoyo: 'Ok! Ele pode não ser seu amigo, mas vocês ainda conviveram juntos, devemos organizar uma bonita recepção.' Sakura pareceu se desesperar.
Sakura (segurando as mãos da prima com força): 'Por favor, Tomoyo-chan! Ele não sabe quem sou eu, já te falei isso antes! O clã dele não permitiria uma mulher dona das cartas Clow e tentariam me prejudicar!' - fez uma pausa para respirar fundo e continuar - 'Você sabe que Eriol sugeriu que eu fingisse ser outra pessoa, usando Ilusão. Se alguém souber a verdade, será um pesadelo! Além do clã Li me perseguindo, ainda tem Touya que não sabe da verdade, ele acha que quando eu tinha dezesseis anos fui estudar na Inglaterra e não que fui aperfeiçoar minhas técnicas na China. Se ele sabe da verdade, ficará louco de raiva!' Tomoyo olhava a prima com surpresa, nunca a vira tão desesperada, é claro que sabia de toda aquela história e Sakura nem precisava repetir, mas a garota estava realmente preocupada. Sakura respirou fundo e continuou ao soltar as mãos da prima e passar as suas próprias no seu cabelo, colocando-o atrás das orelhas como demonstração de nervosismo 'Você já sabe de tudo isso, Tomoy-chan. Além do que já sabia antes de eu partir, te contei todo o resto quando voltei e você sabe que a situação é delicada. Você é a única além de Eriol e meu pai...' Parou um segundo hesitante e continuou firme 'que sabe da verdade... Ninguém mais pode saber! Ninguém!' estava totalmente alterada.
Tomoyo lhe sorriu carinhosamente e passou uma de suas mãos no rosto da prima, em compreensão. Era claro que compreendia! Sempre a compreendeu e sempre a compreenderia. Fora ela que a ajudara, juntamente com Eriol, quando ela teve que capturar as cartas Clow, fora ela que a ajudara em seu primeiro treinamento com Eriol, antes dela partir para China e fora ela que a ajudara a manter segredo de todos, para preservá-la de gente que tentasse prejudicá-la devido ao fato de possuir magia. E assim faria de novo, manteria segredo, para preservá-la contra qualquer um, protegeria sua querida prima, protegeria sua amada prima... "Custe o que custar" concluiu decidida.
Tomoyo (docemente): 'Acalme-se, Sakura... é claro que manterei segredo, você duvida disso?' Sakura deu um discreto sorriso balançando a cabeça em negação, depois respirou aliviada. Ficaram em silêncio até Sakura se lembrar de algo que a tinha deixado curiosa assim que recebeu tão "assustadora" notícia. Olhou para a prima que mantinha um olhar distante na direção da janela do quarto, parecia tentar resolver algum mistério para ela.
Sakura: 'Tomoyo-chan' Tomoyo pareceu acordar e a olhou 'Por que Xiao Lang virá para nossa casa?'
Tomoyo (sorrindo divertida): Sakura-chan, espero que seja simpática com seu novo psiquiatra.'
Sakura (arregalando os olhos): 'O quê?!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!'
***
Sakura deslisava em sua cadeira de rodas pelo comprido corredor com rapidez. Quem prestasse atenção, talvez pudesse ver fumaça saindo pelas têmporas da garota, tamanha sua ira.
Sakura (burando de raiva): 'Psiquiatra... Psiquiatra!!! Quem precisa se um psiquiatra?!!! Eu não sou nenhuma louca!' - gritava enquanto se encaminhava para o escritório do irmão. Mais alguns metros e o alcançou, empurrando a porta com toda força que possúia, chamas saindo por seus olhos. Touya deu um pulo da cadeira e olhou para quem entrara tão drasticamente nos seus aposentos.
Touya (de olhos arregalados): 'Sakura! Por que esse barulho todo, hein? Quer me matar do coração?'
A moça se encaminhou lentamente até o irmão, com a cara mais fechada do mundo. Contornou a mesa e parou do lado do irmão, próximo a ele, que se mantinha sentado, mas alerta a qualquer movimento estranho da irmã.
Sakura (apontando o dedo na cara de Touya): 'Que história de psiquiatra é essa, Kinomoto Touya?!' - Touya compreendeu por quê de tanta ira da irmã. Já esperara tal reação, mas como acalmá-la? Enquanto pensava em uma resposta, Sakura xingava-o e gesticulava freneticamente, dizendo não acreditar em tamanha doidice de seu irmão. 'Quem precisa de um psiquiatra é você!!!' - Touya pareceu acordar e olhou-a calmamente.
Touya: 'Sakura-chan... Sabe que só faço isso pelo seu bem e que...' - não pode concluir pois Sakura voltara a estourar.
Sakura: 'Meu bem?! Meu bem?! Você acha que está fazendo bem para mim?! Você definitivamente não está batendo bem da cabeça. Quem foi que enfiou esse negócio de psiquiatra na sua cabeça, hein? Só pode ser mais louco que você.'
Voz feminina: 'Fui eu, Sakura' - a moça se virou para a porta, para ver quem era o louco que estava fazendo uma lavagem cerebral no seu irmão. Olhou com olhos cerrados para a moça que se encaminhava calmamente até os irmãos.
Sakura (brava): 'Eu acho que quem precisa de psiquiatra são vocês! Onde já se viu, dizer que eu sou louca?! Uma coisa é não poder andar, outra totalmente diferente é quererem que eu tenha consultas com um médico para loucos!'
Meylin (calmamente): 'Ninguém disse que você está louca, Sakura. Só achei que seria um insentivo para ajudá-la a andar o mais breve possível, novamente.'
Sakura (um pouco mais calma, mas ainda brava): 'E o que um psiquiatra tem a ver com meus problemas nas pernas?! Isso não tem noção, meu problema é físico, não mental.'
Meylin (sorrindo): 'Aí é que você se engana, Sakura.' - Sakura arregalou os olhos, confusa - 'Você sabe que já faz algum tempo que estou tratando de você, mas você não mostrou nenhuma melhora' - Sakura desviou os olhos, sem dizer nada - 'Mas isso não quer dizer que seja sua culpa. Talvez e veja bem, talvez, você não esteja conseguindo progressos por um bloqueio causado por algum trauma.' - Sakura olhou novamente para sua fisioterapeuta, começando a compreender aonde aquilo iria chegar. Olhou para Touya brava, o rapaz desviou o olhar, como se não fosse com ele.
Sakura (de olhos cerrados, ainda encarando Touya): 'E como você chegou a essa conclusão, Meylin?' - não era preciso tratá-la por senhorita ou doutora, haviam feito amizade desde o começo. Mas neste momento, Sakura era sua paciente e Meylin teria de fazer tudo para que ela compreendesse e aceitasse a situação, para o bem da moça e para si mesma, concluiu decidida.
Meylin: 'Sinto muito por não ter falado diretamente com você, Sakura. Mas achei que não iria se abrir comigo. Pedi para Touya que me contasse como aconteceu seu acidente, para tentar ajudá-la mais.'
Sakura (voltando o olhar sério para Meylin): 'Já entendi, Meylin. Eu aceito ter consultas com o tal psiquiatra, se isso vier a me ajudar. Mas...' - disse antes que Meylin pudesse fazer qualquer comentário de vitória - 'Se eu achar que não estiver me ajudando, acabo com isso na hora!' - disse determinada e Meylin acenou positivamente para a menina.
Meylin: 'Então estamos acertados. Meu primo chegará em alguns dias. Agora se me dão licensa.' - fez uma leve mesura e se afastou. Assim que Meylin saiu...
Sakura (voltando a encarar Touya de olhos cerrados): 'Depois teremos uma conversinha a respeito de falar de minha vida sem meu consentimento, Kinomoto Touya.' - disse sinistramente calma e já se virando para sair. Touya engoliu em seco.
***
Fazia alguns dias que a família Kinomoto aguardava a chegada de Li Syaoran e de acordo com uma mensagem que receberam neste dia, Syaoran chegaria durante a tarde. A expectativa era grande. Era por volta das três quando Touya, Meylin e Tomoyo se dirigiram à entrada da mansão, protegidos por guarda chuvas devido a forte chuva, para receberem seu hóspede.
Touya: 'Onde está Sakura, Tomoyo?'
Tomoyo: 'Ela disse que não está se sentindo bem e pede desculpas por não poder estar presente' - Touya olhou desconfiado para a noiva, sabia muito bem que Sakura não gostara da idéia de ter um psiquiatra, não duvidava nada que "não estar se sentindo bem" era apenas uma desculpa para não ter que dar as "boas vindas" ao rapaz.
Meylin (empolgada): 'Veja! Uma carruagem se aproxima!'
Todos se voltaram para a estrada cheia de poças que a tempestada formara e notaram, segundos após, que ao lado da carruagem galovapava um cavaleiro em um corcel negro em grande velocidade. Logo, cavaleiro e carruagem pararam em frente aos três jovens localizados em cima da escadaraia de entrada da casa.
Meylin (sorrindo): 'Seja bem vindo, meu primo.' - olhava diretamente para o alto rapaz envolto a uma escura capa de chuva que escondia suas feições, o rapaz desmontava do cavalo neste momento.
Syaoran (descobrindo seu rosto): 'Meylin, senhor e senhorita...' - fez uma leve mesura para os três, mantendo a expressão séria.
O jovem rapaz que Sakura conhecera há aproximadamente sete anos, durante seu treinamento nas montanhas, revelava-se agora um belo jovem de cabelos, ainda, diga-se de passagem, rebeldes e corpo muito mais definido, dos constantes treinos que fazia. Mas o que mais chamava a atenção naquele jovem de aparência fria, eram os profundos olhos de uma rara cor âmbar, olhos que pareciam ver dentro da alma, concluiu Tomoyo sorrindo. Agora entendia por quê Sakura sempre dizia sentir calafrios quando o olhava, aquelas orbes podiam tanto fascinar quanto amedrontar àqueles a quem se direcionassem.
Touya (com olhar desconfiado): 'Senhor Li, sou Kinomoto Touya, irmão de Sakura. Espero que seja de utilidade para a melhora de minha irmã, não gosto de perdas de tempo e muito menos de dar falsas esperanças a minha irmã...' - falou em tom rude - 'Ai!' - concluiu massageando seu ombro do cutucão que Tomoyo lhe deu, sorrindo sem graça para o novo hóspede.
Tomoyo (novamente serena): 'Desculpe os modos de meu noivo, Li-san. E sinto Sakura não estar presente, ela não se sentia bem.'
Syaoran (sorrindo com o canto dos lábios): 'Entendo... teremos tempo para apresentações.' - Tomoyo fez sinal que sim com a cabeça e deu espaço para que Li entrasse, tendo a ligeira impressão que Li sabia que ela havia mentido.
***
Syaoran (tirando seu casaco molhado): 'Perdoem-me pelos trajes pouco apresentáveis, mas os cavalos estavam assustados com o temporal e me vi obrigado a sair da carruagem e ajudar o condutor a guiá-los em um outro cavalo.'
Tomoyo: 'Por favor, Li-san, sem cerimônias. Provavelmente sua estadia aqui será longa e queremos que se sinta em casa.' - Li fez sinal positivo com a cabeça, enquanto Meylin agarrava em seu braço, em seguida indo mostrar-lhe a enorme mansão alegremente.
Tomoyo informou os hóspedes do horário da janta e deixou a cargo de Meylin, que já conhecia a casa toda, de levar Syaoran até seus aposentos, que seriam ao lado do de Meylin. Logo em seguida, deixou-os a sós. Enquanto saíam do saguão de entrada e subiam a única escada da mansão, Meylin e Syaoran apenas conversaram sobre banalidades, o jovem era cauteloso e não queria que ninguém ouvisse algo comprometedor.
Meylin (abrindo a porta de seu quarto): 'Entre, Syaoran.' - Assim que fechou a porta de seu quarto, a expressão de Meylin, antes feliz, tornou-se séria. - 'Quais são as novas ordens, Syaoran?' - falou em tom cauteloso.
Syaoran (sorrindo de lado): 'Típico seu, Meylin: direto ao ponto.' - Meylin fez um gesto impaciente e gesticulou para que o primo continuasse. Syaoran voltou a ficar sério. - 'Muito bem, vamos ao assunto. O plano continua o mesmo: identificar quem possui magia aqui, onde está Tsukishiro e achar as Cartas Clow.' - Meylin fez sinal de positivo com a cabeça. 'Você continuará tratando da Kinomoto e eu começarei a conversar com ela, precisamos conseguir a confiança da garota, parece ser bem próxima do Tsukishiro, pelo o que ficamos sabendo.'
Meylin: 'Certo, isso acho que já consegui, mas nem sinal do tal Tsukishiro. Grr... Não vejo a hora de isso acabar e podermos voltar para casa, já está na hora de nos casarmos, né?'
Syaoran (fingindo não ter ouvido): 'Devemos ser cautelosos, mas rápidos. Os anciões já estavam me enchendo o saco e acredito que o de você também.' - disse se jogando em uma poltrona. - 'Principalmente o idiota do Tai Ming.
Meylin (fazendo careta): 'Aquele Tai Ming é um chato! Vive pegando no me pé, cara insuportável.' - Syaoran concordou com a cabeça e fechou os olhos, cansado. Meylin sorriu maliciosa e foi se aproximando do primo subitamente sentando em seu colo. O rapaz abriu os olhos assustado. Meylin olhou-o sedutoramente. - 'Mas já que estamos aqui, vamos matar as saudades...' - e foi se aproximando do rosto do rapaz, olhos semi cerrados.
Syaoran (se levantando e quase derrubando a prima no chão): 'Já está tarde. Amanhã temos muito o que fazer. Boa noite, Meylin.' - a menina, toda espatifada no sofá, fechou a cara com raiva e já ia reclamar, mas Syaoran acabara de fechar a porta, por onde saiu.
Meylin: 'Ninguém merece.' - e levantou, para logo ir trocar-se para dormir.
***
Já era quase onze horas da manhã do dia seguinte e Syaoran ainda não tinha conhecido sua paciente. Pelo o que ouvira da prima, Sakura era um tanto quanto geniosa e ele apostava como devia ser uma garota espinhenta, chata e mimada.
Syaoran (andando pela sala): 'Principalmente depois que conheci o Kinomoto. Com um irmão tão chato, deve ser pior ainda!' - disse para si mesmo, concluindo seu pensamento passado. Mas antes que pudesse chegar até uma das poltronas da sala, sentiu o estômago roncar. Talvez não aguentasse esperar até o almoço. Deu meia volta e se dirigiu à cozinha.
O rapaz entrou no enorme recinto, em busca de algo para comer, o cheiro de comida sendo preparada dava-lhe mais fome ainda. Foi até a pia, depois olhou em cima de uns armários, "onde está a comida?"
Voz feminina: 'O que deseja?' - Syaoran virou-se assustado, como não notara a presença da jovem garota naquele local? Seguiu até a mesa, onde a menina se mantinha sentada, entretida em cortar algumas cebolas, sentou-se de frente para ela, a moça mantinha sua cabeça baixa, compenetrada em sua tarefa. Havia apenas os dois na grande cozinha naquele momento.
Syaoran: 'Desculpe-me se incomodo. Na verdade eu senti fome antes da hora e vim ver se acho alguma coisa que me mantenha em pé até o almoço.' - A moça voltou sua face para o rapaz, surpreendendo-o com seus belos olhos de um raro tom verde, tal reação não o fez perceber que a moça também estava um pouco alterada, mas logo voltou a ficar calma, tratando de se voltar para o seu serviço novamente.
Garota: 'Irá encontrar algo naquele armário a direita, do lado do forno.' - disse distraída. O rapaz pareceu voltar a si e se encaminhou até o local indicado. Pegou uma maçã e logo tornou a sentar na mesma cadeira em que estivera minutos antes.
Syaoran: 'Essa casa é quase tão grande quanto onde eu vivia. Mas ainda não me acostumei.' - falou por acaso.
Garota: 'O senhor não mora aqui?' - perguntou sem muito interesse, parando de realizar sua atividade para encará-lo, fazendo-o se perder em seus olhos novamente. Segundos depois, um tanto quanto embaraçado, respondeu.
Syaoran: 'Er... não, sou apenas um hóspede. Vim cuidar da senhorita Kinomoto. Você deve ser nova por aqui, não?'
Garota: 'Mais ou menos.' - soltou a faca que segurava para limpar as mãos em seu avental. Além deste, a jovem usava uma touca que protegia a comida de seus cabelos, além de um vestido rosa, por trás do avental. - 'E já conheceu a senhorita Sakura?'
Syaoran: 'Ainda não... Mas não tenho pressa.' - disse fazendo pouco caso do assunto. - 'Aposto como é uma chatinha e mimada. Nem teve a decência de vir me receber, aposto como era desculpa aquele "não está se sentindo bem" daquela Daidouji. - disse fazendo uma voz fina imitando Tomoyo.
Garota (rindo): 'Provavelmente era uma desculpa.' - olhou-o sorrindo. - 'Mas você nem a conhece para julgá-la ainda.
Syaoran (fechando os olhos, sem dar importância): 'Tanto faz, já cuidei de muitas garotas mimadinhas, essa não vai ser diferente.' - a moça sorriu enigmática para ele.
Garota (voltando-se para seu dever): 'Bom, se não se incomoda, ainda tenho que terminar isto aqui. Não tenho muita prática, talvez não fique como a senhora Anjou quer...
Syaoran (sorrindo de lado): 'Se a senhorita for tão esperta, quanto é bonita, isso aí vai sair maravilhoso.' - a garota levantou o rosto rapidamente para o rapaz, talvez surpresa, talvez ultrajada, ele não conseguiu identificar, logo em seguida, a moça também sorriu de lado "um tanto quanto familiar" concluiu Syaoran, tentando lembrar de onde e quem lembrava aquele sorriso, franzindo um pouco o cenho.
Ficaram se encarando durante algum tempo, até que alguém surgiu à porta, uma moça alva e de expressões serenas, estatura média e curtos cabelos ondulados.
Moça: 'Com licença, senhorita Sakura.' - tanto Syaoran quanto a garota que se sentava na sua frente encararam a moça, o primeiro um tanto quanto espantado. - 'Seu irmão lhe aguarda em seu escritório.'
Sakura: 'Obrigada, Rika.' - Syaoran voltou o rosto ainda mais surpreso para a jovem a sua frente, que não o olhava nos olhos. - 'Pode me ajudar, sim?' - Rika seguiu até um canto da cozinha e pegou a cadeira de rodas da patroa. Como não notara tal objeto no local, Syaoran não conseguia saber. Rika ajudou Sakura a se sentar em sua cadeira. 'Pode deixar que vou sozinha, Rika.' - a moça fez sinal de positivo com a cabeça e se retirou da cozinha.
Syaoran continuava a observar a moça a sua frente abismado, enquanto ela tirava o lenço que lhe cobria os compridos cabelos castanho claros e tirava seu avental. Sakura começou a mover sua cadeira, indo em direção a porta, sem ainda olhar o rapaz, mas passando bem próximo a ele, olhou-o divertida.
Sakura (sorrindo irônica): 'Se o senhor for tão bom psiquiatra quanto é esperto... Acho que vai ter que procurar outro emprego.' - encarou-o com os olhos em desafio e se virou, seguindo seu caminho, sem dar tempo ao jovem psiquiatra de, ao menos, fechar a boca.
(Continua)
16/12/03
Mary Marcato
Comentários da autora: Huahuahuahuahuahua, adorei esse final, pobre Syaoran :P Bom, desculpem-me o atraso, não foi minha culpa, meu pai levou o computador pra consertar e só agora trouxe-o de volta. Espero que tenham gostado ^^ E também espero comentários. Se Deus permitir, finalizo esta história ainda este ano e quem sabe... ainda dou uma continuação a ela :) Até!
Agradecimentos: A Deus, meus pais, mas especialmente a Bruna-chan, que foi quem me ajudou a escrever este capítulo. Na verdade ela não curte anime, mas está me ajudando muito e até gostou da minha história, rindo um monte com este final :P Tanto que agora ELA é a minha co-escritora, já que o senhor Felippe nunca mais deu o ar de sua graça para me ajudar ¬¬ Obrigada a todos que me deixaram comentários, adoro vocês!
Capítulo4: Reencontro
Voz feminina (alterada): 'O quê?!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!'
Tomoyo (com uma gota na cabeça): 'É isso mesmo, Saki-chan. Touya veio falar comigo e disse que um primo de Meylin, cujo nome é Li Syaoran, virá para Tomoeda, ficará hospedado em tua casa.'
Sakura (estática e de olhos arregalados): 'Eu ... não... acredito...
Tomoyo (sorrindo inocente): 'Este Li Syaoran não foi seu companheiro de treinos no templo Hong Kung?' Sakura, ainda estática, balança a cabeça lentamente em afirmação...
Tomoyo (sorrindo com os olhos brilhando): 'Que lindo! Saki-chan vai rever seu amigo querido depois de tanto tempo!'
Sakura (parecendo acordar do seu transe): 'Amigo? Querido?.... Você está delirando, Tomoyo-chan?!!!
Tomoyo (desmanchando o sorriso confusa): 'Ele não é seu amigo?'
Sakura (perdendo o controle): Mas é claro que não!!! Como eu poderia ser amiga daquele cabeça dura, arrogante e machista?!' Sakura fica vermelha de raiva ao se lembrar do chinês 'Nunca!!!'
Tomoyo sorriu enigimaticamente. Estavam as duas sentadas na cama de Sakura, logo, a menina não precisaria se movimentar muito caso tivesse um ataque e desmaiasse de nervoso já que estava pálida como gesso ao receber a notícia. Tomoyo sorriu divertida com o temperamento volátil da amiga quando se tratava do antigo companheiro de treinamento. Piscou um pouco tentando mudar o pensamento que lhe ocorreu e continuou.
Tomoyo: 'Ok! Ele pode não ser seu amigo, mas vocês ainda conviveram juntos, devemos organizar uma bonita recepção.' Sakura pareceu se desesperar.
Sakura (segurando as mãos da prima com força): 'Por favor, Tomoyo-chan! Ele não sabe quem sou eu, já te falei isso antes! O clã dele não permitiria uma mulher dona das cartas Clow e tentariam me prejudicar!' - fez uma pausa para respirar fundo e continuar - 'Você sabe que Eriol sugeriu que eu fingisse ser outra pessoa, usando Ilusão. Se alguém souber a verdade, será um pesadelo! Além do clã Li me perseguindo, ainda tem Touya que não sabe da verdade, ele acha que quando eu tinha dezesseis anos fui estudar na Inglaterra e não que fui aperfeiçoar minhas técnicas na China. Se ele sabe da verdade, ficará louco de raiva!' Tomoyo olhava a prima com surpresa, nunca a vira tão desesperada, é claro que sabia de toda aquela história e Sakura nem precisava repetir, mas a garota estava realmente preocupada. Sakura respirou fundo e continuou ao soltar as mãos da prima e passar as suas próprias no seu cabelo, colocando-o atrás das orelhas como demonstração de nervosismo 'Você já sabe de tudo isso, Tomoy-chan. Além do que já sabia antes de eu partir, te contei todo o resto quando voltei e você sabe que a situação é delicada. Você é a única além de Eriol e meu pai...' Parou um segundo hesitante e continuou firme 'que sabe da verdade... Ninguém mais pode saber! Ninguém!' estava totalmente alterada.
Tomoyo lhe sorriu carinhosamente e passou uma de suas mãos no rosto da prima, em compreensão. Era claro que compreendia! Sempre a compreendeu e sempre a compreenderia. Fora ela que a ajudara, juntamente com Eriol, quando ela teve que capturar as cartas Clow, fora ela que a ajudara em seu primeiro treinamento com Eriol, antes dela partir para China e fora ela que a ajudara a manter segredo de todos, para preservá-la de gente que tentasse prejudicá-la devido ao fato de possuir magia. E assim faria de novo, manteria segredo, para preservá-la contra qualquer um, protegeria sua querida prima, protegeria sua amada prima... "Custe o que custar" concluiu decidida.
Tomoyo (docemente): 'Acalme-se, Sakura... é claro que manterei segredo, você duvida disso?' Sakura deu um discreto sorriso balançando a cabeça em negação, depois respirou aliviada. Ficaram em silêncio até Sakura se lembrar de algo que a tinha deixado curiosa assim que recebeu tão "assustadora" notícia. Olhou para a prima que mantinha um olhar distante na direção da janela do quarto, parecia tentar resolver algum mistério para ela.
Sakura: 'Tomoyo-chan' Tomoyo pareceu acordar e a olhou 'Por que Xiao Lang virá para nossa casa?'
Tomoyo (sorrindo divertida): Sakura-chan, espero que seja simpática com seu novo psiquiatra.'
Sakura (arregalando os olhos): 'O quê?!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!'
***
Sakura deslisava em sua cadeira de rodas pelo comprido corredor com rapidez. Quem prestasse atenção, talvez pudesse ver fumaça saindo pelas têmporas da garota, tamanha sua ira.
Sakura (burando de raiva): 'Psiquiatra... Psiquiatra!!! Quem precisa se um psiquiatra?!!! Eu não sou nenhuma louca!' - gritava enquanto se encaminhava para o escritório do irmão. Mais alguns metros e o alcançou, empurrando a porta com toda força que possúia, chamas saindo por seus olhos. Touya deu um pulo da cadeira e olhou para quem entrara tão drasticamente nos seus aposentos.
Touya (de olhos arregalados): 'Sakura! Por que esse barulho todo, hein? Quer me matar do coração?'
A moça se encaminhou lentamente até o irmão, com a cara mais fechada do mundo. Contornou a mesa e parou do lado do irmão, próximo a ele, que se mantinha sentado, mas alerta a qualquer movimento estranho da irmã.
Sakura (apontando o dedo na cara de Touya): 'Que história de psiquiatra é essa, Kinomoto Touya?!' - Touya compreendeu por quê de tanta ira da irmã. Já esperara tal reação, mas como acalmá-la? Enquanto pensava em uma resposta, Sakura xingava-o e gesticulava freneticamente, dizendo não acreditar em tamanha doidice de seu irmão. 'Quem precisa de um psiquiatra é você!!!' - Touya pareceu acordar e olhou-a calmamente.
Touya: 'Sakura-chan... Sabe que só faço isso pelo seu bem e que...' - não pode concluir pois Sakura voltara a estourar.
Sakura: 'Meu bem?! Meu bem?! Você acha que está fazendo bem para mim?! Você definitivamente não está batendo bem da cabeça. Quem foi que enfiou esse negócio de psiquiatra na sua cabeça, hein? Só pode ser mais louco que você.'
Voz feminina: 'Fui eu, Sakura' - a moça se virou para a porta, para ver quem era o louco que estava fazendo uma lavagem cerebral no seu irmão. Olhou com olhos cerrados para a moça que se encaminhava calmamente até os irmãos.
Sakura (brava): 'Eu acho que quem precisa de psiquiatra são vocês! Onde já se viu, dizer que eu sou louca?! Uma coisa é não poder andar, outra totalmente diferente é quererem que eu tenha consultas com um médico para loucos!'
Meylin (calmamente): 'Ninguém disse que você está louca, Sakura. Só achei que seria um insentivo para ajudá-la a andar o mais breve possível, novamente.'
Sakura (um pouco mais calma, mas ainda brava): 'E o que um psiquiatra tem a ver com meus problemas nas pernas?! Isso não tem noção, meu problema é físico, não mental.'
Meylin (sorrindo): 'Aí é que você se engana, Sakura.' - Sakura arregalou os olhos, confusa - 'Você sabe que já faz algum tempo que estou tratando de você, mas você não mostrou nenhuma melhora' - Sakura desviou os olhos, sem dizer nada - 'Mas isso não quer dizer que seja sua culpa. Talvez e veja bem, talvez, você não esteja conseguindo progressos por um bloqueio causado por algum trauma.' - Sakura olhou novamente para sua fisioterapeuta, começando a compreender aonde aquilo iria chegar. Olhou para Touya brava, o rapaz desviou o olhar, como se não fosse com ele.
Sakura (de olhos cerrados, ainda encarando Touya): 'E como você chegou a essa conclusão, Meylin?' - não era preciso tratá-la por senhorita ou doutora, haviam feito amizade desde o começo. Mas neste momento, Sakura era sua paciente e Meylin teria de fazer tudo para que ela compreendesse e aceitasse a situação, para o bem da moça e para si mesma, concluiu decidida.
Meylin: 'Sinto muito por não ter falado diretamente com você, Sakura. Mas achei que não iria se abrir comigo. Pedi para Touya que me contasse como aconteceu seu acidente, para tentar ajudá-la mais.'
Sakura (voltando o olhar sério para Meylin): 'Já entendi, Meylin. Eu aceito ter consultas com o tal psiquiatra, se isso vier a me ajudar. Mas...' - disse antes que Meylin pudesse fazer qualquer comentário de vitória - 'Se eu achar que não estiver me ajudando, acabo com isso na hora!' - disse determinada e Meylin acenou positivamente para a menina.
Meylin: 'Então estamos acertados. Meu primo chegará em alguns dias. Agora se me dão licensa.' - fez uma leve mesura e se afastou. Assim que Meylin saiu...
Sakura (voltando a encarar Touya de olhos cerrados): 'Depois teremos uma conversinha a respeito de falar de minha vida sem meu consentimento, Kinomoto Touya.' - disse sinistramente calma e já se virando para sair. Touya engoliu em seco.
***
Fazia alguns dias que a família Kinomoto aguardava a chegada de Li Syaoran e de acordo com uma mensagem que receberam neste dia, Syaoran chegaria durante a tarde. A expectativa era grande. Era por volta das três quando Touya, Meylin e Tomoyo se dirigiram à entrada da mansão, protegidos por guarda chuvas devido a forte chuva, para receberem seu hóspede.
Touya: 'Onde está Sakura, Tomoyo?'
Tomoyo: 'Ela disse que não está se sentindo bem e pede desculpas por não poder estar presente' - Touya olhou desconfiado para a noiva, sabia muito bem que Sakura não gostara da idéia de ter um psiquiatra, não duvidava nada que "não estar se sentindo bem" era apenas uma desculpa para não ter que dar as "boas vindas" ao rapaz.
Meylin (empolgada): 'Veja! Uma carruagem se aproxima!'
Todos se voltaram para a estrada cheia de poças que a tempestada formara e notaram, segundos após, que ao lado da carruagem galovapava um cavaleiro em um corcel negro em grande velocidade. Logo, cavaleiro e carruagem pararam em frente aos três jovens localizados em cima da escadaraia de entrada da casa.
Meylin (sorrindo): 'Seja bem vindo, meu primo.' - olhava diretamente para o alto rapaz envolto a uma escura capa de chuva que escondia suas feições, o rapaz desmontava do cavalo neste momento.
Syaoran (descobrindo seu rosto): 'Meylin, senhor e senhorita...' - fez uma leve mesura para os três, mantendo a expressão séria.
O jovem rapaz que Sakura conhecera há aproximadamente sete anos, durante seu treinamento nas montanhas, revelava-se agora um belo jovem de cabelos, ainda, diga-se de passagem, rebeldes e corpo muito mais definido, dos constantes treinos que fazia. Mas o que mais chamava a atenção naquele jovem de aparência fria, eram os profundos olhos de uma rara cor âmbar, olhos que pareciam ver dentro da alma, concluiu Tomoyo sorrindo. Agora entendia por quê Sakura sempre dizia sentir calafrios quando o olhava, aquelas orbes podiam tanto fascinar quanto amedrontar àqueles a quem se direcionassem.
Touya (com olhar desconfiado): 'Senhor Li, sou Kinomoto Touya, irmão de Sakura. Espero que seja de utilidade para a melhora de minha irmã, não gosto de perdas de tempo e muito menos de dar falsas esperanças a minha irmã...' - falou em tom rude - 'Ai!' - concluiu massageando seu ombro do cutucão que Tomoyo lhe deu, sorrindo sem graça para o novo hóspede.
Tomoyo (novamente serena): 'Desculpe os modos de meu noivo, Li-san. E sinto Sakura não estar presente, ela não se sentia bem.'
Syaoran (sorrindo com o canto dos lábios): 'Entendo... teremos tempo para apresentações.' - Tomoyo fez sinal que sim com a cabeça e deu espaço para que Li entrasse, tendo a ligeira impressão que Li sabia que ela havia mentido.
***
Syaoran (tirando seu casaco molhado): 'Perdoem-me pelos trajes pouco apresentáveis, mas os cavalos estavam assustados com o temporal e me vi obrigado a sair da carruagem e ajudar o condutor a guiá-los em um outro cavalo.'
Tomoyo: 'Por favor, Li-san, sem cerimônias. Provavelmente sua estadia aqui será longa e queremos que se sinta em casa.' - Li fez sinal positivo com a cabeça, enquanto Meylin agarrava em seu braço, em seguida indo mostrar-lhe a enorme mansão alegremente.
Tomoyo informou os hóspedes do horário da janta e deixou a cargo de Meylin, que já conhecia a casa toda, de levar Syaoran até seus aposentos, que seriam ao lado do de Meylin. Logo em seguida, deixou-os a sós. Enquanto saíam do saguão de entrada e subiam a única escada da mansão, Meylin e Syaoran apenas conversaram sobre banalidades, o jovem era cauteloso e não queria que ninguém ouvisse algo comprometedor.
Meylin (abrindo a porta de seu quarto): 'Entre, Syaoran.' - Assim que fechou a porta de seu quarto, a expressão de Meylin, antes feliz, tornou-se séria. - 'Quais são as novas ordens, Syaoran?' - falou em tom cauteloso.
Syaoran (sorrindo de lado): 'Típico seu, Meylin: direto ao ponto.' - Meylin fez um gesto impaciente e gesticulou para que o primo continuasse. Syaoran voltou a ficar sério. - 'Muito bem, vamos ao assunto. O plano continua o mesmo: identificar quem possui magia aqui, onde está Tsukishiro e achar as Cartas Clow.' - Meylin fez sinal de positivo com a cabeça. 'Você continuará tratando da Kinomoto e eu começarei a conversar com ela, precisamos conseguir a confiança da garota, parece ser bem próxima do Tsukishiro, pelo o que ficamos sabendo.'
Meylin: 'Certo, isso acho que já consegui, mas nem sinal do tal Tsukishiro. Grr... Não vejo a hora de isso acabar e podermos voltar para casa, já está na hora de nos casarmos, né?'
Syaoran (fingindo não ter ouvido): 'Devemos ser cautelosos, mas rápidos. Os anciões já estavam me enchendo o saco e acredito que o de você também.' - disse se jogando em uma poltrona. - 'Principalmente o idiota do Tai Ming.
Meylin (fazendo careta): 'Aquele Tai Ming é um chato! Vive pegando no me pé, cara insuportável.' - Syaoran concordou com a cabeça e fechou os olhos, cansado. Meylin sorriu maliciosa e foi se aproximando do primo subitamente sentando em seu colo. O rapaz abriu os olhos assustado. Meylin olhou-o sedutoramente. - 'Mas já que estamos aqui, vamos matar as saudades...' - e foi se aproximando do rosto do rapaz, olhos semi cerrados.
Syaoran (se levantando e quase derrubando a prima no chão): 'Já está tarde. Amanhã temos muito o que fazer. Boa noite, Meylin.' - a menina, toda espatifada no sofá, fechou a cara com raiva e já ia reclamar, mas Syaoran acabara de fechar a porta, por onde saiu.
Meylin: 'Ninguém merece.' - e levantou, para logo ir trocar-se para dormir.
***
Já era quase onze horas da manhã do dia seguinte e Syaoran ainda não tinha conhecido sua paciente. Pelo o que ouvira da prima, Sakura era um tanto quanto geniosa e ele apostava como devia ser uma garota espinhenta, chata e mimada.
Syaoran (andando pela sala): 'Principalmente depois que conheci o Kinomoto. Com um irmão tão chato, deve ser pior ainda!' - disse para si mesmo, concluindo seu pensamento passado. Mas antes que pudesse chegar até uma das poltronas da sala, sentiu o estômago roncar. Talvez não aguentasse esperar até o almoço. Deu meia volta e se dirigiu à cozinha.
O rapaz entrou no enorme recinto, em busca de algo para comer, o cheiro de comida sendo preparada dava-lhe mais fome ainda. Foi até a pia, depois olhou em cima de uns armários, "onde está a comida?"
Voz feminina: 'O que deseja?' - Syaoran virou-se assustado, como não notara a presença da jovem garota naquele local? Seguiu até a mesa, onde a menina se mantinha sentada, entretida em cortar algumas cebolas, sentou-se de frente para ela, a moça mantinha sua cabeça baixa, compenetrada em sua tarefa. Havia apenas os dois na grande cozinha naquele momento.
Syaoran: 'Desculpe-me se incomodo. Na verdade eu senti fome antes da hora e vim ver se acho alguma coisa que me mantenha em pé até o almoço.' - A moça voltou sua face para o rapaz, surpreendendo-o com seus belos olhos de um raro tom verde, tal reação não o fez perceber que a moça também estava um pouco alterada, mas logo voltou a ficar calma, tratando de se voltar para o seu serviço novamente.
Garota: 'Irá encontrar algo naquele armário a direita, do lado do forno.' - disse distraída. O rapaz pareceu voltar a si e se encaminhou até o local indicado. Pegou uma maçã e logo tornou a sentar na mesma cadeira em que estivera minutos antes.
Syaoran: 'Essa casa é quase tão grande quanto onde eu vivia. Mas ainda não me acostumei.' - falou por acaso.
Garota: 'O senhor não mora aqui?' - perguntou sem muito interesse, parando de realizar sua atividade para encará-lo, fazendo-o se perder em seus olhos novamente. Segundos depois, um tanto quanto embaraçado, respondeu.
Syaoran: 'Er... não, sou apenas um hóspede. Vim cuidar da senhorita Kinomoto. Você deve ser nova por aqui, não?'
Garota: 'Mais ou menos.' - soltou a faca que segurava para limpar as mãos em seu avental. Além deste, a jovem usava uma touca que protegia a comida de seus cabelos, além de um vestido rosa, por trás do avental. - 'E já conheceu a senhorita Sakura?'
Syaoran: 'Ainda não... Mas não tenho pressa.' - disse fazendo pouco caso do assunto. - 'Aposto como é uma chatinha e mimada. Nem teve a decência de vir me receber, aposto como era desculpa aquele "não está se sentindo bem" daquela Daidouji. - disse fazendo uma voz fina imitando Tomoyo.
Garota (rindo): 'Provavelmente era uma desculpa.' - olhou-o sorrindo. - 'Mas você nem a conhece para julgá-la ainda.
Syaoran (fechando os olhos, sem dar importância): 'Tanto faz, já cuidei de muitas garotas mimadinhas, essa não vai ser diferente.' - a moça sorriu enigmática para ele.
Garota (voltando-se para seu dever): 'Bom, se não se incomoda, ainda tenho que terminar isto aqui. Não tenho muita prática, talvez não fique como a senhora Anjou quer...
Syaoran (sorrindo de lado): 'Se a senhorita for tão esperta, quanto é bonita, isso aí vai sair maravilhoso.' - a garota levantou o rosto rapidamente para o rapaz, talvez surpresa, talvez ultrajada, ele não conseguiu identificar, logo em seguida, a moça também sorriu de lado "um tanto quanto familiar" concluiu Syaoran, tentando lembrar de onde e quem lembrava aquele sorriso, franzindo um pouco o cenho.
Ficaram se encarando durante algum tempo, até que alguém surgiu à porta, uma moça alva e de expressões serenas, estatura média e curtos cabelos ondulados.
Moça: 'Com licença, senhorita Sakura.' - tanto Syaoran quanto a garota que se sentava na sua frente encararam a moça, o primeiro um tanto quanto espantado. - 'Seu irmão lhe aguarda em seu escritório.'
Sakura: 'Obrigada, Rika.' - Syaoran voltou o rosto ainda mais surpreso para a jovem a sua frente, que não o olhava nos olhos. - 'Pode me ajudar, sim?' - Rika seguiu até um canto da cozinha e pegou a cadeira de rodas da patroa. Como não notara tal objeto no local, Syaoran não conseguia saber. Rika ajudou Sakura a se sentar em sua cadeira. 'Pode deixar que vou sozinha, Rika.' - a moça fez sinal de positivo com a cabeça e se retirou da cozinha.
Syaoran continuava a observar a moça a sua frente abismado, enquanto ela tirava o lenço que lhe cobria os compridos cabelos castanho claros e tirava seu avental. Sakura começou a mover sua cadeira, indo em direção a porta, sem ainda olhar o rapaz, mas passando bem próximo a ele, olhou-o divertida.
Sakura (sorrindo irônica): 'Se o senhor for tão bom psiquiatra quanto é esperto... Acho que vai ter que procurar outro emprego.' - encarou-o com os olhos em desafio e se virou, seguindo seu caminho, sem dar tempo ao jovem psiquiatra de, ao menos, fechar a boca.
(Continua)
16/12/03
Mary Marcato
Comentários da autora: Huahuahuahuahuahua, adorei esse final, pobre Syaoran :P Bom, desculpem-me o atraso, não foi minha culpa, meu pai levou o computador pra consertar e só agora trouxe-o de volta. Espero que tenham gostado ^^ E também espero comentários. Se Deus permitir, finalizo esta história ainda este ano e quem sabe... ainda dou uma continuação a ela :) Até!
Agradecimentos: A Deus, meus pais, mas especialmente a Bruna-chan, que foi quem me ajudou a escrever este capítulo. Na verdade ela não curte anime, mas está me ajudando muito e até gostou da minha história, rindo um monte com este final :P Tanto que agora ELA é a minha co-escritora, já que o senhor Felippe nunca mais deu o ar de sua graça para me ajudar ¬¬ Obrigada a todos que me deixaram comentários, adoro vocês!
