Eu não vou fazer um comentário muito grande agora, só que eu gostaria que vocês não deixassem de revisar minha fic, isso é muito importante para mim e que muitas surpresas foram reservadas para estes capítulos seguintes. Este em especial é um que eu gosto muito e espero que agrade a vocês também ^-^ Espero que gostem!

Capítulo6: Tentando manter segredo

No capítulo anterior:

Voz masculina: 'Li Xiao Lang, há quanto tempo...' - Sakura levantou os olhos assustada para o rapaz a sua frente, como? Como? Como Yukito havia reconhecido Syaoran se...? Desviou os olhos para a prima que se mantinha ao lado de Yukito sorrindo para ela enigmaticamente e devolveu em um sorriso mais do que aliviado, depois teria que agradecer Tomoyo por mais essa ajuda.

***

Syaoran (mantendo-se sério, fazendo uma leve mesura): 'Há muito tempo, Tsukishiro-san.' Apesar do aparecimento de Yukito, Syaoran sabia que estava em cima do prazo, há quinze dias havia ficado sabendo que precisava conseguir algum progresso dentro de duas semanas, mas só agora o dono das cartas Clow resolvera aparecer. Syaoran ouviu Meylin descendo as escadas e pelos passos incertos ouvidos da escada podia perceber que ela deveria estar tão nervosa quanto ele. Enquanto pensava nisso, Yukito também lhe fez uma mesura, enquanto desviava-se para cumprimentar a ex-noiva.

Yukito (abraçando Sakura): 'Quando tempo Sakura-chan. Como se sente?' Sakura retribuiu o abraço sorrindo, estava muito aliviada. Por um momento achou que tudo seria descoberto pelo jovem psiquiatra, mas graças a intervenção rápida de sua prima tal infelicidade não veio a acontecer. Conseguiu se acalmar durante os poucos segundos que ficou abraçada ao amigo e controlou finalmente seus poderes. Qualquer vestígio de que sua armação poderia ser desvendada acabou com este último ato.

Touya (olhando desconfiado para Syaoran): 'Não sabia que conhecia o Sr. Li, Yukito.' Dirigia-se ao amigo, mas não desviava o olhar de Syaoran. Sakura se sentiu tensa novamente, por um momento havia se esquecido de Touya, o irmão também não desconfiava de sua farsa.

Yukito (voltando-se para Touya): 'Foi quando fui para China, não se lembra Touya? Quando fiquei um ano fora? Fazendo pesquisas médicas?' Syaoran agora entendia por que Sakura não lhe dizia nada sobre Yukito, o rapaz parecia não ter contado aos Kinomoto sobre seus poderes.

Touya (voltando para Yukito): 'Entendo... Faz sentido.' Touya desfez a cara desconfiada e sorriu para o amigo 'Mas agora venha, meu caro amigo. Temos muito o que conversar, até quando pretende ficar dessa vez?' Enquanto dizia tais palavras conduzia o amigo para a biblioteca da casa, com um braço em volta dos ombros do amigo, em nítida camaradagem. Tomoyo os seguiu e os Li perceberam que não se tratava de uma reunião particular quando Tomoyo pediu para que os acompanhasse. Meylin e Tomoyo seguiram na frente, quanto a Syaoran e Sakura... os dois pareciam perdidos em pensamentos. Quando ouviram a porta da biblioteca sendo fechada se tocaram de que deviam parecer bobos parados ali no hall de entrada, se entreolharam e Sakura desviou o olhar primeiro, seguindo para a biblioteca, Syaoran teve a ligeira impressão de que a menina estava um tanto quanto nervosa.

***

Syaoran tentou dizer para Yukito durante todo o almoço que precisava conversar com ele, é claro que não diretamente, mas qualquer um teria percebido o estado de espírito do rapaz. Mas Syaoran sabia o quanto Yukito podia ser desligado e não estranhou a falta de percepção do rapaz. Tomoyo, Yukito e Touya, conversavam animadamente sobre o longo período em que o jovem médico estivera fora, enquanto Syaoran falava poucas vezes, tentando emendar as mentiras que Yukito contava sobre a China quando Touya fazia alguma pergunta sobre a época em que o quase irmão estivera fora do país, mas tanto Meylin quanto Sakura se mantinham em silêncio, a primeira por não saber o que falar, quanto a Sakura... bom, esta estava era pensando em como falar com Yukito antes de Syaoran para armarem um jeito de enganar o psiquiatra. Pois apesar de ser um tanto quanto ingênua às vezes, devido ao fato de saber o grau de perigo no momento, logo havia percebido as indiretas de Syaoran, contrariando o pensamento do rapaz em relação a falta de percepção de "Yukito". Além disso, Touya teve a desagradável idéia de perguntar, logo o amigo chegara, quanto tempo Yukito iria ficar e o rapaz descuidadamente dissera que ficaria até o começo da primavera. O inverno mal acabara de começar.

Touya: 'Você não concorda comigo, Sakura?' A menina levou um pequeno susto com a pergunta direcionada à ela, estava tão compenetrada em seus pensamentos, algo não muito comum, na opinião de Touya, que não escutara direito. Sua única reação foi uma cara um tanto quanto constrangida, enquanto uma gota lhe surgia ao lado da cabeça.

Sakura (sorrindo sem graça): 'Hehehe, como é?' Touya olhou fixamente para Sakura e a menina se sentiu ainda mais sem graça, o irmão podia ser muito perspicaz quando queria e Sakura tinha quase certeza de que ele sabia que alguma coisa errada estava acontecendo.

Touya (mantendo o olhar desconfiado): 'Perguntei se não acha uma agradável idéia fazermos uma festa de comemoração à chegada de Yukito.'

Sakura: 'É... é, pode ser.' Touya desviou o olhar para voltar a conversar com Yukito. Sakura baixou a cabeça para seu prato de comida praticamente intocado e voltou a se perder em seus pensamentos. Tomoyo começou a encará- la, sabia que a amiga tentava imaginar um jeito de conversar com Yukito, isto era palpável. Mas ao contrário de Sakura, Tomoyo sabia muito bem que Yukito saberia ser muito cuidadoso e não deixaria escapar nada inconveniente, caso tivesse que falar com Syaoran. Sua maior preocupação era os olhares que Syaoran lançava à sua prima, se sua percepção não lhe falhava, sabia muito bem que o rapaz estava analisando as reações de Sakura e se a menina não tomasse cuidado ele iria descobrir logo logo a verdade, e não seria através de Yukito.

Touya (se levantando): 'Bom, se vocês me dão licença, eu tenho algumas coisas pendentes para resolver. Tomoyo, por favor, arrume o quarto em que Yukito costumava ficar para ele, sim?' Tomoyo acenou positivamente enquanto também se retirava, junto com o noivo. Na mesa permaneceram apenas Yukito, que ainda comia, Syaoran que não dizia nada por estarem na presença de Sakura e Meylin que não ousava se pronunciar antes que o primo o fizesse. O clima voltou a ficar tenso, como estivera no hall de entrada há algumas horas. Mas antes que Sakura ou Syaoran pensassem em dizer algo, Yukito simplesmente levantou pedindo licença e se retirou do salão de jantar, sob os olhares incrédulos dos outros três.

Syaoran e Sakura se encararam, o primeiro se decidindo se também devia se retirar, a segunda pensando no que ele iria fazer. Logo, os dois pediram licença ao mesmo tempo, ruborizando-se no mesmo instante, enquanto Meylin balançava a cabeça em negação, como se dissesse que não merecia aquilo. Antes que Syaoran ou Sakura resolvessem se mover, saindo do estado de transe que pareciam estar, Meylin se levantou e sem ao menos pedir licença, saiu, imaginando quanto o primo podia ser tonto quando queria, se fosse ela já tinha falado com Tsukishiro há muito tempo. Ficaram apenas psiquiatra e paciente no salão, sob um silêncio um tanto quanto incômodo. A garota resolveu tomar logo a palavra, um tanto vacilante.

Sakura (de cabeça baixa, evitando o olhar do rapaz): 'Er... Bom... É... se você me dá licença, eu vou me retirar.' Antes que pudesse tocar nas rodas de sua cadeira, o rapaz deu um passo à frente, também parecendo vacilante, a garota parou em seu movimento e encarou-o.

Syaoran (analisando-a): 'Kinomoto... Por que você esteve quieta durante todo o almoço?' Sakura não esperava por esta pergunta e ficou sem reação. O que iria dizer agora? "Ah, sabe como é, né? Eu estava tentando disfarçar todo este tempo que eu era o Yukito no treinamento, mas estava muito difícil porque ele chegou de repente e eu fiquei sem saber o que fazer. Aí fiquei pensando em como falar com ele primeiro que você para esclarecer a situação antes que qualquer inconveniente ocorresse. Alguma coisa contra?" Tá bom... esta seria a última coisa que diria, "ridículo" concluiu. Mas enquanto permanecia no Mundo da Imaginação, Syaoran continuava a encará-la, tentando desvendar os mistérios que a menina tanto insistia em manter. Sakura só viu uma saída, desviar do assunto, de preferência irritando-o.

Sakura (indiferente): 'Não posso mais ficar quieta, é? Além de pegar minhas coisas sem me consultar ainda acha que tem o direito de me dizer quando posso ou não falar, é? Senhor dono da verdade e da justiça, eu também tenho o direito do livre arbítrio se você não sabe.' Uma veia saltou na testa de Syaoran, aquela menina sabia tirá-lo do sério, "Garotinha impertinente!" pensou exasperado.

Syaoran (totalmente irritado): 'Ora, sua garotinha mimada! Eu só fiz uma pergunta simples, precisa ser tão mal educada?! Além do mais, eu sou seu psiquiatra e tenho todo direito de lhe perguntar isso! Você fala mais que a boca, o que queria que eu achasse? Que você engoliu um espinho de peixe e não conseguia falar, é? E outra coisa, eu só peguei o seu livro porque você' e apontou o dedo para cara dela 'pegou minhas anotações!' Sakura acabou caindo no próprio jogo e se descontrolou também.

Sakura (soltando fumaça pelas têmporas): 'Garotinha é a mãe! Seu pretensioso! Até parece que você é o Senhor Maturidade! Não te devo explicações de nada, eu faço o que bem entender e você não tem nada a ver com isso!'

Syaoran (indignado): 'Ha! Como é que eu não tenho nada a ver, hein? E o que acha que eu vim fazer aqui? Acha que te aturo porque quero, é? Ou será que acha que eu sou fascinado por você a ponto de gostar de ouvir você me insultando a toda hora, hein?!' Fez uma leve pausa e sorriu ironicamente, cruzou os braços fazendo pose 'Às vezes tenho a ligeira impressão que você me insulta tanto porque quer chamar minha atenção.' Sakura abriu a boca totalmente indignada, sem saber o que responder, o rapaz adorou a reação e resolveu continuar 'Ou talvez você implica tanto comigo na tentativa de tentar resistir à vontade de...'

Sakura (totalmente exaltada): 'Cala essa boca!!! Não ouse terminar esta sentença!!! Seu pretensioso, arrogante, machista!!! Ah!!!! Eu te odeio seu... seu... seu... ***piiiiii*** (proibido para menores)!!!!!

Syaoran (fingindo indignação): 'Sakurinha....! Mas que boca suja. Se seu irmão ouve você falando assim...' Colocou uma das mãos na cintura (normalmente eu não faço comentários do meio da fic, mas imaginem o Syaoran nessa pose, huahuahuahua) enquanto balançava o indicador para o rosto da moça 'Acho que vamos ter que lavar esta boquinha com sabão, hein?' Sakura estava vermelha, fumaça saindo pelas têmporas, olhos em chamas.

Sakura (se olhar matasse, Syaoran estaria durinho no chão): 'Grr.... Você!! Você!!!! Como ousa?!!!!' Começou a empurrar sua cadeira para frente, ficando a centímetros do rapaz que se mantinha em pé, como se quisesse mostrar que olhava ela por cima. Sakura estreitou os olhos. 'Se eu não estivesse nessa cadeira, você...'

Syaoran (cruzando os braços e sorrindo sarcástico): 'Bom, podemos igualar as coisas. Quero ver o que você faria.' Puxou uma cadeira e sentou de frente para a moça, encaravam-se a poucos centímetros. E enquanto o rapaz sorria desafiador para a moça, esta soltava chamas pelos olhos. O rapaz imaginou que ela, provavelmente iria lhe dar um tapa, não iria resistir, iria fingir indignação. No final das contas adorava irritá-la desse jeito, não podia deixar de admitir que sentia toda tensão sumindo quando "conversavam".

Porém, contrariando as expectativas do rapaz, Sakura não se limitou a um mero, simples, insignificante tapinha, como Syaoran parecia "adivinhar". Ah... isso seria muito pouco, muito pouco mesmo para aquele machista. Mudou o olhar de irritado para, o que Syaoran constatou totalmente incrédulo, sedutor, e que olhar sedutor! Syaoran não esperava um olhar daqueles naquela carinha inocente de sua paciente. Sakura, levantou a mão levemente e acariciou a face do rapaz, que diante de tal ato, ficou sem nenhuma reação. Não se contentando, a moça levantou a outra mão e deslizou pelos cabelos rebeldes do rapaz, aproximando ainda mais os rostos. Aproximou seus lábios do rosto do rapaz, respirando levemente por toda extensão do rosto de Syaoran. Se antes se sentia nervoso pelos insultos da moça, agora o rapaz sentia-se muito mais nervoso, e não eram pelos insultos, mas pela proximidade dos mesmo lábios que há minutos o xingavam. Engoliu em seco, aquela menininha estava começando a atordoá-lo, abriu os lábios levemente, procurando respirar pela boca, já que seu nariz parecia não estar dando conta do recado, era impressão sua ou o ar no salão estava mais rarefeito? Ou ainda mesmo a temperatura no local estava subindo?! Aquele joguinho estava descontrolando-o, mais um pouco e não poderia mais responder por seus atos. Mas Sakura ainda não estava satisfeita, desviou os lábios do rosto do rapaz, que se sentiu totalmente frustado. No entanto, a frustração durou pouco tempo, pois ao desviar a boca da face dele, Sakura dirigiu-se até uma de suas orelhas e sussurrou, numa voz tão sedutora quanto Syaoran jamais imaginou ouvir daquela garota.

Sakura: 'Talvez você tenha razão... Talvez eu não consiga resistir...' Não concluiu a frase, ao invés disso, encostou levemente a ponta da língua na orelha do rapaz, que sentiu os pêlos da nuca se arrepiarem. Não conseguindo mais se conter, o rapaz voltou-se para o rosto da garota e olhou nos lábios de tal, que estavam semi-abertos. Fechou os olhos e se aproximou daqueles lábios que o estavam fazendo perder todo e qualquer controle que ainda podia ter. Sakura aproximou-se um pouco mais, agora respirando pela boca, para fazer o rapaz sentir a proximidade de seus lábios.

No entanto........

POFT!!!!!!

Syaoran em um minuto se via quase aos beijos com uma garota um tanto quanto irritante, e em outro... Estava estendido no chão, um dos olhos arregalado... o outro... roxo! Sakura sorria vitoriosa, parecia não ter perdido a prática e massageou levemente os nós da mão direita que se mantinha fechada depois do golpe. Olhou-o dessa vez por cima, sorrindo tão ou mais arrogante do que o rapaz fizera há minutos.

Sakura (sorrindo irônica): '... A te dar um belo soco.' Concluiu a frase não acabada há alguns segundos. Girou sua cadeira de rodas e saiu altiva da sala, sem lançar um segundo olhar ao rapaz. Rapaz ao qual continuava ao chão, boca aberta, não acreditando no quanto o soco daquela garota doía.

***

Assim que saiu da sala de jantar Sakura teve que parar de empurrar suas rodas pois já não tinha mais força para isso, jogou-se em sua cadeira e respirou com dificuldade, um tanto quanto ofegante.

Sakura (colocando a mão na testa de olhos fechados): 'Meus Deus, o que foi aquilo? Eu quase perdi o controle.'

Percebendo que o meio do corredor não era um lugar apropriado, juntou forças e se encaminhou até a sala ao lado, encostou a porta e finalmente relaxou, ainda tentando controlar a respiração.

Sakura: 'Caramba... Não era para mim ter ido tão longe com aquilo. A idéia era só distraí-lo para acertá-lo em cheio' E deu um soco no ar, sorrindo em seguida 'Mas ele bem que mereceu.' Parou de sorrir e olhou para as mãos, em seguida tocou seus lábios, relembrando-se do "quase" beijo. 'Nunca isso aconteceu comigo. Ele está me deixando louca, é isso! De tanto implicar comigo está me deixando louca.' Pressionou as mãos contra o peito, que batia acelerado e fechou os olhos, aproveitando o momento sozinha.

Segundos depois ouviu a porta ao lado se abrindo e passos em direção às escadas, Syaoran acabava de sair da sala de jantar e se dirigia ao andar de cima, provavelmente a procura de Yukito. "Ah! Droga!" pensou raivosa "Eu esqueci disso". Colocou as mãos em sua cadeira de rodas e saiu apressada para tentar achar Yukito primeiro.

Subiu as escadas rapidamente (pra quem não entendeu, em algumas escadas há um tipo de rampa para quem usa cadeira de rodas), virando o corredor em seguida. Começou a sentir o suor descer por sua face, mais pelo nervosismo do que por estar cansada, apesar de que aquela brincadeira com Syaoran havia lhe tirado muita energia e põe muita! Ao virar mais um dos corredores, quase deu de cara com Rika que estava descendo com uma bandeja de chá nas mãos.

Rika: 'Perdoe-me, senhorita. Não havia lhe visto.' Sakura estava impaciente para continuar que nem ouviu muito bem as palavras.

Sakura: 'OK, OK, estou bem.' E já ia desviando da garota quando se lembrou. 'Ah, Rika, por acaso sabe onde está o Yukito?'

Rika: 'O senhor Tsukishiro está em seu quarto desfazendo suas malas. Acabei de sair de lá, fui lhe levar um chá, mas ele pediu licença pois o senhor Li estava querendo falar com ele...' Mas antes que Rika pudesse concluir a sentença, Sakura saiu desesperada ao encalço de Yukito e Syaoran.

Andou mais uns poucos metros quando avistou a porta do quarto de Yukito, fechada. Droga! Syaoran e Yukito já deveriam estar conversando, mas Yukito não saberia o que dizer. Quase voou para alcançar a porta quando alguém segurou o braço de sua cadeira, Sakura se virou brava para a pessoa.

Sakura: 'Tomoyo! Eu preciso ir ao quarto de Yukito. Antes que uma desgraça aconteça.'

Tomoyo: 'Está louca, Saki-chan?! Se entrar assim desesperada no quarto dele vai revelar mais do que Yukito pode fazer.'

Sakura (parando de tentar se libertar): 'O que quer dizer com isso?'

Tomoyo: 'Venha comigo ao meu quarto.' Sakura vacilou por alguns segundos, mas achou melhor seguir a prima, ela era bastante perspicaz, provavelmente sabia o que fazia. Sakura a seguiu ainda dando mais uma olhada para a porta.

***

Assim que entraram no quarto de Tomoyo, fecharam a porta. Tomoyo se sentou na cama enquanto Sakura a encarava ainda nervosa por não ter impedido o encontro de Syaoran e Yukito.

Tomoyo: 'Se acalme, Sakura. Eu já falei um pouco com Yukito-san quando você e os Li ainda estavam na sala de jantar. Lembre-se que eu é quem vim ajudá- lo a se acomodar, certo?' Sakura sorriu um pouco mais aliviada. A prima era muito esperta.

Sakura: 'Obrigada, Tomoyo... Duas vezes!' disse ao se lembrar do encontro no hall de entrada quando Yukito chegou. 'Se não fosse por você a farsa agora estaria acabada.'

Tomoyo (sorrindo): 'Está tudo bem, Saki-chan. Sabe que faço isso de bom grado. No entanto...' Sakura não gostou do tom da prima, se conhecia bem a moça sabia que agora vinha bronca, só não sabia dizer por quê. 'Sakura, você estava tão nervosa durante a chegada de Yukito e o jantar que era bem capaz de Syaoran descobrir tudo por sua causa do que pela de Yukito-san.' Sakura fez cara de quem não compreendia 'Eu não posso perceber, mas sei que quando você fica nervosa você não controla bem sua magia. De acordo com o que você me disse, nesses momentos um ser mágico pode perceber a presença de outro, não é mesmo?' Agora Sakura começava a compreender e queria se bater, mas esperou até a prima concluir. 'Além de que o Li é um psiquiatra, é fácil ele perceber o que se passa na cabeça das pessoas, principalmente de seus pacientes. E posso te garantir que ele passou muito mais tempo te analisando durante o jantar do que tentando falar com Yukito.

Sakura (envergonhada): 'Ai, Tomoyo-chan... Eu estava tão preocupada em impedir que Syaoran falasse com Yukito que nem percebi que eu mesma podia estragar as coisas. Como eu sou tonta!'

Tomoyo (sorrindo gentilmente): 'Está tudo bem, Saki-chan. Agora não precisa se preocupar mais, pelo menos não aconteceu nada que pudesse revelar algo ao Li até agora. Você só estava preocupada demais para perceber.

Sakura (sorrindo desapontada): 'É... Talvez você tenha razão. Mas se eu tivesse percebido a tempo, Xiao Lang não iria ter me perguntado o que eu tinha durante o jantar e tudo aquilo não teria acontecido.' Quando percebeu o que falara, Sakura tapou a boca rapidamente.

Tomoyo (sorrindo perspicaz): 'Ah! Mas isso você não me contou! O que aconteceu lá dentro?' Não vendo saída, Sakura se viu explicando à prima tudo o que acontecera durante os poucos minutos que ela e o jovem Li ficaram sozinhos na sala de jantar. Os olhos de Tomoyo brilhavam mais a cada segundo, Sakura já estava se assustando com as reações da prima.

Sakura: 'E foi isso...'

Tomoyo (com olhos brilhantes): 'Ai! Vocês quase se beijaram!'

Sakura: 'Ei! Quase nada, eu sabia muito bem o que estava fazendo. Eu queria era dar um soco bem dado na cara daquele arrogante. Eu... eu só me excedi um pouco...'

Tomoyo: 'Coitadinho, Sakura. Não precisava ter batido nele, o Li parece ser tão gente boa e...' Sakura percebeu que a prima já estava sonhando e que não iria ouvir mais nada dela. Mas levou um susto com o que ouviu. 'E você gostou?'

Sakura (quase saltando da cadeira): 'Como é que é?!' Tomoyo riu um pouco da reação da prima, mas não se intimidou com a cara brava de tal.

Tomoyo: 'Ora, de quase beijá-lo, é claro.'

Sakura (quase gritando): 'Mas que pergunta boba, Tomoyo! É claro que eu jamais iria gostar!!! Aquele metido, arrogante, machista e chato!!! Nunca!!! Eu detesto ele, detesto!

Tomoyo (sorrindo enigmática para prima): 'Mas foi você quem me disse que quase perdeu o controle.'

Sakura (desviando o rosto): 'Oras, eu só estava nervosa com as provocações dele, só isso!' Sakura fez uma pausa parecendo refletir e falou devagar 'Mas... depois que eu saí...

Tomoyo (curiosa): 'Depois...?'

Sakura: 'Senti-me fraca e meu coração estava acelerado.' Fez uma pausa ao se lembrar. Encarou a prima 'Tomoyo-chan, você acha que de tanto ele implicar comigo agora eu estou ficando perturbada?' Sakura começava a ficar preocupada, se por causa daquele idiota ela tivesse algum problema mental, um distúrbio emocional... Ah! Ele ia pagar!

Tomoyo (sorrindo marota): 'Pode ser, mas não pelo motivo e nem do jeito que você está imaginando.' Falou Tomoyo sabiamente. Mas Sakura simplesmente olhou-a interrogativa, não compreendendo as palavras da prima.

Porém não houve tempo para mais perguntas, pois um barulho alto foi ouvido e as duas saíram rapidamente do quarto, se encaminhando até uma das janelas mais próximas. Em seguida, Syaoran e Yukito que ainda estava no quarto do rapaz se juntaram às moças para ver o que acontecia.

Sakura (olhos arregalados): 'Meu Deus...'

***

Logo que se recuperou do acontecido há segundos, Syaoran se levantou do chão, onde fora parar com o soco, "Menina louca!" pensou bravo, "Um tapinha era suficiente, né?" não se conformava com o que aquela garota havia lhe feito, mas o pior era saber que não havia nem percebido que ela levantara o braço para lhe acertar, tamanha sua falta de concentração! Mas depois ele pensava nisso, assim que levantou, encaminhou-se até a saída da sala, agora precisava ter uma conversa séria com Yukito.

Subiu as escadas e perguntou para a mocinha que estava seguindo para um quarto, caso se recordava, o nome dela era Rika, que estava com uma bandeja de chá nas mãos, onde poderia encontrar o Senhor Tsukishiro.

Rika (sorrindo): 'É só me seguir, Sr. Li. Estava indo agora mesmo ao quarto dele levar-lhe este chá.' Syaoran assentiu com um gesto de cabeça e a acompanhou. Logo estavam de frente para um quarto de médio porte, assim como o seu e o de Meylin. Logo que a moça bateu na porta ouviu Yukito dizendo para esperar um segundo, logo ele apareceu à porta sorrindo para Rika, mas logo viu Syaoran.

Yukito (sorrindo para Rika): 'Senhorita Rika, por favor, me desculpe ter- lhe incomodado, mas pode trazer o chá daqui a meia hora? Eu e o cavalheiro precisamos conversar agora.' A menina acenou que sim e saiu tão graciosamente quanto chegara ao quarto de Yukito.

Depois que viu a menina tomando distância e sumindo ao cruzar um corredor, Yukito encarou Syaoran com o mesmo sorriso e pediu para que ele entrasse, em seguida fechou a porta.

Yukito: 'Fique a vontade, Li. Só vou trocar de roupa, estes trajes de viagem são um tanto quanto incômodos.' E seguiu para o banheiro anexo, enquanto Syaoran se sentava em uma das poltronas. Ainda perdido em pensamentos, pensamentos sobre o acontecimento anterior. Droga! Aquela menina tinha passado dos limites!

Syaoran: 'Disse alguma coisa, Tsukishiro?' Estava tão absorto que nem percebera que Yukito já havia saído do banheiro, com uma roupa mais caseira e lhe dirigido a palavra. Yukito sorriu e se sentou na outra poltrona, de frente para o rapaz.

Yukito: 'O que foi isso?' Perguntou novamente, mas vendo a falta de compreensão no rosto de Li completou 'Isso aí... No seu olho?' Fez um gesto com a cabeça em direção ao rosto de Syaoran, o rapaz se sentiu ruborizado.

Syaoran (desconversando): 'Ah, isso... Não foi nada, não. Eu e a Meylin tivemos uma pequena discussão, aí... aí... ela tacou um sapato na minha cara.' "Que resposta mais idiota" concluiu Syaoran exasperado, só esperava que o rapaz acreditasse.

Yukito (sorrindo enigmático): 'Sei... Espero que já tenham se entendido.' Syaoran acenou positivo com a cabeça e Yukito resolveu mudar de assunto. 'E há quanto tempo chegou?'

Syaoran: 'Há menos de seis meses. Não me recordo ao certo.... Mas...'

Yukito (interrompendo Syaoran ao acaso): 'E como vai o tratamento de Sakura?' Touya havia comentado durante o jantar sobre o motivo de Meylin e Syaoran estarem na casa e Yukito se mostrara contente com a notícia. Ao que Sakura, nas poucas vezes que falou, disse brava que apenas havia aceitado por insistência, pois não era louca! Ao que resultou em uma risada gostosa do rapaz.

Syaoran (um pouco nervoso com a displiscência de Yukito): 'Estamos tendo alguns progressos. Mas...'

Yukito (interrompendo-o novamente): 'E já tem previsão para quando ela se recuperará totalmente?'

Syaoran (irritado): 'Não posso prever isso. Mas...'

Yukito: 'Mas vocês não tem um relatório sobre os progressos dela, eu gostaria de ver algo do gênero. Como já deve saber eu sou méd...' Agora era Syaoran quem interrompeu o rapaz.

Syaoran (irritado): 'Olha, Yukito, você está agindo muito estranho. Nem parece o rapaz que vivia implicando comigo durante nosso treino nas montanhas.' Yukito disfarçou, mas teve vontade de pigarrear com o comentário, tamanho foi seu desconcerto com o comentário. A verdade é que ele e Sakura eram muito diferentes, era óbvio que mesmo tendo a imagem dele, Sakura iria agir totalmente diferente de si. Qualquer um perceberia, Sakura era espontânea, às vezes ingênua, mas de gênio forte quando queria. Já ele se mantinha calmo a maioria do tempo, também podia ser desligado como Sakura, mas não podiam ser comparados, obviamente. Porém, era claro que Syaoran não poderia saber disso, pois conhecera Sakura no rosto de Yukito. Deveria tomar mais cuidado. Syaoran continuou. 'E eu adoraria fazer um relatório para você assim que possível. Mas o assunto que eu tenho a tratar é mais sério do que esse, embora possa não parecer que haja algo mais sério do que a recuperação da senhorita Kinomoto para vocês.'

Yukito (parando de sorrir e ficando sério, se encostando nas costas da poltrona): 'Entendo... Diga-me, Xiao Lang, por que veio para cá realmente? Não acredito que tenha se disponibilizado a sair da China apenas para cuidar de uma garota japonesa qualquer.' Syaoran sorriu de lado, agora sim parecia estar falando com seu antigo companheiro de treinos, direto ao ponto.

Syaoran (ficando sério também): 'Acredito que você saiba que pertenço a um clã poderoso tanto quanto a dinheiro quanto a magia da China, não?' Yukito acenou positivo com a cabeça. 'Pois bem, a verdade é que eles nunca se conformaram com o fato de ser um japonês a ser dono das cartas Clow e queriam a todo custo elas.' Yukito iria fazer um comentário, mas Syaoran fez um gesto com a mão para impedi-lo, agora que começara iria até o fim. 'Mas diante da minha negação em toma-la do verdadeiro dono, no caso você - pois apesar dos pesares,' e sorriu maroto para Yukito 'eu sei que você cuida bem delas - eles se viam sem poder fazer nada, já que sem meu consentimento, minha mãe também não aceitaria. Mas agora você deve estar perguntando qual o poder que minha mãe tem sobre todo um clã, certo?' Novamente Yukito acenou positivo 'Minha mãe pertence, ou pertencia...' Syaoran fez uma leve pausa, como se lembrasse de algo 'ao Conselho dos Anciões, os responsáveis pelo andamento dos acontecimentos em nosso clã. Mas você deve se lembrar deles, devido ao que já te falei enquanto estávamos em treino. Bom, uma vez que minha mãe não aceite, muitos membros do Conselho a apoiariam, sendo ela uma maga poderosa, logo não podiam fazer nada contra você e as Cartas Clow.'

Yukito: 'Eu compreendo o que você está me dizendo, Xiao Lang. Até agradeço por sua intervenção. Mas já que não havia como eles virem atrás delas, por que então você está aqui?' Syaoran ficou mais sério do que estivera.

Syaoran: 'Era neste ponto que eu queria chegar. O que aconteceu foi que...' Mas Syaoran não pôde concluir sua sentença, pois ouviram barulho tão forte que no impulso os dois rapazes levantaram de suas poltronas. Tentando encontrar o local de onde ouviram tamanho barulho, ou melhor, tamanha explosão.

Yukito e Syaoran saíram do quarto e seguiram para uma das janelas do segundo andar, uma maior, em que a vista poderia ser mais vantajosa. Nesta já se encontravam Sakura e Tomoyo, encarando assustadas de onde viera tamanho barulho. Se juntaram as duas para olhar pela janela. Sakura foi a primeira a se pronunciar.

Sakura: 'Meu Deus...'

***

Tomoyo e Sakura olhavam totalmente incertas se o que viam era verdade, pois ao lado da mansão um fogaréu enorme podia ser visto a quilômetros de distância. Algo havia explodido por perto e a vítima fora o tão querido orfanato vizinho à mansão dos Kinomoto. Sakura sentiu os olhos marejarem, mas controlando seus sentimentos se viu obrigada a pensar rápido. Como ajudá-los e como evitar as suspeitas de Syaoran para com ela?

Sakura (ainda olhando através da janela): 'Tomoyo, vá avisar os criados sobre o acontecido e peçam para irem ajudar no que puderem.' Tomoyo nem ao menos respondeu e virou-se correndo para as escadas. Touya havia saído para resolver alguns negócios depois do almoço e provavelmente não chegaria a tempo, logo cabia a Sakura dar as ordens, "pelo menos com meu irmão não preciso me preocupar". Syaoran, que também sabia que deveria entrar em ação, virou-se e antes de sair correndo avisou.

Syaoran: 'Avisarei Meylin do acontecido e vamos até lá.' Disse já correndo, mas parou subitamente. 'Yukito, depois terminamos nossa conversa.' E saiu. Sakura iria perguntar do que ele se referia, mas agora não tinha tempo.

Sakura: 'Yukito, vamos até meu quarto. Precisamos pensar em algo rápido, para eu poder ajudar e ninguém suspeitar de nada.' Yukito acenou positivamente e os dois seguiram apressados até o quarto da garota. Cada minuto podia valer a vida de uma daquelas crianças do orfanato.

(Continua)

21/01/04

Mary Marcato

Comentários da autora: Hello!!! ^-^ Gostaram do capítulo novo, hein? Eu pessoalmente adorei. Principalmente o nosso "quase beijo", hein? Huahuahuahuahua, aquela parte eu dedico a Bruna-chan que foi quem me ajudou a fazê-la. Eu iria escrever sobre o incêndio neste mesmo capítulo, mas como acho que é um assunto para um capítulo inteiro, ou quase isso, resolvi deixar para o próximo, assim consigo alguns reviews, né?! Ah, gente... Eu fico desmotivada quando não recebo reviews, foi por isso que este capítulo demorou duas semanas, ao contrário do outro que teve um intervalo apenas de uma. Vocês também tem que ver o meu lado, né? Mas acho que vocês vão gostar da continuação. Finalmente segredos desvendados e aquilo que todos queriam ver, muito mais de S&S!!! E lembrem-se, neste fanfiction, a Verdadeira Face de cada um com certeza vai aparecer.

Agradecimentos: Em especial à Bruna-chan e à Tomoyo Violet ^-^ Muito obrigada pela ajuda e pelos comentários. Agradeço a todos que deixaram um comentário para mim, significa muito e eu sempre respondo eles, vocês sabem! ^-^ Logo logo novo capítulo no ar e muitas surpresas, mas os comentários sempre são importantes, hein?! Obrigada e C Ya!!!