Perdão pelo atraso, isso prova mais uma vez que eu não posso fazer promessas que posso postar no tempo determinado. Eu sei que isso não é correto da minha parte, mas não há nada que eu possa fazer contra os imprevistos que sempre me ocorrem. Semana que vem atrasarei novamente, pois vou para praia (Mariana Feliz ^____^ Praia! Praia!) Mas logo eu chego já vou postar, provavelmente isso ocorrerá na Terça, mas vocês sabem como sou. Novamente peço desculpas e espero que esteja do agrado de vocês este novo capítulo desta (provavelmente) longa estória.

Capítulo7: Problemas e mais problemas

Os dois entraram rapidamente no quarto, tentando pensar numa saída para aquele problema, quanto antes melhor, pois cada segundo lhes era precioso.

Sakura (nervosa): 'Ai, Yukito! O que faremos? Meu Deus, as crianças devem estar morrendo de medo.' Yukito Via a aflição nos olhos da garota e sabia muito bem a força que ela estava fazendo para não desabar em lágrimas, admirava a menina por isso.

Yukito: 'Acho que neste momento é melhor você falar com Ele.' Entendendo as palavras, Sakura encarou Yukito enquanto um par de asas o envolviam completamente e em seguida um rapaz, de longos cabelos e olhos claros surgiam no lugar em que o ex-noivo de Sakura se encontrava. Sua feição... impassível como sempre.

Sakura: 'O que você acha, Yue? O que posso fazer?'.

Yue: 'Não conheço a resposta, Mestra. Por um lado, não podemos trocar de corpos, pois seus poderes continuarão no seu corpo. Por outro, não adianta você usar Ilusão, devido ao seu atual estado.'

Sakura (olhando para o chão desolada): 'Se ao menos eu pudesse movimentar minhas pernas.' Sakura não viu, pois estava olhando fixamente o chão, mas se tivesse visto, levaria um grande susto: Neste momento Yue sorria, quase imperceptívelmente, mas o fazia. Talvez nem tudo estivesse perdido.

***

Meylin (correndo): 'Droga, Xiao Lang! O que é que está acontecendo?'

Syaoran (correndo ao descer as escadas): 'Um incêndio ao lado, Meylin. Anda logo, foi naquele orfanato!'

Meylin (acompanhando o primo assustada): 'Meu Deus, aquelas pobres crianças!'

Syaoran (saindo da mansão): 'Como foi que você não ouviu a explosão, hein?'

Meylin (indignada): 'Oras! Meu sono de beleza da tarde é pesado, né?'

Syaoran (passando pelos portões da mansão): 'Agora não importa! Temos que correr se quisermos ajudar.'

Meylin: 'Certo.' Os dois seguiam a passos rápidos, tentando passar pela multidão. Meylin até trombou em uma senhora com uma capa comprida e escura, mas nem parou para se desculpar.

Syaoran (alcançando os limites do orfanato): 'Eu vou entrar! Dê-me cobertura e não deixa ninguém se aproximar!'

Meylin: 'Entendido!'

***

As labaredas eram altas e a extensão que atingiam era imensa. Syaoran sabia que conseguiria passar por elas, mas seria impossível qualquer criança que pudesse estar no orfanato fazê-lo também. Outro problema eram os vários andares e as velhas e estreitas escadas, todo tempo era valioso, pois elas podiam despencar a qualquer momento.

Enquanto procurava por pessoas dentro do prédio, no lado de fora Meylin levava para longe do alcance das chamas as crianças e as serviçais que conseguiram sair a tempo, além de evitar ao máximo que qualquer curioso se aproximasse. A situação era crítica, de acordo com a diretora que também havia escapado, todos os empregados haviam saído de lá, mas das quarenta e oito crianças que ali moravam, apenas vinte e sete tinham conseguido sair. Provavelmente seria inevitável alguma perda, tamanha era a intensidade do incêndio, mas Meylin tentou não pensar nisso agora e procurou voltar a fazer o que Syaoran havia lhe dito, "E que Deus o proteja", pediu preocupada...

Syaoran vasculhou todo o andar térreo e em meio a escombros, embaixo de um grande armário, encontrou quatro crianças , sujas e com alguns cortes, mas nada sério. Deviam ter por volta dos dez anos e assim que levantou o armário, abriu caminho com seu ofurô do Vento - tomando o devido cuidado para as crianças não perceberem - para que os pequenos pudessem sair do prédio. Logo conseguiu terminar de vasculhar o térreo e além de vidros das janelas que quebravam a toda hora devido à temperatura, não houve nenhum outro contratempo.

Seguiu para o segundo andar, evitando vários degraus que quebravam devido aos estilhaços e pedaços de madeira que caíam a toda hora, fora o fato da falta de conservação destas, desgastadas pelo tempo. Tropeçou uma vez e soltou um palavrão , a fumaça do local começava a prejudicar sua visão...

Assim que alcançou o segundo andar, se viu rodeado por diversos e pequenos quartos, todos com algumas ou várias labaredas, aquilo estava começando a se tornar perigoso, se é que já não estava.

Tentou usar o ofurô da água, porém, quanto mais apagava, mais labaredas surgiam. E logo na segunda porta que abriu, encontrou mais duas crianças encolhidas contra uma das paredes, várias chamas as cercando. Saltou as chamas e alcançou os dois, um menino de aproximadamente oito anos todo cheio de fuligem abraçando uma menininha de, não mais, seis anos, inconsciente.

Syaoran (abaixando-se até as crianças): 'Vim ajudá-los, mas agora devem fechar os olhos.' O menino estava incerto se devia ou não escutar, mas diante do olhar de Syaoran, não pôde desobedecê-lo. E assim que não via nada, sentiu-se sendo segurado e pôde ouvir barulho de água, de onde, não sabia dizer, porém, não ousou abrir os olhos.

Syaoran (colocando as crianças no chão): 'Não saiam daqui, vou tentar achar seus amigos para saírem todos juntos.' Assim que o menino assentiu, Syaoran seguiu para outro quarto, enquanto o menino não entendia de onde vinha todo aquele vento que rodeava ele e sua irmã, que além de protegê-los do fogo, impedia-os de ver o que Syaoran fazia no corredor em que estavam.

Syaoran abriu duas ou três portas, sempre tentando evitar as chamas, mas cada vez se tornava mais difícil e podia perceber sua energia diminuindo, não muito, mas ainda assim menor. Praguejou com raiva, onde estaria aquele idiota do Yukito? "Atrasado como sempre" Concluiu exasperado.

Novamente abriu uma porta e encontrou três crianças inconscientes, o tempo corria e ele teria que carregá-las todas de uma vez. Outra explosão foi ouvida e Syaoran levantou a cabeça ao sentir o teto tremer, uma enorme calha estava prestes a cair e ele fez a única coisa possível no momento, se abaixou protegendo as crianças. Esperou pela pancada, que provavelmente iria mantê-lo desacordado por um bom tempo e antes que Yukito resolvesse ajudá-lo, ele já estaria fritando naquele quartinho com as três crianças em seus braços.

Mas ele nunca foi muito bom em previsões...

Voz masculina (debochado): 'Já pode levantar, ou já está cansado?' Antes tarde do que nunca, concluiu Syaoran com certo alívio.

Syaoran (levantando com as crianças nos braços): 'Onde estava? Fazendo o lanchinho da tarde, é?' Uma mistura de irritação com deboche vinham do tom em suas palavras.

Yukito (mantendo a calha flutuando com a carta Flutuação): 'Depois...' Foi a única coisa que disse antes de virar-se e abrir caminho com Água, através das chamas que novamente se formavam, para Syaoran passar com as crianças adormecidas as pressas.

Yukito e Syaoran conseguiram tirar as crianças do segundo andar e mandaram- nas sair, sob a proteção de Yue - que Syaoran logo percebeu ser um dos guardiões do Mestre das Cartas - que acabava de se juntar aos dois na busca pelas crianças. Em seguida, os dois magos foram ao terceiro e último andar e depois de certo sufoco e um pouco de magia de ambos, conseguiram encontrar mais sete crianças, duas delas inconscientes. Cada um pegou uma no colo e acompanharam as outras para fora do prédio, pois não encontraram mais nenhum dos órfãos.

***

Voz feminina (desesperada): 'Senhores! Senhores, por favor!' Disse uma mulher correndo ao encontro dos rapazes que saíam do prédio em chamas 'Ainda falta cinco crianças! Elas não estão aqui! Por favor, ajudem-nas a sair, eu suplico!' Tratava-se da diretora do orfanato, desesperada por suas crianças não estarem a salvo.

Yukito (encarando a mulher): 'Xiao Lang, se quiser não precisa entrar, vou atrás delas novamente.' E já se virava de volta ao orfanato.

Syaoran (sorrindo com certa ironia): 'E você acha que eu iria deixar todo o crédito de herói só para você?' Yukito sorriu para o amigo e entraram às pressas novamente no orfanato. Só tendo tempo de ouvir a diretora gritando para procurarem no porão.

***

Assim que os dois feiticeiros entraram, novas labaredas se formavam em volta deles. Syaoran havia usado muita magia, mas percebeu que Yukito estava mais desgastado que ele, a razão lhe era desconhecida. Sabia que o companheiro não agüentaria muito mais tempo usando seus poderes e logo poderia perder a consciência. Novamente estavam contra o tempo.

Syaoran: 'Droga! O que estas crianças foram fazer no porão?'

Yukito: 'Não me pergunte, mas provavelmente deveriam estar com medo do fogo e seguiram para o lugar que acharam mais seguro.'

Syaoran: 'Ha! Olha o conceito que eles têm de segurança...' Disse bravo e ao mesmo tempo irônico. Yukito preferiu não se dignar a responder e apenas continuou seu caminho.

***

Várias vozes: 'Socorro! Socorro! Alguém ajude!' Em meio aos gritos, Yukito e Syaoran podiam perceber o choro contido nas vozes, enquanto outros não se preocupavam em manter o controle, e choravam a plenos pulmões.

Yukito (entrando no porão, descendo as escadas): 'Onde estão vocês? Viemos ajudá-los.' Não ouviam resposta coerente, apenas mais gritos e resolveram por seguí-los, seria mais fácil do que esperar uma resposta calma daquelas assustadas crianças.

Menininha: 'Moço! Moço! Ajuda a gente!' Sakura se viu sendo agarrada por uma menina de longos cabelos loiros, a conhecia bem, era sua órfã favorita. Mas devia tomar cuidado, sabia como a menina tinha percepção aguçada, tanto quanto sua prima Tomoyo, e se não tomasse precauções, ela poderia desconfiar de algo e isso certamente não seria bom no momento, sabia que estava usando muito poder para se manter em pé e com a imagem de Yukito, qualquer deslize seria sua sentença diante do psiquiatra ao seu lado.

Yukito: 'Fique calma, pequena, logo você estará a salvo.' Disse o rapaz bondosamente, enquanto a menina olhava-o com certa insistência. Uma gota lhe surgiu na cabeça, não tinha jeito, não sabia ser nem um pouco mentirosa.

Menininha: 'Você fala igual a Senholita Sakula.' A gota na cabeça de Sakura aumentou e Syaoran olhou-a com certa desconfiança, porém este não era o momento certo para isso.

Conduziram todas as crianças para fora do porão e saíam correndo do orfanato quando um garoto, de cabelos curtos e pretos, segurou as calças de Syaoran chorando desesperado.

Menino: 'Moço, moço, o Sparky ficou para trás!' Syaoran contou as crianças novamente e não via nenhuma faltando, olhou com dúvida para o garoto.

Syaoran: 'Mas todas as crianças estão aqui...' Disse tentando manter a calma que a situação lhe tomava.

Menino: 'Não... Sparky é o meu cachorrinho...' O menino tinha os olhos marejados e se segurava para não chorar. Mas outra explosão foi ouvida e Syaoran sabia que a qualquer momento o prédio iria desabar, logo não se sentiu tentado a aceitar o pedido do garoto.

Syaoran (já se virando de costas para o garoto): 'Não temos mais tempo para ajudar animais, sinto muito.' E já saía segurando a criança pela mão, pois sabia que se a soltasse, ela voltaria atrás do cão.

Voz masculina: 'Onde ele está, garoto?' Syaoran se voltou para Yukito que estava logo atrás de si, não acreditou que o teimoso iria atrás do animal. O menino olhou com esperanças para o homem de cabelos claros e sorriu agradecido.

Menino: 'Lá no porão! Lá onde a gente tava! Ele tá machucado.' Yukito não esperou mais nada e saiu atrás do cachorro. Porém, Syaoran não permitiu que ele continuasse seu caminho e segurou-o pelo braço.

Syaoran: 'Onde pensa que vai, Tsukishiro? Precisamos sair logo daqui! É só um animal!' Estava se segurando para não xingar o outro.

Yukito (olhando-o sério): 'Saia você com as crianças, Xiao Lang. Este animal é a única família deste garotinho.' E sem esperar por respostas se soltou do braço do companheiro e seguiu novamente para o porão. Syaoran suspirou indignado e se virou, agora tinha que salvar as crianças.

***

Syaoran, mesmo que não admitisse, olhava preocupado para o orfanato em chamas a sua frente, fazia mais de cinco minutos que Yukito entrara novamente e não voltara. "Onde está aquele cabeça dura?' Pensou nervoso.

Novas labaredas surgiram entre as janelas do orfanato, e Syaoran sabia que, havia muito, o tempo se acabara. Se Yukito não saísse de lá agora, não sairia mais.

Meylin: 'Onde está o Tsukishiro, Xiao Lang?' Mas Syaoran não respondeu e resolveu fazer o que já devia ter feito, entrou correndo no orfanato ajudar o, por quê não, amigo.

***

O fogo estava muito mais intenso, a passagem se tornava cada vez mais difícil, mas Syaoran não se intimidou. Novamente usou uma de suas cartas e abriu passagem entre os escombros, adentrando de novo no porão, totalmente cheio de fumaça.

Syaoran: 'Yukito! Cadê você?!' Gritava irritado, a fumaça impedia-o de ver um palmo a sua frente. Escutou alguém tossindo e seguiu o barulho. A poucos passos de si encontrou o rapaz, preso por uma calha, segurando um cachorro em uma mão e fazendo o possível para soltar sua perna presa.

Syaoran: 'Droga, Yukito! Por que não usa magia?' Perguntou bravo, ajudando o amigo a se soltar.

Yukito (tossindo um pouco): 'Eu o faria se estivesse com meu báculo.' Syaoran olhou para o lado e viu o báculo com cabeça de ave a alguns metros de seu dono.

Syaoran: 'Você é mesmo um atrapalhado, Tsukishiro! Nem cuida das suas coisas direito!' Disse logo soltou o amigo. Mas invés de responder, Yukito apenas bufou de raiva, seguindo para fora do porão com o pequeno cachorro no seu colo. Syaoran o acompanhou.

Poucos segundos após saírem e uma grande explosão foi ouvida, por pouco Yukito e Syaoran não ficaram soterrados no prédio que agora desabava.

Meylin: 'Xiao Lang!!!!!!!!!!!!!!!!!!' E pulou nos braços do primo.

***

Tomoyo: 'Yukito-san, Li-san, vocês estão bem?' E correu para perto dos jovens, a preocupação visível em seus olhos. Tomoyo vestia um avental um tanto quanto sujo por cima de seu vestido. A verdade é que todas as vítimas do incêndio foram levadas à casa dos Kinomoto, sendo uma família rica e próxima ao orfanato, foi a melhor solução que encontraram para ajudar os pequenos e Tomoyo era uma das que ajudava as crianças.

Yukito (falando fracamente): 'Está tudo bem, Tomoyo. Só preciso descansar um pouco.' Sakura quase caiu quando pronunciou tais palavras, mas se segurou, não podia desmaiar na presença de Syaoran, isso faria Ilusão perder sua forma e ela se revelaria na hora para o rapaz. Tomoyo percebeu o estado da amiga e abriu passagem para que ela atravessasse.

Tomoyo: 'Yue-san, por favor, ajude Yukito-san a chegar até seu quarto, ele está muito fraco.' Yue, que fora o encarregado de conduzir as crianças até a mansão, não respondeu, mas simplesmente colocou o braço de Yukito em volta de seu ombro para ajudá-lo. Syaoran e Meylin não os acompanharam, o primeiro simplesmente caiu na primeira poltrona que encontrou, enquanto a segunda foi buscar alguns curativos na cozinha para ajudar o primo, Tomoyo a acompanhou.

***

Minutos mais tarde e as crianças já estavam calmas, logo viam seus ferimentos bem tratados e seus amigos a salvo.

Meylin: 'Rika-san, por favor, traga-me algumas ataduras.'

Rika (parando de ajudar uma criança com o braço recém enfaixado e acenando positivo): 'Sim, Senhorita. Acho que há algumas no quarto do Yukito-sama.'

Tomoyo: 'Por favor, Rika, vá lá e pegue as que achar. Yukito não pode ajudar agora, mas aceitará de bom grado emprestar seus materiais de médico.' Rika acenou que sim e seguiu para o quarto, enquanto os outros continuavam a ajudar as crianças.

Meylin: 'Tomoyo-san, acho que Xiao Lang está bem, quer que eu ajude-a com estas crianças.'

Tomoyo: 'Sim, Meylin. Por favor, traga-me aqueles remédios em cima da...' Mas não pôde concluir sua sentença, pois um grito abafou sua voz.

Voz feminina: 'Ah!!!!!!!!!!!!'

Syaoran, que parecia dormir, se levantou da poltrona na mesma hora, enquanto Meylin e Tomoyo seguiam até o hall, próximo a escada, para averiguar do que se tratava.

***

Rika acabara de abrir a porta do quarto de Yukito, já que este não respondia aos seus chamados e deu de cara com um homem, completamente vestido de negro, mexendo nas gavetas do criado mudo do rapaz. Seu susto foi enorme e logo que deu um passo para trás derrubou um pequeno abajur, chamando a atenção do jovem em negro, que não prestava atenção em nada além daquilo que fazia.

A garota ficou estática com aquele olhar gelado e morto que o jovem lhe lançou, seu ar pareceu sumir dos pulmões, a vida pareceu desvanecer a sua volta e em si mesma, poderia ter desmaiado na hora, senão fosse pela enorme espada, muito parecida com uma katana, que o homem desembanhou do suporte oculto por suas roupas escuras.

O ar pareceu lhe voltar...

Rika: 'Ah!!!!!!!!!!!!'

O homem saltou pela cama, que era a barreira que o separava da garota. Esta não esperou para sentir a espada em sua pele e em passos incertos saiu do quarto. Começou a correr sem olhar para trás, mas sabia que o golpe lhe acertaria a qualquer momento. E ele veio.

Porém...

Voz masculina: 'Quem é você?' Rika olhou para trás e pôde ver Yukito segurando uma espada - de onde havia a tirado não fazia idéia, nunca vira o rapaz com uma antes, mas agradeceu a Deus por ela estar ali - e aparara o golpe que a acertaria em cheio nas costas, na lateral. Yukito repetiu a pergunta, mas os olhos antes sem vida, pareciam emanar morte em direção ao jovem médico, como única resposta.

O jovem em negro levantou novamente sua espada para novo golpe, que novamente foi evitado por Yukito, outros golpes vieram e o jovem médico sabia que não se tratava de um ladrão qualquer e logo seria derrubado, visto o fato de estar muito fraco com tanta magia usada.

Yukito: 'Quem é você, maldito? Por que invade minha casa?' Yukito, ou melhor, Sakura desviava dos golpes e também tentava acertá-lo, mas a perícia do homem em negro era inacreditável e não faltaria muito para Yukito perder aquele embate.

O homem atacou novamente Yukito com um golpe direto, no estilo kendo, de cima a baixo, para acertar a cabeça do rapaz. Yukito aparou o golpe, mas o homem o surpreendeu com um golpe lateral com sua perna esquerda, jogando-o para longe. O jovem médico iria levantar, a luta não podia acabar, mas logo o fez e sentiu uma lâmina fina vindo em sua direção, fez o máximo que pôde e desviou para a direita, mas sua velocidade, enfraquecida pelo cansaço, não foi suficiente e o homem acertou-o no braço, fazendo um pequeno, porém considerável corte.

Yukito rolou no chão, seu movimento fora um reflexo e ele não estava pronto para se manter em pé. A espada do inimigo estava cada vez mais próxima de si, a sua inerte a alguns metros atrás dele. Novamente um golpe e Yukito se viu encurralado contra a parede, tudo acontecera em poucos segundos e sua morte provavelmente assim seria, mas sentiu magia próximo de si, e Yue protegeu-o com uma de suas barreiras mágicas.

Yue: 'Não toque no meu mestre, ninja.' Disse impassível.

***

Yue: 'Não toque no meu mestre, ninja.' Agora Sakura conseguia identificar os golpes tão perfeitos e a velocidade inacreditável do homem a sua frente.... Como pudera esquecer de quando seu mestre lhe ensinara sobre aqueles abomináveis e as vezes inomináveis guerreiros? Sempre silenciosos, sempre cautelosos, com uma técnica com armas e truques lendários, mas acima de tudo, sempre agindo sob as sombras... Talvez fosse isso que o tivera mantido longe de encarar a possibilidade daquele homem ser um ninja... Por que um ninja atacaria em plena luz do dia?

O ninja novamente não respondeu, partindo para cima de Yue, que agora parecia-lhe um oponente muito mais perigoso que o fraco do Tsukishiro. Oras, era claro que sabia quem era o jovem médico, por quê outra razão estaria no quarto dele? Só não entendia como um homem tão fraco podia ser Mestre das Cartas Clow. Nestas horas tinha certeza de como magia podia ser inútil e nada como um treino ninja para fazer qualquer mago ser derrotado facilmente.

Yue aparou o primeiro golpe e logo desferiu outro, com uma de suas lanças de gelo. O golpe rasgou levemente a roupa do ninja, fato que realmente o surpreendera. Cometera um grave erro, um erro ensinado a ser evitado desde que começara a ser treinado, "nunca subestimar o inimigo" e fora isso que fizera. Magia podia não ser tão inofensiva assim.

Porém, ao contrário do esperado, isso apenas o animou a lutar mais, ao mesmo tempo que nova pergunta lhe surgia: Como um Guardião pode ser mais forte que seu Mestre?

Hm... Enquanto desviava de mais um golpe mortal da lança de Yue, o ninja arranjou a resposta para sua última pergunta, resposta a qual lhe deu idéia para um novo plano, e um novo dado para seu próprio mestre: A magia do jovem Tsukishiro parecia estar se drenando muito rápido, coisa que não imaginava - quando provocara o incêndio, visava trazer o jovem médico de volta a mansão Kinomoto, já que imaginavam que ele ainda estava viajando. Porém, ao saber que ele acabara de chegar, isso alterara os planos, fazendo- o provocar o incêndio com o intuito de fazer a mansão Kinomoto ficar desprotegida, pois era óbvio que os moradores iriam ajudar os vizinhos. Assim ele e seus companheiros teriam livre acesso a casa, e principalmente ao quarto de Tsukishiro, onde poderia se esconder e, durante a noite, quando trabalhava melhor, acabar com a vida do Mestre das Cartas Clow e conseguir o que queriam durante o sono do mesmo - Contudo... nunca imaginou que descobriria esta fraqueza no Mestre das Cartas Clow, pois ele não podia ter usado tanta magia naquele simples incêndio, logo sua magia provavelmente estava enfraquecida, o que lhe dava uma nova oportunidade, visto seu plano sem sucesso, para conseguir alcançar seu objetivo pré estabelecido.

Yue: 'Diga, ninja! O que está fazendo aqui?' O ninja pareceu acordar de seus devaneios com mais um golpe de baixo para cima da lança de Yue, que quase o cortou no peito. Deu um impulso para trás, para novamente atacar o inimigo. E neste momento, Yukito, ou Sakura, percebeu o que acontecia, percebeu as intenções do ninja, e percebeu no olhar daquele maldito, o que iria fazer com Yue assim conseguisse impulsionar seu salto.

Não podia deixar aquele ninja acertar seu querido Guardião, não podia deixar aquela espada cruzar o peito de seu Guardião e sabia que aquilo iria acontecer, caso não interviesse. Yue não poderia defender tamanho golpe, pois Sakura percebia a força descomunal do seu oponente. Levantou com dificuldade, mas com velocidade, do chão e alcançou sua espada, dirigindo- se para perto de Yue.

Porém era tarde, havia sido lenta demais e não alcançaria o inimigo a tempo, não poderia defender seu Guardião.

Yukito: 'Não!!!!!!!!'

Mas novamente... o golpe não atingiu seu alvo, pois neste segundo Syaoran, que observava incrédulo a cena logo subira as escadas, acabava de intervir na luta, defendendo o guardião do amigo. Encarou o ninja a sua frente, encarou aqueles olhos frios e sem vida...

... E reconheceu-os...

***

Syaoran subiu as escadas rapidamente, assim que percebeu do porquê daquele grito, devido ao barulho de espadas se chocando no andar superior. Droga! O que estaria acontecendo agora? Já estava cansado de tantas dúvidas, mais uma lhe era demais. "Só falta o Yukito estar treinando esgrima com seu Guardião antes mesmo de recuperar seus poderes." Não... aquilo seria demais para ele...

E felizmente, ou talvez infelizmente?, estava errado e logo alcançou o segundo andar teve que parar, tamanho foi seu susto.

Meu Deus... O que um ninja fazia na casa dos Kinomoto? Aquilo já era demais! Percebeu a luta que Yue e o ninja travavam e logo viu Yukito caído no chão, um dos braços sangrando, ficou estático com tal cena. Mas isso durou pouco, sentiu o poder guerreiro do ninja aumentou e desviou seu olhar para ele novamente. "Maldição" Foi a única coisa que conseguiu pensar antes de invocar sua própria espada e intervir na luta a sua frente.

Aparou o golpe do inimigo, enquanto podia ouvir o eco, antes esquecido devido a sua concentração no ninja, que o jovem médico soltara, ao perceber seu guardião em perigo. Evitou desviar a atenção do homem em negro a sua frente para o amigo e para tal encarou os olhos do ninja... Encarou aqueles olhos frios e sem vida...

... E reconheceu-os...

Syaoran (em um sussurro): 'Você...' O ninja também pareceu reconhecê-lo e evitou o embate. Novamente saltou para trás e visto que estava em desvantagem, pois seus companheiros estavam do lado de fora, apenas aguardando que seu líder voltasse, correu para o quarto mais próximo que encontrou, seguido de Yue e Syaoran as pressas. O confronto seria inevitável, não fosse a bomba que o ninja acabara de explodir logo atravessara a porta, impedindo que seus desafiantes o alcançasse.

Syaoran (tossindo): 'Droga! Não foi apenas uma bomba de gás, o desgraçado lançou uma bomba de pólvora no chão!' Desviava seus olhos da fumaça a sua frente, sabia que não adiantava correr atrás do inimigo, nunca o encontraria agora, um ninja não pode ser achado desta maneira. Desviou seu olhar para Yue e viu o olhar de apreensão do guardião, sabia que ele havia percebido quem era o suposto ladrão e sabia que o guardião também não o seguiria agora, provavelmente tinha tanto conhecimento sobre ninja quanto ele mesmo.

Yukito (chegando lenta e fracamente até os dois): 'O que um maldito ninja fazia aqui?' E olhou para a fumaça a sua frente, sabia que aquela pergunta já tinha reposta, mas não conseguiu evitar de fazê-la. Porém ninguém respondeu, e enquanto Yue apenas voltava-se para seguir seu caminho até a biblioteca superior - onde estava a momentos atrás, fato que o impedira de chegar a tempo de ajudar sua mestra na luta contra o ninja desde o princípio - Syaoran encarava Yukito com uma expressão um tanto quanto, ou até muito, surpresa, o que via não podia ser verdade... o que via nos olhos de Yukito não podia estar ali, como que os olhos de Yukito poderiam estar...

Meylin: 'Xiao Lang!!!!' E pulou novamente no pescoço do rapaz, impedindo-o de completar seus pensamentos e fazendo-o perder contato com o rosto de Yukito. 'Você está bem? Quem era aquele cara de preto? Era um ladrão?! Óh, meu Deus! Você está bem?' E continuou fazendo milhares de perguntas enquanto Syaoran tentava se desvencilhar da moça que o prendia firmemente em seus braços, para poder olhar novamente a face de seu amigo, face que o surpreendera daquela maneira devido ao fato de que seus olhos...

Meylin: 'Ah!!!!!!!!!' Novamente a menina interrompeu, o que deixou Syaoran extremamente irritado, os pensamentos do primo, olhando totalmente inconsolável para a porta a sua frente. Syaoran iria brigar com a prima, mas ao ver o olhar de susto na face da mesma, voltou o olhar para o mesmo ponto que ela encarava, o que Yukito - que seguia o mesmo caminho que Yue fizera, mas para seu próprio quarto - fez.

Syaoran (boquiaberto): 'Eu não acredito nisso...'

Yukito (um tanto quanto fraco, mas ainda assim sorrindo debochado): 'É, Xiao Lang, acho que você vai ter de dormir no chão duro e frio hoje.' E quase riu diante da expressão inconsolável do jovem chinês, diante da completa destruição que a explosão provocara em seu pobre quarto.

(Continua)

01/02/04

Mary Marcato

Comentário da autora: Finalmente!!!! ^-^ Hehehe, este capítulo meio que saiu de improvisado, mas saiu! ^-^ Hehehe, eu tô indo para praia amanhã, então tive que correr para o capítulo sair ainda hoje. Espero que tenham gostado, eu pelo menos gostei (apesar da minha opinião não contar, né). Finalmente voltamos a ter um pouco de aventura e ação neste capítulo. Oras, numa fic denominada com gênero Ação/Aventura, isso aqui tava muito parado. E quem será este ninja e seus companheiros? E o mestre dele? Ora ora ora... quem será, hein? Bom, eu coloquei MAIS um personagem além do ninja que aparece pela primeira vez nesta fic mas que é igualmente, ou até mais, importante neste capítulo. Será que vocês conseguem adivinhar quem é? Ah! Quase esqueço, eu não sei como funciona a carta Troca, não sei se o poder continua no mesmo corpo ou segue seu dono para o corpo "hospedeiro", mas suponham que aqui continua no seu próprio corpo, isto é ou não uma fic, certo? Espero também ter sido clara nas descrições, qualquer dúvida, me perguntem. Bom, espero pelos comentários e peço perdão por não ter mantido meu próprio prazo, mas isto me foi impossível. Obrigada pela atenção e CASO alguém não saiba meu e-mail e prefira mandar um invés de um review, ele é mary_marcato@hotmail.com E isso é tudo. Até o próximo capítulo! ^-^ C Ya!

Agradecimentos: À Deus que me permitiu Ter esta idéia ^-^ E principalmente a Tomoyo-Violet e à(s) Bruna-chan(s) e (s) porque são duas ^-^ hehehe, pelos comentários e pelo apoio na escrita. À todos os outros que me deixaram review agradeço imensamente, eu não consigo responder todos os e- mails que eu recebo a tempo (não é pq são demais, nunca são demais, é falta de tempo mesmo), mas eu acabo respondendo. Caso não o faça (motivos muuuuuito importantes) eu agradecerei num último episódio, feito apenas para este fim.